A reação da Rússia na Ucrânia

Por JNS

Eventos na Ucrânia entraram em rápida aceleração

 

– “Русские долго запрягают, но быстро едут” é um ditado russo que diz:
 
– “Os russos demoram para selar o cavalo, mas, depois que montam, andam depressa.”
 
Ao longo dos últimos dias, os eventos na Ucrânia entraram em rápida aceleração e houve vários eventos simultâneos. Em Kiev, os líderes da insurgência assumiram controle total do Parlamento e imediatamente aprovaram leis que revogam o status de língua oficial para o idioma russo.

Os líderes políticos foram à Praça Maidan para obter a aprovação dos membros propostos para o novo governo. Exatamente como ordenou Victoria Nuland, a secretária-assistente de Estado dos EUA, Iatseniuk ficou com o cargo de primeiro-ministro.

 
Na própria Praça Maidan, aparecem profundas diferenças entre partes, que agora se opõem entre elas, da multidão. O neonazista líder das “forças de segurança Maidan” e um dos fundadores do Partido Liberdade, Andrei Parubii, tornou-se chefe do Conselho de Segurança. O líder do Setor Direita (Pravy Sektor) neonazista, Dmitri Iarosh, é agora Delegado-chefe do Conselho de Segurança. O resto do novo governo é, na sua maioria, de apoiadores do ex-presidente Yushchenko, em outras palavras: leais agentes dos EUA.
 
O novo regime dissolveu a polícia antitumultos e, assim, liquidou a última força que restava ainda capaz de manter a lei e a ordem nas regiões controladas pelos insurgentes. Agora reina a lei das gangues, nua e crua. A moeda está em queda livre. Iatseniuk diz que são necessários $35 bilhões imediatamente, para evitar um calote. A dívida total é de $170 bilhões.
 
Nas áreas controladas pelo novo regime, estão acontecendo “expropriações” (roubos e assaltos) por toda a parte; a rua é governada pelos bandidos. Yanukovich foi retirado da Ucrânia por forças da segurança russas (mais sobre isso, adiante). O Parlamento do Tartaristão e o Congresso Mundial dos Tártaros apelaram aos tártaros da Crimeia, basicamente para parar à merda toda (disseram isso em termos mais polidos). Honra e glória, à sabedoria dessas duas organizações!
 
 
Homens armados, não identificados, tomaram o prédio do Parlamento da Crimeia às 4h da madrugada, só para assegurar que, dessa vez, os membros eleitos daquele Parlamento pudessem entrar e reunir-se. Uma bandeira russa foi hasteada no topo do prédio do Parlamento. O governador de Carcóvia, Mikhail Dobkin, renunciou ao cargo, para concorrer à presidência da Ucrânia, nas eleições de 25 de maio.
 
O Parlamento da Crimeia assumiu as funções do governo central e anunciou um referendo sobre o futuro da Crimeia, marcado para 25 de maio. O recém-eleito prefeito de Sebastopol reuniu-se com o Comandante-em-chefe da Frota do Mar Negro. Os dois declararam que não será tolerada nenhuma violência, seja de que tipo for.
 
Novas milícias populares de defesa formaram-se na Criméia, com número estimado entre 5 mil e 15 mil membros, organizados em brigadas. Estão controlando todas as principais estradas e no momento estão filtrando o tráfego de quaisquer “visitantes” provenientes das áreas controladas pela insurgência. Membros importantes do Parlamento russo visitaram a Criméia para manifestar apoio à população local e reunir-se com parlamentares da Criméia.
 
Na Rússia, as opiniões estão divididas sobre o que fazer. Vladimir Zhirinovksy e seu partido LDPR dizem que a Rússia deve ficar de fora e não dar um único rublo aos ucranianos. Os comunistas querem que a Rússia leve a questão ao Conselho de Segurança da ONU. O Partido “Só Rússia” (mais “moderado”) está manifestando pleno apoio ao povo da Criméia e diz que a Rússia tem de intervir e ajudá-lo. Feitas as contas, a tomada do governo por neonazistas em Kiev parece estar despertando uma mistura de desgosto e fúria, que pressionará o Kremlin para que faça alguma coisa.
Assim sendo… E o Kremlin? Parece que está usando uma estratégia de resposta em várias etapas, que serão colocadas em andamento, simultaneamente:

Ao retirar Yanuk do país e permitir que se refugiasse na Rússia, o Kremlin deixou claro que o presidente legitimamente eleito da Ucrânia estará fisicamente disponível para desafiar qualquer e todas as decisões do novo governo, do Parlamento controlado pelos insurgentes e do governo nacionalista fascista. É evidente que Yanuk está politicamente morto, mas, em termos da legislação vigente, continua a ser extremamente poderoso e ator importante que tem de ser mantido vivo.

O (agora ex-) governador da Carcóvia, Mikhail Dobkin, fez “discreta” viagem à Rússia e voltou com a decisão de renunciar ao cargo de governador, para concorrer à presidência.
 
À primeira vista, a ideia de participar de eleições controladas pelos fascistas pode parecer estúpida, mas repense: em primeiro lugar, no caso totalmente improvável de uma eleição que seja pelo menos 50% decente, ele quase com certeza será eleito (a maioria dos ucranianos não apoia os fascistas).
 
Segundo, se a eleição for “manipulada”, Dobkin, candidato, poderá questioná-la.
 
Terceiro, pelo simples fato de concorrer, ele pode forçar a imprensa controlada pelos fascistas (sobretudo a TV) a dar-lhe tempo de televisão para responder à propaganda nacionalista fascista. Assim, tudo considerado, é um movimento astucioso.
 
Para a Criméia, assunto está resolvido: em maio, se tornará estado independente. Esse estado terá alternativas abertas e, se, por algum milagre inesperado e basicamente impossível, Dobkin for eleito presidente, a Criméia pode aceitar um ‘status quo ante’ [lat. ‘estado em que as coisas estavam antes’], mas com o claro entendimento de que aquele será um arranjo federativo do qual a Criméia poderá separar-se a qualquer momento. Se algum dos nacionalistas for “eleito”, nesse caso a Criméia romperá todos seus laços com a Ucrânia e se unirá economicamente com a Rússia, Bielorrússia, Cazaquistão e Armênia, como estado independente.
 
