A visão da gestão de padaria de Maria Helena, do MEC

No início dos anos 90 tiveram início os programas de qualidade no país. Naquele aprendizado inicial, os consultores limitavam-se a identificar os principais processos em cada organização e a redesenhá-los, visando aumentar sua eficiência.

Era uma espécie de bê-a-bá da gestão, na qual era mais importante conquistar um ISO 9000 do que melhorar o desempenho da empresa.

À medida em que as empresas foram evoluindo, devidamente assimilados, os programas de qualidade passaram a ocupar um lugar secundário. E a gestão passou a recorrer a instrumentos mais sofisticados visando o objetivo-fim, como o planejamento estratégico, a discussão de novos métodos para a área de recursos humanos, a descoberta de novas qualidades exigidas dos gestores e funcionários.

O próprio Prêmio Nacional de Qualidade incorporou um conjunto maior de indicadores, para evitar essa prisão a um indicador só, em detrimento dos demais. E o papel do RH (Recursos Humanos) passou a ser central. Motivação do funcionário, capacidade de auto avaliação de seu trabalho, estímulo à criatividade, tudo isso passou a contar na avaliação dos modelões de gestão.

Da equipe de Paulo Renato de Souza no MEC, Maria Helena Guimarães Castro sempre foi o estereótipo acabado do gestor cabeça-de-planilha que aprendeu as primeiras lições e não mais evoluiu. Sempre pertenceu à parcela dos gestores que colocam os meios na frente dos fins. Esse tipo já foi extirpado das empresas mais modernas do país, mas persistiu na educação de São Paulo.

Em nenhum outro setor, a motivação é mais relevante do que na educação. Uma empresa pode ter vendedores desmotivados, desde que o produto seja bom. Mas na educação o produto final é o próprio trabalho do professor. E quando se montam políticas públicas federais, a adesão dos professores ao projeto pedagógico é elemento central. A consolidação dessas políticas se dá através da troca de experiências, da identificação das experiências bem sucedidas, da assimilação dos ensinamentos pelas Faculdades de Pedagogia.

Em vez de uma visão sistêmica e sofisticada, Maria Helena transformou toda a gestão escolar em um desafio para gerentinhos, privilegiando diretores que soubessem fazer o livro caixa, cuidar do dia-a-dia, da limpeza, da merenda etc. Um desperdício completo! A micro gerência, que deveria ser trabalho de um funcionário menor, do administrativo, acabou se constituindo no único papel do diretor, desviando-o do produto final, o ensino do aluno. Equivale a uma empresa colocar o diretor de um departamento para conferir a entrada de cargas no pátio.

Lembro-me de um Prêmio de Gestão do Estado de São Paulo, do qual fui um dos jurados. Minas e São Paulo tinham lançado sua reforma educacional. No júri havia um técnico da McKinsey que participara dos dois projetos e me explicou a maneira como cada qual foi implementado.

Em Minas, o projeto foi amplamente discutido com professores, diretores, com pedagogos, com a Universidade. Em São Paulo, gestão Maria Helena, enfiou-se goela abaixo dos professores. Uma gerente na cabeça da Secretaria da Educação, com algumas estatísticas na mesa e nenhuma ideia na cabeça. Não pegou.

A ignorância tecnocrática de Maria Helena nunca aceitou o óbvio: que o professor é elemento central na educação, o ponto de ligação com o aluno. Sem professores endossando projetos pedagógicos, não se chega até a ponta do cliente (para usar uma terminologia que ela gosta), o aluno.

Nos últimos anos, houve enormes avanços na interação entre os diversos agentes da educação. As Conferências Nacionais promoveram a troca de informações e conceitos entre Secretarias de Educação, sindicatos de professores, ONGs empresariais, permitindo a consolidação de consensos, expressos no Plano Nacional de Educação.

De repente, um Ministro da Educação totalmente jejuno, ao ponto de receber propostas do ator Alexandre Frota, tendo Maria Helena como Secretária Executiva, tenta promover mudanças radicais na Educação – um setor que mexe com milhões de alunos, milhares de escolas e professores – através de uma Medida Provisória.

