Vanity affairs, por Cristiane N. Vieira

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Vanity affairs

por Cristiane N. Vieira

Comentário ao post “Os fakenews e o caso Eduardo Cunha, por Luis Nassif

O que me pareceu interessante no episódio é que, da mesma forma que nas operações espalhafatosas da PF e MFP, da CarWashington a seus derivados, não mais se faz o trabalho alentado de investigação e se confia (em), publica e divulga de maneira açodada, unilateral e exagerada, as delações das fontes públicas que deveriam ser investigadas e postas à prova, grande parte do jornalismo atual não faz mais o seu trabalho de apuração das informações das suas fontes anônimas ou divulgadas, como se tais se bastassem. Guardadas as proporções e o fato de que o grau de exigência de apuração é variável a depender do tipo de informação e do papel que nela desempenha a visão pessoal ou a centralidade do objeto factual, em comum nos dois comportamentos a relação óbvia com o tempo na máxima do “publish or perish” (publicar ou perecer), a ênfase no espalhafato, a busca por holofote e fama, o ruído que na maioria dos casos atrapalha a percepção, pelo cidadão comum, do que é ou não confiável. 

O mérito da verdade revelada por uma pessoa fofoqueira não cabe a ela ou a seu comportamento indiscreto e deliberadamente intrigante. Assim como no jornalismo, muitas vezes deter ou revelar informações de grande importância, os chamados “furos” que rendem prêmios e bajulação, não transforma seu/sua autor/a em um/a grande jornalista – mesmo que seja premiado – o que se deve medir pelos seus métodos e pela maneira de lidar com a informação, com o público e com a própria vaidade. Quando se busca através da notícia, ou da denúncia em jornalismo ou em atividades formais de investigação, projeção pessoal ou profissional como objetivo primeiro ou essencial, qualquer fruto positivo dessa atividade estará maculado pela desconfiança e pela irrelevância com o passar do tempo. Continuo achando que os fins não justificam os meios, e que a verdade é filha do tempo e não da autoridade, menos ainda da vaidade. 

 

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

10 Comentários

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  1. Você conseguiu falar, falar,

    Você conseguiu falar, falar, falar e não dizer absolutamente nada, ou seja, esconder absolutamente tudo.

    Do que e de quem você fala? Dê nome aos bois, não se esconda atrás de frases feitas e ideias sem pé nem cabeça.

    Quem são as fontes que você cita? As do Nassif ou as do Romulus? O que você quer dizer com tudo isso? Você sabe onde está o Cunha e o que ele vem fazendo?

    Se você tem, de fato, algo relevante a dizer, diga. Se não tem, não perca a oportunidade de ficar calada.

    1. Cristiane,

      permita-me responder com a minha frequente intolerância à burrice de comentários inócuos à Senhôra Zuleica, sobrenome muito comprido para eu perder letras.

      Entendi perfeitamente o que você quis dizer. Vai de encontro direto ao que escrevi sobre o fato de jornalistas sérios e famosos, ao contrário de Mino Carta (telvez sua idade) não assinarem o manifesto contra a perseguição que sofre Lula.

      Tão notória, não merece covardia, ainda mais para quem se diz independente, remando contra a maré, ou condenando o efeito manada.

      Parabéns pelo texto fundamental e, melhor, conciso, o contrário dos 8 milhões de caracteres aqui normalmente publicados, que me fazem, de imediato, desistir do  mais do mesmo.

      A propósito. Li muito a revista Vanity Fair. Zuleica nem imagina a sacada que vc. teve ao unir Fair com Affairs. Brilhante, mas para isso precisa estar no planeta.

      1. Ubuntu, querido Rui

        Rui, nem se eu ganhasse sozinha na Mega da Virada receberia melhor presente neste ano inclassificável que a leitura de um galáctico da sua estirpe, que não apenas me deu a honra da atenção aos meus rabiscos inconsequentes como a de estender a mão, como fazem os melhores, aos menores que tropeçam, ou são empurrados, na praça pública da internet em que a maioria não se interessa em apenas, ou principalmente, trocar idéias pelo prazer ou desafio proposto pela interação humana. O que interessa é lacrar ou malhar, sem qualquer complemento, verbos intransigentes. 

        Agradeço pela generosidade de ver em meus devaneios de filosofia de botequim – a qualidade discutida talvez se deva ao fato de eu ser abstêmia, hahaha -, escritos como comentário despretensioso e não um artigo especializado, alguma utilidade. Curioso que algumas manifestações refletem exatamente o que pretendi criticar no comentário, a vaidade que turva a reflexão e desperdiça as experiências. 