A Rússia usará a força para defender a Crimeia se for necessário. A solução preferível é ajudar as autoridades locais a defenderem-se, elas mesmas, fornecendo, se necessário, fundos, armas, expertise, inteligência e etc.. Mas em praticamente todos os casos, nada disso será necessário, simplesmente porque tudo isso pode ser fornecido pela Frota do Mar Negro, com base ali mesmo. No máximo, os ucranianos nacionalistas podem mandar para lá as mercenários que já usaram em Kiev.
 
 
Por outro lado, a Frota do Mar Negro pode mobilizar a 810ª Brigada Independente de Infantaria Naval, o 382º Batalhão Independente de Infantaria Naval e, até, o 102º Destacamento Independente Spetsnaz da Marinha [emblema, na imagem], o que significa algo entre 1.300-1.400 soldados de elite, todos eles oficiais super treinados, com longa experiência de combates, apoiados por artilharia, força aérea, blindados, etc.. A expectativa é que as autoridades locais e as forças policiais (inclusive os Berkut da polícia antitumulto local e as milícias populares de defesa) serão suficientes para conter qualquer “visitante” da insurgência que apareça por lá, sem precisar de qualquer ajuda da Frota do Mar Negro. Em resumo: a insurgência ucraniana jamais controlará a Criméia.
 
Leste da Ucrânia
 
É onde as coisas ficam muito mais nebulosas. O palpite é que o Kremlin está adotando uma atitude de “esperar para ver” em relação ao leste da Ucrânia, esperando pelo que aconteça num nível local. O princípio básico por trás da política do Kremlin é “só ajudamos os que se ajudem eles mesmos e façam por merecer nossa ajuda”. A Criméia é exemplo perfeita dessa abordagem. Fato é que os nacionalistas têm forte presença em Carcóvia, Dniepropetrovsk ou Poltava. Assim sendo, o desenlace aí é muito mais difícil e delicado de antever.
 
 
 
Aqui, a política correta é autoevidente: primeiro, deixar que ocorra a luta entre facções e eles passem a comandar a já arruinada economia real; eles que descubram até onde conseguem sobreviver movidos só a hinos nacionalistas e gritos de “Бий жидів та москалів – Україна для українців” (Fora, judeus e russos, Ucrânia para os ucranianos). A União Europeia e os EUA que compareçam com os $35 bilhões para pagar por mais essa “revolução colorida” e evitar um calote; e, depois, eles que deem jeito de administrar esse novo regime “popular pró-ocidente”.
 
Então, quando o dinheiro deles acabar, é esperar que recorram ao Kremlin e peçam ajuda. Aí, basicamente, se tratará de “comprar a parte deles para tirá-los do negócio”, item a item, fábrica a fábrica, político a político, oligarca a oligarca, região por região.
 
A Rússia NADA deve aos nazistas odiadores de russos. E nada lhes dará gratuitamente. Os nacionalistas ucranianos tentarão retaliar, sobretudo com ataques aos gasodutos russos que atravessam a Ucrânia, mas essa estratégia inviável, ferirá, em primeiro lugar e mais fundo, a Europa; e, afinal, a Rússia construirá dois gasodutos que não estão projetados passar pela Ucrânia. Eventualmente, a Ucrânia acabaria por romper com o ocidente.
 
Quanto à China, já está processando judicialmente o novo regime por quebra de contratos comerciais (ou, pelo menos, já há notícias disso, em algum dos noticiáriosi). A China seguirá a Rússia, neste caso.
 
A menos que ocorra um milagre, haverá muita violência nas províncias do leste da Ucrânia. No ponto em que estão as coisas hoje, não haveria qualquer intervenção militar russa para proteger a população que fala o idioma russo, que terá de defender-se, sozinha. A Rússia garantirá: (a) apoio político, (b) financeiro e, possivelmente, (c)  uma quantidade limitada de apoio secreto.
 
 
Quanto aos EUA e a OTAN, não deverão intervir militarmente. Haverá MUITA propaganda anti-Rússia, muita propaganda pró-nacionalistas fascistas, milhões de dólares norte-americanos continuarão a encher as burras dos líderes do golpe, mas, mais cedo ou mais tarde, os EUA e seus fantoches europeus terão de se conformar ante a evidência de que fracassaram: não expulsaram a Frota do Mar Negro da Crimeia; e a Crimeia se encaminhará na direção da Rússia: será o tiro pela culatra, da “revolução colorida” que EUA e União Europeia implantaram em Kiev.
 
Mas em nenhum caso, os EUA e a União Europeia reconhecerão qualquer tipo de autoridade pró-Rússia em nenhuma parte da Ucrânia. Por isso é possível que o país rache, como a Geórgia ou as duas Coréias. Isso não tirará o sono, nem da Criméia e nem da Rússia – EUA e União Europeia que tenham sua própria versão do Kosovo, só para variar.

 

Redação

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  1. Ucrânia, um país entre a luta

    Ucrânia, um país entre a luta por sua identidade e a guerra civil

    Elos entre a Crimeia e a Rússia ameaçam estabilidade regional após a queda do governo em Kiev 

    Graça Magalhães-Ruether – O Globo

    Publicado:2/03/14 – 7h00
Protestos. Homens invadem a sede do governo regional em Kharkiv, num protesto pró-Rússia que acabou em violência generalizada e vários feridos
Foto: SERGEY BOBOK / AFP

    Protestos. Homens invadem a sede do governo regional em Kharkiv, num protesto pró-Rússia que acabou em violência generalizada e vários feridos SERGEY BOBOK / AFP

    BERLIM – Uma semana depois da deposição do presidente Viktor Yanukovich, a Ucrânia continua dividida entre as tendências pró-Europa e pró-Rússia, e o perigo de desintegração do país de maior território da Europa e da repetição do exemplo sangrento das guerras separatistas da Iugoslávia do início dos anos 1990 aumenta a cada dia. Enquanto as regiões ocidentais comemoraram a queda do presidente e a vitória da “revolução da Praça da Independência”, nas cidades do Leste, a população começou a se sublevar contra o que considerou um golpe de Estado. A Crimeia convocou um referendo para o dia 25 de maio, quando a população vai decidir sobre o seu futuro status. Como a maioria da população (60%) é russa, o risco de uma separação da Ucrânia é real. Outras províncias do Leste ameaçam seguir o exemplo.