Convoca as ONGs empresariais em Brasília para celebrar o gol. E o Jornal Nacional é obrigado a forçar declarações compungidas de lideranças empresariais sobre o tema – como a diretora de Todos Pela Educação e Viviane Senna – , claramente decepcionadas com o estardalhaço montado em torno de uma Medida Provisória e explicando (nas frases editadas do JN) que mudanças dessa envergadura não podem ser feitas a toque de caixa e com Medida Provisória.

No ano passado, a ocupação das escolas estaduais paulistas foi um clarão em cabeças pedagógicas mais abertas. Estudantes de baixa renda, nos pontos mais afastados, tiveram uma luta pela escola. Montaram palestras interdisciplinares nos finais de semana, levantaram temas contemporâneos, como o machismo, a tecnologia. Nas mãos de qualquer educador, seria ouro puro.

Mas Maria Helena ficou fiel ao seu padrão de gerente de padaria.

Luis Nassif

44 Comentários

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  1. Fossem outras pessoas no MEC,

    Fossem outras pessoas no MEC, dirira que Darcy RIbeiro estaria certo ao dizer que o os problemmas na educação é o resultado de um projeto deliberado. Mas estou chegando a conclusão que para ter sucesso em um projeto dessa importância seria também necessário miota competência.

  2. tudo muda para ficar no mesmo lugar

    Tudo muda para ficar no mesmo lugar. Em São Paulo ouve manifestação dos alunos, parecia ser um levante de conscientização, mas os atores que apoiaram o Golpe e tudo que está sendo contruido desde então estão na liderança nas pequisas para prefeito. Talvez apenas estamos gritando para nós mesmos, pois a maioria está apoiando e feliz com tudo que está acontecendo. 

  3. O que esperar desse governo ?

    O que esperar desse governo ? Nada !

    As coisa irão piorar em todos os seguimento.

    O que mais me entristece é a Petrobras.

    Não sei como os funcionários, todos, do estafeta ao maior gestor da área burocrática, e do auxiliar ao maior gestor da linha de produção, não param.

    Tem que parar tudo, até reverter o processo de desmanche.

    Espero que na Petrobras a apatia não  abata no funcionário, como ocorreu com parte da sociedade durente o golpe.

  4. vale o mesmo princípio, não?

    em 2013 um juiz de guarulhos suspendeu a reorganização das escolas estaduais de são paulo justificando que a reorganização não tinha sido discutida com pais, professores, gestores, alunoa e que a constituição prevê a gestão democrática do ensino público.

    vale o mesmo princípio conta a mp que muda o ensino médio, não?

    http://g1.globo.com/sao-paulo/escolas-ocupadas/noticia/2015/12/liminar-suspende-reestruturacao-de-escolas-em-guarulhos-diz-tj.html

  5. vale o mesmo princípio, não?

    em 2013 um juiz de guarulhos suspendeu a reorganização das escolas estaduais de são paulo justificando que a reorganização não tinha sido discutida com pais, professores, gestores, alunoa e que a constituição prevê a gestão democrática do ensino público.

    vale o mesmo princípio conta a mp que muda o ensino médio, não?

    http://g1.globo.com/sao-paulo/escolas-ocupadas/noticia/2015/12/liminar-suspende-reestruturacao-de-escolas-em-guarulhos-diz-tj.html

  6. Mendonça e Janguiê

    Mendonça Filho é herdeiro do coronelismo pernambucano. Cultivado em séculos de trabalho escravo açucareiro e depois no patrimonialismo do estado do século XX. Não se deve subestimar isso. Está, pelo visto, muito bem acessorado em todos os níveis. Na secretaria de ensino superior colocou m dos poucos professores demitidos da UFPE que tem uma missão de vingança contra a instituição. Sua faculdade privada é conhecida na cidade por se apropriar de uma rua que margeia o capibaribe e torna-la estacionamento privado sob o beneplácito dos governantes de plantão. Essa é a escala.

