AS 7 IRMÃS, 1 TIO (SAM) e 292 SABUJOS versus UM POVO (QUE VIROU MANADA?)

É a geopolítica, estúpido! É a cobiça internacional sobre a 6ª economia mundial, a maior potência energética, hídrica, mineral e biodiversa do Planeta, cara pálida!

Estamos no olho do furacão da “Guerra Híbrida”, que aqui no Brasil chamamos de ‘Golpe’. O golpe é a dinâmica colonial, local, de uma geopolítica global do saque, movida pelo grande capital e as metrópoles imperiais, a fim de, inclusive, buscar um reequilíbrio financeiro pós-crise internacional de 2008, à custa do suor e do sangue do povo brasileiro. 

De acordo com Pepe Escobar [1]: “O grande objetivo por trás de toda e qualquer Guerra Híbrida é esfacelar projetos multipolares transnacionais conectivos, mediante conflitos de identidade provocados de fora para dentro (étnicos, religiosos, regionais, políticos, etc.), dentro de um estado de trânsito tomado como alvo. (…) E assim se pavimentou a trilha para um golpe soft no Brasil – sem nem ser preciso recorrer ao letal terrorismo urbano (como na Ucrânia)”.

Fosse na Noruega, na França ou na Islândia, estariam todos nas ruas, indo pro pau, enxotando os lacaios golpistas, apátridas e entreguistas. De acordo com o vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), Fernando Siqueira [2], A Noruega administrou perfeitamente seu petróleo, se transformou do segundo país mais pobre da Europa em país mais desenvolvido do mundo. Nos últimos cinco anos, a Noruega foi o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do planeta. Tudo isso com as reservas de petróleo que eles têm”.

Mas aqui grande parte da população parece que foi alquimicamente transformada em manada, hipnotizada pela narcose teleguiada – a usina de estupidez e de sociopatias midiáticas epidêmicas – cujo cartel (de mídia, sem par no mundo) é o maior obstáculo não apenas à democracia, mas à própria condição elementar de país e de nação, que vai sendo gradativamente erodida, sem dó nem piedade.

Desta maneira, somos os nossos maiores inimigos neste cenário sombrio e devastador (o povo aparentemente só assiste, sem acreditar que está na mira da cobiça). Como disse o Mauro Santayana [3]: “Parte da sociedade ainda acredita – por ingenuidade, interesse próprio ou falta de brio, mesmo – que para sermos prósperos e felizes basta integrarmo-nos e sujeitarmo-nos plenamente à Europa e aos Estados Unidos. E que temos que abandonar toda veleidade de assumir um papel de importância no contexto geopolítico global, mesmo sendo a sexta maior economia e o quinto maior país do mundo em território e população“. 

Malu Aires [4] também denuncia o non sense: “a guerra mental patrocinada no Brasil, nos últimos 6, 8 anos, custou algumas centenas de bilhões de dólares. Bilhões da corrupção alimentaram uma mídia que serviu ao papel de desestabilizadora ideológica. De um país que acreditava em si, passamos a um país que odiava a si mesmo, nos seus melhores anos de progresso e resultados. (…)Um país em pleno desenvolvimento, com dinheiro sobrando no bolso de todos, gerou uma sociedade consumista e autodestrutiva. (…) e o inimigo alcançou seu objetivo”. 

O sistema de dominação sempre lucrou demasiadamente com a arquitetura da destruição neoliberal, com o entreguismo e com a opressão do povo brasileiro. Para eles, da Casa Grande, os donos do poder, é tudo celebração, não perdem nada, ao contrário, eles estão dentro da grande festa!

O maior assalto do século, talvez do milênio (aprovação do projeto que aprova a entrega do pré-sal às multinacionais), é cometido na calada da noite [5], grande ironia, no dia (05/10) do 28º aniversário de promulgação da Constituição Federal de 1988 (a Constituição cidadã), e sem um derramamento de sangue, incrivelmente, nenhuma gota sequer (até o momento). Se contar lá fora ninguém acredita!

O crime de lesa-pátria corresponde à entrega do ouro (negro) ao bandido, ou seja, a doação do (ex)nosso maior ativo econômico, o petróleo do Pré-Sal (avaliado em cerca de R$ 30 TRILHÕES, podendo ser bem mais q isso) para os nossos adversários (as “Sete Irmãs” & o “Tio” delas) na corrida pela exploração e controle da “maior jazida de óleo encontrada no século 21” [6], e pelo usufruto dos bônus extraordinários que ela já produz. Para Fernando Siqueira [7], “Vamos ficar na mão das empresas mais corruptas e corruptoras do mundo. Elas depõem e matam presidentes”.  