    Mas não somente a distância geográfica de Kiev faz a situação ser vista de um ângulo inteiramente diferente no Leste da Ucrânia, onde a população de idioma russo continuou se considerando russa mesmo após a desintegração da União Soviética.

    Enquanto Mikhail Dobkin, governador de Kharkiv, no Leste, acusou os novos líderes da Ucrânia de não se distanciarem dos fascistas do partido de extrema-direita Svoboda, na Crimeia o novo governo continua sendo visto como “golpista” e “ilegal”.

    Encouraçado Potemkin

    O conflito já não é mais sobre o regime de Kiev, mas sobre a própria identidade do país.

    – Os protestos começaram em consequência da insatisfação com a situação econômica, mas depois transformaram-se no debate acirrado sobre o problema número um da Ucrânia, a identidade nacional – disse o cientista politico Anatoli Rachak, de Kiev.

    Para o escritor Igor Sidorenko, da Crimeia, a divisão latente que sempre existiu foi marcada pela História e nunca pôde ser superada nos 23 anos de Ucrânia independente. Os próprios intelectuais estariam divididos. Os do Leste prefeririam que as suas províncias adquirissem uma autonomia completa ou passassem a fazer parte, um dia, da Rússia.

    Por causa da Crimeia, mas também de Odessa, cidade que foi palco do maior clássico do cinema soviético (“O encouraçado Potemkin”), ainda hoje cultivado como um tesouro cultural do passado soviético, também os russos nunca deixaram de ver a Ucrânia como parte da Rússia, do “império”, como diz a escritora Galina Mihaleva, de Moscou.

    – Ainda hoje os russos, não só os políticos, também os intelectuais, lamentam a perda da Ucrânia. Foi o pior capítulo da desintegração da URRS – diz Galina.

    Mas enquanto os cidadãos da Crimeia de origem russa veem uma separação da Ucrânia, que poderia ser selada com o referendo de maio, como solução, a minoria tártara vê a soberania russa na península como o maior de todos os males, como trocar o demônio (um regime possivelmente corrupto de Kiev), pelo Belzebu (o imperialismo de Moscou).

    Para o cientista político ucraniano Yuri Durkot, se a maioria dos russos do Leste conseguir uma separação da Ucrânia, o caso poderia terminar em uma sangrenta guerra civil, como a da Iugoslávia. Na Crimeia, foram os tártaros os que mais apoiaram a queda de Yanukovich. Muitos foram a Kiev participar dos protestos.

    Mas mesmo os maiores nacionalistas de Moscou não acreditam que o presidente russo Vladimir Putin seja ingênuo a ponto de mostrar excesso de fôlego na troca de farpas com o novo regime de Kiev, os “terroristas e fascistas”. Com a Geórgia, há seis anos, Moscou pôde fazer o que quis – primeiro mandar tropas, depois preparar a anexação da Ossétia do Sul, que poderá acontecer em breve, por iniciativa da própria população local. Mas desta vez nem os adeptos do Partido das Regiões, de Yanukovich, são favoráveis a uma anexação da Crimeia ou de outras regiões do Leste pela Rússia.

     
     

  2. A insurgência já perdeu a

    A insurgência já perdeu a primeira e fundamental batalha: a MORAL. Ao acolher o nazismo como parte legítima na sua luta deu um tiro no pé. Tanto de um lado(aliados), como e principalmente, para o outro, os russos. Para estes últimos a tragédia da segunda guerra e seus vinte e cinco milhões(cálculo estimado) de vítimas da antiga URSS continua vivída. 

    O pior é que uns oito milhões foram só de ucranianos. Mas é sabido que na segunda guerra a parte ocidental recebeu como libertadoras as tropas nazistas e muitos ucranianos se uniram a eles. 

  3. Arma poderosa, gás da Rússia pode explodir a Ucrânia amanhã

    Arma poderosa, gás da Rússia pode explodir a Ucrânia amanhã (*)

    HuffPost France | by Grégory Raymond, em 28.02.2014
    Tradução parcial

    A pressão militar na Ucrânia nunca foi tão forte, mas os canhões não são a maior arma de Moscou. Com a questão da Crimeia — uma região pró-russa da Ucrânia — esquentando, o fornecimento de gás poderá ser uma ameaça usada na resolução da crise. A Ucrânia depende fortemente de energia russa. Preços crescentes do gás decididos por Moscou podem levar, a qualquer momento, a um colapso do país.

    Uma nova guinada pode emergir em breve: a partir de primeiro de março a gigante russa Gazprom poderá renegociar seu contrato com a empresa estatal de gás e petróleo da Ucrânia, a Naftogaz.

    Dado o acordo pelo qual a Rússia fornece gás para a Ucrânia, as duas companhias devem assinar um novo contrato a cada trimestre. Quando as relações entre os dois países são boas, assim também são os preços.

    O último acordo, assinado em dezembro, definiu o preço a U$ 268,5 por mil metros cúbicos. Um preço competitivo, já que o de mercado na época das negociações era de U$ 400.

    Este “gesto”da Gazprom, vindo de um governo aliado no setor de energia, foi feito por uma razão: o ex-presidente ucraniano Victor Yanukovych tinha acabado de desistir de um acordo comercial entre seu país e a União Europeia e estava prestes a reforçar a cooperação com Moscou. Agora que o governo interino está se voltando para Bruxelas, uma nova pressão no fornecimento de gás é esperada.

    A Rússia fornece a maior parte do gás consumido na Ucrânia — é o maior importador de gás russo — e o governo russo foi acusado outras vezes de usar a dependência do vizinho como forma de pressão política. Vários setores industriais da Ucrânia, como as indústrias da metalurgia e de fertilizantes, dependem completamente das importações do gás russo. Outro fator a considerar — motivo de preocupação — é de que Kiev é um mau pagador.

    Hoje a Ucrânia deve cerca de U$ 4 bilhões à Gazprom. O país também precisa encontrar U$ 35 bilhões para pagar suas dívidas nos próximos dois anos. Há motivos para temer uma terceira “guerra do gás”.

    Em janeiro de 2006 e no início de 2009, a Gazprom decidiu cortar todo o suprimento para a Ucrânia — através da qual 90% do gás russo viaja para a Europa — obedecendo a ordens do Kremlin. Os russos queriam acelerar o acordo em uma disputa comercial sobre os preços e a dívida do gás. Também queriam punir a Ucrânia por se aproximar da UE.