    1. Respondo a Silvio

      Respondo a Silvio Campello,25/09/2016- 06:57.As coisas aqui sao de dificil percepcao.Ta se falando que o Minstro e um idiota,um imbecil a nao mais poder,um analfabeto,um desculturado exotico.Nao ha precedentes,pelo menos do meu conhecimento,de ter tido o Brasil um Ministro da Educacao e Cultura,no inicio da sua indicacao,tao infamante,tao despresivel,tao repulsivo.E disso que estou tratando.

    2. E o dono das escolas Maurício

      E o dono das escolas Maurício de Nassau está na Secretaria de Ensino Superior do MEC? 

      Que Deus nos acuda! 

      Conheço a área às margens do rio Capibaribe que foi “surrupiada” para servir de estacionamento da faculdade Maurício de Nassau. E isso depois  de ter sido feita alterações no trânsito das ruas próximas à escola em atendimento à demandas desse “educador”. Haja poder! Salvo engano, estava em andamento um projeto ambiental para o espaço invadido. Tal projeto a essa altura já foi pro ralo. Tinha esperança que o João Paulo, do PT, que até bem pouco liderava as pesquisas para prefeitura de Recife, desfizesse esse absurdo caso eleito. Mas, segundo a última pesquisa Datafolha, isso já mudou e o atual prefeito, do PSB, caminha para uma reeleição tranquila.

  7. Luis Nassif e o mais

    Luis Nassif e o mais brilhante jornalista da sua geracao.Ponto.Como profissional do ramo,tem por dever de obrigacao tratar qualquer fato,assunto,episodio,o que seja,haja vista,ser esta sua missao primordial.Eu nao.E tenho a chance mais uma vez de colocar que nao tenho pretencoes de ser o mais conceituado comentarista do blog,tenho sim,de reafirmar minha condicao de diferenciado.Tudo isso para evidenciar que jamais me permitirei comentar qualquer coisa que envolva esse Ministro da Deseducacao,Mendonca Filho.Um desclassificado,tosco,rude,analfabeto,nao sabe,tenho certeza,diferenciar o que vem a ser um verbo,adverbio,,um adjetivo ou substantivo.Se me faco entender,nem as nomeacoes do careca da justica e o do General Sergio E.,que representam a face explicita do nazi-fascismo,se compara a de Mendoca Filho para a de Ministtro da Educacao e Cultura inicialmente.Foi feita com o claro proposito de debochar,de humilhar,se permite-me,de sacanear.Se colocasse minhas digitais numa capadocagem dessa natureza,estaria arranhando minha condicao de comentarista diferenciado,e mais relevante sobre qualquer outro aspecto,desonrando a memoria de Papai,um intelectual de primeira grandeza,que,pelo faro refinado que detinha,identifiacava um idiota no arriar das malas.Isso eu jamais farei.

  8. Não espere de alunos da escola pública o que nem Lula conseguiu.

    Vencer a UFP – União Fascista Paulista.

    Mais cedo não será, porque já vai tarde a hora dos paulistas tocarmos em um tema espinhoso. O de que talvez estejamos sendo governados por alguém portador de uma psicopatia social. Um psicopata no poder só atrairá para seu entorno forças igualmente doentias. Acabando por moldar uma sociedade igualmente doente.

    Isso sem falar nos que apoiam tal governo por puro interesse. Nada como um governo da força para se ganhar dinheiro sem maiores discussões.

    Essa é minha visão dos governos Alckmin que dominam São Paulo desde o falecimento de Mário Covas. Alckmin demonstra uma baixa capacidade de lidar com o controverso e, por consequência, baixa resiliência. Não é um democrata, logo que, a mudança e a adaptabilidade são características da democracia. Os governos Alckmin obedecem ao típico modelo centralizador da liderança autoritária. São governos da ordem mantida à força. Um dos muitos tipos de fascismo como nos ensina Umberto Eco.

    No caso particular de Alckmin, até por sua formação moral e religiosa – Alckmin demonstra em publico ser um homem extremamente contido, no que contido tem de autocontrole ou repressão dos afetos – qualquer questionamento à autoridade é antes de tudo algo como um pecado. E pecados devem ser penitenciados para que com a penitência se salve o pecador.

    “Quem não resistiu está vivo”. Não por acaso, a história dos governos Alckmin é a história dos massacres.

