Fantasias e ilusões sobre a legitimidade dos black blocs

Sugerido por Diogo Costa

Da Carta Maior

Blackblocs, algumas fantasias, outras ilusões

Pode até que entre as suas motivações esteja a resposta à violência da polícia. Mas o fato de ser uma resposta não anula a possibilidade de que seja equivocada

Flávio Aguiar

Em favor da atuação dos “Blackbocs”, argumenta-se que o seu estilo de atuar é uma resposta à violência policial. Diz-se até que são uma resposta radical à anomia que a sociedade capitalista impõe como norma de comportamento. Fica de pé a questão de serem uma reposta à anomia, ou parte dela. Pode até que entre as suas motivações esteja a resposta à violência da polícia. Mas o fato de ser uma resposta não anula a possibilidade de que seja uma resposta equivocada.

Há fantasias e ilusões a respeito da legitimidade do estilo blackbloc.

Uma fantasia é a de que eles estão inventando a roda no Brasil. Ou melhor, copiando a roda, pois seu estilo romperia com a pasmaceira das manifestações tradicionais seguindo a “norma”de sociedades mais avançadas, como a alemã, origem atual do estilo.
No Brasil o quebra-quebra já foi norma em manifestação. Por exemplo, nas grandes manifestações do final da década de 40, pós-Estado Novo, durante o governo Dutra. Eurico Gaspar Dutra, afinado com a direita que derrubou Getúlio em 45 (não foi a esquerda), não deu um único reajuste de salário mínimo durante todo o seu governo. Na época, o aumento de passagens em São Paulo motivou irrupções de quebra-quebra contra as companhias de transporte da cidade, duramente reprimidas.

Houve depois quebra-quebras pelos mesmos motivos no Rio e em Niterói, além de outras cidades brasileiras. Mas o último grande quebra-quebra aconteceu em 1954, logo depois do suicídio de Vargas. A multidão enfurecida depredou sedes de partidos opositores, sedes da mídia reacionária e até de partidos de esquerda que eram de oposição, acaudilhados pelo pensamento liberal de direita. E isto aconteceu em várias cidades brasileiras.

Depois as manifestações de rua se tornaram proibidas pela ditadura. E na redemocratização se tornaram mais específicas, sem isso de quebrar para todo o lado. Ganharam enorme amplitude com os fóruns sociais mundiais. Mas o tema do quebra-quebra deu a volta por baixo e retornou.

A diferença agora é que há um grupo de jovens que se apresentam como uma vanguarda contestadora da ordem capitalista, e “protetora” das manifestações a que comparecem.

Nào há tal proteção. Ao contrário, há exposição dos movimentos a que eles comparecem.

Agem como parasitas, tomando carona em movimentos alheios. Não há uma “manifestação blackbloc”. Eles vão a outras. Procuram, na verdade, roubar a cena.
E graças à exposição na mídia, em parte conseguem. Esvaziam o conteúdo político das manifestações a que comparecem. São os manifestantes perfeitos, para a violência policial e para a mídia conservadora: justificam tudo o que é preconceito contra manifestações de rua. A mesma mídia que agora os acalenta por porem em cheque os governos petistas, já pediu a sua cabeça e pedirá a seguir, se o governo trocar de mãos. Até mesmo os direitistas que se infiltraram ajudarão a baixar o cacete neles.

Dão como exemplo e modelo os “Autonomen” da Alemanha. Este estilo de comportamento se proclama herdeiro do movimento  Italiano “Autonomia Operaria”, dos anos 70/80. Nada mais fantasmagórico. O que era um movimento “obreiro-anarquista” do radicalismo daqueles anos se transformou hoje num ajuntamento de turismo quebra-quebra concentrado em determinadas manifestações-chave, como as do 1º. de maio em Hamburgo e Berlim, ou as contra as reuniões do G-8, como em Rostock, em 2007.

Há dois estilos predominantes nas manifestações dos “Autonomen”. Ou “Chaoten”, como uma ala se denomina.

1) Seguem, como em Rostock, atrás da manifestação principal. Já no caminho, começam a depredar vitrinas de banco, de lojas, etc. Quanto a manifestação atinge o ponto de chegada – em geral uma praça onde há uma grande festa – eles se desgarram em direção a um ponto onde a polícia já está concentrada, e o pau começa. A galera na praça, entre barracas, cerveja, vinho, festa, acompanha à distância. Voam bombas incendiárias e lacrimogênias de parte a parte. As hostes investem umas contra as outras. Afinal as chamas de apagam. Na manhã seguinte – aqui é o país da Ordnung – não há mais vestígios: as vitrinas quebradas estão remendadas, as ruas estão limpas, os “Autonomen” estão voltando para suas casas, da Bulgária à Espanha.

2) O estilo 1º. de maio. Antes, este estilo imitava o primeiro. Agora mudou. No 1º. de maio, em Berlim, há uma grande festa de esquerda no bairro de Kreuzberg, uma confraternização entre nativos e imigrantes, coisa que na Europa é importantíssima, e de esquerda. Depois, quando a festa já está terminando, os “Autonomen” se reúnem e saem em passeata, aos gritos de “anti-anti-anti-capitalista”. O roteiro é previamente combinado. Da última vez pude seguir de perto as conversas entre membros da polícia, em civil ou fardados, e mebros dos  “Autonomen”, em frente à linha de medição mútua. Tudo cochichado, mas era evidente que informações passavam de lado a lado. Do alto da linha do metrô, que é de superfície no bairro, deu para ver a concentração de milhares de policiais no caminho traçado.Pois exatamente para lá seguiu a horda – sem pensar em alternativa. Daí é só atirar a primeira pedra, e pronto, a fumaceira do gás lacrimogênio, dos carros incendiados, das agências de banco queimadas, junto com os estilhaços das vitrinas se espalha pelo bairro. Se você estiver no caminho, azar o seu.

Fico pensando na loucura de tudo isto. É um estilo afeito ao narcisismo individualista que se espalha hoje feito praga. Não é mais necessário ter seu rosto na mídia, em seus quinze minutos, ou segundos, de fama. Basta ver os efeitos, e saber que a sua rede sabe que é você que está lá.

Mesmo que seu rosto seja apenas uma incógnita.

Sem dúvida, um fenômeno a ser estudado, não apenas reprimido.

Mas não a ser imitado. Democracia é outra coisa.

Redação

81 Comentários

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  1. Até que enfim! Só uma

    Até que enfim! Só uma ressalva: que se “estude” o “fenômeno” por lá tudo bem, por aqui a coisa é mais simples, enquadramento no Código Penal já é um bom começo. 

  2. Imbecilidade 1

    Em 31.07.2013, tentavam romantizar conduta de bandidos: “O Black Bloc não é uma organização e sim uma forma de protesto estética baseada na depredação dos símbolos do estado e do capitalismo”

    Incrível né, e saiu no site da Carta Capital:

    Manifestação

    O Black Bloc e a resposta à violência policial

    O Black Bloc não é uma organização e sim uma forma de protesto estética baseada na depredação dos símbolos do estado e do capitalismopor André Takahashi — publicado 31/07/2013 09:21, última modificação 31/07/2013 09:21 NELSON ALMEIDA / AFP PHOTOblack bloc sp

    Manifestantes durante ação, na terça-feira 30, contra concessionária de carros de luxo em São Paulo

     

    Durante o mês de junho as manifestações massivas contra o aumento das tarifas fizeram emergir novas dinâmicas no cenário político brasileiro, uma renovação da organização social que questiona os limites legais do status quo. A inovação e o choque desse outono de 2013 aconteceram porque a desobediência civil – tática histórica de movimentos contestatórios – teve uma aceitação popular jamais vista no Brasil desde a proclamação da república (sempre é bom lembrar que a proclamação da república foi uma quebra da institucionalidade).

    Surgiram alternativas de luta, cada qual com suas táticas. A ação direta não violenta das multidões veio em Porto Alegre no levante contra o aumento das tarifas, reforçado pelo Movimento Passe Livre (MPL) de São Paulo. Foram bloqueios de vias, abertura de catracas, escrachos (denúncia públicas de pessoas acusadas de violações de direitos, como ex-agentes da ditadura) e ocupações de prédios públicos.

    São ações questionadoras da ordem que, em muitas ocasiões, despertam resposta violenta da polícia e tentativas de criminalização por parte da grande mídia. Ao mesmo tempo, essas ações se colocam diretamente contra o Estado e os efeitos da exclusão econômica, partindo sem intermediários para a disputa do modelo de sociedade.

    Black Bloc. Paralelo a essa estratégia – e independente do MPL e congêneres – se manifestou nesse período a tática do Black Bloc, em grande parte como resposta à violência policial. O Black Bloc é composto por pequenos grupos de afinidade, muitas vezes feitos na hora, que atuam de forma independente dentro das manifestações. Mas, ao contrário do MPL, o Black Bloc não é uma organização ou coletivo e sim uma ideia, uma tática de autodefesa contra a violência policial, além de forma de protesto estética baseada na depredação dos símbolos do estado e do capitalismo. A dinâmica Black Bloc lembra mais uma rede descentralizada como o Anonymous do que um movimento orgânico e coeso.

    Utilizada primeiramente pelos movimentos autonomistas da Itália e da Alemanha, é muito presente na Europa e EUA, e mais recentemente nos países árabes, mas nunca havia encontrado condições para se desenvolver em solo brasileiro.

    O primeiro sinal de propaganda Black Bloc no país ocorreu no início dos anos 2000, durante o surgimento do movimento anticapitalista global (antiglobalização), mas foi descartado pelos ativistas autônomos da época por avaliarem a ação direta não violenta, manifestada principalmente nos protestos contra a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), estrategicamente melhor para o cenário brasileiro. Anos depois essa opção pela ação direta não violenta combinada com trabalho de base, organização horizontal e uso intensivo da internet influenciou a criação do MPL e outros movimentos autônomos, como a Bicicletada, o Centro de Mídia Independente e o Rizoma de Rádios Livres.

    No entanto, a ideia do Black Bloc nunca morreu, manifestando-se em escala menor e de forma bem isolada em manifestações anteriores. Nada muito significativo ou mesmo duradouro, sendo impulsionado por elementos anônimos que não deram continuidade à sua atuação. Mas a ideia estava lá, sempre lá, e na primeira oportunidade se manifestava em algum canto do País, geralmente como recurso para a autodefesa.

