“O sonho de vocês não era ser preso pela ditadura?”, disse um dos policiais

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Reportagem de El País Brasil reconstitui a cena do último domingo, que dominou o noticiário desta semana, da prisão ilegal de 21 manifestantes que participavam do protesto contra o governo de Michel Temer, na capital paulista. “o sonho de vocês não era ser preso pela ditadura? Vocês não queriam ser presos pela ditadura? Tá aí, agora estão sendo presos pela ditadura”, disse um dos policiais durante a revista.
 
“O Brasil como Estado Democrático de Direito não pode legitimar a atuação policial de praticar verdadeira ‘prisão para averiguação’ sob o pretexto de que estudantes reunidos poderiam, eventualmente, praticar atos de violência e vandalismo em manifestação ideológica. Esse tempo, felizmente, já passou”, disse o juiz Paulo Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo, em sua decisão, na audiência de custódia no Fórum Criminal da Barra Funda.
 
Por Marina Rossi
 
EL PAÍS reconstitui a detenção de 21 manifestantes antes de protesto ‘Fora Temer’ em SP no dia 4
Juiz considerou a detenção ilegal 24 horas depois e mandou soltar o grupo
 
Do El País
 
O encontro estava marcado para ocorrer na estação do metrô Consolação a uma da tarde do último domingo. Ali, cerca de dez pessoas se reuniriam para, juntas, seguirem para a manifestação que ocorreria em poucas horas na avenida Paulista pedindo pelo fora Temer. “As pessoas estavam com medo de ir a manifestações, principalmente as mulheres”, relatou uma das pessoas do grupo. “Por isso combinamos de irmos juntos”. Eles não se conheciam pessoalmente. Haviam se encontrado em um grupo de discussão no Facebook, formado a partir de um evento convocando para outra manifestação que ocorrera dias antes.
 
Embora o protesto do domingo estivesse marcado para acontecer ali na mesma avenida onde fica a estação Consolação, o grupo seguiu para o centro Cultural São Paulo, que fica na estação Vergueiro do metrô, a três quilômetros de distância, para encontrar os demais. O trajeto, feito a pé, foi acompanhado por um helicóptero da Polícia Militar ao menos da metade do caminho até o final.

Chegando ao Centro Cultural São Paulo, um prédio amplo, de pé direito alto, alguém do grupo levantou a suspeita de que eles estavam sendo vigiados por “dois senhores, que estavam ali tirando fotos”. Os manifestantes saíram do centro e sentaram-se no chão, em frente à entrada, para esperar pelos outros. Foi quando, por volta das 15h30, cerca de 30 policiais militares portando “armamento pesado” chegaram. “Mandaram a gente levantar e encostar na grade”. Sobre as cabeças, o helicóptero da PM seguia sobrevoando.

Os policiais começaram então o interrogatório. “Perguntaram onde a gente ia e por que a gente se manifestava”, disse outro membro do grupo. “As meninas foram então levadas para uma revista íntima dentro do banheiro do metrô Vergueiro”, disse uma delas. “Tive que tirar toda a roupa diante das policiais femininas”. Os ouvidos pela reportagem não relataram episódios de violência física.

À essa altura, as mochilas de todos eles já haviam sido revistadas e estavam sob domínio dos policiais. “Eu perguntava o que a gente tinha feito e eles só diziam que era ‘ordem de cima'”, relata. Os celulares também foram confiscados pela polícia que, em seguida, devolveu o aparelho para apenas um deles: Willian Pina Botelho, ou Balta Nunes como se apresentava, apontado como infiltrado pelos participantes do grupo. “Ele dizia que precisava ficar com o celular na mão porque a mulher dele ia telefonar”, contam. Botelho, que é capitão do Exército, se dizia preocupado porque estava com “um documento de identidade falso”.

Um garoto que estava ali fazendo uma pesquisa para seu Trabalho de Conclusão de Curso foi colocado no mesmo grupo dos manifestantes que neste momento era de 22 pessoas. Durante a revista, os policiais não diziam muita coisa. “Um dos policiais disse: ‘o sonho de vocês não era ser preso pela ditadura? Vocês não queriam ser presos pela ditadura? Tá aí, agora estão sendo presos pela ditadura”.

