São especiais os saraus com a presença do meu amigo negão Almeida. Em parte pelo repertório que conhece, muito pelos causos dos quais se lembra.
Ontem lembrou-se de um particularmente engraçado, do qual nem me lembrava. Nos anos 70, Luiz Gonzaga foi se apresentar no Colégio Equipe, ali vizinho da Brigadeiro Luiz Antonio – onde minha mulher, a Ica, lecionava. Aliás, acho que ainda morávamos em uma quititene na Monsenhor Passalácqua, vizinho do Equipe.
Ficamos perto do palco e o negão começou a acompanhar o ritmo no pandeiro ou em algum instrumento que sempre levava em um saco de pão.
Quando terminou a primeira parte, Luiz Gonzaga olhou divertido para ele e agradeceu:
– Queria agradecer o ritmo de macumba que o amigo ali imprimiu ao baião.
O negão ficou branco e tratou de guardar o instrumento, mas a risada larga de Gonzaga o acalmou:
– É brincadeira, pode continuar!
Falou muito, também, do grande Paulinho de Viola, que ele costumava ciceronar pelas noites paulistanas. Lembrou que ele tinha sido do Partidão e que «Sinal Fechado», uma de suas principais músicas, foi feita pensando no encontro no trânsito com um colega que estava na clandestinidade.
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