De acordo com Ignacio Godinho Delgado [8], A mudança no marco regulatório do Pré-Sal representa a mais odiosa abdicação do uso de recursos naturais do país em favor de uma perspectiva estratégica de desenvolvimento. A política do Pré-Sal de Lula (agora abandonada) combina quatro elementos chave: a Petrobrás na condição de operadora única, a política de conteúdo nacional nas compras da empresa, o sistema de partilha e uma política de investimentos dirigida também ao desenvolvimento de novas fontes de energia”.

Delgado [9] ainda alerta que “não existe um único país no mundo que tenha alcançado níveis elevados de desenvolvimento tecnológico – e de bem-estar – sem um conjunto expressivo de empresas nacionais inovadoras dominando seu espaço econômico nacional, com desdobramentos em sua capacidade para a projeção internacional. Não faz parte da estratégia das multinacionais exportar as fases mais sofisticadas dos processos de inovação. Por seu turno, empresas domésticas, ocupando posições subalternas na estrutura econômica nacional, tendem simplesmente a absorver tecnologias já existentes, sem liderar as atividades de inovação. Desta forma, buscam ancorar sua competitividade em fatores como o custo do trabalho, resistindo às políticas de elevação da participação dos trabalhadores na renda”.

Acrescente-se à sórdida ironia o fato de que a vultosa grana do pré-sal, a qual seria destinada para alicerçar um investimento maciço na educação (e na saúde), por meio do Fundo Soberano — transformando uma raríssima “janela demográfica” em extraordinária janela de oportunidade para assegurar um alto grau de desenvolvimento do país — não passará de oportunidade desperdiçada.

De acordo com estudo do IPEA [9], “por 20 anos, teremos mais de 50 milhões de pessoas entre os 15 e 29 anos”. A hora do investimento histórico, robusto, em educação, era pra ser agora. Além de jogar no lixo uma oportunidade fantástica, de sobra, a famigerada PEC da Desigualdade (PEC-241) prevê o congelamento dos investimentos em educação e saúde por duas décadas.

Os entreguistas parecem dispostos a transformar uma grande janela de oportunidade histórica numa cova, equivalente a um desastre civilizatório irreparável para a nação, perpetuando as mazelas da desigualdade social.

Haja desamor, mesquinharia, traição, maldade e burrice. Parodiando o poeta Fernando Pessoa (Álvaro de Campos), no seu “Poema em linha reta”, onde é que há gente neste país?

 

Referências

[1] Artigo de Pepe Escobar, “Brasil e Rússia estão sob ataque da Guerra Híbrida”, reproduzido no ‘O Cafezinho’: http://www.ocafezinho.com/2016/03/31/brasil-e-russia-sob-ataque-de-guerra-hibrida/.

[2] Reportagem: “Privatização vai deixar BR nas mãos das empresas mais corruptas do mundo”. Disponível em: https://br.sputniknews.com/brasil/20161005/6496930/privatizacao-BR-petrobras-monopolio-pre-sal-combustiveis-gas.html.

[3] Artigo de Mauro Santayana e vídeo-documentário reproduzidos no ‘Viomundo’, sobre “O segredo das Sete Irmãs e o Pré-sal brasileiro”. Disponível em: http://www.viomundo.com.br/denuncias/o-segredo-das-sete-irmas-e-o-pre-sal-brasileiro.html.

[4] Mural da Malu Aires no FB: https://www.facebook.com/maluaires/posts/10209700834813545

[5] Matéria publicada no Viomundo sobre o “Dia da Vergonha”: http://www.viomundo.com.br/denuncias/dia-da-vergonha-camara-aprova-por-291-votos-a-101-projeto-que-entrega-pre-sal-as-multinacionais-para-a-fup-e-mais-um-golpe-contra-o-povo-brasileiro.html

[6] Artigo de Fernando Brito “A entrega do pré-sal: aliança entre os judas e os fariseus” no ‘Tijolaço’: http://www.tijolaco.com.br/blog/entrega-do-pre-sal-alianca-entre-os-judas-e-os-idiotas/.

[7] Reportagem: “Privatização vai deixar BR nas mãos das empresas mais corruptas do mundo”. Disponível em: https://br.sputniknews.com/brasil/20161005/6496930/privatizacao-BR-petrobras-monopolio-pre-sal-combustiveis-gas.html.

[8] Artigo de Ignacio Godinho Delgado “O Brasil caminha a todo vapor para o passado”, publicado no ‘Viomundo’: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/ignacio-delgado-brasil-caminha-a-todo-o-vapor-para-o-passado.html.

[9] Artigo de Ignacio Godinho Delgado “Desde o início a Lava Jato foi marcada por um propósito político”, publicado no ‘DCM’: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/desde-o-inicio-a-lava-jato-foi-marcada-por-um-proposito-politico-por-ignacio-godinho-delgado/.

[10] Reportagem “Vozes da Inquietação” sobre pesquisas do IPEA e da SAE sobre a juventude brasileira. In: Revista Vozes do Desenvolvimento. 2013 – Ano 10. Ed. 77. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=2942:catid=28&Itemid=23

 

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Redação

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