Do centro Cultural Vergueiro, o grupo foi levado em um ônibus da PM em direção ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), a nove quilômetros dali. No trajeto, os policiais não informaram onde e nem por que estavam levando os manifestantes que naquele momento eram 21. “Percebemos que o Balta não estava lá no ônibus”, disse um deles. Foi quando suspeitaram que o amigo era, na verdade, um infiltrado. Dentro do ônibus os celulares foram devolvidos aos seus donos, que puderam avisar amigos e parentes sobre a detenção, embora não puderam dizer para onde estavam sendo levados, já que não sabiam.

No estacionamento do Deic, os manifestantes ficaram novamente enfileirados. Os policiais tiraram fotos e filmaram os rostos e os pertences de cada um deles. Uma barra de ferro azul, do tamanho de um pé de um banquinho, foi atribuída a um deles que dizia o tempo todo que queria “deixar claro” que aquela barra de ferro não era dele. Dentro das mochilas, os policiais encontraram um extintor de incêndio pequeno de automóvel de uma garota que afirmou pertencer a ela, medicamentos de primeiros socorros e máscaras.

Pizza e Suplicy

Já era noite quando os manifestantes adentraram o Deic, onde permaneceram até o dia seguinte. Eles contam que podiam tomar água, usar o banheiro e sair para fumar, acompanhados de um policial. Mas que não tinham mais acesso aos celulares. Em dado momento, os policiais levaram um frango para que eles comessem e, ao perceber que o frango não daria para todos os 21 detidos, pediram uma pizza.

Enquanto milhares desciam a avenida Rebouças pedindo pelo fora Temer, a notícia dos detidos corria. Passava da meia noite quando Eduardo Suplicy (PT), ex-senador e ex-secretrário dos Direitos Humanos da gestão Haddad, foi até a delegacia, acompanhado pelo deputado federal Paulo Teixeira (PT) e o vereador Nabil Bonduki (PT). O delegado Fabiano Fonseca Barbeiro informou que os manifestantes estavam “detidos para averiguação”. Os políticos foram embora. Os detidos permaneceram ali. Os familiares e advogados iam chegando.

Foi somente depois das duas da tarde do dia seguinte que os detidos foram encaminhados para o Fórum Criminal da Barra Funda, onde seria realizada uma audiência de custódia. Lá, a decisão do juiz Paulo Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo determinou que a prisão fora ilegal. “O Brasil como Estado Democrático de Direito não pode legitimar a atuação policial de praticar verdadeira ‘prisão para averiguação’ sob o pretexto de que estudantes reunidos poderiam, eventualmente, praticar atos de violência e vandalismo em manifestação ideológica. Esse tempo, felizmente, já passou”, dizia a decisão. Os detidos foram soltos no início da noite de segunda-feira.

Na mesma segunda-feira, o coronel Dimitrios Fyskatoris disse, em uma entrevista coletiva, que ele acompanhou as detenções em sobrevoo, o que confirma que o helicóptero pairou sobre o grupo. Também disse que os manifestantes foram detidos baseado em uma entrevista que os policiais fizeram com eles previamente. “Com base no que declararam e nas evidências, foram encaminhadas ao Deic”, disse o coronel. No Boletim de Ocorrência, um policial afirma que foi acionado por um civil que não quis se identificar.

Todos os 21 manifestantes que foram detidos estão soltos. Nenhum tinha passagem pela polícia. Quase todos estão bastante assustados. Os que conversaram com a reportagem afirmaram que estão com medo de ir a outras manifestações agora. “Suspeito que fizeram isso para dar um susto em quem tá saindo de casa para se manifestar”, disse um dos detidos, três dias depois do episódio. “Tinha gente ali que nunca tinha ido a uma manifestação. Não eram black blocs. A gente estava se encontrado apenas para não irmos sozinhos ao ato”.

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

36 Comentários

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  1. Manifestações são livres nas

    Manifestações são livres nas democracias DENTRO DE REGRAS. Em Washington as manifestações tem ESPAÇO DELIMITADO, hora para começar e terminar, em Paris, Londres e Berlim seguem regras similares.