    Violência policial e autodefesa. Em junho o cenário de manifestações criou um ambiente favorável para o florescimento do Black Bloc brasileiro na sua forma de autodefesa. Em diversas capitais as mobilizações extrapolaram a capacidade organizativa dos grupos e movimentos que as desencadearam, criando movimentos multicêntricos onde cabem diversas estratégias, táticas e narrativas mobilizadoras. Como na maioria das cidades esse crescimento veio pela solidariedade popular pós-repressão, é coerente afirmar que a violência policial foi o fermento da indignação que levou a população às ruas no auge das jornadas de junho; e serviu como justificativa moral, segundo seus defensores, para a disseminação descentralizada da tática Black Bloc.

    Reações de autodefesa começaram a surgir no meio da massa de manifestantes, de forma cada vez mais organizada. No Rio de Janeiro, devido à intensidade da repressão e às condições geográficas e sociais da cidade, que aproximam bairro e favela, jovem de classe média e jovem da periferia, a intensidade da repressão policial e da resposta dos manifestantes foi maior.

    Apoio aos irmãos cariocas. Recentemente, na sexta-feira 26 de julho, houve um ato na avenida Paulista denominado “Ato em apoio aos irmãos cariocas versão sem pelegos”. Esse ato pode ser considerado um ponto de virada na narrativa do Black Bloc brasileiro. Pela primeira vez a ideia e a tática se manifestaram em sua plenitude na forma da manifestação direcionada para a destruição de propriedades privadas e públicas. Cerca de 300 pessoas percorreram o trajeto do Masp até a 23 de Maio destruindo bancos, bases policiais e veículos da mídia hegemônica. A polícia acompanhou a movimentação de longe, alegando esperar o reforço da Força Tática para iniciar a dispersão do ato.

    Na terça-feira 30, o ato chamado pelo Facebook, reuniu manifestantes contrários ao governador paulista, Geraldo Alckmin, e ao governo de Sérgio Cabral, no Rio de Janeiro. Alguns manifestantes picharam paredes, quebraram o vidro de uma concessionária e de agências bancárias na região. A Força Tática e a tropa de Choque da Polícia Militar seguiram atrás dos manifestantes.

    A retomada da polícia já havia sido prometida na página da Secretaria de Segurança Pública na internet, com o órgão dizendo que a PM agiria “com a energia necessária para evitar atos criminosos,” após agências bancárias e bases policiais terem sido danificadas na avenida Paulista na última sexta-feira. Com a ação de 220 oficiais, segundo a própria corporação, foram detidos 20 manifestantes. Destes, cinco ainda continuam presos por suspeita de formação de quadrilha, resistência à prisão, desacato e dano ao patrimônio público.

    Os protestos recentes e especificamente as manifestações Black Bloc têm sido usados como pretexto para pautar soluções repressoras. A mídia tem feito o trabalho de recortar as imagens de depredação e confronto sem o mínimo de contextualização, imprimindo a narrativa que melhor lhe convém, e muitas vezes criminalizando pessoas não envolvidas nos confrontos. Do outro lado, iniciativas midialivristas e os demais veículos de esquerda têm trazido outros pontos de vista sobre a questão, forçando uma pequena mudança na linha editorial dos meios hegemônicos como demonstrou o caso do ativista carioca Bruno, incriminado injustamente de ter atirado molotovs na polícia.

    Vale nos questionarmos como o Black Bloc vai impactar na disputa de imaginário da sociedade e como o estado e os demais movimentos vão lidar com essa novidade política. Com a expansão dessa tática será possível realizar novas ações diretas não violentas de multidão, convocadas pela internet, sem essas terminarem, necessariamente, em confronto físico?

    Como diferenciar o Black Bloc do agente provocador infiltrado, que está na manifestação apenas para criar fatos que justifiquem a repressão? A suspeita sobre os P2 levanta outra questão: até que ponto a violência por parte dos manifestantes serve aos interesses de determinado governo?

    Cada caso é um caso, e só nos resta avaliar cada conjuntura com lucidez, a fim de que não sejamos levados a tomar opinião direcionados por interesses ocultos. Formação política, clareza dos objetivos e capacidade de análise de conjuntura serão dos fatores determinantes para o futuro da ação direta urbana no Brasil, seja ela violenta ou não violenta

     

  3. Imbecilidade 2

    Aqui foram ainda mais longe na “romantização” do “movimento social” (Oi?) formado por bandidos, agora “ludicamente” misturados com os “garotos do tráfico”: 

    Percussão, música, funk, Pink Bloc, Black Bloc, socorristas, advogados e movimentos da periferia participaram juntos da retomada do território urbano

    Por Ivana Bentes

    Entre os Black Blocks e os Big Brothers cabe um mundo de desejos, táticas, articulações em nome de um Comum (Mídia NINJA)

    O Grito da Liberdade começou com uma ala de Black Block de braços dados e em silêncio e acabava com uma ala muito maior de Policiais no final. Entre esses dois extremos um mar de gente, movimentos, desejos.

    Emocionante calar a Av. Rio Branco inteira com 2 mil pessoas atravessando em silêncio a avenida ao som compassado e solene das batidas de tambores, só cortado pelos nomes lembrados de presos nas manifs, ativistas e sonhadores de todos os tempos.

    O Grito, como todas as manifestações têm sido, foi um ato de formação política, que teve que superar a autofagia (antropofagia dos fracos que comem e detonam o parceiro mais próximo) para tomar as ruas de forma linda e potente, recuperando o sentido estético e das diferentes linguagens nas manifestações políticas.

    O que prova essa manif? Que é inútil e simplista dividir os manifestantes entre “vândalos”, “mascarados” e os manifestantes pacíficos. Se gritam é uma dor que dói. Ou uma intensa alegria. Estamos todos juntos!

    É impressionante ver como os garotos da periferia do Rio estão se apropriando e emponderando da linguagem politica e estética das manifestações e vice-versa. Porque ali, de máscara ou cara lavada, com táticas lúdicas (performance, fantasias, carnaval politico) ou violência real e simbólica o que está sendo viralizado e se propaga por contagio e intensos debates é um desejo de transformação. Uma escola de ativismo em fluxo, processo político.

    Os Black Blocks, mas não só eles, todos os que sofrem o poder no corpo (jovens negros das favelas, população de rua e agora ativistas e midialivristas) colocam de forma muito explicita uma questão decisiva para todos nós: o monopólio da violência pelo Estado. E toda a pauta politica que isso implica: do fim das mortes nas favelas até a total desmilitarização da policia e a neutralização do poder de morte do Estado. Biopoder, poder sobre a vida, escancarado e colocado em xeque.

    Ao mesmo tempo está tomando corpo uma guerrilha popular de combate aos poderes nas ruas. Não se trata aqui de ficar com medo ou condenar. Mas de observar eentender, antes de tudo.

    E se os garotos do tráfico estão chegando junto das manifestações e se misturando nelas não se trata de expulsa-los ou denuncia-los, mas trazer para o lado de cá! Ou teremos fracassado não como manifestantes, mas como sociedade!

    Entre os Black Blocks e os Big Brothers (policia, mídia, todos os poderes) cabe um mundo de desejos, táticas, articulações em nome de um Comum.

    Fica menor (mesmo que necessário e parte do processo) o debate mal colocado contra os atores e atrizes “da” Globo que apoiaram o Ato, se posicionando como sujeitos políticos nessa disputa. É possivel e preciso politizar tudo, em diferentes níveis e esferas, inclusive a escolha dos aliados, nem sempre óbvia. Quem quiser apostar nos dualismo, no purismo, no moralismo, já perdeu! .

    O final do ato na Lapa _depois de uma manifestação com percussão, música, funk, Pink Bloc, Black Bloc, socorristas, advogados que estão nas ruas, garotos recém saídos das prisões arbitrárias, movimentos de periferia, silêncios, gritos de retomada dos territórios urbanas _ ainda vimos a aparição do Batman forte e do Batman pobre nos Arcos da Lapa junto com uma faixa pedindo a liberdade dos presos nas manifs.

    As manifestações brasileiras estão reinventando os super-heróis! Vindos das ruas e/ou dos quadrinhos. Batman “rico” e pobre, homem-aranha, um bandeirante, Saci Pererê…

    A Lapa virou uma praia noturna, onde ficaram todos pelo simples prazer de estar juntos. O fato destoante era o helicóptero da policia rondando do alto como num game em que se procura um alvo no chão, ameaçadoramente. Nós somos o alvo de um poder que foi por nós constituido? Nós, poder constituinte (Antonio Negri), a nós nos cabe romper com esse estado de coisas.

    Em um momento de tensão se descobriu um P2 no meio da dispersão. O que poderia virar um ataque ou linchamento no corre-corre foi desarmado e contido pelos próprios manifestantes e pelos Black Blocs, tornados força de paz.

    Ao final, os “quinhentos” (eram muitos!) policiais também fizeram a sua rodinha de convivência e bate-papo, tão a vontade que ficaram de costas para a aglomeração na praça tomada da Lapa.

    O que prova esse Grito no meio de uma escalada de repressão e ódio?

    Que podemos recomeçar tudo de novo e reinventar as manifestações e a cidade do Rio de Janeiro, todo dia.

    (Rio, 31/10/2013)

    Ivana Bentes é professora e diretora da Escola de Comunicação da UFRJ, coordenadora do Pontão de Cultura Digital da ECO/UFRJ.

     

  4. a insistência em falar sobre

    a insistência em falar sobre o Black Block demonstra a leniencia de setores petistas ao tratar as polícias militares. Não, senhores, não é mero detalhe que Dilma tenha costurado com Serra e Alckmin uma mensagem de solidariedade conjunta ao Coronel, agora os petistas repetem a mesma fórmula de se aliar ao PSDB contra o inimigo comum: os black blocks, para garantir o passeio suave até as eleições de 2014. A PM do Rio e de São Paulo são um amor e vão muito bem em suas funções, devemos mesmo é nos preocupar com a falta de ideologia de 300 exaltados (já que em termos de ideologia o PT e o PSDB também são o máximo do rigor).