    Do massacre da Castelinho ao de Barueri, passando passando pelo maior de todos em 2006 quando, na sequência de poucos dias, cerca de 500 pessoas foram mortas. Jovens da periferia pobre.

    E isso se revela não apenas na segurança pública, mas em qualquer das interfaces entre a administração e a população. Basta uma simples interrupção em um linha de metrô para que o controle das estações seja tomado por seguranças armados em postura de intimidação dos usurários. As possíveis reclamações contidas pela intimidação física. Quem é da cidade de São Paulo, se usa o transporte público, já viveu isso.

    O caso da reintegração de posse do Pinheiro é emblemático. Uma ação de guerra onde milhares de famílias pobres foram tiradas sob manu militari de suas moradias e literalmente jogadas nas ruas. Tratores destruíram as casas e restituiu-se a posse à massa falida de um especulador da bolsa de valores, Mas a “ordem” foi restaurada.

    Na educação não seria diferente. Pego de surpresa pela mobilização dos estudantes contra o fechamento de escolas, primeiramente o governo Alckmin buscou a repressão policial. Resultou em crianças agredidas, chocou a opinião pública. Então, a Secretaria da Educação passou a fomentar a formação de “grupos patrióticos de defesa da escola” formandos por “pais e simpatizantes inconformados com a baderna” que invadiam as escolas a noite e expulsavam os estudantes.  Denunciados pela mídia livre e com a intervenção do Ministério Público recuaram. 

    Como reagiu o governo Alckmim, acatou a vontade popular? Não, é incapaz de aceitar algo diferente do que já tenha decidido. Foi buscar em um ex-presidente do Tribunal de Justiça o novo Secretário da Educação e através dele a não ação do Ministério Público. Foi o que se viu no caso da reivindicação dos estudantes por algo básico como fornecimento da merenda escolar. Os estudantes foram considerados invasores das suas próprias escolas e expulsos pela polícia. Tudo segundo a “ordem”.

    A “ordem” que não impede que a máfia da merenda, com envolvimento de líderes do governo Alckimin, literalmente roube comida de criança. Tão pouco traz progresso, como não trouxe segurança pública.

    O povo vai às ruas protestar pacificamente contra o governo Temer e Alckmin manda a polícia surrar o povo. Trata-se de uma tolice, de um erro político. Alckimin se desgasta para defender um governo que em última análise é seu adversário. Mas não sabe fazer outra coisa, todo desafio à autoridade será reprimido.

    E assim caminhamos os paulistas, sob as poderosas forças de dominação do fascismo, alguns tão dominados que o acham o caminho natural das coisas. Não estão totalmente errados, o direito natural não deixa de ser natural, apenas que nele vige a lei do mais forte; ou, em termos mais alckmistas, o “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Mas, de qualquer modo, adiando uma discussão necessária, vital mesmo. Porque me parece que já vai tarde a hora dos paulistas tocarmos em um tema espinhoso. O de que talvez estejamos sendo governados por alguém portador de uma psicopatia social.

    Uma discussão que começa a se revestir de caráter nacional dado que o governo golpista corrupto e frágil de Michel Temer no plano federal tem vindo buscar elementos de força no governo Alckmin. Não por coincidência, na educação e segurança. Duas áreas que nos governos Alckmin se confundem. 

     

     

    1. Prezado Sergio, posso

      Prezado Sergio, posso primeiramente…, e depois, respeitando inteiramente sua autoria, assinar junto? E uma pergunta: Qual seria a doença do paulistano/paulista? Estocolmo? Masoquismo? Rara, ainda não catalogada? Esse governador foi reeleito por 2/3 do eleitores no 1º turno, seu, dele, candidato a prefeito da cidade de SP, que não pode sequer ser chamado de poste. pois poste porta a luz, vai suceder o melhor prefeito que SP teve nos últimos 516 anos !  Me ajude, mestre, tostines não me sai da cabeça. Esse governo é assim porque o paulistano/paulista o elege e reelege ou o paulistano/paulista o elege e reelege porque ele é assim? 