    Como resultado, vários paises da Europa central e ocidental ficaram sem suprimento. Agora, apenas 60% do gás russo importado por paises europeus atravessa a Ucrânia. Os vizinhos da Ucrânia veem uma nova crise do gás com mais serenidade. A Europa depende menos do gás que passa pela Ucrânia.

    Em comparação com as crises prévias, a Rússia agora tem mais liberdade para pressionar a Ucrânia. O país tem uma rede de importadores de gás na Europa e pode cortar o fornecimento para a Ucrânia sem comprometer a entrega para outros paises europeus.

    A Gazprom construiu um gasoduto duplo, gigante, no mar Báltico, em colaboração com as empresas alemãs E.ON, BASF e as companhia francesa GDF Suez. Chamado Nord Stream, esse gasoduto pode transportar 55 bilhões de metros cúbicos por ano, diretamente da Rússia para a Alemanha. A Alemanha também é altamente dependente do gás russo, mas a Gazprom não pode cortar o fornecimento. O Nord Stream é controlado por um consórcio liderado por Gerhard Scroöder, o chanceler alemão entre 1999-2005.

    Na região sul, o gasoduto South Stream começará a funcionar em breve. Vai cruzar a Bulgária, a Sérvia, a Hungria e a Itália. Este gasoduto vai garantir que haja trânsito permanente de gás russo pela Europa central.

    De acordo com Alexandre Razouvaev, chefe do departamento de análises da Alpari, “a Gazprom é muito menos dependente do trânsito de gás pela Ucrânia que no passado. Vários itinerários alternativos foram criados nos últimos anos: BelTransGaz, através da Bielorrússia, mas também NordStream e o gasoduto que conecta a Rússia com a Turquia através do mar Negro”.

    Enquanto a Rússia tenta se livrar do trânsito de gás pela Ucrânia, Kiev está tentando diversificar seus fornecedores. O ex-primeiro ministro da Ucrânia, Mykola Azarov, disse que no final de 2013 o país tinha reduzido suas importações de gás russo em 40% desde 2010. Eventualmente, acrescentou, seu país poderia viver sem suprimento russo. O governo da Ucrânia fez um “enorme” trabalho para extrair gás em casa, diz Azarov.

    Muitos contratos foram assinados, notavelmente com a Shell e a Exxon Mobil, que agora podem extrair gás da bacia do mar Negro. O governo ucraniano também deu à companhia norte-americana Chevron o direito de pesquisar e explorar gás de xisto. Um poço consistente foi encontrado em Oleski, na Ucrânia ocidental, diz o ex-primeiro ministro.

    ————————————————————————————
    (*) Publicado no Viomundo, em http://www.viomundo.com.br/politica/o-gas-da-russia-pode-explodir-a-ucrania-amanha.html

  4. Marionetes

    Apesar da impressão que o articulista foi tendencioso e está enganjado, de qualquer forma, valeu pela análise, ou seja, pelo contraponto e não está, completamente, alienado da realidade nua e crua exposta no diálogo hackeado ha pouco dias entre Geoffrey Pyat e Victoria Nuland, que pode ser resumido em: – “YATS É O CARA!”

    http://www.state.gov/img/13/56733/120513_Nuland_Pyatt_290_1.jpg

    ***

    O áudio está em um vídeo de 4 minutos e 10 segundos, com o título “Os Marionetes de Maidan” (em referência à praça ucraniana que tem sido palco de protestos), publicado no YouTube.

    Em determinado momento, uma voz feminina, atribuída a Nuland, fala sobre uma proposta da ONU para resolver a crise política.

    “Então seria ótimo, eu acho, ajudar a costurar essa coisa e ter a ONU ajudando a costurá-la e, você sabe, foda-se a União Europeia.”

    A voz masculina responde: “Nós temos que fazer algo para que isso se sustente, porque você pode ter certeza que se isso não ganhar altitude, os russos estarão trabalhando nos bastidores para atacar [o acordo].”

    O diálogo faz referência a políticos ucranianos de oposição. A voz feminina diz que Vitaly Klitschko, o ex-campeão mundial de boxe, não deveria estar no governo, caso houvesse a formação de um novo gabinete.

    “Eu não acho que isso seja uma boa ideia”, diz ela.

    Ela também diz: “Eu acho que Yats [Arseniy Yatseniuk] é o cara que tem a experiência econômica, a experiência de governo.”

    BBC

    ***

    Na gravação, a secretária-assistente de Estado Victoria Nuland diz ao embaixador dos EUA em Kiev, Geoffrey Pyatt, que ela não acha que Vitaly Klitschko, ex-boxeador que virou um dos líderes políticos da oposição, deveria estar presente em um novo governo.

    – Eu não acho que Klitsch (Klitschko) deve ir para o governo. Eu não acho que seja necessário. Eu não acho que é uma boa ideia – disse ela na gravação, de data incerta, mas que parece descrever eventos que ocorreram no final de janeiro.

    A conversa foi divulgada justamente no mesmo dia em que Nuland se reuniu com o presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, para discutir uma solução para os protestos antigovernamentais que varreram a ex-república soviética desde novembro. Eles discutiram a reforma política e possíveis novas negociações entre Yanukovich e os líderes da oposição, de acordo com o site do governo.

    Autoridades americanas não quiseram comentar a gravação, mas não negaram sua autenticidade. Uma porta-voz do Departamento de Estado disse que Nuland pediu desculpas aos seus homólogos da UE pelos comentários divulgados.

    No áudio, Nuland e Pyatt discutem estratégias para trabalhar com as três principais figuras da oposição: Klitschko, Arseny Yatseniuk, ex-ministro da Economia da Ucrânia, e Oleh Tyahnybok, líder da oposição nacionalista de extrema-direita.

    Nuland se refere a uma manobra para colocar as Nações Unidas para ajudar os interesses americanos em Kiev.

    – Isso seria ótimo, eu acho, para selar essa coisa e ajudar a ONU a selá-la e você sabe … foda-se a UE – disse ela na gravação.

    Pyatt então respondeu:

    – Exatamente. E eu acho que nós temos que fazer alguma coisa para deixar tudo certo, porque você pode ter certeza de que, se (o plano) não começar a ganhar altitude, os russos estarão trabalhando nos bastidores para tentar torpedeá-lo.

