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Jornal GGN – As fantasias enfeitadas de desrespeito foram os trajes mais usados por Jair Bolsonaro ao longo de seus 28 anos na política, anos longos e vazios, se não fosse a sua falta de pudor que chegou conquistar quase 53% da população em 2018. Mas neste fevereiro, suas fantasias chegaram ”propicia a união contra ele”. Este é o título da coluna de Mario Sergio Conti deste sábado, 28 de fevereiro, publicada na Folha de São Paulo.
Para Conti, o incômodo gerado sobre a falta de respeito alimentada por Bolsonaro contra a jornalista Patrícia Campos Mello ganhou um novo tom: o da vergonha. Vergonha “de ter um presidente sem noção. Que fala no Alvorada como num vestiário de caserna. Que se dirige a nós como se aos da sua laia. Que agride quem não é ignóbil como ele. Como reagir à torpeza cotidiana?”, questiona.
Seu desprezo contra imprensa não é surpresa, todos os dias os jornalistas na porta do Alvorada são os alvos escolhidos pela sua agressividade. Sobretudo, nesta semana, Conti alerta que “houve por certo enjoo, cansaço, gente que de novo perguntasse: de que bueiro saiu esse cara? Mas sentiu-se outra coisa, um dissabor fugidio que pegou fundo, constrangimento, humilhação, repulsa. Salvo engano houve vergonha”.
O colunista vai mais fundo e usa a teoria do historiador italiano Carlo Ginzburg, autor da obra “O Queijo e os Vermes”, para explicar que “os efeitos da vergonha tem uma dimensão social e positiva”.
O efeito parece ter chegado até naqueles que até então ajudaram Bolsonaro chegar onde está. Como o caso do leitor Danilo Tucciarelli, que pediu desculpas à Patrícia Campos Mello por ter votado no “mito”, em carta publicada na Folha de S. Paulo.
Para Conti, além do pedido de desculpas, para Danilo há uma descoberta que o presidente é “um sujeito sujo e covarde”.
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Hipocrisia! Essa gente que finge se envergonhar espera só a eleição chegar para poder se envergonhar novamente.
É a vergonha estrutural.