      1. Nada cola no cara

        Trensalão, escândalo das merendas, corrupção no rodoanel e nada cola no cara. Decadência das universidades estaduais, redução de escolas estaduais, quadro de recursos humanos em hospitais estaduais beirando a catastrofe do sistema e as críticas são mínimas. Será que é só proteção da mídia? Não sei… Coisa para análise de sociólogos. 

      2. Não sei quando, nem como aconteceu.

        Quando abri os olhos, de repente, eles já estavam por aí. Os grosseirões paulistanos.

        Pela idade, poderiam ser meus filhos. As mães deles não quiseram, mas poderiam ter sido.

        São brancos de classe média, cursaram a faculdade, jovens adultos – moços e moças – roupa de grife, cabelos e pele bem tratados e a boca suja. No trânsito, mandando os outros tomarem no cu. Portadores do cartão cidadão platinum plus. Frequentadores do cercadinho VIP da cidadania, como na propaganda daquele banco. Dentro dos seus grupos, gostam de se expressar de forma grosseira, aos palavrões. Acho que sentem-se poderosos, gente diferenciada, coisa assim. Mas têm medo de pessoas pretas que não sejam os empregados da limpeza ou da segurança dos seus condomínios. De crianças pobres, então. Vez por outra a polícia do Alckimin mata uma dessas crianças, sentem-se aliviados. Um possível ladrãozinho a menos. Sempre dentro dos seus carros com vidros escurecidos, dentro dos seus escritórios, dentro de seus shoppings, dentro de suas salas de aula de escolas particulares e dentro de suas baladas. São o povo de dentro. Mas saem às ruas, se convocados pelos meios de comunicação. Quando não, fazem barulho com suas panelas. Ultimamente estão quietos e silenciosos. Não receberam instruções, logo, não sabem como se posicionar. Ou talvez a corrupção já tenha acabado e eu ainda não dei-me por achado.

        Não éramos assim. Ôrra, meu, não éramos mesmo. Abaixo a ditadura, diretas já. Agora, lemos, pela milésima vez, o FHC na Folha, falando de paternidade responsável e chamando o Lula de ladrão. 

        O que fizemos com os nossos filhos? Tinha alguma coisa naquelas músicas do Show da Xuxa e não percebemos. Talvez se tivéssemos ouvido o disco ao contrário.

        Na periferia e nos bairros menos centrais tem um povo menos branco e mais deliciosamente achocolatado. Mas tem bastante branco e tem muito preto também. Andam de ônibus, frequentam a escola pública, ocupam as tais vagas de serviços gerais e atendentes de telemarketing. Pagam dízimo e apanham da polícia quando tentam um rolezinho em shopping de branco.

        Dizia-se que votavam no PT e que cultuavam a Marta Suplicy, mas, sendo maioria, elegeram o Serra, o Kassab, o Pitta e o Malluf. Poucas vezes viraram o jogo. Eles não leem a Veja, mas assistem aquelas novelas da Globo onde a empregada preta gosta da mocinha branca como se fosse sua filha. E a mocinha branca, por ser a mocinha, permite que a empregada preta goste dela. A mocinha branca é sempre tão boazinha. Enquanto isso, na mesma novela, a filha preta da empregada preta dança funk de shortinho. Cada um com seus pobrema, mano.

        E tome motoboy e pastor neopentecostal. Racionais MC só encantam o Caetano. E tome funk ostentação no pancadão. Sampa blues.

        Eles não leem a Veja, mas assistem o Datena, o protótipo do tal grosseirão paulistano. Daí não é difícil entender que acreditem que o Skaf está preocupado em reduzir os impostos e votem no Doria, o “João trabalhador”, ou no Russomanno, que defende os pobres contra o abuso dos poderosos e é um homem de fé, da moral e dos bons costumes.

        Até a Marta agora nunca foi da esquerda. Faz-me rir, mas é verdade. Nunca foi, mesmo. 

        Sobrou a Erundina, mulher, pobre e nordestina. Mas uma andorinha só não faz verão. E tem o Haddad, mas como canta o Paulinho, o da Viola, não o da “Força” – haja paulistano de merda: foi um rio que passou em minha vida e meu coração se deixou levar.