    Outro trecho da conversa mostra como os EUA estudavam gerir os líderes opositores.

    – Eu acho que (Yatseniuk) é o cara que tem a experiência econômica, a experiência de governo. Ele precisa de (Klitschko) e (Tyahnybok) do lado de fora. Ele precisa estar falando com eles quatro vezes por semana – disse Nuland na fita.

    Pyatt sugeriu a Nuland contato pessoal com Klitschko pessoalmente para lidar com sua sensibilidade de principal líder das manifestações.

    – Acho que você encontrar com ele pessoalmente ajuda com na gestão da personalidade entre os três e dá a você também a chance de se mover rápido em tudo isso – diz Pyatt.

    OGLOBO

    1. “YATS É O CARA!”

      Viktor Yushchenko: ‘viver e seguir em frente’

      Presidente da Ucrânia fala com Christiane Amanpour da CNN

      Isso não é ficção. 

      É um enredo saído de um romance de espionagem. 

      Um candidato presidencial no coração da Europa é atingido por um veneno mistério que desfigura o seu rosto e quase o mata. 

      É a história de como o novo presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, triunfou sobre governantes autoritários do seu país, enquanto liderava uma enorme revolução popular.

      Pela primeira vez desde sua posse, Yushchenko conta sua história incrível a Christiane Amanpour, em uma entrevista para o programa 60 Minutos, da CNN . 

      Em Kiev, capital da Ucrânia, as paredes do Mosteiro de São Miguel das Cúpulas Douradas ressoam com uma história dolorosa.

      Demolido por capangas de Stalin, esta catedral do século 12, foi reconstruída, a partir do zero, em uma tarefa quase tão monumental como a enfrentada por Yushchenko, o novo presidente da Ucrânia. 

      “É uma enorme responsabilidade”, disse Yushchenko. “Ucranianos sonhavam ser livres durante séculos. Assim, ninguém esperava que tivéssemos chegado tão perto da ditadura.” 

      E isso poderia ter acontecido se o complô,  para envenenar Yushchenko e o deixou desfigurado,  tivesse conseguido sucesso. 

      – “Você desafiou as pessoas  e você disse que o seu rosto reflete tudo o que está errado com a Ucrânia. Que quer dizer com isso?” 

      “As pessoas choram ao verem o meu rosto, mas o meu país também foi desfigurado”, disse Yushchenko. “Agora, vamos reabilitá-los.” 

      Como você lida com a sua desfiguração agora? 

      “Ainda não acostumei com ‘este Yushchenko’”, diz ele.

      Seis meses atrás, quando começou sua campanha para derrubar governantes autoritários da Ucrânia, será que ele tinha alguma idéia de que seria tão difícil e que iria passar por tal sofrimento pessoal?

      “Eu sei o tipo de país em que vivo e quem está no comando do governo”, diz Yushchenko.”Mas eu não achava que seria cínico o suficiente para me envenenar.” 

      Ignoradq, pela mídia altamente controlada da Ucrânia, a campanha popular de Yushchenko, contra a corrupção do governo, de alguma forma ‘começou a pegar’. 

      A sua mulher Katherine, nascida na América, ao seu lado, permaneceu fiel ao país durante a tempestade. 

      “Ele era uma grande ameaça para o sistema antigo, onde havia uma grande corrupção, onde as pessoas estavam fazendo milhões, se não bilhões”, diz Katherine, cujos pais eram imigrantes ucranianos em Chicago. 

      Ela estava acostumada entre os dois mundos, mas nada a preparou para a política envenenadora da Ucrânia. 

      “Eu acredito, agora, que o propósito do que eles fizeram, era mantê-lo fora da campanha e nocauteá-lo”, diz Katherine. 

      “Eles tentaram destruí-lo, politicamente, e eu sempre temia que, se eles não fossem bem sucedidos, iriam tentar fazer algo fisicamente.” 

      Ela também temia que algo poderia acontecer com a sua família, e, então, de repente isso aconteceu.

      Em 6 de setembro, Yushchenko caiu gravemente doente e ninguém na Ucrânia poderia explicar o porquê. 

      “Foi uma situação muito, muito, muito difícil”, diz Katherine. “Muitos dos médicos nos disseram que eles, simplesmente, nunca tinham tratado de alguém com tanta dor por tantos motivos desconhecidos.” 

      Ele teve sintomas como pâncreas inchados, úlcera estomacal e incapacitante dor nas costas.

      Yushchenko foi encaminhado, às pressas, para uma clínica na Áustria, mas o Dr. Michael Zimpfer ficou perplexo com os seus sintomas, aparentemente, não relacionados.

      “Isso nos fez desconfiar”, diz Zimpfer. “Informamos ao paciente que, anteriormente, nunca vimos um quadro clínico idêntico e  suspeitamos, sem comprovação ainda, que poderia ser um ato de bioterrorismo e envenenamento.” 

      Os médicos lutaram para salvar a sua vida, mas não poderiam mantê-lo na cama por muito tempo. 

      Oito dias depois, Yushchenko insistiu em ir para casa com tubos, inseridos em sua coluna, pingando analgésicos. Será que Katherine tentou dissuadi-lo? 

      “Ele sabia que tinha que ir para a frente e não havia como voltar atrás”, diz ela. 

      Três dias após o retorno a Kiev, Yushchenko enfrentou os seus inimigos políticos no parlamento. 

      Eles, ironicamente, atribuíram a sua doença misteriosa ao sushi contaminado ou a bebidas em excesso, mas não poderiam explicar por que seu rosto estava tão terrivelmente inchado.

      “Olhe para meu rosto; esta é uma fração dos problemas que eu tive”, disse Yushchenko no parlamento. “Este não é um problema de alimentação, estamos falando sobre a cozinha política ucraniana, onde assassinatos podem ser encomendados. Você sabe muito bem quem é o assassino: o governo é o assassino.” 

      Mas o governo desconsiderou estas alegações, até que a prova surgiu, rês meses depois que Yushchenko adoeceu.

      Um laboratório em Amsterdã relatou os níveis de dioxina no seu sangue encontravam-se 6.000 vezes acima do normal.

      “Este é a maior concentração que eu já vi e um dos mais altos já registrados”, diz Bram Brouwer, que dirige o laboratório. “E o índece elevado se encaixa muito bem com os sintomas que agora são observados no rosto do Sr. Yushchenko, o chloracne.” 