    Não existe nas grandes democracias manifestações em espaços publicos à vontade, como os manifestantes quiserem e do jeito que quiserem. A policia ANTI-RIOT, a policia que controla as manifestações nos paises do Hemisferio Norte é MUITO MAIS DURA do que a policia de São Paulo, a policia francesa é especialmente violenta na repressão à manifestações que fogem das regras que precisam ser combinadas com antecedencia com a policia,  em São Paulo os manifestantes tem se recusado a informar à policia seu roteiro e a policia tem aceito passivamente manifestações que não tem hora para acabar, aliás não tem praticamente nenhuma regra, é simples tomada das ruas.

    A tomada das ruas todos os dias por manifestantes que agem à vontade costuma ter uma saida historica e a saida é pela DIREITA, foi assim em março de 1964 no Rio, em setembro de 1973 no Chile, nas manifestações em Paris que levaram à queda da Quarta Republica e trouxeram De Gaulle de volta, nas manifestações no Egito que fizeram os militares voltarem ao Poder, nas manifestações da Praça Tianamen em Pequim que reforçaram a linha dura do Partido Comunista Chinês.

    As manifestações da Av.Paulista estão chamando os militares de volta, não é por acaso, é parte do roteiro da Historia.

    A esquerda quer as ruas livres da policia, é um jogo perigoso, no lugar da policia pode vir coisa pior.

    A proposito, a milicia chavista formada basicamente por cubanos já matou em Caracas 47 manifestantes e centenas estão presos há meses, qual a posição da esquerda brasileira sobre isso? Não é coisa longinqua, é em pais vizinho.

     

    1. André, não adianta se justificar

      As prisões foram completamente arbitrárias, o próprio juiz reconheceu isso no ato. Não tem como você botar reparo nas denúncias e nas ações truculentas da polícia.

      De resto, tá cansando você jogar a cartinha de “Cuba” toda vez que isso lhe parece conveniente. Você tem muito mais poder argumentativo que isso. Como disse a Vânia, parece que já tá virando casaca.

      E como já te disse, não sei se Cuba é uma democracia, mas o Brasil caminha a passos largos para ser uma ditadura.

    2. Tava demorando…

      …mas eis que o André Araújo volta a ser o André Araújo de sempre. Pena…ele tinha dado uma melhorada boa. Terá aderido ao golpismo?

    3. As passeatas e o direito do inimigo

      Interessante que quando das passeatas coxinhas nada se questionava. Era livre a manifestação independente de trajetos e horários.

      Policiamento só de longe e uns gatos pingados.

      Hoje, não por acaso, a polícia promove a caça aos manifestantes com balas de borracha, sendo as vítimas depois ironizadas,  atira bombas em repórteres e passeatas pacíficas, e ainda temos a oportuna legislação, ora lembrada, a limitar e dificultar manifestações.

      Essas maracutaias jurídicas existem também na deletéria “República dos Estados Unidos de Curitiba” um enclave com legislação diferenciada e dirigida por imparciais, afilhados divinos, horizontais, verticais e uma chusma de outros personagens circenses. Por lá tucano é inocente até com provas em contrário e petista, Lula em particular, é culpado mesmo sem um fiapo de prova, basta o “ouvi dizer”, “ele esteve aqui”, “falou com um indiciado”, e outros quetais. Ali também se promove, por acaso, a redução de empresas brasileiras que rivalizam com as estrangeiras e tiram-lhes mercado de atuação. Mas são autodefinidos como “imparciais”e tem gente que acredita ou se faz crédulo.

      É o direito do inimgo.

      Já vivemos numa “ditadura democrática” ou a anarquia jurídica.

       

    4. André, você deve estar

      André, você deve estar ficando louco. Estamos vivendo uma ruptura democrática e você vem falar em regras? É hora de pôr fogo no circo, isso sim.

  2. Operação Tabajara

    O codinome da operação deve ter sido Operação Tabajara, comandada pelo Marcelo Madureira,, e assessorado pelo Lobão e pelo  Frota, o Alexandre, não o Syilvio, que já foi para o Inferno….srs

  3. Vejam voces como as coisas

    Vejam voces como as coisas viraram de cabeca para baixo.Troll em meus verdes anos,era presentes infantis.Hoje para designar imbecilidades de Redes Sociais,pelo que entendi,praticado por quem nao tem muito a fazer.Que descanse em paz o ex Ministro Dilson Funaro,entendia razoavelmente de brinquedos de crianca.De economia nao posso dizer sequer razoavel.Era sim um homem de bem.