        Eu sou desafinada mas você sempre soa muito bem, e como ensina Gil, “toda pessoa boa soa bem”.

         

        [video:https://www.youtube.com/watch?v=0ScqALUWbtM%5D

        https://www.youtube.com/watch?v=0ScqALUWbtM
         

         

        Ubuntu para todos nós no próximo ano, e sempre que possível. 

         

        [video:https://www.youtube.com/watch?v=CqvDmKeF6BM%5D

         

        https://www.youtube.com/watch?v=CqvDmKeF6BM

         

         

        SP, 22/12/2017 – 17:09 (tentativa de envio original às 13:25)

    2. Reciprocidade?

      Você poderia seguir o próprio conselho de ficar calada se não tem nada de relevante a dizer ou debater, além de desferir ofensas gratuitas a quem não é responsável pela sua (in)capacidade de compreensão. 

      Se estiver realmente interessada em saber minha opinião, o que duvido, procure os comentários que fiz sobre o assunto. Não se preocupe com a minha opinião sobre o Nassif, que não depende dela para nada – mas fica a dica: há uma impossibilidade lógico-biográfica entre os meus argumentos e o jornalista, que está acima de qualquer fulanização, como a pretendida por você em suas supostas dúvidas. Como imagino que ele não tenha ficado em dúvida sobre o que eu disse, por pior que pudesse ter sido minha opinião ou sua expressão, me abstenho de saciar sua curiosidade, ou alimentar o pugilato verbal além do que já fiz – um querido amigo me aconselhou a não aceitar provocação mas por me conhecer, me perdoará. 

      Contudo, agradeço pela sua atenção e pelo tempo gasto para ofender, ops, comentar e em retribuição, lhe ofereço uma música do elegantíssimo, diferente de mim, Chico Buarque, de quem espero compreensão pela licença poética (e de copyleft) de usar sua música nessa circunstância banal. 

       

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=Tl1O3AnM5Wk%5D

       

      SP, 22/12/2017 – 13:54

  2. Onde está o Cunha?

    Não se proclamasse o dito cujo evangélico, arriscaria o palpite de que ele estaria no Vaticano, aguardando a canonização, com o artigo laudatório do Nassif como carta de referência. Portanto, como isso está fora de questão, pergunto: onde está o Cunha? Agora, se toda essa estória for o prelúdio de um grande acordo, incluindo até mesmo o Cunha, preparem-se para o afundamento definitivo da esquerda no Brasil. 

    1. Bom apetite

      Conselheiro Acácio mandou uma receita. Atenção: isto é um enigma relacionado ao assunto que você não entendeu, e não é um pedido de socorro. Decifra-me, ou me erra. 

      (https://www.infoescola.com/frutas/abobrinha/)

      ABOBRINHA

      Por Marina Martinez

      A abobrinha pertence ao gênero Cucurbita e é um fruto imaturo de formato longo e cilíndrico semelhante a um pepino. Este fruto é um membro da família Cucurbitaceae da qual fazem parte mais de 700 espécies, incluindo os melões e as melancias.

       

      Reino: Plantae
      Divisão: Magnoliophyta
      Classe: Magnoliopsida
      Ordem: Cucurbitales
      Família: Cucurbitaceae
      Gênero: Cucurbita
      Espécie: C. pepo

      Originária das Américas (do sul dos Estados Unidos ao Peru) a abobrinha é cultivada em várias partes do mundo. No Brasil é cultivada o ano inteiro nas regiões NordesteNorteCentro-Oeste e Sudeste. Na região sul, o cultivo somente é feito a partir de agosto. Os tipos de abobrinha mais comumente encontrados no Brasil são: a abobrinha tipo menina, cujo nome botânico é Cucurbita moschata e a abobrinha do tipo italiana, cujo nome botânico é Cucurbita pepo. As cores encontradas nas abobrinhas variam bastante, podendo ser de coloração verde escuro, verde claro e até mesmo amarelo.