    1. Só que não…
      Pelo fim dos Autos de Resistência. #AprovaçãodoPL4471

      #FimDosAutosDeResistencia

      A superprodução denominada História do Brasil é recheada de resistência, contestação, sangue, suor e lágrimas. Para desgosto dos convenientes historiadores oficiais, a acomodação e a passividade não fazem parte da nossa carga hereditária. Os mascates, os inconfidentes, os conjurados, os cabanos, os sabinos, os balaios, os alfaiates, os praianos, os quilombolas, os sertanejos de Antônio Conselheiros, os tenentistas, os farroupilhas, os “subversivos de 64”, os guerrilheiros do Araguaia , os sem-terra e os sem-teto e os caras-pintadas são alguns dos milhões de outros de brasileiros que, independentemente dos motivos, transformaram em ação o sonho da resistência. Eles demonstram que pulsa no sangue do brasileiro, pouco importando o exato lugar em que nascera, a compreensão de que lutar é preciso. Registram enfim, que não se pode mais aceitar a versão de que aqui reside um povo acomodado, despolitizado e que não ama a liberdade.
      As linhas escritas no hoje também carrega este paradoxo histórico entre o feito e o dito. As manifestações que se espalharam em cada canto e recanto do país eram apresentadas como sendo um inusitado e repentino protesto da juventude brasileira. Uma pacífica, inocente e passageira resistência aos governantes de plantão ou, não raro, aos lucrativos negócios da Fifa. Versões e propagandas eleitoreiras também surgiram de imediato. Mas as greves de categorias organizadas, os protestos do movimento estudantil, as barricadas de associações civis, as paralizações de serviços públicos, a união da cidadania contra a entrega do pré-sal e as ações defensivas de organizações da sociedade civil continuaram desafiando a lógica da acomodação. O tempo passou, mas a resistência social não.

      É neste contexto de necessária regulação da ação estatal que se faz importante o Projeto de Lei 4.471, de 2012, apresentado pelos deputados federais Paulo Teixeira (PT-SP), Fábio Trad (PMDB-MS), Delegado Protógenes (PCdoB-SP) e Miro Teixeira (Pros-RJ). Ele procura disciplinar o emprego da força policial, tratando do que se convencionou chamar de “resistência seguida de morte” ou “auto de resistência”. É o que propõe o seu artigo 292, assim redigido: “Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à captura em flagrante, ou ao cumprimento de ordem judicial, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar moderadamente dos meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência”. Regula-se, portanto, o dever estatal e o direito do cidadão. Neste caso, o chamado devido processo legal, o direito elementar do detido (seja lá quem for) de saber do que é acusado e, simultaneamente, do uso moderado para coibir a sua resistência.

      Há muito que conclama por uma atividade policial eficiente, investigativa, cidadã. Não mais se quer a confusão entre eficiência e arbitrariedade, rigor e truculência, justiça e linchamento. Afinal, não há qualquer conflito entre eficiência e legalidade. Muito pelo contrário: só há eficiência com legalidade. Caso contrário, em algum momento, a transgressão será cobrada — e a sociedade será chamada a repará-la. O projeto não pede que o Estado seja negligente com o crime. Ele quer rigor nas investigações, sem qualquer tipo de complacência, especialmente quando traça regras claras que, seguidas, evitariam as nulidades que geram impunidades.

      Ao tempo da ditadura a cidadania enfrentou a truculência da polícia política, indo aos porões em busca de contato com as vítimas da ilegalidade. Alguns sofreram agressões, ameaças, danos à integridade física. Restabeleceu-se o instituto do habeas corpus, como ponto de partida à luta pela redemocratização. Não se pode, agora, permitir retrocessos. E não perder de vista que a legalidade exige vigilância permanente, mesmo porque não é apenas nas ditaduras que os direitos humanos são ameaçados e violados. Também nas democracias, se não houver vigilância cívica. Essa vigilância que pretende estabelecer o projeto.

      Nas mesmas páginas da História que se conta no hoje, outros nomes passaram a ocupar os mesmos espaços. Vândalos, mascarados, black bloc, anarquistas e outras denominações tornaram-se conhecidos dos debates e das análises históricas. Lei de Segurança Nacional, tiros de borracha e letais, desacato, prisões coletivas e endurecimento estatal entraram em idênticos debates e análises especializados. O velho conflito “Caso de Polícia x Caso Social” voltou a dividir opiniões e ações do aparelho estatal. O ato e o auto de resistência outra vez faces da mesma escrita histórica. Dever e direito são linhas postas nos livros através dos óculos do historiador. Heróis e bandidos também.

      http://www.pt.org.br/secretarias

      1. ficarei feliz o dia em que a

        ficarei feliz o dia em que a Juventude do PT tiver alguma relevância dentro do partido. Eles inclusive estavam nas ruas juntos com o MPL contra o aumento do Haddad.

        Mas enquanto eles servirem apenas de argumento contra as críticas ao endireitamento do PT, é apenas vergonhoso.

  5. Recadinho del Sup Marcos

    Esquerdinha café-com-leite e direitaça em santa cruzada contra os jovens que contestam o sistema.

     

     Noviembre del 2013.

     

    CASOS ESPECIALES: L@s Anarquistas.

       Vista la campaña Anti Anarquismo que levantan las buenas conciencias y la izquierda bien portada, unidas en santa cruzada con la derecha ancestral para acusar a jóvenes y viej@s anarquistas de desafiar al sistema (como si el anarquismo tuviera otra opción), además de descomponer sus escenografías (¿lo de apagar la luz es para no ver a l@s anarquistas?), y que es llevada al delirio con calificativos como “anarco-halcones”, “anarco-provocadores”, “anarco-porros”, “anarco-etcétera” (por ahí leí el calificativo de “anarco-anarquista”, ¿no es sublime?), las zapatistas, los zapatistas no podemos ignorar el clima de histeria que, con tanta firmeza, demanda y exige que se respeten los cristales (que no muestran sino ocultan lo que pasa justo detrás del mostrador: condiciones laborales esclavistas, nula higiene, mala calidad, bajo nivel nutricional, lavado de dinero, defraudación fiscal, fuga de capitales).

    Porque ahora resulta que esas raterías mal disimuladas llamadas “reformas estructurales”, que el despojo laboral al magisterio, que la venta “outlet” del patrimonio de la Nación, que el robo que el gobierno perpetra contra los gobernados con los impuestos, que la asfixia fiscal – que favorece sólo a los grandes monopolios-, que todo es por culpa de los anarquistas.

    Que la gente bien ya no sale a las calles a protestar (oiga, pero si ahí están las marchas, los plantones, los bloqueos, las pintas, los volantes. Sí, pero son de maestr@s-transportistas-ambulantes-estudiantes-o-sea-nacos-y-nacas-y-de-provincia, yo digo gente bien-bien-del-df. -Ah, la mítica clase media, tan cortejada y al mismo tiempo despreciada y defraudada por todo el espectro mediático y político-), que la izquierda institucional también despoja los espacios de manifestación, que el “único opositor al régimen” ha sido opacado por los sin nombre una y otra vez, que a la imposición arbitraria se le llama ahora “diálogo y negociación”, que el asesinato de migrantes, de mujeres, de jóvenes, de trabajadores, de niñ@s, que todo es por culpa de los anarquistas.

    Para quienes militan y se reivindican como de la “A”, bandera sin nación ni fronteras, y que son parte de la SEXTA, pero que en verdad militen y no sea una moda de vestir o de calendario, tenemos, además de un abrazo compañero, un pedido especial:

    Compas Anarquistas: nosotros los zapatistas, nosotras las zapatistas, no les vamos a achacar nuestras deficiencias (incluida la falta de imaginación), ni los vamos a hacer responsables de nuestros errores, ni mucho menos los vamos a perseguir por ser quienes son.  Es más, les cuento que varios invitados en agosto cancelaron porque, dijeron, no podían compartir el aula con “jóvenes anarquistas, andrajosos, punks, aretudos y llenos de tatuajes”, que esperaban (los que no son jóvenes, ni anarquistas, ni andrajosos, ni punks, ni aretudos, ni llenos de tatuajes) una disculpa y que se depurara el registro.  Siguen esperando inútilmente.

    Lo que les queremos pedir es que, en el momento del registro, entreguen un texto, máximo de una cuartilla de extensión, donde respondan a las críticas y acusaciones que se les han hecho en los medios de paga.  Dicho texto será publicado en una sección especial de nuestra página electrónica (enlacezapatista.ezln.org.mx) y en una revista-fanzine-como-se-diga próxima a aparecer en el mundo mundialmente mundial, dirigida y escrita por indígenas zapatistas.  Será un honor para nosotr@s que en nuestro primer número esté su palabra junto a la nuestra.

    ¿Eh?

    Sí, sí se vale una cuartilla con una sola palabra que abarque todo el espacio: algo como “¡MIENTEN!”.  O algo más extenso como “Les explicaría lo que es el Anarquismo si pensara que van a entender”, o “El Anarquismo es incomprensible para los enanos de pensamiento”; o “Las transformaciones reales primero aparecen en la nota roja”; o “Me cago en la policía del pensamiento”; o la siguiente cita del libro “Golpes y Contragolpes” de Miguel Amorós: “Todo el mundo debería saber que el Black Bloc no es una organización sino una táctica de lucha callejera similar a la “kale borroka”, que una constelación de grupos libertarios, “autónomos” o alternativos, venía practicando desde las luchas de los squats (“okupaciones”) en los años 80 en varias ciudades alemanas” y agregar algo como “si van a criticar algo, primero investiguen bien. La ignorancia bien redactada es como una idiotez bien pronunciada: igual de inútil”.

    En fin, estoy seguro de que no les faltarán ideas.

     

    Desde las montañas del Sureste Mexicano.

    El SupMarcos.

    Conserje de la Escuelita y encargado de dar malas noticias.

    México, noviembre del 2013.

    1. Contestam não, reforçam o mesmo

      Karl Marx e Friedrich Engels mandam lembranças aos pequeno-burgueses, idealistas e fantasiados do black bloc…

       

      Há mais de 150 anos que o idealismo pequeno-burguês foi devidamente desmascarado pelos redatores do Manifesto Comunista.

      1. Acabaram as férias!

        Passado o PED, garantida a re-re-reeleição de lixos como o Rui Falcão e o Edinho. a matilha de cãezinhos de colo da MAV volta à atividade com os seus ladridos esganiçados contra a caravana da história.

      2. Vixe!

        “Há mais de 150 anos que o idealismo pequeno-burguês foi devidamente desmascarado pelos redatores do Manifesto Comunista.”