        Enfim, não sei como aconteceu, quando abri os olhos, de repente, eles já estavam por aí.

         

        1. Respondo a Sergio

          Respondo a Sergio Saraiva,25/09/2016-12:26.Impossivel ficar impassivel depois de um comentario de 50 linhas,nao la essa  Brastemp toda,voce encerre com essa frase que ultrapassa as fronteiras do ridiculo.Depois que se meteu com Affonso Romano deSant’anna,um traira bocal,vice versa,e Ruy Castro,que vendeu a alma ao diabo por 30 moedas,e faltando com o respeito as Avos alheias,o senhor perdeu completamente o fuso horaraio.

        2. Grato pelo favor de sua

          Grato pelo favor de sua resposta, prezado Sérgio. Não tenho prova nem convicção, mas creio (crença não é convicção, é ?) que o pó de pirilim pim pim vem de antes do show da xuxa. Chacrinha? Sei lá !  É que tem um respeitável blogueiro (sem qualquer ironia, respeitável mesmo, leio-o sempre e me surpreendo com o que ele sabe e nos transmite) do GGN que diz que não há preconceito em São Paulo, terra onde se trabalha. Como tenho convicção e é muito fácil provar  que os olhos dele estão abertos não entendo o porque dele não os ver se eles estão lá. Grande abraço.

  9. Algum professor?

    Como falei para uma amiga. Esta mp foi um autêntico piriri. E agora como limpar. Mas reforço a pergunta: algum professor de ensino médio por aqui? De preferência de escola pública. Particular serve.

    Sendo curto: Meus alunos de engenharia apresentam deficiências em Português e Matemática que esperava-se sanadas no Ensino Fundamental. E não são casos esparsos. E são as disiplinas básicas, imaginemos o restante. Alguém disposto a ir ao site do MEC e ver relatório sobre carência de professores?

    O problema é e está muito maior que treze disciplinas ou se vai ter ou não Artes e Filosofia ( por sinal, quem está lecionando estas disciplinas e como?). E como já colocado aqui: a função da escola é preparar o indivíduo para a vida ou para fazer um curso universitário? Não me venham com esta que os empresários querem pessoas com baixa qualificação. De onde tiraram essa máxima? Na área técnica não é mesmo. O que se poderia tentar ensinar nas escolas, e nem se cogita, não é pouco. Até mesmo porque as escolas não possuem estrutura e não há professores (não estou entrando aqui na questão de salários).

    E finalizando, alguém me justifique razoavelmente, por que cargas dágua os alunos que sabe-se lá por que, desejam estudar belas artes têm de saber lei de Biot- Savat. E já que citei Belas Artes, alguém já se deu conta que Picasso, se vivo, não poderia ser professor em nossas universidades?

