As sinfonias A Guerra e A Vitória, de Villa-Lobos

Luis Nassif

3 Comentários

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  1. Prezados,
    Nosso grande

    Prezados,

    Nosso grande compositor, Heitor Villa-Lobos, escreveu doze sinfonias: a terceira, intitulada ‘A Guerra’, a quarta, intitulada ‘A Vitória’ e a quinta, intitulada ‘A Paz’ formam um trio sequencial interessante, porém, incompleto, pois a partitura da quinta foi extraviada… Antes de comentar um pouco sobre as duas sinfonias restantes, gostaria de contar uma historieta, que pode instigar os mais curiosos… há vários anos, escutei uma reportagem (creio que tenha sido na Rádio Cultura FM), em que um estudioso de Villa-Lobos, o violonista Turíbio Santos, teria comentado que a dita partitura tinha sido buscada, na década de 1950, pelo memorável maestro Eleazar de Carvalho, pois ele, matesro, tinha a boa intenção de interpretar a quinta, em São Paulo, nas comemorações que antecediam o quarto centenário da capital paulista… bem, à época, parece que a partitura tinha dado as caras, ou seja, parece que alguém (não sei quem), que coordenava as programações musicais em São Paulo, teria tido em suas mãos essa partitura ora extraviada… Hoje, muito antes de classificar a quinta como obra extraviada, gostaríamos de apelar aos diletos leitores deste blog que pesquisassem e investigassem, que buscassem informações e que perseguissem essa obra… um apelo que, para os apreciadores da boa música, deve-se tornar tarefa… A campanha ‘Em busca da Quinta’ pode ser implantada em qualquer lugar, bastando que sejamos diligentes nas investigações… se ela ainda existir, então valerá a pena descobri-la, e terá valido a pena completar o trio de sinfonias: afinal, ter a guerra e a vitória, sem a paz, é algo que não desejamos. Neste mundão de Deus, em que paz é um produto raro, um produto em falta no ‘mercado psicológico’ das pessoas, buscar a ‘Paz’, buscar a ‘Sinfonia da Paz’ de nosso inesquecível Villa-Lobos, é algo digno e necessário, e pesadamente vital. Queremos Paz; queremos a Sinfonia da Paz. Exorto a todos aqueles que se dispuserem, que iniciem a busca, perguntando a este a àquele amigo, colega, companheiro, parente e mesmo familiar, onde está a Paz, onde está a sinfonia da Paz… Se quem procura acha, então, creio, acharemos, ao menos, pistas, como essa sobre a qual comentei, acima. Bem, usei este espaço, reservado às duas outras sinfonias de Villa-Lobos, para meu apelo pela Paz. Vamos, agora, brevemente, tecer algumas considerações sobre a terceira e a quarta. Ambas são peças sinfônicas de fôlego, ou seja, há muitos sopros que, para os apreciadores de instrumentos de banda, permitem um deleite especial. É o meu caso: adoro metais, bandas, clarins, clarones e clarinetas… ambas as sinfonias são densas: refletem os momentos da Primeira Guerra Mundial, e absorveram o clima da guerra, o clima da destruição e da reconstrução; o clima da alteração do mundo – sim, o mundo altera-se a cada minuto, a cada segundo, a cada isntante; não somos os mesmos, a cada momento. A terceira, especificamente, é obra que atrai tanto quanto outras peças musicais da época, como ‘Marte, o Portador da Guerra’, de Gustav Holst, e mesmo outras obras musicais de cunho mecânico, originárias da época da Primeira Guerra, e que, entre as décadas de 1910 e 1920, fizeram muito sucesso e foram muito chamativas (alguns exemplos: ‘Pacific 231’, de Arthur Honegger, ‘Bolero’, de Maurice Ravel, ‘A fundição do Aço’, de Aleksándr Mossolóv e tantas outras); o público, em geral, ficava mexido e saracoteava nas poltronas dos teatros, e essas peças não poupavam os ouvidos mais delicados… O desenvolvimento da terceira sinfonia de Villa-Lobos está sobre um ‘programa de guerra’, ou seja, antes de ‘descrever’ a guerra’, essa sinfonia nos conduz para denro do clima, não só da Primeira Guerra, mas, da guerra, em sentido pleno da palavra: isso é uma condição que somente os bons compositores, esses gênios da música conseguem fazer, e o mesmo tangencia a quarta sinfonia – é o clima de vitória, é o clima do ‘basta de guerra’ que permeia essa sensacional sinfonia do século XX. A quarta, em meu modestíssimo parecer, é a mais representativa das doze (se quiserem, onze, por enquanto) sinfonias do Mestre Villa. A quarta tem orquestra e banda tocando juntas; a quarta é massiva e apresenta dificuldades, tanto para o maestro como para os conjuntos de músicos. Como disse, para quem gosta de metais e bandas e toques marciais e tudo o que é desejável para uma peça de grandes proporções sinfônicas (da união de sons maviosos e delirantes), é um prato cheio. Não basta escutar a sinfonia uma única vez: é quase impossível perceber os detalhes sonoros da proposta de um Villa-Lobos ainda jovem, mas voraz pelos sons compostos e complicados… não que a sinfonia seja difícil ou algo assim… ela é exigente… ela exige de seus ouvidos, meu caro leitor, assim como tantas outras obras de arte exigem, em suas respectivas apreciações… Os quatro movimentos da quarta sinfonia são sensacionais: o primeiro inicia-se propondo atenção incondicional ao ouvinte, porque provoca essa atenção, porque cutuca e dá a impressão que as orelhas vão balançar… depois de um instante mais pacífico, retoma o clima pomposo e o movimento termina de forma eloquente; o segundo movimento parece que não vai ‘dar em nada’, ou seja, parece que a música vai tornar-se latente e sem graça… mas, de modo breve e repentino, a ‘coisa muda’… e o movimento ganha corpo… o movimento termina com ‘metais em brasa’; o terceiro movimento, calmo, tranquilo, tem solo de clarone, e traz melodias em forma de ondas, como se conduzisse o ouvinte por mares nunca dantes navegados… cria expectativa e é isso que o ‘Grande Villa’ deseja: ele quer mostrar como a vitória se consolida… e assim, o movimento leva ao último, o quarto, um movimento orquestral cheio de sons cariocas (se puderem, escutem o quarto movimento do Primeiro Concerto para piano e orquestra do Villa – lá, também, os sons lembram um clima ‘carioca da gema’), mas, esse movimento é relativamente longo, e esse clima vai sendo construído aos poucos… ao final, a glória da vitória surge… só ouvindo para sentir essas sensações de grandiosidade… tenho certeza que você vai querer, assim como eu, escutar a sinfonia de novo… vale a pena!!! Abraço!!!