    1. Respondo a mim mesmo evocando

      Respondo a mim mesmo evocando o testemunho do editor do blog.Mais de 90% dos cadastrados daqui nao teem a minima ideia  de quem tenha sido Dilson Domingos Funaro.O que posso adiantar,ele nao era agente da CIA.

  4. “El País” no estrangeiro.

    Mais uma lição de jornalismo sobre o Brasil, no estrangeiro.

    Que eu saiba, nenhuma matéria sobre essa afronta à democracia no país vinda da imprensa brasileira. Será porque esta é golpista?

  5. Eu conheci uma mulher uma vez

    Eu conheci uma mulher uma vez que so lia romances.  Nao, nao so isso.  Ela lia somente romances de 50 centavos aonde a heroina passava o livro inteiro brigando com o heroi, depois era Violentamente Estuprada por ele, depois se apaixonava e se casava com ele!  (tangente:  aprendeu um mundo de Ingles essa mulher, impresssionante!  Pois ela LIA.)

    Suponho que ninguem LE merda ultilmamente na policia brasileira…  exceto esse tipo de livro!  SE (e haja SE) comecarem a falar portugues pelo menos seria um avanco gigantesco pois ate policia de Nova York fala igual puta de 5 dolares.

    E so pra nao me esquecer da minha vinganca:  os Bloomfields’ Prides tambem.

    Quando foi diferente?

  6. Esta se falando de liberdades.

    Não me recordo se voce foi tão enfático quanto aos riscos , quando das manifestações contra Dilma. Não me recordo de voce ser tão enfático quanto a atuação de grupos paramilitares de direita na Venezuela.  Curiosamente vivemos durante o Brasil de Dilma e do PT uma liberdade total de manifestação. Curiosamente vimos até policiais se confraternizando com manifestantes. Não Araujo,  eu é que pergunto  quem está chamando os militares?  Talvez  o ministro da justiça com suas ameaças.  Talvez a Aluysio Nunes, chamando manifestantes de baderneiros. Talvez um Bolsonaro, ou mesmo um MBL, que tanto se manifestou, mas logo logo falará contas as manifestaçoes. ,Quem esta chamando  a repressão são  os restos do antigo  quadro repressor do estado, e não me parece que sejam de esquerda.  Tudo isto é apenas uma forma de intimidar , de acabar com qualquer critica. Na historia recente deste país, parece que haviamos aprendido a conviver com manifestaçoes a favor e contra, mas de repente voce esta dizendo que isto é perigoso. que é isto que chama a repressão. Mas não se esqueça , pois  foi a repressão em 2013 que ampliou as manifestações. E foi esta mesma repressão que criou os mascarados.   E tem mais uma coisa, para passar todas estas políticas, entregar nosso patrimonio, retirar direitos trabalhistas, sucatear universidades sucatear a saude, sucatear a Petrobras, tudo em nome de uma politica economica, entreguista e que jamais em lugar nenhum trouxe bem estar social, só pode pode ser implantado com muita repressão. Não sejamos ingênuos, nem mal intencionados. A repressão não esta sendo chamada , ela é de fato um instrumento político. E não me venha falar da Venezuela, pois graças a nossa imprensa, eu nada sei sobre a Venezuela. A obssessão contra a Venezuela, me parece  quase  infantil. As noticias e as análises são por demais caricatas para que eu as aceite. No momento eu apenas me compadeço pelo nosso pais vizinho, pois de fato muita gente esta sofrendo. Mas não aceito este discurso simplista de Willian Waack e companhia. Portanto   eu estou falando do  Brasil  portanto não são as manifestações a causa da repressão. A repressão é um instrumento desta política, como já foi no passado. A nossa fabulosa direita que nunca levou nosso país a lugar nenhum , sabe que suas políticas só podem ser implementados na escuridão  e nas coxias do poder la em Brasilia.