      A evidência que Yushchenko foi envenenado agora era irrefutável. 

      A dioxina, um dos produtos químicos mais tóxicos do mundo, foi a responsável pela formação das cicatrizes do seu rosto e ameaçou o seu futuro com um câncer, em potencial. 

      Mas a questão permaneceu: quem realizou este crime? 

      A tentativa de eliminar Yushchenko é tão bizantina como o horizonte de Kiev, cheio de tramas e potenciais vilões. 

      Uma teoria é que ele foi envenenado pelos serviços de segurança da Ucrânia, a antiga KGB, porque, pouco antes de cair tão gravemente doente, ele havia sido convidado para jantar com os chefes de segurança daquela agência de espionagem.

      Yushchenko e seus anfitriões compartilharam lagostas, saladas e cervejas em uma reunião que, ironicamente, haviam  discutia as ameaças de morte contra ele. 

      Os serviços de segurança da Ucrânia negam que estivessem envolvidos com o envenenamento. 

      O seu diretor tinha, de fato, auxiliado durante a fase de recuperação de Yushchenko. 

      Será que Yushchenko conhece quem fez isso com ele? 

      “Não tenho dúvidas que foram os meus adversários no governo, que iriam ser beneficiados com a minha morte”, disse Yushchenko. 

      Mas ainda há a questão de como o envenenamento foi feito. 

      Uma maneira de resolver isso é traçar o veneno e algumas pessoas ligadas a Yushchenko pensam que a sua origem é um laboratório de armas químicas da Rússia. 

      “A dioxina, como esta, é produzida em quatro ou cinco laboratórios militares na Rússia, nos Estados Unidos e em alguns outros países”, diz Yushchenko. 

      “Os nossos serviços de segurança não informaram como este material foi disponibilizado na Ucrânia, mas que a evidência está agora com o nosso procurador-geral, que eventualmente deve responder a essa pergunta.” 

      Eles devem também examinar outro enredo sobre a vida de Yushchenko. 

      Os serviços de segurança da Ucrânia revelaram que um poderoso carro-bomba, tendo como alvo a sede do partido de Yushchenko, foi descoberto durante a campanha presidencial. 

      Dois cidadãos russos foram interrogados e os porta-vozes dos serviços de segurança da Rússia não comentaram sobre quaisquer um dos casos, mas o papel do presidente Vladimir Putin durante a eleição permanece controverso. 

      Ele apoiou, abertamente, um sucessor, chegando a Kiev duas vezes para dar o seu apoio. 

      “O Presidente Putin apoiou o adversário de Yushchenko durante a eleição. Como você concilia isso?”

      “Vou dar-lhe a minha mão, e, eu digo, ‘Vladimir Vladimirovich, vamos esquecer o passado e pensar no futuro’ “, diz Yushchenko. 

      Esta semana ele fez exatamente isso, cumprimentando Putin na sua primeira viagem ao exterior depois da sua posse. 

      “Todo mundo agora entende que só os ucranianos têm o direito de escolher o presidente da Ucrânia “, diz Yushchenko. “O nosso presidente não é eleito em Moscou ou em qualquer outro lugar.” 

      Isso tornou-se evidente quando o regime anterior tentou mudar os resultados da eleição presidencial através de fraude maciça durante a votação. 

      A Revolução Laranja, com ficou conhecida a revolta espontânea de cidadãos indignados com o seu próprio capital  democrático sitiado, foi finalmente criando raízes em um país onde a ganância e a corrupção tornaram-se o Estado de Direito. 

      Quando as tropas do governo alinharam-se para o que poderia ter terminado em uma Praça da Paz Celestial, em estilo europeu, o poder de persuasão do povo de Yushchenko e todos aqueles que acreditavam nele, ganharam a batalha das ruas e triunfaram em uma revolução sem derramamento de sangue.

      “Os milhões que vieram para a rua mostraram que eles não querem tirania disse Yushchenko. “Eles querem a liberdade.” 

      Mas, qual é preço para atingir a liberdade que ele pagou?

      “Todo mundo pagou um preço”, diz Yushchenko. “Muita gente me perguntou: ‘Como é que você lida com isso?’, e minha resposta foi sempre: a vida do meu marido. Meus filhos estão vivos, eu estou viva”, diz a esposa de Yushchenko, Katherine. 

      Katherine e Yushchenko

      “Foi um pequeno episódio em uma enorme revolução. Gerações de ucranianos – você poderia dizer que durante séculos – sonharam, lutaram e morreram por uma chance de estar onde estamos agora. Quando soube que milhões estavam orando por mim, isso foi direto para o meu coração “, diz Yushchenko. “Mas eu também senti a obrigação de viver. Morrer não é muito original, mas viver e seguir em frente é o que é especial.”

      A matéria da correspondente da CNN, Rebecca Leung, é de 28 de janeiro de 2005. 

  5. Obama jogou os EUA em um

    Obama jogou os EUA em um lamaçal sem volta. Não há como o EUA e os seus amestrados europeus ocidentais “vencerem” essa “inrrevolução” ucrâniana.

    Aconteça o que aconter, os americanos já perderam.

    Impressiona o fato do Departamento de Estado americano parecer estar sendo comandado por aquele tipo de “americano médio” que mal sabe apontar no mapa onde fica a capital de seu próprio país.

    É muito amadorismo.

    1. Eu também penso assim. A não

      Eu também penso assim. A não ser que exista um plano pré determinado de conquista feito pelo Pentágono à margem do presidente americano, que raio de cerco é esse que os Estados Unidos vem fazendo a Rússia?  O estado americano está quebrado com tantas frentes de guerra e vai abrir mais uma com um país que tem poderio militar para sustentar um confronto?

      De qualquer modo a irresponsabilidade de americanos e europeus em apoiar grupos nazistas na oposição ao governo constituido da Ucrania vai significar mais tragédias humanitárias. Iraque, Afeganistão, Líbia, Siria não foram suficientes. Além do caso crônico da Palestina.

       

    2. Paraguai 2, a missão

      Essa novela Ucraniana está cada vez mais parecida com o golpe branco do Paraguai.

      Os Estados Unidos conseguiram, com ele, colocar a Venezuela no Mercosul.

      Os tiros norte-americanos estão começando a sair sistematicamente pela culatra onde eles se defrontam com incipientes conjunturas de geopolítica multipolar.