        Rapaz, você é uma caricatura do militante modelo. Não sabe do que fala, mas fala com ênfase. Parece uma reedição do meu irmão caçula, escolhido pela Folha nos anos 80 para ilustrar o tipo “Militante” da série sobre tipos jovens que a Ilustrada fez: camiseta do Che e cara de mau, com os retratos do Marx, do Engels e do Lênin atrás dele.

        Na época, ele era militante do braço estudantil do MR-8 e não admitia críticas ao camarada Quercia. Pra você ver a quantidade de porcarias que se esconde atrás da repetição ritual dos nomes do Marx e do Engels.
         

  6. Lá vem eles de novo!

    As hostes de caluniadores semiprofissionais da MAV, seguindo os ditames dos que se ensanham em enterrar o PT na defesa dos seus próprios interesses, voltam à carga contra o seu alvo predileto, desta vez com texto trazido diretamente das páginas do pasquim neostalinista chique Carta Maior, a revista que passa a vapor as dobras das ideias amassadas. E são aplaudidas pelas costumeiras legiões de admiradores do código penal e do sarrafo puro e simples.

    Com que então, o escriba da vez garante que ouviu os Autonomen na Alemanha gritarem que são anticapitalistas e cochichar informações prà polícia. A alegação é tão delirante que nem há por onde começar a contestá-la, sendo evidente a má-fé do seu autor; mas, para quem escreve numa revista que congrega a fina-flor do stalinismo com rosto humano, a difamação e a desonestidade intelectual são medalhas de honra.

    Agora são os colaboradores da polícia que acusam quem a enfrenta de colaborar com a polícia, no mais puro estilo do ladrão que grita “pega ladrão”. Vamos ver o que mais vão inventar.

    O terror abjeto em que vive o neostalinismo diante da perspectiva de perder o controle sobre os movimentos sociais seria cômico, se a mentira e a calúnia que o acompanham não fossem um lembrete do que essa gente é capaz.

     

    1. Acabaram as férias

      Passado o PED, garantida a re-re-reeleição de lixos como o Rui Falcão e o Edinho. a matilha de cãezinhos de colo da MAV volta à atividade com os seus ladridos esganiçados contra a caravana da história.

        1. Porco?

          Porco, tradicionalmente, é quem colabora com a polícia, o que não é o meu caso. E só tenho um chapéu — muito bom, é claro, um Stetson, o melhor do mundo, mas é um só.

        1. Aeh depende se a argumentação

          Aeh depende se a argumentação se baseia em convencimento ou demonstração, por isso pode ser fundamento subjetivo ou objetivo.  Até um simples axioma pode fundamentar qualquer coisa.  Não é sinal de inteligencia, mas de desperdicio de paciencia.

  7. Os que ousam criticar esse

    Os que ousam criticar esse movimento – aqui ou em outros ambientes – costumam ser alvos de réplicas falaciosas. A começar pela a que chamam de espantalho, ou seja, são impulsionadas(as críticas), segundo eles,  pelo petismo exarcebado dado que os black blocs são contra o governo do PT.

    O próprio Diogo Costa, uma voz estridente, radical às vezes, mas lúcida, e principalmente corajosa, já expressou no blog e no facebook os argumentos do autor do post. Em especial o caráter parasitário aos movimentos sociais desse movimento que se acha o supra-sumo do vanguardismo político. 

    De minha parte, condeno de forma veemente esse apelo pedante e inconsequente à violência estética como se este adjetivo de alguma forma esvaísse o caráter amoral, portanto danoso, dos atos violentos. 

    1. Que surpresa

      Você se colocando a favor do sistema ? Que surpresa. Porque será ?

      Os anarquistas não são contra o governo do PT, dos tucanos, de fulanos ou de ciclanos especificamente. Contestam o sistema que os encastela no poder, simples.

      1. E quem criou o tal

        E quem criou o tal “sistema”?

        Foi o PT e a esquerda ou foi a velha direita que domina este país há quase 500 anos?

        Quem criou um judiciário corporativista onde a pena do juiz é a aposentadoria compulsória? Foi a esquerda que está no poder há 10 anos ou foi a direita que dominou por quase 500 anos?

        Quem criou uma polícia truculenta e assassina? Foi a esquerda que está no poder há 10 anos ou foi a direita que dominou por quase 500 anos?

        Quem criou o “ter para ser”, a concentração de terras, a invasão das terras e a morte dos indígenas? Foi a esquerda que está no poder há 10 anos ou foi a direita que dominou por quase 500 anos?

        Poderia citar dezenas de outras coisas que que alimentam o tal “sistema”. Mas contra o que lutam exatamente os mascarados? Não são contra a direita nem e a esquerda e nem são a favor, colocam tudo no mesmo saco desprezando a história.

        Igualar partidos de esquerda e direita apenas reforça a ideia da velha mídia, que num momento de desespero tentam igualar para confundir o povo.

        Das duas uma: ou os mascarados apoiam consciente ou inconscientemente o discurso da velha mídia ou são manipulados por ela.

         

         

  8. A direita ressuscita pelas mãos dos fantasiados

    A DIREITA RESSUSCITA PELAS MÃOS DOS FANTASIADOS – Não há nenhuma novidade na ‘tática’ Black Bloc. Desde Seattle eles atuam em diferentes pontos do globo terrestre. O que mudou a política na América Latina não foi a ‘tática’ dos fantasiados. A mudança de época na América Latina, em especial na América do Sul, deveu-se a uma luta política travada durante décadas por partidos, movimentos e sindicatos de esquerda.

    O grande catalisador das mudanças econômicas, políticas e sociais da América do Sul, nos últimos 12 anos, foi a organização e a solidariedade de experiências entre partidos, organizações, sindicatos e movimentos sociais diversos, amalgamados primeiro no Foro de São Paulo, a partir de 1990, e, posteriormente, na experiência do Fórum Social Mundial, iniciado em Porto Alegre em 2001.

    Este Fórum que se repetiu na capital gaúcha em 2002, 2003 e 2005. Em todos esses fóruns colocou-se mais de 150.000 pessoas nas ruas. Pessoas de diversas partes do Brasil, da América Latina e do mundo inteiro. O Fórum Social Mundial foi o contraponto mais eficaz à desgraça neoliberal e foi justamente a forma de luta empreendida ali que começou a alterar a correlação de forças em nuestra America.

    Não foram fantasiados parasitas de movimentos sociais que soterraram a ALCA! Quem soterrou a ALCA foi Lula, Chávez e Kirchnner, na IV Cúpula das Américas, que foi realizada na cidade argentina de Mar del Plata, em novembro de 2005. E isso foi fruto de lutas sociais e políticas que acumularam forças durante décadas!

    Lá em Porto Alegre já tínhamos a presença dos parasitas fantasiados. Enquanto a massa de mais de 150.000 pessoas ocupava as ruas com pautas bem definidas, os parasitas iam com o único e primordial objetivo de entrar em confronto com a Brigada Militar, para deleite do Grupo RBS e dos outros órgãos da imprensa pestilenta que veiculavam dia e noite os confrontos entre os parasitas fantasiados dos movimentos sociais e a polícia, como se isso fosse o principal numa manifestação com mais de 150.000 pessoas, com gente do mundo inteiro!

    A ‘tática’ dos parasitas fantasiados só interessa à direita, só fortalece à direita, só dá os motivos que a direita precisa para aumentar cada vez mais a repressão. Os parasitas sequestram as pautas dos movimentos sociais e sindicais, não propõe nada que preste e destroem esses movimentos por onde passam, como tentaram fazer inutilmente nos Fóruns Sociais Mundiais e como fizeram, efetivamente, em vários outros movimentos, como o Occupy Wall Street.

    A direita só tem a ganhar com a ‘tática’ dos parasitas fantasiados. A esquerda que mudou a América dos Sul não tem nada, absolutamente nada a ver com esses parasitas fantasiados. Quem mudou a Venezuela não foram os parasitas fantasiados, mas sim a luta popular e de massas comandada por Hugo Chávez e pelo Movimento V República. Quem mudou a Bolívia não foram os parasitas fantasiados, mas sim a luta popular e de massas capitaneada por Evo Morales e pelo MAS. No Equador foi exatamente igual, na Nicarágua, idem, etc, etc e etc.

    A luta política é fundamental para alterar a correlação de forças em qualquer país do mundo. A ‘tática’ dos parasitas fantasiados é contraproducente, não presta para nada. Aliás, só presta para fortalecer a direita com as suas teses de aumento da repressão estatal, de endurecimento da legislação penal e de respeito à ‘ordem’.

    A esquerda deve se manter a centenas de léguas de distância desses parasitas fantasiados. A atuação desses grupelhos afasta as massas populares! A atuação desses grupelhos sequestra as pautas de luta dos movimentos sociais. A atuação desses grupelhos não contribui em nada, em absolutamente nada para a luta da esquerda, muito antes pelo contrário.

    São agentes a serviço da direita (voluntária ou involuntariamente). A ‘tática’ desses fantasiados pseudo revolucionários fortalece o campo dos demagogos e dos populistas que logo subirão nos palanques para defender a família, a propriedade e a ordem. 

    E, pior ainda, agem como milicianos “oferecendo” proteção para manifestantes! Ora tenha a santa paciência! Os movimentos sociais não precisam da proteção desses parasitas. Isso é falso, isso é uma maneira dos parasitas poderem se achegar nas legítimas manifestações e desvirtuá-las com as suas imbecis ‘táticas’ que só interessam à direita. A truculência policial aumenta justamente graças a ‘tática’ dos fantasiados!

    A única coisa que os parasitas fantasiados vão conseguir empreender (pelo menos vão tentar) é a destruição do processo de mudanças capitaneado pelas lutas populares, estudantis, sindicais e de diversos movimentos sociais, feita a duras penas durante décadas e mais décadas de acúmulo de forças na América do Sul.

    Porque os parasitas não foram às ruas quando vivíamos na época dura do neoliberalismo?

    Porque vão somente agora, quando a América do Sul experimenta um inédito processo de ascensão social, de distribuição de renda, de diminuição das desigualdades sociais, de afirmação das soberanias nacionais, da tão almejada integração econômica, política e social dos países da região, de vigência do mais longo período de democracia política tido e havido na história dos países sulamericanos? Porque será…

    Tem algo mais reacionário do que isto? Impossível, não há nada mais reacionário do que isto. A ‘tática’ dos parasitas fantasiados está sendo o oxigênio que a direita perdeu ao longo da última década. Só não vê isso quem não quer ver.