  2. Sinfonias 3, 4 e 5 do Villa…

    Prezados(as),

    Nosso grande compositor, Heitor Villa-Lobos, escreveu doze sinfonias: a terceira, intitulada ‘A Guerra’, a quarta, intitulada ‘A Vitória’ e a quinta, intitulada ‘A Paz’ formam um trio sequencial interessante, porém, incompleto, pois a partitura da quinta foi extraviada… Antes de comentar um pouco sobre as duas sinfonias restantes, gostaria de contar uma historieta, que pode instigar os mais curiosos… há vários anos, escutei uma reportagem (creio que tenha sido na Rádio Cultura FM), em que um estudioso de Villa-Lobos, o violonista Turíbio Santos, teria comentado que a dita partitura tinha sido buscada, na década de 1950, pelo memorável maestro Eleazar de Carvalho, pois ele, matesro, tinha a boa intenção de interpretar a quinta, em São Paulo, nas comemorações que antecediam o quarto centenário da capital paulista… bem, à época, parece que a partitura tinha dado as caras, ou seja, parece que alguém (não sei quem), que coordenava as programações musicais em São Paulo, teria tido em suas mãos essa partitura ora extraviada… Hoje, muito antes de classificar a quinta como obra extraviada, gostaríamos de apelar aos diletos leitores deste blog que pesquisassem e investigassem, que buscassem informações e que perseguissem essa obra… um apelo que, para os apreciadores da boa música, deve-se tornar tarefa… A campanha ‘Em busca da Quinta’ pode ser implantada em qualquer lugar, bastando que sejamos diligentes nas investigações… se ela ainda existir, então valerá a pena descobri-la, e terá valido a pena completar o trio de sinfonias: afinal, ter a guerra e a vitória, sem a paz, é algo que não desejamos. Neste mundão de Deus, em que paz é um produto raro, um produto em falta no ‘mercado psicológico’ das pessoas, buscar a ‘Paz’, buscar a ‘Sinfonia da Paz’ de nosso inesquecível Villa-Lobos, é algo digno e necessário, e pesadamente vital. Queremos Paz; queremos a Sinfonia da Paz. Exorto a todos aqueles que se dispuserem, que iniciem a busca, perguntando a este a àquele amigo, colega, companheiro, parente e mesmo familiar, onde está a Paz, onde está a sinfonia da Paz… Se quem procura acha, então, creio, acharemos, ao menos, pistas, como essa sobre a qual comentei, acima. Bem, usei este espaço, reservado às duas outras sinfonias de Villa-Lobos, para meu apelo pela Paz. Vamos, agora, brevemente, tecer algumas considerações sobre a terceira e a quarta. Ambas são peças sinfônicas de fôlego, ou seja, há muitos sopros que, para os apreciadores de instrumentos de banda, permitem um deleite especial. É o meu caso: adoro metais, bandas, clarins, clarones e clarinetas… ambas as sinfonias são densas: refletem os momentos da Primeira Guerra Mundial, e absorveram o clima da guerra, o clima da destruição e da reconstrução; o clima da alteração do mundo – sim, o mundo altera-se a cada minuto, a cada segundo, a cada isntante; não somos os mesmos, a cada momento. A terceira, especificamente, é obra que atrai tanto quanto outras peças musicais da época, como ‘Marte, o Portador da Guerra’, de Gustav Holst, e mesmo outras obras musicais de cunho mecânico, originárias da época da Primeira Guerra, e que, entre as décadas de 1910 