      Dá até pra diagnosticar que os Estados Unidos, com a sua teimosia (prefiro o termo em espanhol “testarudez”: “cabeça-durice”) imperialista à moda antiga, começa a entrar em um longo processo de declínio geopolítico. Será que algum dia alguém vai se lembrar do Paraguai nessa história?

  6. Será que os neo-nazistas ucranianos vão encarar ?

    Uma das Forças de Elite do Exército da Rússia que historicamente é um terrível pesadelo para os russófobos ucranianos (Força Militar que ganhou grande experiência na espetacular Operação Barborossa na 2ª Grande Guerra)  :

    [video:http://youtu.be/ZuUN7IVPjpQ%5D

     

        1.  
          Apenas fico feliz em saber

           

          Apenas fico feliz em saber que a reação russa deixará neo-nazistas e fascistas (iguais a você) putinhos de raiva .

    1. Caro Antonio Carlos

      Não houve operações aerotransportadas soviéticas nem alemãs no fronte russo em toda a guerra, ao contrário do fronte ocidental, onde houve pelo menos 4 grandes operações espetaculares com paraquedistas: Em Creta, pelos Alemães de Kurt Student e Angloamericanos na França (Normandia), Holanda (Market Garden) e Alemanha (Travessia do rio Reno). Também a operação Barbarossa foi alemã, a invasão da URSS em 22 de junho de 1941. A URSS tiveram importantes operações como a que impediu a tomada de Moscou em dezembro de 1941, a retomada de Stalingrado, a maior de todas Bagration que espulsou definitivamente os Alemães da URSS e finalmente a que ocupou Berlim em Abril e maio de 1945.

  7. “… ataques aos gasodutos russos que atravessam a Ucrânia”

    Desde dezembro passado, entrou  em operação o sistema de transporte de gás totalmente integrado do gasoduto Nord Stream, que liga a Rússia a Alemanha, seu principal cliente de gás na Europa:

    http://www.nord-stream.com/press-info/press-releases/nord-stream-final-load-test-successfully-completed-445/

    A Ucrânia também é cliente do gás russo, tem enorme dependência dele em sua matriz energética; ataques aos gasodutos que cruzam o país não é um simples tiro no pé, é um tiro direto no peito e quem vai dar não será a Ucrânia, mas a Rússia, que está livre para usar a interrupção do fornecimento como forma de pressão, sem prejudicar seu principal cliente.

    No mapa abaixo, o trajeto de Nord Stream.

     

     

  8. Parabéns Obama, os nazis tem uns apoiadores inusitados

     Agora posso dizer sem sombra de dúvida, a “era obama” superou a “era bush”, logo o primeiro presidente negão se mete numa dessa! em sua homenagem:

    Angel Gonzáles

  9. Deprimente o choro das

    Deprimente o choro das carpideiras vermelhas sobre os escombros da ex-CCCP.

    O choro e’ livre, mas o fato basico e’ que PERDERAM!

    Consolo de viuva e’ um problema……

     

    1. A ignorância é uma m…

      Senhor que asinina Liberal, pontos para reflexão:

      A) A espinha dorsal dos “revolucionários” são os militantes do Svoboda e de grupos ainda mais radicais, aqueles com uniforme de camuflagem, capacetes e escudos;

      B) Procure o programa do partido Svoboda, antes de se chamar “Liberdade” o nome do grupo era Partido Social Nacional da Ucrânia. Verá o que é puro nacional socialismo econômico, com racismo e xenofobia  disfarçados;

      C) O Putin é um pluto-clepto-oligarca-populista e não comunista. Aliás o comunismo era a ferramenta de poder e o presidente russo e a sua turma encontraram meios mais práticos e baratos para ocuparem e permanecerem no governo. Não pretendem recriar a USSR. É mais provável um Império Russo com aparência de república.

      * Assina-se com as mãos, mas liberal que apoia socialistas (mesmo que nacionais) firma documento com as quatro patas.

      P.S.: Putin é um oportunista que deu certo. Quanto ao seu comunismo é difícil explicar se ele realmente foi um dia. Como entender que em plena era soviética, mesmo sabendo que a Igreja Ortodoxa era um departamento do governo, o porquê dele ter batizado as filhas, coisa que não era bem vista, principalmente para membros do partido.

       

    2. Humm… Sei não, mas você

      Humm… Sei não, mas você está mal informado.

      Quem vai chorar nesta história é o povo da Ucrania. Na melhor das hipóteses vão receber empréstimo do FMI e encarar um longo processo de desemprego e dependencia. E quando chegar o inverno e precisarem do gás da Russia para aquecimento? Na pior o país racha e uma parte da população será perseguida pelos trogloditas que chegaram ao poder.

      Não era melhor ter recebido o empréstimo da Rússia e continuar tudo como estava?

      E todo esse sofrimento do povo em troca do estabelecimento de uma base militar da Otan que só interessa aos Estados Unidos e a União Européia que numa próxima etapa vão tentar dividir a Russia para explorar suas riquezas. É a tal da geopolítica.

  10. sempre eles..

    Analista alemã confirma: EUA manipulam “protestos” em todo mundo

    2 de março de 2014 | 11:41 Autor: Miguel do Rosário

    ukr
    (Na foto, John McCain, senador do Partido Republicano dos EUA, ao lado do líder do partido neonazista da Ucrânia, o Svoboda)

    Entrevista com Sara Burke, feita pela Folha, traz algumas afirmações bombásticas que o próprio jornal preferiu abafar, dando destaque a trechos mornos.

    A analista política da fundação Friedrich Ebert, ligada à centro-esquerda alemã, com sede em Nova York, é uma das maiores pesquisadores de protestos e manifestações populares do mundo, tendo já escrito diversos livros sobre o assunto.

    Burke não tem papas na língua. Separei dois trechos que ilustram o que ela pensa de alguns assuntos mais quentes. Alguém poderia sugerir a FHC que lesse com lupa essa entrevista. Talvez aprendesse a ser menos colonizado.

    A analista explica que a razão pela qual o presidente da Ucrânia não assinou os acordos políticos e comerciais com a Europa, em novembro último (o que motivou os protestos), era que eles exigiriam, como contrapartida do governo, uma série de reformas e medidas dolorosas para a população, em troca de empréstimos que o FMI se dispunha a dar.