    1. Fantasiados e fantasias – e calúnias

      Vai lá repetir essa ladainha fántaso-caluniosa pro SupMarcos do EZLN, vai. Está aqui o endereço do artigo em que ele diz que será “uma honra” estar ao lado dos parasitas fantasiados no primeiro número da revista zapatista:  http://tiny.cc/a56d6w.

      Você pode explicar diretamente pra ele que ele está enganado e que você sabe toda a verdade sobre os mascarados — epa, não, desculpe, os outros mascarados, não os zapatistas.

      Ele você finge que não vê, né? Não dá pra chamar de, como é mesmo?, “pequeno-burguês idealista”…

  9. Abaixo a chantagem e o charlatanismo

    ABAIXO A CHANTAGEM E O CHARLATANISMO – Centenas de milhares de pessoas no Brasil são oriundas das lutas estudantis, sindicais e populares. A luta pela desmilitarização das polícias, pela sua unificação e pelo fim dos autos de resistência, por exemplo, é histórica, não é nova.

    Como também não é nova a luta contra o fim da Lei da Anistia (auto-anistia), pela punição aos torturadores, estupradores e ocultadores de cadáveres a serviço do regime militar. Estas centenas de milhares de pessoas que militam há décadas nos mais diferentes movimentos, do campo e da cidade, conhecem perfeitamente bem a mão pesada dos órgãos de repressão do Estado.

    Fundar a CUT em 1983 ou o MST logo em seguida foi uma experiência não muito agradável para os que se engajaram nestas duas grandes empreitadas.

    Tudo isto tem que ser dito e enfatizado porque hoje no país há uma espécie de esquizofrenia (muitas vezes estimulada propositalmente). Nesta esquizofrenia, um contingente considerável, majoritário entre os milhares de lutadores sociais do país tem sido colocados numa falsa e chantagista dicotomia.

    Fazer uma crítica contra a ‘tática’ Black Bloc virou uma automática e mentirosa aceitação das práticas policiais! Isto é uma aberração. Mas não é surpreendente que esse maniqueísmo cínico e mentiroso dos pés a cabeça esteja sendo utilizado. Nem mesmo partidos de esquerda que fazem oposição ao governo federal tem sido poupados.

    É o caso do PSTU, que já produziu documentos oficiais criticando a ‘tática’ dos anarcoprimitivistas e até mesmo de importantes figuras públicas do PSOL. Mais de uma vez, e desde o mês de junho, os alertas tem sido dados de forma insistente e até mesmo chata, de tão repetidas vezes que se tem feito tais alertas. Quais sejam?

    Os fantasiados são parasitas dos movimentos sociais, eles não tem nenhuma proposta sobre coisa nenhuma. Tem apenas o ódio comum contra absolutamente todos os partidos de esquerda (em especial contra o PT). Este grupo fantasiado possui também ligações com o Anonymous, braço da CIA que é utilizado há bastante tempo para provocar desestabilizações em distintos lugares do globo terrestre.

    Não são a mesma coisa, mas possuem laços cada vez mais estreitos.

    Como já foi dito inúmeras vezes anteriormente, setores da esquerda caíram no conto do vigário de que poderiam cerrar fileiras com máscaras e fantasias anarcoprimitivistas para conferir potência à sua luta política. No início, até pode ter rendido alguns frutos essa enviesada compreensão da realidade.

    Passado certo tempo, o que temos é a multiplicação de fatos onde movimentos sociais, estudantis e sindicais veem sequestradas as suas pautas por esses mesmos grupos que alguns românticos um dia decidiram apoiar. O saldo é que hoje não se fala mais nos movimentos sociais, sindicais, estudantis ou nas pautas dos mesmos. O que aparece cotidianamente nos meios oligopólicos de comunicação é o “saldo” das quebradeiras de vidraças, de ônibus, paradas de ônibus, lixeiras e caixas eletrônicos.

    A população passou aos poucos da alegria com a novidade fantasiada para a desconfiança e até mesmo para o repúdio puro e simples. E onde vai parar essa ‘tática’? Vai parar onde àqueles que se deram ao trabalho de conhecer um pouco mais a história recente já sabem de longa data.

    Vai parar na despotencialização dos partidos de esquerda, no alvorecer de partidos populistas, no reforço dos partidos conservadores que, mais cedo ou mais tarde, serão chamados para dar um jeito na “baderna” promovida pelos fantasiados. Ou seja, a ‘tática’ tem como efeito frutos muito pequenos e imperceptíveis. A ‘tática’ tem como efeito propiciar o discurso que a direita e que a polícia estão esperando para descer o sarrafo não apenas nos fantasiados, mas em todos os movimentos sociais. 

    A ‘tática’, ao fim e ao cabo, só interessa à direita. Foi assim que esses grupelhos destruíram movimentos, por exemplo, como o Occupy Wall Street.

    Nada de novo, tem sido assim em todos os lugares onde esses grupos conseguem um mínimo de enraizamento. Destroem os partidos de esquerda e não raras vezes surge um ‘Berlusconi’ da vida, populista, demagogo, defensor da família, da moral e da ordem, para dar vazão aos sentimentos já cansados de uma população ainda mais cansada de depredações.

    É necessário continuar a crítica ao aparelho repressor estatal, com tem sido feito há muito tempo. Mas é também necessário, e inadiável, que não se permita que as chantagens de charlatães de todos os naipes imperem neste momento.

    Ou seja, críticas às polícias, mas sem uma única concessão que seja aos charlatães que colocam a defesa de fantasiados ou de mascarados como sendo uma questão de princípios. Não, quem critica fantasiados, como o PSTU e outros partidos de esquerda, definitivamente, não está do lado da polícia!

    Quem diz o contrário, lamentavelmente, apresenta-se como um chantagista e como um mistificador, nada mais do que isto.

  10. O artigo é perfeito. Daqui há

    O artigo é perfeito. Daqui há pouco vai virar atração turística e os participantes, de um lado e do outro, vão acertar “os detalhes do espetáculo”.

    Só pode ser esse o destino disso, já que é um movimento que não tem propósito viável. São jovens que não tem o mínimo controle sobre as consequências de seus atos. Por isso, é alvo de oportunistas. Quer dizer, a coisa fica para lá de esquizofrênica. Os mascarados parasitam as manifestações alheias, mas no fundo quem maneja as consequencias disso tudo é um terceiro grupo

    Esse grupos podem ser tanto os bandidos contra o Beltrame aqui no Rio, e o PCC em São Paulo. Mas pode ser até inflitração do governo Cabral para sabotar as greves. Isso sem contar o braço internacional, nas articulações com o Anonymous Brazil e #changebrazil. 

    Dessa mistureba de interesses pode acontecer tudo, menos abalar o sistema capitalista

    1. Como na Síria

      Dessa mistureba de interesses pode acontecer tudo, menos abalar o sistema capitalista

      Disse tudo, pode acontecer até guerra civil, como na Síria, menos a derrubada do sistema capitalista que, é claro, sai é fortalecido e mais selvagem e ainda mais tosco, com direito a decapitações pelo crime organizado, como no México, Síria…

  11. Hora de mudar tudo
    Para essa esquerdinha café-com-leite que serve ao sistema, ratificando-o como “democracia” .Porcos !  

    “Vivemos um momento constituinte. É preciso pensar, atuar, propor como nunca”. Entrevista especial com Hugo Albuquerque

     

    “Existe hoje no Brasil, pela primeira vez desde os anos 1970, um duro questionamento sobre as regras do jogo. Por isso, diz-se que vivemos em um ‘momento constituinte’”, afirma o jurista.

    Foto: http://bit.ly/1iRXgv9

    O atual momento social e político do Brasil, onde se evidencia “melhora dos indicadores de vida” e “o esgotamento das instituições políticas”, reflete o fato de que a “maior parte das esquerdas deixou de propor uma alternativa ao sistema para, vejamos só, tornar-se parte dele”, avalia Hugo Albuquerque, em entrevista concedida àIHU On-Line, por e-mail.

    O jurista compara as manifestações que estão ocorrendo no país desde junho com o movimento europeu de maio de 68. “Cá como lá, a tensão entre as esquerdas que pretendem humanizar o Estado, e o capitalismo, e todo esse sistema que desumaniza e objetifica qualquer um, terminou por piorar as esquerdas. Ambas as experiências mostram que a tentativa de humanizar o sistema levou à desumanização de quem pretendeu isso”, pondera.

    Hugo Albuquerque interpreta as manifestações recentes como uma manifestação da “multidão”. Tal conceito, explica, representa “uma expressão de coletividade humana que emerge não pela homogeneidade, como o ‘povo’ ou a ‘sociedade’, mas sim por diferenças intensas que se desdobram continuamente. O Quilombo dos Palmares e uma série de outros eventos resistentes da nossa história são multitudinários”. A diferença, entretanto, das manifestações de anos atrás com as de hoje está amparada na “revolução das tecnologias de informação e comunicação”, que criou, “em escala global, uma disposição multitudinária da vida e do trabalho. Essa é a novidade, a maneira como a multidão emerge historicamente”. E acrescenta: “O Black Bloc e o avanço do anarquismo e do autonomismo entre os jovens, em detrimento do partido e das bandeiras socialistas clássicas, são uma marca deste novo mundo”.

    Albuquerque refuta as críticas de violência feitas aos Black Blocs e afirma que, ao avaliar o movimento, “o que importa não é a violência física, nós não vivemos em um sistema no qual a violência física realmente importa, não estamos na Idade Média: a modernidade se assenta sobre violências psicológicas, sujeições voluntárias e que tais. No caso, imagino que algo como o Black Bloc incomode por ser uma organização horizontal, anônima e de multidão: eles não podem ser efetivamente passíveis de uma ordem, não têm nome. Por outro lado, os movimentos reivindicatórios precisam sair da estética e chegar à política”.

    Hugo Albuquerque é jurista e mestrando em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP. Faz parte da rede Uninomade e é editor do blog http://www.descurvo.blogspot.com.

    Confira a entrevista.

     

    1. Malditas Eleições

      Chicho Sánchez Ferlosio, no Romanceiro de Durruti:
       
      “Que el mundo va a cambiar, nos dicen…
      que cuando votemos, nos escucharán.
      Si en cambio no votáis, nos dicen…
      los del otro lado nos aplastarán,
      y así se quedarán, nos dicen,
      con las manos libres para hacer su plan.