e 1920, fizeram muito sucesso e foram muito chamativas (alguns exemplos: ‘Pacific 231’, de Arthur Honegger, ‘Bolero’, de Maurice Ravel, ‘A fundição do Aço’, de Aleksándr Mossolóv e tantas outras); o público, em geral, ficava mexido e saracoteava nas poltronas dos teatros, e essas peças não poupavam os ouvidos mais delicados… O desenvolvimento da terceira sinfonia de Villa-Lobos está sobre um ‘programa de guerra’, ou seja, antes de ‘descrever’ a guerra’, essa sinfonia nos conduz para denro do clima, não só da Primeira Guerra, mas, da guerra, em sentido pleno da palavra: isso é uma condição que somente os bons compositores, esses gênios da música conseguem fazer, e o mesmo tangencia a quarta sinfonia – é o clima de vitória, é o clima do ‘basta de guerra’ que permeia essa sensacional sinfonia do século XX. A quarta, em meu modestíssimo parecer, é a mais representativa das doze (se quiserem, onze, por enquanto) sinfonias do Mestre Villa. A quarta tem orquestra e banda tocando juntas; a quarta é massiva e apresenta dificuldades, tanto para o maestro como para os conjuntos de músicos. Como disse, para quem gosta de metais e bandas e toques marciais e tudo o que é desejável para uma peça de grandes proporções sinfônicas (da união de sons maviosos e delirantes), é um prato cheio. Não basta escutar a sinfonia uma única vez: é quase impossível perceber os detalhes sonoros da proposta de um Villa-Lobos ainda jovem, mas voraz pelos sons compostos e complicados… não que a sinfonia seja difícil ou algo assim… ela é exigente… ela exige de seus ouvidos, meu caro leitor, assim como tantas outras obras de arte exigem, em suas respectivas apreciações… Os quatro movimentos da quarta sinfonia são sensacionais: o primeiro inicia-se propondo atenção incondicional ao ouvinte, porque provoca essa atenção, porque cutuca e dá a impressão que as orelhas vão balançar… depois de um instante mais pacífico, retoma o clima pomposo e o movimento termina de forma eloquente; o segundo movimento parece que não vai ‘dar em nada’, ou seja, parece que a música vai tornar-se latente e sem graça… mas, de modo breve e repentino, a ‘coisa muda’… e o movimento ganha corpo… o movimento termina com ‘metais em brasa’; o terceiro movimento, calmo, tranquilo, tem solo de clarone, e traz melodias em forma de ondas, como se conduzisse o ouvinte por mares nunca dantes navegados… cria expectativa e é isso que o ‘Grande Villa’ deseja: ele quer mostrar como a vitória se consolida… e assim, o movimento leva ao último, o quarto, um movimento orquestral cheio de sons cariocas (se puderem, escutem o quarto movimento do Primeiro Concerto para piano e orquestra do Villa – lá, também, os sons lembram um clima ‘carioca da gema’), mas, esse movimento é relativamente longo, e esse clima vai sendo construído aos poucos… ao final, a glória da vitória surge… só ouvindo para sentir essas sensações de grandiosidade… tenho certeza que você vai querer, assim como eu, escutar a sinfonia de novo… vale a pena!!! Abraço!!!

  3. Tão triste que “Guerra” não

    Tão triste que “Guerra” não esteja mais disponível. Fora ela, tem outra versão no youtube, mas prefiro essa!

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