    Engraçado, nunca li isso em nossa imprensa!

    Em outra parte da entrevista, Burke é bem direta sobre o patrocínio externo aos protestos: “Isso fica mais complicado – na Ucrânia e na Venezuela, como a Síria – com o fato de as potências externas usarem o confronto local para praticarem suas guerras por procuração.”

    Em seguida, a analista lembra uma conversa da Secretária de Estado, Victoria Nuland, com o embaixador americano na Ucrânia, e sugere que isso revelava que o governo dos EUA estava tentando “direcionar os protestos para seus próprios objetivos, para aquilo que alguns alegam ser um golpe de Estado contra um presidente eleito e não uma solução democrática.”

    Ora, aqui no Brasil, até mesmo setores da ultra-esquerda, como vimos na declaração recente de Luciana Genro, candidata a vice-presidente pelo PSOL, festejaram o golpe na Ucrânia como uma “revolução popular”…

    Burke poderia ter acrescentado ainda que o golpe na Ucrânia se deu com financiamento a grupos neonazistas, conforme se pode ver em centenas de fotos e denúncias de dezenas de blogs e sites.

    Abaixo, um trecho (já citado) da entrevista:

    ScreenHunter_3411 Mar. 02 11.25

     

  11. O povo ucraniano como bucha

    O povo ucraniano como bucha de canhão! Cuidados manifestantes do mundo todo, não sejam marionetes na mão dos interesses imperialistas.

  12.  Resuminho da ópera: Putin

     Resuminho da ópera: Putin porá o pé na porta e manterá a Criméia; Obama reclamará, que isso não se faz ,etc; dona Nuland, histérica, gritará vários “Foda-se” e a Ucrânia descobrirá que andou a cair num bem contado conto do vigário…

  13. Imaginem se os EUA, com o

    Imaginem se os EUA, com o argumento que sua base em Guantánamo está em perigo, invadam o resto de Cuba?

    Exatamente isso está ocorrendo na Ucrânia!!!

    E todo mundo alegre!!!

    H I P O C R I S I A !!!!

     

  14. Os insurgentes nazistóides

    Os insurgentes nazistóides cantam , “fora russos , fora judeus , a Ucrânia para os ucranianos”. Ao mesmo tempo , flertam com a UE e se financiam com os dólares norte americanos. Será que desconhecem quem são os “donos” dos dólares que vem da América , será que ignoram a origem dos principais atores do capitalismo mundial. Há uma contradição insanável no discurso pseudo nacionalista dessa direita , sui generis , que beira a desfaçatez …

  15. As forças armadas da Ucrânia também são compostas de russos.

    Da Voz da Rússia:

    Hoje, 20:44

     

    Comandante da Marinha ucraniana jura fidelidade à Crimeia

    ucrânia, crimeia, força naval ucraniana, denis berezovsky

    Foto: Sevastopolskaya Gazeta

     

    Denis Berezovsky, comandante das Forças Navais da Ucrânia, declarou hoje ter jurado fidelidade ao povo da Crimeia, informa a agência russa RIA Novosti.

    “Eu, Berezovsky Denis Valentinovich, juro fidelidade ao povo da Crimeia e me comprometo a defendê-lo tal como exige o Regulamento”, declarou Berezovsky em coletiva de imprensa, em Sevastopol.

     

    Fonte: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_03_02/comandante-da-marinha-ucraniana-jura-fidelidade-a-crimeia-8231/

     

    1. Exonerado

      O comandante-em-chefe da Marinha ucraniana antes de Denys Berezovsky era Yuriy Ilyin.

      O almirante Denys foi nomeado comandante-em-chefe das Forças Navais da Ucrânia, pelo presidente interino da Ucrânia (Presidente do Verkhovna Rada) Oleksandr Turchynov, em decreto publicado em 1 de março de 2014 no seu site.

      Exonerado, por ter ordenado aos seus comandados depor as armas na Criméia, Denys Berezovsky estaria refugiado na Rússia.

      A vice-secretária do Conselho de Segurança e Defesa da Ucrânia, Viktoria Siumar, em uma coletiva de imprensa, afirmou que ele será investigado e julgado por suspeita de alta traição ao Estado.

      O  “contra-almirante Sergiy Haiduk foi nomeado no seu lugar”, acrescentou Siumar. 

       

       

  16. Dentro dos EUA não está as mil maravilhas…

    O prestígio de Obama não está lá grandes coisas, ele aumentou sua popularidade depois de matar Bin Laden (o que o reelegeu), mas voltou a cair e pode igualar Bush filho no final do mandato.

    Séries televisivas de sucesso como Breaking Bad desnudaram o sonho americano.

    Há uma mudança política em curso nos EUA, o sistema eleitoral por lá é distrital, significa que é mais fácil chegar ao poder pelos partidos tradicionais do que criar novos. Desde as eleições de 2012 cresceu a bancada Libertária no Partido Republicano e a bancada Socialista no Partido Democrata.

  17. O caso da Crimea

    Analistas pró-ocidentais batem no peito dizendo que Russia assinou em 1994 um tratado comprometendo-se a respeitar a unidade territorial da Ucránia e agora o Putin estaria rasgando esse tratado.

    Só não falam que por esse tratado a Crimea seria uma república autônoma (de fato o nome aínda persiste) com autoridades eleitas localmente, como em toda boa democracia. Só que em 1995 um líder político pró-russo ganhou folgadamente as eleições ao governo da Crimea, mas o governo de Kiev destituiu o governador eleito e nomeu diretamente os dois principais cargos do executivo, desrespeitando o acordado.

    Naquela êpoca, faziam o que queriam, pois o bêbado Ieltsin estava ocupado entregando as melhores estatais russas aos oligarcas como Berezovsky, Khodorkovsky e assemelhados. Só que agora está Putin e esse não vai deixar barato para as eminências pardas da CIA e seus joquetes na Ucrânia.

    1. Criméia pode ser objetivo

        Um artigo no Pravda insinua que o alvo principal o golpe é a Crimeia com forte colaboração dos turcos http://port.pravda.ru/mundo/02-03-2014/36335-crimeia-0/ , algo me diz que se houver um conflito generalizado a Rússia não enviaria tropas somente para a Ucrânia, pode acabar com a bagunça na Síria fungando no cangote da turquia e acabar com a bagunça promovida pelo ocidente em muitos lugares.

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