      Malditas elecciones, decimos,
      si la voz rebelde se domesticó.
      Malditas elecciones, decimos,
      quieren el gobierno,
      y nosotros no…”

      [video:http://www.youtube.com/watch?v=uKFgAt8SyFI%5D

       

  12. O Estado e a Revolução

    O Estado e a Revolução – Capítulo IV – Esclarecimentos Complementares de Engels

    2. Polêmica com os Anarquistas

    Essa polêmica remonta a 1873. Marx e Engels tinham inserto, numa publicação socialista italiana, uns artigos contra os prudhonianos “autonomistas” ou “antiautoritários”, e só em 1913 é que esses artigos apareceram na Neue Zeit, em tradução alemã.

    Se a luta política da classe operária – escrevia Marx ridicularizando os anarquistas pela sua negação da política – adquire formas revolucionárias, se os operários, em lugar da ditadura da burguesia, estabelecem a sua ditadura revolucionária, cometem um espantoso crime de lesa-princípios, pois que, para satisfazerem as necessidades do momento, necessidades lamentáveis e profanas, para quebrarem a resistência da burguesia, dão ao Estado uma forma revolucionária e passageira, em vez de deporem as armas e suprimirem o Estado.

    Eis aí essa apregoada “supressão” do Estado contra a qual Marx protestava tão violentamente na sua polêmica com os anarquistas! Não é, de maneira nenhuma, contra o desaparecimento do Estado simultaneamente ao das classes, nem contra a abolição do Estado simultaneamente à abolição das classes, mas contra a renúncia dos operários a fazer uso das suas armas, a organizar o emprego da força, isto é, o emprego do Estado, para “quebrar a resistência da burguesia”, que se insurgia Marx.

    Marx sublinha propositadamente, afim de que não deturpem o verdadeiro sentido da sua luta contra o anarquismo, “a forma revolucionária e passageira” do Estado, necessária ao proletariado. O proletariado precisa do Estado só por um certo tempo. Sobre a questão da supressão do Estado, como objetivo, não nos separamos absolutamente dos anarquistas. Nós sustentamos que, para atingir esse objetivo, é indispensável utilizar provisoriamente, contra os exploradores, os instrumentos, os meios e os processos de poder político, da mesma forma que, para suprimir as classes, é indispensável a ditadura provisória da classe oprimida. 

    Marx escolhe a forma mais incisiva e clara de colocar a questão contra os anarquistas: repelindo o “jugo dos capitalistas”, devem os operários “depor as armas”, ou, ao contrário, delas fazer uso contra os capitalistas, a fim de quebrar-lhes a resistência? Ora, se uma classe faz sistematicamente uso das suas armas contra uma outra classe, que é isso senão uma “forma passageira” de Estado?

    Que todo social-democrata pergunte a si mesmo: Foi a questão do Estado bem colocada na polêmica com os anarquistas? Foi essa questão bem colocada pela imensa maioria dos partidos socialistas oficiais da II Internacional?

    Engels desenvolve as mesmas idéias por uma forma bem mais detalhada e mais popular. Em primeiro lugar, põe a ridículo o erro dos prudhonianos, que se intitulam “antiautoritários”, isto é, inimigos de toda autoridade, de toda subordinação, de todo poder. Suponhamos uma fábrica, uma estrada de ferro ou um navio no alto-mar – diz Engels. Não será evidente que, sem uma certa subordinação e, por conseqüência, uma certa autoridade ou um certo poder, é impossível fazer funcionar qualquer desses aparelhos técnicos complicados, baseados no emprego das máquinas e na colaboração metódica de um grande número de pessoas?

    Se eu opuser esses argumentos – escreve Engels – aos adversários exasperados da autoridade, eles se entrincheirarão atrás desta única resposta: “Sim, é verdade, mas não se trata da autoridade que conferimos a esses delegados, e sim da missão de que os encarregamos”. Essa gente imagina que pode mudar as coisas modificando-lhes o nome. Assim, esses profundos pensadores zombam realmente do mundo.

    Depois de ter assim demonstrado que autoridade e autonomia são noções relativas, que o seu emprego varia segundo as fases do desenvolvimento social e que é absurdo considerá-las como absolutas; depois de ter acrescentado que o papel das máquinas e da grande indústria vai aumentando constantemente, Engels passa, das considerações gerais sobre a autoridade, para a questão do Estado.

    Se os autonomistas se tivessem contentado em dizer que a organização social do futuro não admitirá a autoridade senão nos limites que lhe são traçados pelas condições mesmas da produção, poderíamos entender-nos com eles; mas eles são cegos para todos os fatos que tomam indispensável a autoridade, e declaram guerra a esta palavra.

    Por que é que os adversários da autoridade não se limitam a gritar contra a autoridade política, contra o Estado? Todos os socialistas estão de acordo em que o Estudo e, com ele, a autoridade política desaparecerão em conseqüência da revolução social futura; isso significa que as funções públicas perderão o seu caráter político e transformar-se-ão em simples funções administrativas que zelarão pelos interesses sociais. Mas, os adversários da autoridade exigem que o Estado político seja suprimido de uma vez, antes mesmo que sejam suprimidas as condições sociais que o criaram. Reclamam que o primeiro ato da revolução social seja a supressão da autoridade.

    Esses senhores já terão visto alguma revolução?

    Uma revolução é, certamente, a coisa mais autoritária que há, um ato pelo qual uma parte da população impõe a sua vontade à outra, com auxílio dos fuzis, das baionetas e dos canhões, meios por excelência autoritários; e o partido que triunfou tem de manter a sua autoridade pelo temor que as suas armas inspiram aos reacionários. Se a Comuna de Paris não se tivesse utilizado, contra a burguesia, da autoridade do povo em armas, teria ela podido viver mais de um dia? Não poderemos, pelo contrário, censurá-la por não ter recorrido suficientemente a essa autoridade?

    Assim, pois, de duas uma: ou os adversários da autoridade não sabem o que dizem, e nesse caso só fazem criar a confusão, ou o sabem, e nesse caso traem a causa do proletariado. Em qualquer dos casos não fazem senão servir à reação.

    As questões abordadas nessa passagem serão examinadas no capítulo seguinte, quando tratarmos das relações da política e da ciência econômica no momento do definhamento do Estado, como sejam a questão da transformação das funções públicas, de funções políticas que são, em simples funções administrativas, e a do “Estado político “. Esta última expressão, suscetível, aliás, de provocar mal-entendidos, evoca o processo do definhamento do Estado: um momento há em que o Estado em vias de definhar pode ser chamado de não-político.

    Na passagem de Engels, o que há de mais notável é a forma como ele coloca a questão contra os anarquistas. Os social-democratas, que pretendem ser discípulos de Engels, desde 1873 já entraram milhões de vezes em polêmica com os anarquistas, mas o fizeram precisamente como os marxistas não podem nem devem fazê-lo. A ideia da supressão do Estado, nos anarquistas, é confusa e desprovida de alcance revolucionário – foi como Engels pôs a questão. Os anarquistas recusam-se justamente a ver a revolução na sua origem e no seu desenvolvimento, nas suas tarefas próprias em face da violência, da autoridade, do poder e do Estado.

    A crítica do anarquismo, para os social-democratas contemporâneos, reduz-se a esta pura banalidade burguesa: “Nós somos partidários do Estado, os anarquistas não!”. Compreende-se que uma tal chatice não deixe de provocar a aversão dos operários, por menos refletidos e revolucionários que sejam. A linguagem de Engels é outra: ele faz ver que todos os socialistas admitem o desaparecimento do Estado, como uma conseqüência da revolução socialista. 

    Em seguida, ele formula concretamente a questão da revolução, a questão precisamente que os social-democratas oportunistas deixam habitualmente de lado, abandonando, por assim dizer, aos anarquistas o monopólio desse “estudo”. Ao formular essa questão, Engels pega o boi pelos chifres: não deveria ter a Comuna se utilizado melhor do poder revolucionário do Estado, isto é, do proletariado armado, organizado como classe dominante?

    A social-democracia oficial e majoritária tem sempre evitado a questão da missão concreta do proletariado na revolução, ora por um simples sarcasmo farisaico, ora, quando muito, por esta frase evasiva e sofisticada: “Mais tarde se verá!”. 

    Mas, também, estão os anarquistas em boa situação para revidar a essa social-democracia que ela está faltando ao seu dever, que é o de fazer a educação revolucionária dos operários. Engels, esse, aproveita a experiência da última revolução proletária para estudar, da forma mais concreta, as medidas que o proletariado deve tomar em relação aos Bancos e ao Estado, e como deve torná-las.

    http://www.marxists.org/portugues/lenin/1917/08/estadoerevolucao/cap4.htm

    1. Mais um copia e cola da lavra desonesta do,

      Analista político de Bagé. Seria uma infantilidade, se não fosse uma deformação de caráter, sua mania de citar autores revolucionários fora de contexto, para justificar políticas que os mesmos condenaram em suas vidas. A quem ele quer enganar, não se sabe.
       
      Onde aparece no texto de Lenin, qualquer defesa da repressão policial e a criminalização dos anarquistas, pelo estado capitalista, como o dioguinho defende, para que seu partido e aliados pratiquem? Por acaso, o PT promoveu uma revolução que erradicou o estado capitalista no Brasil? As palavras seguintes de Lenin no texto poderiam quase caber no PT:
       
       A social-democracia oficial e majoritária tem sempre evitado a questão da missão concreta do proletariado na revolução, ora por um simples sarcasmo farisaico, ora, quando muito, por esta frase evasiva e sofisticada: “Mais tarde se verá!”.
       
      Porém existe o “detalhe”, nem o “mais tarde se verá!” é pronunciado pelo petismo; a causa socialista tem de ser abafada em silêncio, não pode atrapalhar a coligação da  base aliada, os acordos com o PMDB, os interesses do Sarney, os votos do Malafaia,etc; a coligação ampla, do maior saco de gatos político, ‘nunca antes conhecido na história deste país’, que visa maior espaço no horário eleitoral, para se perpetuarem no poder pelo poder. Imagina se Lenin tinha lá preocupação, com o horário político do TRE; mas dioguinho insiste em se apresentar como “leninista”.
       
