Inauguração do Teatro Porto Seguro é palco de protestos

Fotos: Rafael Bonifácio (Ponte Jornalismo), Adriano Vizoni (Folha), Pedro Garbellini (GGN)

Jornal GGN – A inauguração do Teatro Porto Seguro, no bairro Campos Elíseos, em São Paulo, trouxe ao palco dois dramas distintos. Enquanto a festa corria, na última terça-feira, dia 5, dentro do belo teatro, na rua acontecia um protesto contra a higienização do centro, organizado pelo Coletivo Autônomo dos Trabalhadores Sociais. O Coletivo acusa a prefeitura de São Paulo, o governo do Estado e a Porto Seguro como responsáveis pela truculência das polícias em ação de limpeza das barracas na região da Cracolândia, ocorrido na quarta-feira, 29 de abril.

A equipe do Jornal GGN esteve nesta movimentação. O padre Julio Lancelotti fez declarações a pedido dos jornalistas presentes, enfatizando o caráter higienista da ação da empresa, que traveste de benemerência a ação de tirar do caminho o que não agrega valor ao seu patrimônio. Veja um videoclipe do protesto logo depois do depoimento do padre Julio Lancellotti.

https://www.youtube.com/watch?v=U35IfiDbbb4 height:394]

[video:https://www.youtube.com/watch?v=06RCMytxzSA height:394

Segue abaixo os posicionamentos da Prefeitura de São Paulo e da Porto Seguro, concedidos a Luís Adorno e Paulo Eduardo Dias, da Ponte Jornalismo.

Polícia tenta esvaziar Cracolândia em estreia de teatro

Confira a nota da prefeitura na íntegra:

Nenhuma atividade da Prefeitura na região da Luz serve o propósito de beneficiar interesses comerciais ou privados no bairro. A Prefeitura rejeita veementemente a acusação de “higienização” feita por movimentos sociais não identificados. O acompanhamento e leitura dos materiais disponíveis desde o início do trabalho transversal de redução de danos na Luz (http://www.capital.sp.gov.br/portal/noticia/5599) permitirá à Ponte e a seus leitores conhecer as ações e intenções da administração municipal (não se trata de “versão”).

Com relação aos dois pontos específicos questionados pelo repórter, informamos que:

  1. O efetivo reforçado da GCM depois da ação pactuada de desmontagem de barracos serviu justamente para evitar que fossem remontados, evitando assim o ressurgimento da ocupação do espaço público e da configuração específica que acarretava em “cobertura” para traficantes; e
  2. A limpeza na região é feita diariamente ou duas vezes por dia desde o início do programa De Braços Abertos. Essa ação é necessária devido ao acumulo de resíduos sólidos, relacionado à atividade de reciclagem realizada por algumas das pessoas que frequentam a região. Relacionar a ação cotidiana de limpeza à acusação de “higienismo” social é uma distorção de má-fé que só pode ser feita por pessoas desavisadas, desinformadas ou interessadas na manutenção de um status quo de extrema vulnerabilidade, insalubridade e degradação social e humana.

Procurada, a Porto Seguro se manifestou através de sua assessoria de imprensa, que informou “não possuir nenhuma relação com as ações realizadas na Cracolândia”.

Confira o posicionamento da Porto Seguro na íntegra:

“A matriz da Porto Seguro está em Campos Elíseos há cerca de 40 anos, por isso o compromisso em apoiar o desenvolvimento do bairro. Em relação ao Teatro Porto Seguro, o projeto inicial era a construção de um anfiteatro para eventos internos. No início das obras, realizadas para acompanhar o crescimento da empresa, decidiu-se investir e compartilhar esse equipamento cultural com a cidade. 

A construção do Teatro Porto Seguro tem como objetivo incentivar a cultura brasileira. A proposta é oferecer uma programação de qualidade que ao mesmo tempo estimule a diversidade do público. A companhia esclarece que não possui nenhuma relação com as ações realizadas na Cracolândia”.

 

 

Redação

5 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Como sempre digo, ideologia

    Como sempre digo, ideologia sempre atrapalha.

     

    Neste caso, o local foi limpo, não porque SP quer o lugar limpo. Esquerdas, o local foi limpo para que?

    Para a Porto seguro ganhar centenas de milhões de dólares explorando uma BOSTA DE UM TEATRO?

    Teatro tudo bem …O problema é O Capital. kkkkkkk A quem incomoda o Capital?

     

    Na boa, esquerdas, sai fora dessa lenga lenga. Se quer criticar a polícia, critique a polícia!

    Mas ficar nessa lenga lenga justo com quem COLOCOU DINHEIRO NUM LUGAR COMPLETAMENTE DEPRECIADO DA CIDADE soa meio RIDÍCULO!

     

    Século 21 e ainda essa porcaria de ideologia?

    Algo contra o centro limpo? A PM é o problema MESMO? EStão ali protestando POR CAUSA DA PM?

    Bom, não parece!

    Vá aproveitar o Centro limpo de sua cidade! 

    1. A ideologia não é o importante neste caso…

      Você se esquece que tudo é feito dentro da lei de incentivo a cultura? O problema não é só “limpar” o centro é que você é quem paga pela limpeza, que depois vai virar um teatro enorme (propaganda permanente da Porto Seguro).

      Quer “limpar’o centro? Tudo bem … Mas precisa dar de graça prá Porto Seguro e ainda um desconto enorme no imposto de renda que ela vai usar só a metade para a reforma, a outra metade é pura publicidade das “boas intenções” da Porto Seguro. Você faz bons comentários as vezes mas tem horas que descamba para a completa ingenuidade…

      1. kkkkkkk
        A PM, a violência da

        kkkkkkk

        A PM, a violência da PM, como eu imaginava, era pura retórica para as massas.

        O que nao pode é a Porto Seguro ganhar alguma coisa. Isso ja é demais.

         

        Obrigado por provar meu ponto.

  2. Padre Julio

    Padre Julio vive da miséria humana. Vem perdendo espaço na mídia em função das boas práticas adotadas pela Prefeitura de SP em relação à população de rua: Pronatec PopRua, Braços Abertos, humanização da Guarda Civil, etc. Agora, criticar a única empresa que investe na Luz por fazer um teatro, aí já é demais.

  3. Toma Porto seguro!!

    O povo está convidado a ir ao teatro ???

    Este é o grande cinismo desses teatros Portos Seguro, Bradesco, O Centro Cultural Praça da Liberdade, e vários exemplos Brasil afora. Ganham do governo do estado ou da prefeitura alguns prédios antigos maravilhosos mas caindo aos pedaços. Depois fazem a reforma com isenção de impostos total ( porque é dentro da lei de incentivo a cultura). E por fim montam um teatro lindo e luxuoso só para elite. Onde o povo não entra nunca ! Nem como platéia para assistir e muito menos como artista para se apresentar, porque esses teatros maravilhosos são só para artistas estrangeiros, globais ou muitoooo ricos!!

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador