Aquiles Rique Reis
Músico, integrante do grupo MPB4, dublador e crítico de música.
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O dia é hoje, o CD de Edu Sangirardi, por Aquiles Rique Reis

Avaliemos o trabalho que Edu Sangirardi trouxe à luz. A qualidade das dez composições gravadas são de tirar o chapéu.

O dia é hoje, o CD de Edu Sangirardi

por Aquiles Rique Reis

Hoje ouviremos Um, álbum instrumental cuja força vem de três amplos e óbvios momentos que são imprescindíveis à qualidade do som: o primeiro, quando a arregimentação dos instrumentistas tem sintonia com as músicas apresentadas; o segundo, quando eles trazem na alma o som de seus instrumentos; e, por fim, quando os arranjadores sublimam o repertório, tornando-se quase parceiros das composições.

Um é o primeiro álbum do pianista Edu Sangirardi. Ao verificar os pontos que, creio eu, caracterizam um bom CD instrumental, encontrei alguns itens aqui listados – claro que outros elementos podem e devem ser ajuntados às listas que permitem reconhecer de antemão os predicados dos trabalhos, pois quanto mais itens positivos houver, melhor será o disco, é claro!

Avaliemos o trabalho que Edu Sangirardi trouxe à luz. A qualidade das dez composições gravadas são de tirar o chapéu. Dessas, sete são inéditas, sacadas da gaveta em que Edu guarda suas joias, a serem registradas um dia; as outras já foram gravadas pela cantora e compositora Anna Setton.

Pois bem, o dia chegou, é hoje: a tampa abre com “Canto de Aruanda” (Edu Sangirardi). Desde a intro o som do clarone impõe seu timbre, cuja pujança se torna mais energética. O piano, junto com o baixo e a batera, abrem alas para o suingue arrebatador, e as cordas iluminam ainda mais o arranjo.

Agora é “Sim” (Edu Sangirardi, Danilo Silva e André Goldfeder), que tem a guitarra desenhando notas solitárias, enquanto a batera soa bonito. O piano assume as rédeas com uma bela levada. A guitarra improvisa. O rhodes embala o duo de piano e guitarra. Uma música suave, cujos improvisos alternam-se entre piano e guitarra, conduzem a melodia e a harmonia requintadamente.

Em meio à pandemia que nos mata e um presidente que nega a importância da vacina, ouvir um trabalho como o de Edu Sangirardi é acreditar que o futuro trará boas nuvens de paz e alegria.

Aquiles Rique Reis, vocalista do MPB4

Ficha técnica

Instrumentistas: piano, Edu Sangirardi e Guilherme Fanti; baixo, Fi Maróstica; batera, Cleber Almeida; flugel, Diego Garbin, Bruno Belasco e Paulo Jordão; guitarra, Guilherme Fanti e Danilo Silva; acordeom, Toninho Ferragutti; sax alto, JP; flugel, Diego Garbin, Bruno Belasco e Paulo Jordão; guitarra, Guilherme Fanti e Danilo Silva; acordeom: Toninho Ferragutti; sax alto, JP; percussão, Guegue Medeiros; vibrafone, Ricardo Bologna; flautas, Teco Cardoso; rhodes, Tiago Costa; trombones, Jorginho Neto, Fabio Oliva; trombone baixo, Jaziel Gomes; clarinete e clarone: Ale Ribeiro; violão, Swami jr.

Cordas (da orquestra da Osesp): violinos: Luiz Amato, Amanda Martins, Matthew Thorpe, Leandro Dias, César Miranda, Rodolfo Lota, Caio Santos e Katia Spassova; violas: Emerson de Biaggi, Elisa Monteiro e Maria Angelica Camera; violoncelos: Adriana Holtz e Vana Bock.

Técnicos: gravação, Adonias Jr. e Gustavo Sant’Anna; estúdio Arsis (SP); mixagem, Ricardo Mosca; assessoria de Imprensa, Débora Venturini.

Aquiles Rique Reis, vocalista do MPB4

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