      Como não tem mais o que acrescentar, anda em baixa o seu repertório, deve ter dado folga aos seus redatores, o dioguinho agora copia e cola a si mesmo e fica se repetindo; como se vê nesses dois exemplos a seguir, nos comentários publicados em outras épocas, mas hoje repetidos aqui nesta postqgem:
       

      Abaixo a chantagem e o charlatanismo

      ter, 29/10/2013 – 12:56
       
       
      ABAIXO A CHANTAGEM E O CHARLATANISMO – Centenas de milhares de pessoas no Brasil são oriundas das lutas estudantis, sindicais e populares. A luta pela desmilitarização das polícias, pela sua unificação e pelo fim dos autos de resistência, por exemplo, é histórica, não é nova.
       
      Continua aqui: https://jornalggn.com.br/noticia/do-glamour-a-condenacao-dos-black-blocs#comment-128279 ;
      ou aqui: https://jornalggn.com.br/noticia/fantasias-e-ilusoes-sobre-a-legitimidade-dos-black-blocs#comment-142856

      Os Black blocs, o anarcoprimitivismo e uma análise da situação

      dom, 27/10/2013 – 08:05 – Atualizado em 28/10/2013 – 10:04
      Diogo Costa
      Comentário ao post: Dilma presta solidariedade a policial agredido em São Paulo

      A ruína da esquerda

      Alguém já teve o ‘imenso prazer’ de visitar páginas do Black Bloc?  O ódio visceral dessa gente contra todos os partidos de esquerda (e em especial contra o PT) é digno de estudos psiquiátricos. Me obrigo a repetir pela milésima vez (como o faço desde junho), esse coletivo anarcoprimitivista tem como objetivo principal a destruição do Estado.

      Continua aqui: https://jornalggn.com.br/noticia/os-black-blocs-o-anarcoprimitivismo-e-uma-analise-da-situacao ;
      ou aqui: https://jornalggn.com.br/noticia/fantasias-e-ilusoes-sobre-a-legitimidade-dos-black-blocs#comment-142916

       

       

       

          1. Volta para o casulo, verme

            Podre é a tua burrice, seu safado sem vergonha. Tu é um lacaio, um verme, não mais do que isto.

          2. Tá nervosa, nega?

            Olha que a “anarquista” vai ficar brava com você, hã?

            “Verme” é quem chama a polícia. “Lacaio” é quem lambe bota de PM. E “burrice” é caluniador a soldo achar que engana alguém.

          3. Ah, a galera!

            O aprendiz de grande líder e militante modelo Diogo Costa ensaia as suas armas na arena da demagogia barata, jogando prà galera e se achando o máximo.

          4. Na falta de argumentos p/ responder, apela para o ataque pessoal

            Nao tem como responder ao que o Diogo disse, porque seu comentário anterior foi realmente sexista, homofóbico e racista. Entao apela para o ataque pessoal. Baixo nível pouco é bobagem mesmo. 

    2. Ridículo

      Pare de posar de marxista-leninista que você fica rídiculo nesse papel, desde que começou a interpretá-lo para combater os anarquistas.

      Se quer sê-lo, pelo menos atualize-se, leia o que escrevem grandes pensadores sobre o progresso do leninismo após a experiência do socialismo de Estado soviético e os caminhos da revolução russa, que em setenta anos não conseguiu abolir o Estado e nem sequer transformá-lo em uma democracia plena, embora tenha conseguido avanços memoráveis se comparado a outras nações.

      Se você ainda não conseguiu perceber, 100 anos se passaram e a primeira grande experiência marxista fracassou justamente porque não entregou aquilo que prometeu: a igualdade. O Estado soviético tornou-se algo muito parecido aos Estados burgueses quando se percebe que o Estado, justamente por continuar a ser um Estado nos moldes burgueses, impondo a sua vontade ao povo, pairando sobre a sociedade como um fantasma, permitiu a manutenção de uma elite sórdida e prepara para o retorno ao Estado burguês, proprietários que se tornaram, novamente, de toda a riqueza do povo russo.

      Infelizmente querido, queira você admitir ou não, a teoria que se realizou na prática foi a de Bakhunin, e não a de Lenin :

      Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e por-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana.

      Então, infeliz, dá licença, tire suas velhas idéias do caminho.

  13. Repito

    O terror abjeto em que vive o neostalinismo diante da perspectiva de perder o controle sobre os movimentos sociais seria cômico, se a mentira e a calúnia que o acompanham não fossem um lembrete do que essa gente é capaz.

  14. A ruína da esquerda

    Alguém já teve o ‘imenso prazer’ de visitar páginas do Black Bloc?  O ódio visceral dessa gente contra todos os partidos de esquerda (e em especial contra o PT) é digno de estudos psiquiátricos. Me obrigo a repetir pela milésima vez (como o faço desde junho), esse coletivo anarcoprimitivista tem como objetivo principal a destruição do Estado.  

     

    Todo anarquista que se preze propugna pela destruição do Estado. Ocorre que a hipotética destruição do Estado não elimina a luta de classes. O Estado sempre existiu, seja na Roma antiga ou na Grécia dos grandes filósofos. 

    O Estado sempre esteve presente, em diferentes formas, e acompanhou os diferentes modos de produção existentes até hoje. Quais sejam, o modo de produção escravista, asiático (servidão), feudal e capitalista. Não existe essa fantasia anarquista de ‘destruição do Estado’. 

    Se existisse, voltaríamos ao tempo do comunismo primitivo, ou seja, ao tempo das cavernas e da pedra lascada! 

    É aí que começam e tornam-se irreconciliáveis as posições de anarquistas, em relação aos socialistas e comunistas. E é aí que começam as divergências tidas e havidas entre Marx e Bakunin, que culminaram com a expulsão do anarquista da Primeira Internacional Socialista, em fins do século XIX. 

    Além dessa diferença irreconciliável, tem também a questão da forma, dos métodos de luta. O anarquismo nunca fez e nunca fará nenhuma revolução em nenhum lugar do globo terrestre! 

    Voltando ao tema do Black Bloc, insisto, a esquerda perde um admirável tempo romantizando esse grupo. Esse pessoal rejeita cabalmente as experiências do socialismo e do comunismo, rejeitam cabalmente Marx, Engels, Lênin, Trótski, Rosa Luxemburgo ou Antonio Gramsci. 

    Rejeitam todos os partidos de esquerda! 

    O objetivo do anarcoprimitivismo é acabar com o Estado, o que a experiência histórica comprova ser uma imbecilidade completa, querem fazer a roda da história voltar no tempo, outra imbecilidade histórica… É mais ou menos como uma espécie de ‘ludismo’ fora de época.

    Programática e estrategicamente, a esquerda não tem absolutamente nada a ganhar com as práticas e formas de luta desse pessoal. 

    As formas de luta desse pessoal, em todos os lugares e em qualquer tempo, só fortalecem as teses conservadoras e a direita, ao mesmo tempo em que promovem a derrocada dos partidos de esquerda, sempre, por onde quer que passem. 

    É preciso frisar que o objetivo deste texto não é criminalizá-los (isto eles conseguem fazer sozinhos, e levam toda a esquerda junto…), mas sim alertar para os equívocos daqueles que apoiam as táticas historicamente equivocadas desses grupos anarcoprimitivistas. 

    A ruína da esquerda no Brasil será proporcional ao tamanho do romantismo que a mesma dispensa a grupos que pretendem, ideologicamente, destruí-la.

  15. No momento em que alguns

    No momento em que alguns “manifestantes” confessaram a polícia carioca estar a soldo de políticos regionais , segundo os tablóides , e da suposta presença de gringos na base do movimento ,  é bom manter prudência nas análises . Para mais ou para menos…

  16. Não mude de assunto

    Se sou ou não um idealista pequeno-burguês é uma preocupação que deixo à fantasia neostalinista sobre o que seria o marxismo. O fato é que chamei o Flavio Aguiar de mentiroso (e fui obviamente censurado no papel higiênico maior em que ele escreve) e reafirmo: é um mentiroso barato. Que ele cite um único testemunho europeu do que mente ter visto.

    E assim como ocorre com a polícia, quem difunde mentiras alheias é…

    1. um submentiroso;
    2. um grande revolucionário;
    3. uma máquina automática de citações do Marx e do Engels;
    4. um caluniador semiprofissional momentaneamente sem inspiração para inventar as suas próprias mentiras.

    As suas respostinhas ad hominem só convencem os seus amiguinhos já convencidos: os submentirosos, os caluniadores semiprofissionais, os admiradores do código penal e os colaboradores da polícia.

    Aliás, falando em amiguinho, pelo seu silêncio vê-se que alguma  “anarquista” já mandou você fechar a torneira de novo…

  17. É um movimento contra o

    É um movimento contra o Estado Brasileiro, e por conseguinte, contra toda a sociedade brasileira.

    Deve ser investigado e duramente punido pela lei brasileira.

    Com prioridade total.

    1. O Deus

      Ah, esse Deus chamado Estado. Sem ele você não saberia viver, não é mesmo ?

      Tal qual uma religiaão,  precisas dele para te dizer o que é permitido e o que é proibido.

       

  18. Em más companhias

    No auge da tentativa de desestabilização do governo Lula, durante o primeiro governo, Luis Fernando Veríssimo falou que não poderia se colocar contra o governo porque isso faria com que ficasse em péssima companhia. Ele se referia, claro, ao Mainardi, Azevedo, Noblat, Merval, Cantanhede, et caterva. A história se repete, ficar ao lado dos meliantes dos Black Bostas te deixa em péssima companhia, péssima. 

    1. Tá certo

      Quando iletrados pinçam frases de pensadores aqui e ali, pode ter certeza, sai merda.