  7. Respeito, apesar de algumas

    Respeito, apesar de algumas ressalvas, muito do pensamento do André Araújo e seus belos textos no blog.</p><p>Mas hoje ele está absolutamente ERRADO. Quando os partidários pelo impeachment estavam tomando as ruas não se tinha</p><p>qualquer tipo de regramento de horário, inclusive bloquearam por dias e mais dias a própria paulista que ele fala no texto.</p><p>Então não são os partidários “fora temer” que estão chamando “militares” para as manifestações não, mas a atuação nojenta da polícia partidária de alckmin sob os auspícios do Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.</p><p>Em segundo lugar, os manifestantes “detidos para averiguação” sequer tinham chegado na manifestação quando foram sequestrados porque não há outro nome para o que foi feito com eles”. Primários, com bons antecedentes, sem nenhum tipo de conexão com crime nenhum,&nbsp;sim,&nbsp;a constituição foi mais uma vez vilipendiada na atitude dos policiais.</p><p>Em terceiro, o direito de manifestação no Brasil é livre, só exigindo-se que seja comunicada a autoridade competente, então não vamos misturar alhos com bugalhos porque não se tinha atos de violência, disturbio para se estar colocando em comparação com outros países.</p><p>É sem dúvida, um texto lamentável que quer fazer crer que a repressão é a saída para o que quer seja ou que o certo é se ficar calado em casa, quando se tem o direito de voto conspurcado por uma república de ladrões, não só isso fazendo crer que 1964 ocorreu porque houve uma “suposta tomada das ruas” por manifestantes de esquerda, o que todo mundo sabe que é uma mentira deslavada. A propósito se na Venezuela se está fazendo algo parecido, estã tão errado quanto.</p><p>Lamentável, André Araújo, é o que digo, você tem mais poder argumentativo do que isso, não trate os outros como se fossem imbecis, principalmente neste blog, porque não o somos.</p><p>&nbsp;</p><p>&nbsp;</p>

  8. Sem entender

    Também não entendi a posição do André. Evidente que todos somos contra vandalismo e violência. Mas todos somos a favor da liberdade de opinião, de manifestação.  Lembra um tempo recente onde algumas pessoas levavam bonecos enforcados de políticos ? E pediam a pena de morte para os então dirigentes de um partido odiado ? e pediam abertamente um golpe ? uma intervenção de forçar ? e ostentavam até faixas com suásticas ? ainda assim estes manifestantes conseguiam “selfies” com as forças de segurança, que protegiam o direito à livre manifestação, ao exercício da democracia. Éramos um país mais civilizado então ? Bons tempos aqueles ? ou melhor agora ? O debate é por aí ? Acho que todos gostariam de debater isso.

    1. Meu caro,  a regra mundial em

      Meu caro,  a regra mundial em grande paises para manifestações de rua leva em conta o dano que se causa a QUEM

      NÃO PARTICIPA de manifestações. Duzentas pessoas fechando a Avenida Paulista causam dano a MILHÕES DE PAULISTANOS que querem voltar para casa. Os paulistanos estão CANSADOS de ter mais problemas de transito por causa de manifestações diarias. Não é possivel uma grande metropole funcionar com LIBERDADE ABSOLUTA de manifestação a qualquer dia e hora. Se fizer uma pesquisa em SP os paulistanos vão votar em peso CONTRA MANIFESTAÇÕES.

      A chamada “manifestação pro impeachment” de 13 de março foi em um domingo, quando a Paulista está inteditada, não

      teve um unico incidente. Em recentes manifestações da esquerda tem havido incidentes, nesta semana foi jogado um coquetel molotov em um casa perto a casa de Tmer no Alto de Pinheiros, queimou o carro da familia e começou um incendio na casa. Em outras manifestações quebraram bancas de jornal e lanchonetes, fogo em lixeiras.

      O controle de manifestações de rua pela policia é universal, há em todos os paises, nos EUA especialmente em Washington o controle é rigido e o FBI acompanha todos os movimentos desse tipo.

      Há no Brasil uma confusão entre DEMOCRACIA e liberdade total para manifestação. Isso não existe em nenhum lugar. Pode-se manifestar em frente a Casa Branca e no portão do Palacio de Buckingham MAS dentro de rigidas regras, NÃO PODE SAIR DESSAS REGRAS, em Pais algum, liberdade absoluta não existe, Democracia é o regime das regras.

