A queda nos preços da cesta básica

Do Dieese

Cesta Básica Nacional – abril de 2011: preços caem em 14 capitais

NOTA À IMPRENSA-DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, São Paulo, 04 de maio de 2011

Das 17 capitais onde o DIEESE 
– Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, 14 apresentaram queda de preço em abril. Em três cidades, a queda superou os 3%; em outras quatro, ficou entre 2% e 3%. As maiores reduções ocorreram em Salvador (-7,87%), Recife (-3,69%) e Aracaju (-3,36%). As três capitais onde a cesta básica registrou aumento de preços foram Porto Alegre (alta de 1,34%), Florianópolis (0,91%) e São Paulo (0,35%).

A aquisição do conjunto de itens básicos em São Paulo custou R$ 268,52, 
o maior valor entre as localidades pesquisadas. Em Porto Alegre, o preço da cesta correspondeu a R$ 264,63 e, em Vitória, ficou em R$ 256,12. As cidades mais baratas foram Aracaju (R$ 185,88), João Pessoa (R$ 198,79) e Recife (R$ 202,03).

CombCom base no maior valor apurado para a cesta e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deva suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o salário mínimo necessário.

Em abril, o valor do mínimo foi calculado em R$ 2.255,84, o que representa 4,14 vezes o mínimo em vigor, de R$ 545,00. Em março, o piso mínimo era estimado em R$ 2.247,94 (4,12 vezes o menor salário legal), enquanto em abril do ano passado correspondia a R$ 2.257,52, ou seja, 4,42 vezes valor então vigente (R$ 510,00).

Variações acumuladas

No primeiro quadrimestre deste ano, 15 das 17 localidades pesquisadas acumulam aumento de preços. As maiores variações foram registradas em Brasília (6,27%), Florianópolis (6,05%), Vitória (5,83%), seguidas por Aracaju (5,69%) e Rio de Janeiro (5,15%).

Nos últimos 12 meses, Goiânia apresentou a maior variação para o conjunto dos produtos: 14,87%, seguida por Fortaleza (13,57%), Florianópolis (5,37%) e Vitória (4,94%). Ao longo deste período, dentre as quatro cidades com variações negativas, as menores foram em Salvador (-7,55%) e Recife (-5,80%) – Tabela 1.

Cesta x salário mínimo

Para adquirir a cesta básica, o trabalhador que ganha salário mínimo precisou cumprir, em abril, na média das 17 capitais pesquisadas, jornada de 94 horas e 41 minutos, tempo menor que o exigido em março (96 horas e 13 minutos). 

Em abril de 2010, a mesma compra comprometia jornada bem maior: 98 horas e 44 minutos.

Quando se considera o percentual do salário mínimo líquido gasto com a cesta, após a dedução da parcela referente à Previdência Social, também é possível notar um pequeno recuo, em abril (46,78%) em relação ao comprometido em março (47,54%). Em abril de 2010, o custo da cesta representava 48,78% do mínimo líquido.

Comportamento dos preços


O tomate
, item pesquisado em todas as localidades, foi o produto que mais influenciou a queda no preço da cesta. Porto Alegre foi a única localidade que teve alta no preço do produto (4,67%). Nas demais localidades, a variação no preço do produto ficou entre -29,33% (Salvador) e -2,19% (Manaus). No total das localidades pesquisadas, em 13 capitais a diminuição dos preços médios ficou acima de -10%.

A batata,
 pesquisada em nove capitais, teve alta nos preços em todas as localidades, sendo a maior ocorrida em Curitiba (43,41%), seguida por Belo Horizonte (33,90%) e Porto Alegre (27,56%). Apenas Goiânia (9,09%) teve aumento inferior a 10%.

Produto de grande peso na cesta, a carne mostrou comportamento diferenciado no mês, com alta em nove cidades, a maior em Natal (2,82%), e redução em outras oito, entre as quais mais se destacou Porto Alegre (-1,65%).

O arroz r
egistrou pequena alta em Natal (1,72%) e em Salvador (1,62%). Em Curitiba e Recife o preço permaneceu estável. E em 11 cidades a variação foi negativa, com maiores quedas no Rio de Janeiro (-4,98%), Porto Alegre (-4,49%) e Brasília (-4,26%).

O feijão
 apresentou preços com comportamentos variados. Houve aumento em sete cidades, com destaques para Belo Horizonte (10,14%), São Paulo (7,95%) e João Pessoa (6,80%). Em Brasília, não houve variação no preço do produto. E nas nove localidades restantes os preços tiveram queda, com destaque para Manaus (-6,49%), Florianópolis (-5,19%) e Vitória (-4,63%).

O preço do pão
 subiu em oito cidades. A maior alta foi observada em Porto Alegre (4,67%) e a segunda maior em Natal (2,85%). Outras oito capitais tiveram baixa no preço do pão, sendo a menor em Aracaju (-3,41%), seguida por Recife (-2,97%). Em Belém não houve alteração no preço do produto. As variações do gasto total por produto e por região podem ser melhor avaliadas na Tabela 2.

São Paulo

O custo da cesta de alimentos básicos na capital paulista foi de R$ 268,52 no mês de abril, permanecendo o mais caro entre as 17 capitais pesquisadas. A alta mensal (0,35%), a alta do primeiro quadrimestre (de 1,27%) e a dos últimos 12 meses (de 2,73%) foram relativamente pequenas.

Os aumentos mensais dos produtos tiveram elevações fortes na batata (25,64%) e no feijão (7,95%). Ainda encareceram o leite (3,13%), a manteiga (2,79%), a carne (1,87%) e o café (1,56%). Baratearam o tomate (-13,73%), o arroz (-3,66%), o açúcar (-1,84%), a banana (-1,70%), a farinha de trigo (-0,94%) e o pão (-0,15%). 
 

O preço do óleo de soja permaneceu estável.

No período anual, 
os maiores aumentos foram anotados no óleo de soja (26,46%), na carne (21,38%), na farinha de trigo (15,38%), no pão (8,17%), na banana (6,98%), café (4,98%) e no leite (2,64%). 

Caíram de preço
 a batata (-25,08%), o tomate (-15,17%), o feijão (-14,66%), o arroz (-10,68%), o açúcar (-10,13%) e a manteiga (-6,91%). Os fatores climáticos favoreceram a produção desses alimentos essenciais.

O trabalhador paulistano cuja remuneração é o salário mínimo (R$ 545,00) necessitou trabalhar 108 horas e 24 minutos para a aquisição da cesta básica em abril, pouco acima da jornada de março, que havia sido de 108 horas e 01 minuto, mas abaixo da jornada de abril do ano passado, que foi de 112 horas e 45 minutos.

Resultado semelhante pode ser obtido comparando o custo dos alimentos com o salário mínimo líquido, ou seja, após os descontos da Previdência Social. Em abril, o custo dos alimentos representava 53,55% do mínimo líquido, praticamente igual ao de março (53,37%), ambos inferiores ao do mês de abril de 2010 (55,71%).

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Luis Nassif

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