      Presente no cardápio de muitos brasileiros a abobrinha é muito apreciada pelo seu sabor, pela sua textura leve e por ser um alimento de baixo valor calórico (100g oferece cerca de 20 kcal). Além disto, é rica em niacina e fonte de vitaminas do complexo B e vitamina APotássiofósforo, cálcio, sódio e magnésio também são encontrados em sua composição. Geralmente as abobrinhas são consumidas cruas em saladas, como também cozidas, refogadas, assadas, grelhadas, fritas e incorporadas em outras receitas para o preparo de suflês, pudins, doces, etc. Por ser uma excelente fonte de fibras e por conter grandes quantidades de água em sua composição (cerca de 90%) a abobrinha é um alimento de fácil digestão e muito utilizado pra regular o funcionamento do intestino. Também é um ótimo alimento para controlar enjôos e tem ação vermífuga. (grifo meu)

      A forma de propagação da abobrinha é por meio de sementes. Geralmente encontram-se sementes de abobrinha em lojas de produtos agropecuários como também em alguns supermercados. Para pessoas que desejam cultivar abobrinha, recomenda-se que para uma área de um hectare, sejam plantados 5 kg de sementes. As abobrinhas se adaptam facilmente em qualquer tipo de solo. Porém, solos areno-argilosos e bem drenados cujo ph esteja entre 6 e 6,5, são ao mais propícios para o seu desenvolvimento. Além disto, as abobrinhas preferem temperaturas que estejam em torno de 20 a 34 graus Celsius.

      Fontes:
      http://www.cnph.embrapa.br/laborato/pos_colheita/dicas/abobrinha.htm
      http://pt.wikipedia.org/wiki/Abobrinha
      http://revistagloborural.globo.com/GloboRural/0,6993,EEC1703472-4529,00.html

      Arquivado em: Frutas” 

       

      SP, 22/12/2017 – 14:24

  3. Eu não encontro mais no GGN o

    Eu não encontro mais no GGN o post que deu início a esse imbroglio. Onde está o “Memórias do Cárcere de Curitiba”?

    Já procurei várias vezes e não achei. É isso mesmo?

  4. Cabem dois questionamentos

    Cabem dois questionamentos nesse episódio que seria apenas engraçado, não fosse assustador pelo NONSENSE da coisa toda: o questionamento feito a quem teorizou EM CIMA DO NADA, jogando sobre a cabeça de muitos essa tal “bomba semiótica”, e o questionamento sobre o infantilismo dos leitores que embarcam na onda furada, acreditando no “chifre na cabeça do cavalo” – o que sua razão lhes deveria dizer: “isso é bobagem!”.

    Em tempos de redes sociais, os que a frequentamos assiduamente aprendemos a conhecer ao menos medianamente o profissional e a pessoa que o contém, que está por trás da informação, da opinião, aquilo que produz na sua labuta diária.

    Ora, blogs jornalísticos não são e não podem ser feitos apenas de matérias riquíssimas, furos de jornalismo, artigos que virilizam em milhares de comportilhamentos, temos também as pequenas notas, as pequenas exposições de trivialidades que nos ajudam, no entanto, sobremaneira, a montar o quebra cabeças da REALIDADE do nosso tempo.

    A matéria do Nassif devia-se unicamente a uma “hipotese”, que seja assim tratada, que era a de tentar demonstrar que “o monstro já não tinha tanto poder como antes”, algo para se concordar, discordar, passar batido, avaliar, qualquer coisa, menos chegar às conjecturas que entram na CASA DO ABSURDO.  Isso é jogar contra, é perder credibilidade, é desvirtuar o jornalismo e as reflexões.

    É um tempo um tanto paroxístico, e o evento deveria nos levar a essa reflexão simples, primeiro de “sabermos com quem lidamos” – em relação aos jornalistas e articulistas dos blogs, aos amigos que comentam com mais frequência, – segundo no sentido de um mínimo senso crítico ao lermos um artigo e suas reverberações.

  5. Quanto ao assunto a que se

    Quanto ao assunto a que se referem o post e os comentários, nem o Nassif soube responder aos fatos trazidos no live do Expresso da Manhã, do dia seguinte, com os esclarecimentos do advogado Francisco. Na verdade, retirou do blog o texto original, sem nanhuma explicação. De todo modo, leio o blog há vários anos, e acho mesmo que deve haver um propósito plausível para tudo isso. Meu respeito ao Mouro não vem de ontem ou de anteontem. 

    A Cristiane afirma que lhe falei desaforos. Não é verdade, apenas fiz críticas a essa linguagem pós-moderna, que nada diz abertamente, e que necessita de um cabedal, que eu talvez não tenha, para ser entendida. 

    O comentário do Rui Daher doeu, porque sempre tive por ele muito respeito. Mas tudo bem, eu deveria mesmo ficar quieta em Marte.

     

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