Ion de Andrade
Médico epidemiologista e professor universitário
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A crise de representatividade da direita

Muitos vêm acreditando que as manifestações das ruas alimentarão candidaturas conservadoras com chances eleitorais… Proponho uma breve análise dos candidatos, nem todos formalmente de direita e seus potenciais:

a)      Aécio Neves: Perde eleitores para Marina Silva e para Eduardo Campos, se houver segundo turno poderá não estar presente

b)      Eduardo Campos: Apesar de boa aprovação do seu governo em Pernambuco, compartilha a sua liderança neste seu principal reduto eleitoral com o próprio presidente Lula, que também é pernambucano. Não tem conseguido romper a barreira do PSDB paulista e mineiro, não crescerá nestes redutos e não será vice de Aécio. Por força disto terá dificuldades de chegar ao segundo turno, se houver.

c)       Joaquim Barbosa: Proposta muito arriscada para o campo conservador que o considera não confiável. Se sair do Supremo será substituído certamente por jurista menos ideológico. Perdendo a eleição leva derrota dupla ao campo conservador, no Supremo e no Executivo. Se viesse a filiar-se ao PSDB estaria desmoralizado se ao DEM ou ao PPS seria motivo de piada. Dificilmente demoveria o tucanato de abrir mão de candidatura própria.

d)      Marina Silva: Potencialmente é a candidata oposicionista mais forte. Entretanto se passar para o segundo turno é a que terá maior dificuldade de ampliar a base de alianças. O eleitor conservador de Aécio ou de Campos poderá optar pela alternativa Dilma já “precificada” e conhecida em lugar de aventurar-se com a alternativa Marina.

Se o governo tiver serenidade, bom senso e firmeza o mais provável é que os movimentos fortaleçam as bandeiras sociais que estavam quase aposentadas devolvendo fôlego ao processo de ampliação da democracia e dos direitos no Brasil. A ver.

Ion de Andrade

Médico epidemiologista e professor universitário

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