       

      Provocações – Luis Fernando Veríssimo

      A primeira provocação ele agüentou calado. Na verdade, gritou e esperneou. Mas todos bebês fazem assim, mesmo os que nascem na maternidade, ajudados por especialistas. E não como ele, numa toca, aparado só pelo chão.
      A segunda provocação foi a alimentação que lhe deram, depois do leite da mãe. Uma porcaria. Não reclamou porque não era disso.
      Outra provocação foi perder a metade dos seus irmãos, por doença e falta de atendimento.
      Não gostou nada daquilo. Mas ficou firme. Era de boa paz. Foram lhe provocando por toda vida.
      Não pôde ir à escola porque tinha que ajudar na roça. Mas aí lhe tiraram a roça. Na cidade, para onde teve que ir com a família, era provocado por todo lado. Resistiu a todas.
      Morar em barraco. Depois perder o barraco, que estava aonde não podia estar. Ir para um barraco pior. Ficou firme.
      Queria emprego, só conseguiu subemprego. Queria casar, conseguiu uma submulher. Tiveram subfilhos. Subnutridos. os que foram substituídos. Para conseguir ajuda, só entrando numa fila. E a ajuda não ajudava. Estavam lhe provocando.
      Gostava da roça. O negócio dele era a roça. Queria voltar pra roça. Ouvira falar de uma tal de reforma agrária. Não sabia bem o que era. Parece que a idéia era lhe dar uma terrinha. Se não era outra provocação, era uma boa. Terra era o que lhe faltava.
      Passou anos ouvindo falar em reforma agrária. Em voltar à terra.
      Em ter a terra que nunca tivera. Amanhã. No próximo ano. Concluiu que era provocação. Mais uma.
      Finalmente ouviu falar que a reforma agrária vinha mesmo. Pra valer. Garantida. Se animou. Se mobilizou. Pegou a enxada e foi brigar pelo que pudesse conseguir. Estava disposto a aceitar qualquer coisa. Só não estava disposto a agüentar provocação.
      Aí ouviu falar que a reforma agrária não era bem assim. Talvez amanhã. Na décima milésima provocação, reagiu… E ouviu espantado, as pessoas dizerem, horrorizadas com ele:
      – Violência não!

  19. Eles colocaram a violência no centro

    Digam o que quiserem sobre os black blocs.

    Mas eles tiveram o mérito de tirar a violência da periferia e leva-la para o centro.

    Da cidade e da tela.

    Escancararam a cara da polícia e todo mundo percebeu.

    Até ela.

    A surra do coronel foi outro tiro no pé.

    Da polícia narcisista, dopada pela violência e encantada pelo sucesso na TV.

    1. “Digam o que quiserem sobre

      “Digam o que quiserem sobre os black blocs.”

      Obrigado, Jura. Mas e quando você revogar essa bondosa permissão, quem irá garantir que a sua nova ordem seja atendida, os blacbobos?

      Mas, já abusando de sua momentânea generosidade, não é verdade que os bb tenham acabado com a violência na periferia e nem que a tenham levado ao centro, já que sua ação, pela irrelevância política e numérica, não afeta nem afetará coisa nenhuma neste país , ao contrário da Líbia, Egito e Síria, como alguns comentarista já citaram aqui. Graças a Deus.  

    2. ?

      “eles tiveram o mérito de tirar a violência da periferia”

      ?

      essa é nova pra mim

      “…e leva-la para o centro.”

      A polícia do alkmin fez isso sozinha

       

    3. Mas q “maravilha” d resposta. Ela aplaude a extensao do arbítrio

      Que coisa ótima, nao? Em vez do arbítrio ser menor, passa a ser maior. E a D. Jura acha isso ótimo… 

      Cara, isso nao é novidade nenhuma trazida pelos BBs. Você já era adulta na época da Ditadura? Os militantes de extrema esquerda eram em maioria de classe média ou alta. Tanto Franklin quanto Vladimir, por ex., eram filhos de senadores. E pergunta se a repressao nao se abateu sobre eles. Se abateu até, embora de forma menos grave, sobre artistas em voga, como Caetano, Gil e Chico. Que maravilha de justiça social, hem? Parece que bebe! 

  20. Bom texto. Nem difamador dos BBs, nem indulgente

    Caracteriza bem o papel nocivo que eles exercem quando pegam carona nas manifestaçoes dos outros. Mas reconhece que há gente bem intencionada no movimento, embora equivocada. E nao fica no discurso perigoso de pedir legislaçoes mais duras, aplicaçao de penas mais duras, etc., o que seria um risco para os movimentos sociais em geral. 

      1. Vc, como reacionário, é constitucional/ incapaz d ver a diferenç

        Se alguém nao é capaz de ver essa diferença, nada que eu pudesse dizer esclareceria. 

      2. Que beleza!

          Nem a extrema direita nem a “extrema esquerda” consegue distinguir MST de blackbloc, que visão mais acurada! O PT está disputando uma partida de futsal pra cegos ehehe mas ele enxerga enquanto os outros tentam seguir o guizo da bola.

  21. Ecos do Passado

    Dia 30.10.2013, postei o seguinte comentário, sob o título: Ideia de Jerico-3, sobre o Gilberto Carvalho querer receber os meliantes do black Bosta: 

    1. Ao abrir o diálogo com os Black Bostas, o governo federal atribui status de movimento social a bandidos;

    2. Os Black Bostas são um problema afeto às Secretarias de Segurança dos respectivos estados. Ao federalizar o problema, tirou do colo dos governadores e botou no próprio. O Natal chegou mais cedo para o Alckmin e o Sergio Cabral;

    3. Se os Black Bostas forem recebidos pelo governo federal, nunca mais sairão das ruas.

    x-x-x-x-x-x-

    Maurício Dias, na Carta Capital desta semana: 

    Ecos do Passado

    É nítida a preocupação de Dilma ao condenar com rigor as ações violentas dos black blocs. 

    Ela não quer deixar espaço para que alguém, agora ou no futuro, faça ligação entre eles e os grupos que se armaram, nos anos 1970, para derrubar a ditadura. 

    Dilma, que pegou em armas no passado, paga um preço. 

    Como presidenta, descuidadamente, deu aos encapuzados um status político que eles não tinham.

    Pois é…

  22. Só uma correção

       Houve duas “manifestações de blackblocs”, uma contra o aumento de IPTU em são paulo, em frente a casa do Haddad, vejam que pauta esquerdista, outra no rio dessa vez em apoio à sí proprios reclamando de integrantes  presos. Interessante notar a pauta direitista em São Paulo, todos os manifestantes de preto, não houve nehum pingo de confusão e as manchetes dessa vez foram sobre o propósito do protesto, “aumento de IPTU”. no Rio parece que houve um manifestante preso mas nada da batalha campal dos protestos anteriores.

       Aqui vai mais uma vez um importante depoimento da nossa suposta extrema esquerda:

    é preciso muita paciência e bom humor, mas  entre “eeeeees” e “nés” que predominam na “conversa” você houve coisas do tipo “não entendo aumento de IPTU, se não há inflação pra quê aumento”(sic), ass pesolista, black bloc: “eu sou contra o estado se meter em certas coisas como no negóco das montadoras, por que que o estado tem que se meter ?” oha que só só vi pequenos trechos

     

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=XFABstMk9r0%5D

    achou pouco éeeee

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=z5TwUGz8K3c%5D

     

    esses são “nossos heróis”

    esquerdismo puro não acham ?

    nas ruas

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=0e-Pt_Ve1cw%5D

    aqui a harmonia dos BBzinhos com o resto os manifestants “NÃO FOI O POVO NÃO” “SEM VIOLÊNCIA”

    “reagindo à polícia” e protegendo manifestantes

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=oHyfFeUT1-s%5D

     

  23. Estão se devorando?

    Não foi à toa que o maior matador de esquerdistas em geral foi o generalíssimo Stálin. Superou a dupla Lênin e Trotsky.

    No duelo Costa-Bueno quem é Bronstein? Quem é Djugachivili? Ou será Mikhail Aleksandrovitch?

    Caso compareçam ao sarau do Nassif aconselho a retirarem do ambiente todas as picaretas…

    Mas voltando aos black blocs… já tivemos no passado brown bloc, black bloc, red bloc, green bloc, blue bloc e todos eles nunca tiveram nada de democráticos…

  24. Esses oposicionistas são uma marvilha pro PT

     Será que não percebem ? que maravilha de divulgação pró PT, vai ser melhor que xingar médicos cubanos, melhor que isso só os BlackBonzões em pessoa xingando o PT enquanto destroem a cidade, só que eles ficam quietinhos em frente a casa do Haddad.

  25. De Berlim a Seattlle

       Os BBlocks, devem ser analizados como uma reação exacerbada de conflitos sociais, referentes a demandas reprimidas de parte da sociedade, que não se consideram representadas através dos usuais processos politicos representativos. São um sintoma, não uma doença, a qual a analise do articulista, tendenciosa, não contempla;aparentemente, ele não conheceu o que ocorreu em Rostock ou em Berlim (somente ouviu ou estudou, mal), ações completamente diferentes, das ocorridas em Seattlle ou no Brasil, mas semelhantes de origem as que ocorreram hj. na Polonia.

        Um fenomeno completamente previsivel, com carater de grupo, e formado através de redes sociais, potencializado e matrizado ( matemática, logaritmo), que arregimentando pessoas de caracteristicas originais dispares, atingem seus anseios grupais ( conceito de “grei”), e partem para ações que individualmente não fariam, mas em grupo, apoiados por esta “grei virtual”, investem contra simbolos, que consideram opressivos.

         Suas ações irão continuar ? Claro que sim, nas rebarbas e “segurança” de manifestações publicas, eles são a “tropa de choque”, e aceitos por estas manifestações, “boi de piranha”, vão apanhar e proporcionar midia para os manifestantes – é do jogo: manifestação sem depredação, não dá midia – manifestantes os usam, e eles delas se utilizam – é “dialético”.

         O Estado e a segurança publica: Não é possivel um dialogo, nem mesmo é possivel a criminalização de movimentos legitimos por eles protegidos ( a lei não contempla este tipo de associação), portanto a contenção, não explicita ou violenta ( que é o que eles procuram), deve ser reduzida ao minimo – a parte tatica, de como anular este tipo de manifestação exogena da original, só comento se me pagarem. ( o sistema Seattlle, no Brasil, “o batalha naval” ou “envelopamento”, não deu certo).

           Ocorrerá na Copa e Olimpiadas ?  É obvio que sim, e já planificado na doutrina, são ações manifestantes, de ambito nacional, com NÃO compremetimento terrorista – apenas shows midiaticos, como os que ocorreram em Londres, Africa do Sul ,Alemanha e França (94) – perfeitamente legitimas para analises internacionais, mostram uma sociedade atuante, comum a outros paises, diferentemente da China (Olimpiada de Pequim), que proibiu qualquer tipo de manifestação, o que já é usual naquela sociedade controlada.

             Calma gente, eles vieram para ficar, agora cabe as estruturas do Estado, saber como lidar com eles, sem paranóia ou complexos de perseguição, tipo: são a “direita neurótica”, “anarquistas”, “trotskistas “, ou qualquer outra definição ( rótulo ), que seja compreensivel, a nossos velhos politicos.

        

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