Carlos Careqa é Made in China

Do site Brasil Cultura

Talvez estejamos vivendo um momento especial em relação ao mundo. Quase tudo que consumimos em nosso dia a dia, exceto alimentos e bebidas, foi fabricado ou montado na China. O novo álbum de Carlos Careqa, o oitavo de sua carreira, se inspira nisso e traz 14 canções inéditas produzidas, arranjadas, instrumentadas e mixadas por Marcio Nigro (violões, guitarras, baixo, samplers e teclados), acompanhado pela bateria de Thiago “Big” Rabello, com a co-produção e vozes de Carlos Careqa.

Made in China não é um trabalho político ou de paródias do mundo atual. Ao contrário, é um CD confessional onde o autor e compositor declara seu amor à palavra e às sutilezas provenientes da sua dedicação de quase 30 anos à canção brasileira.

O velho e bom I Ching nos mostra um caminho. O hexagrama número 24, FU / O Retorno (o ponto de transição), sugere “Para adiante e para trás segue o caminho. Ao sétimo dia vem o retorno. É favorável ter aonde ir”. “Formam-se associações de pessoas que tem os mesmos
ideais. Como tal grupo se une em público e está em harmonia com o tempo, os propósitos particulares e egoístas estão ausentes, e assim erros são evitados.
A ideia de retorno baseia-se no curso da natureza. O movimento é cíclico e o caminho se complete em si mesmo.”

Ao se juntar com Marcio Nigro para realizar este trabalho, Carlos Careqa escolheu um repertório quase confessional. Apenas duas parcerias constam neste CD, O q q cê tem na cabeça, com Marcelo Quintanilha, e Botão de futebol, com Adriano Sátiro. A ideia original era usar somente recursos eletrônicos que remetessem subtextualmente à ‘Chinalização’ que estamos vivendo. No decorrer do trabalho, falou mais alto o talento e a dedicação de Marcio Nigro nos arranjos e na execução das músicas, que preferiu um ar mais pop/rock para o CD, especialmente em músicas como Gohan de doisMídia e Passarinho quando pia.

Canções como 44 (quarenta e quarto)Crise de IdentidadeExistirSou um moinho e Estrepolia mostram o talento de Careqa como cancionista e sua habilidade de mesclar influências, que vão de Elomar até Raul Seixas. Uma dedicatória muito especial acontece na canção Ladro, dedicada ao amigo Chico Buarque, que em seu CD lançado em 2011, confessa que a canção “Rubato” foi inspirada em sua participação em Alma Boa de Lugar Nenhum, o CD anterior de Careqa. Ladro sugere um diálogo de “Teresinha” (Chico Buarque) e “Rubato” (Jorge Helder/Chico Buarque).

Por fim, vale ressaltar que Made in China, oitavo disco de Carlos Careqa, não recebeu nenhum incentivo fiscal. Ou seja, foi financiado pelo próprio autor e lançado pelo seu selo fonográfico Barbearia Espiritual Discos, distribuído pela Tratore Distribuidora.

Made in China

Produzido por Marcio Nigro, Co-produzido por Carlos Careqa

Barbearia Espiritual Discos, Tratore Distribuidora

[email protected]

 

Biografia

Nasceu Carlos de Souza em Lauro Müller, mais especificamente no distrito de GuatáSanta Catarina, aos cinco anos foi para Curitiba com seus pais, Divo Querino de Souza e Izolete Campos de Souza, onde passou a infância e a adolescência. Aos 15 anos ingressou no seminário Salesiano de Ponta Grossa, com o intuito de se tornar Sacerdote da Igreja Católica. Lá aprendeu música e teatro. Participando da banda OS BRASAS, formada por alunos do seminário.

Quando saiu aos 18 anos, em 1979, ingressou no Grupo de Teatro dirigido por Laerte Ortega, onde contribuiu com a trilha do espetáculo A rua de Pirulito, de Laerte Ortega, juntamente com o autor e Lino Procópio.

Depois de rápida passagem pelo grupo Sal da Terra, faz com Fernando Vieira uma dupla onde inicia suas composições próprias, misturando diversos estilos.

Fernando e Careca, fizeram muitos shows em Curitiba, durante 19821983 e 1984.

Em 1984, decide largar a faculdade de Direito e partir para Nova York, dando início a sua carreira solo. Já com o nome modificado para Carlos Careqa, com q no lugar de c.

Depois de passar quatro meses na Big Apple, volta ao Brasil para continuar seu trabalho com música e teatro. Tenta por uma semana, morar no Rio de Janeiro, mas volta para Curitiba, onde faz trilhas para peças de teatro e shows musicais.

Em 1986, novamente vai para Nova York, onde passa mais uma temporada, tocando nos bares e restaurantes da cidade.

Voltando para Curitiba, retoma seus trabalhos. Começa a participar como ator de comerciais de televisão. Particpações em curtas dirigidos pelos cineastas locais.

Em 1990, recebe uma bolsa do Instituto Goethe de Curitiba para estudar Alemão, em Berlim, onde fica por oito meses.

Na volta decide mudar para São Paulo, onde permanece até hoje.

Em 1993 lança seu primeiro LP, OS HOMENS SÃO TODOS IGUAIS, com participações de Arrigo Barnabé, Tetê Espindolla, Cida Moreira, Itamar Assumpção, Tangos e Tragédias.

A canção Acho, deste disco, foi escolhida por David Byrne, para integrar a coletânea BRAZIL TROPICAL 2, lançada em 1999. Em 1998 lança o Segundo CD, MÚSICA PARA FINAL DE SÉCULO. Em 2004 lança o Terceiro CD, NÃO SOU FILHO DE NINGUÉM. Em 2006 lança o Quarto CD, PÊLO PÚBLICO. Em 2008 lança o Quindo CD, ‘A ESPERA DE TOM, com canções de Tom Waits em português. Em 2009 lança o Sexto CD, TUDO QUE RESPIRA QUER COMER (BED/INDEPENDENTE), CD que comemora 25 anos de carreira de Carlos Careqa, com composições de sua autoria, todas inéditas. Com produção de Mario Manga, participações de: Raul de Souza (trombone), Mônica Salmaso (voz), Maria Alcina (voz), Tatiana Parra (voz), Zé Rodrix (voz), Skowa (voz), Camilo Carrara (violão), Marcelo Pretto (voz), Fernando Vieira (voz), Toninho Ferragutti (acordeom), Guello (percussão) Gabriel Levy (acordeom) Sylvinho Mazzucca Junior (baixo)

 

 

 

Redação

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