      1.  Nenhum de seus argumentos

         Nenhum de seus argumentos explica a detenção dos rapazes. O regime de regras da democracia também pune de forma exemplar agentes do estado que cometem irregularidades. Em 2013, durante um quebra-quebra no Itamaraty, foi detido entre os baderneiros um oficial da Marinha. Até hoje não sei o que aconteceu ao sujeito. A baderna no Brasil começa entre os próprios servidores pagos para manter a ordem.

      2. Regras de quem cria as regras.
        “Democracias” que colocam P2 para causar confusão em manifestação contrária.

        Participo de manifestações desde 2013. Sei que existe agentes do Estado infiltrados para plantar confusão. Já vi um inflando galera para depredar o sindicato dos professores durante o final da greve de 2013.Quando Descoberto, a tropa entrou no conflito para que o cara não se machucasse. Com a experiência vc identifica quem são e como agem. Tipo que no começo estão sozinhos, derepente na fazem amizade com um grupo mais afoito .

        Agora, no nível do Balta. Que se infiltrou até na alta cúpula da CUT. Coisa que só se vê em tempos da ditadura. Nos anos de chumbo.

        1. A Historia contará a historia

          A Historia contará a historia de um certo infiltrado que virou politico importantissimo no Brasil, criação do Gen.Golbery.

  9. Por formacao,tenho respeito

    Por formacao,tenho respeito pelas pessoas seja que matiz pertencer.O comentarista do blog para teams de alem mar,e por natureza,vicio ou cacoeta,um distraido.

  10. Sinceramente, fico

    Sinceramente, fico boquiaberto com o sr. Andre Araujo. Acho, sinceramente que ele é apenas um provocador, quer apenas causar discussão. Na intimidade deve rolar no chão de tanto rir. É a única explicação. Não quero acreditar que pense como o promotor de Piracicaba que escreveu a “Carta Aberta ao PGR”.

    1. Meu caro, eu sou pelo Estado

      Meu caro, eu sou pelo Estado nacional forte e centralizado, tenho centenas de artigos neste blog nessa linha, seja com Lula ou Temer, na bagunça institucional de hoje o Brasil vai IMPLODIR, nenhum grande Pais sobrevive no caos.

      Sobre minh atuação creio que ajudei muito o 1º Governo Lula nas relações com George Bush Jr., o que tornou seu primeiro mandato um sucesso. O relatorio do Departamento de Estado que foi vazado para o Wikileaks dá conta desse fato, basra acessar o Google e se acha.

      1. Mas, com todo respeito,

        Mas, com todo respeito, defender uma ação tipo Agente 86 (da série genial da Mel Brooks) como se fosse a defesa de “um estado forte e centralizado” é demais.

  11. Porque será que nehum

    Porque será que nehum movimento de manifestantes de ESQUERDA se lembra de fazer demonstração ao frente ao BANCO CENTRAL que fica na mesma Av.Paulista e é a CENTRAL DA RECESSÃO no Brasil, não é a Fiesp.

    O BANCO CENTRAL opera para o os ” mercados” , para o ” sistema financeiro”, para os “rentistas”.

    Fazem piquetes em frente à FIESP? Os industriais estão sofrendo muito, centenas quebrarão, que falta de noção.

    Porque não fazem piquetes para a BAIXO DA TAXA SELEIC? Para que os bancos não cobrem 500% ao ano no cartão de credito?

    1. A ideia é ótima. Que tal

      A ideia é ótima. Que tal pedir pro “seu amigo” da inteligenssia, o Capitão Botelho? Ele é bom pra convencer manifestantes a mudarem de local. Tô dentro: Redução da SELIC já! Só que eu acho que os “nossos amigos” da FIESP preferem ganhar em Tesouro Direto, que investir na produção. Só não querem que a Receita Federal encha muito o saco….

      1. A FIESP é apenas um simbolo,

        A FIESP é apenas um simbolo, a industria paulista das medias e pequenas fabricas é muito mais que a FIESP e estão sofreendo com a crise. No ABC existem mais de 600 galpões fechados, é um cemiterio de fabricas, nenhuma empresa demite empregados por prazer, a demissão siginifica perda de capital humano, dificil de refazer.

        A FIESP de hoje pouco representa a industria, é mais um veiculo para armações politicas, a FIESP do meu tempo era realmente representativa, nos almoços anuais vinham onze ou doze Ministros, hoje não vem nem chefe de gabinete.

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