    1. Condé

       Não Condé,  se quiser discutir seriamente a educação, e a formação do cidadão, não me venha com esta pergunta. O estudo de ciências não se resume a lei de Biot-Savart, como o ensino de Belas Artes ( rejeitado inicialmente pela MP) também não se resume a saber quem é Picasso. Sim, nossas universidades talvez não pudessem aceitar Picasso, afinal  graças a uma lei feita por especialistas em legislação,só podemos    aceitar  professores através  de concurso publico.  Sabe como é , em nome da  anticorrupção não é possível que julguemos fora desta regra.  Mas com certeza a universidade daría Honoris Causa a Picasso e o aceitaria, imaginar que não,  é menosprezar demais a nossa universidade.  Sim nossa educação em ciências necessita mudanças e talvez não precisássemos ensinar a lei de Biot Savart, mas me parece importante  entender o sentido desta lei e seu papel no contexto desta coisa essencial para a nossa vida que  é a eletricidade. Sim mudanças são bem vindas assim como o debate  sobre o que é melhor ensinar. Mas não é isto que esta sendo proposto.Um ensino de ciências sem humanidades e um ensino de humanidades sem ciência é nesta sociedade do conhecimento um absurdo. Isto é criar cidadãos mancos. Numa sociedade onde a todo momento se tem um discurso científico legitimando tudo, como um cidadão sem nenhum conhecimento de  ciência vai ser capaz de se posicionar e se defender contra abusos? Como um cidadão poderá  achar importante  apoiar a pesquisa e  a criação de novos  conhecimentos científicos e tecnológicos se se tornar um especialista tão cedo?  Será que não precisamos aprender um mínimo para s  poder conversar, entender  e negociar com especialistas. Por exemplo será que não precisamos ter um mínimo de conhecimento para nos posicionarmos diante das políticas para  combater epidemias? Como compreender a importância de  pesquisas em virus, em genética e energia, ecologia, tecnologia, ou pesquisas científicas sem jamais ter ouvido falar de ciências?  Como nos defender de abusos das farmacêuticas, e também como nos defender de charlatães?  Como debater ética e os impactos da ciência e tecnologia se o conhecimento de ciências é ausente para o adolescente com tendências para artes e  humanidades  e   o conhecimento humanidades está ausente  para um adolescente com tendências às exatas?  Como aceitar uma especialização tão prematura numa sociedade onde o tempo de formação exige mais e mais tempo. Como   viver num mundo onde especialistas e apenas especialistas podem falar sobre um dado assunto? Você confiaria cegamente num especialista?  Não Condé talvez possamos discutir mudanças, mas o post acima mostra exatamente um exemplo disto. Uma especialista fm planilhas, administração  e contabilidade  e sem formação humanística, ao gerenciar a educação  pode fazer estragos e impactar muito numa atividade tão humana como é a de aprender.

      1. Meu caro

        Apesar de ser da área de exatas, não ignoro as humanidades, pelo contrário. Gostaria que entendesse que se está ensinando coisas demais e os meninos aprendedo de menos. Hoje não se distingue quem vai estudar o que ou mesmo se se pretende cursar faculdade. Resultado: tudo para todos. Quantos aprendem, esta é a questão.

        Voltando à baila,: treze disciplinas? Por que não 18? De onde saiu que são essas as disciplinas necessárias e seus repectivos conteúdos? Eu sei, MEC, PCN. Agora dê um pulo ás n+1 escolas Brasil afora – sim eu ministrei cursos vários anos para formação de professores no interior de Minas. Qual achas que é a realidade? Isto que estou questionando. Está havendo uma preocupação excessiva com o invólucro – vá lá, que sejam treze- mas e o conteúdo, a quantas anda? Não gosto de exemplos puntuais, e este não é puntual, mas afirmo com conhecimento de causa que em  n+1 – novamente- escolas públicas, nas aulas de educação física, solta-se uma bola para os meninos brincarem e estamos conversados. Se quiser posto fotos do espaço rexistente em várias delas aqui em BH.

        E esperando não ter cometido, sem o gerúndismo, nem  erros de português, reafirmo que o básico está relegado a terceiro plano. Me deparo diariamente, e isto ao longo de observação de anos, com uma safra de alunos que infelizmente poucos se sentem motivados, estudam, entendem ou gostam do que fazem. Então a questão fundamental é ensinar o mínimo para que, como colocado por nós dois, se tornem cidadãos. O máximo vai dar em nada.

    2. Sou professora

      Sou professora em Santa Catarina, e de matemática, pós graduada na área e fiz meu curso de matemática em uma faculdade conceituada do sul do país. Peno todos os anos revisando mil vezes os conceitos básicos de matematica, assim como ministro o conteúdo de cada ano. Tenho lesão por esforço repetitivo no braço direito, de tanto escrever horas e horas, detalhar, revisar. Procuro a cada conceito matemático novo par ao aluno aplica-lo no cotidiano e de forma concreta para depois entrar nas abstrações de fórmulas e exercícios. Porém o aluno no Brasil não acha que amtemática, ou qualquer outra disciplina deva ser realmente aprendida. São tão cara de pau que no ano seguinte quando vc passar algo como uma adição de fraçaõ com denominadores diferentes falam que nunca viram aquilo. Quando falo que viram sim e lembro a eles que viram em tal e tal situação dão um risinho amarelo e falam : é mesmo. Mas no ano seguinte lá estão só querendo ficar nos celualres para falarem bobagens. E pode fazer o quer for para estimular, não se estimulam. Sofrem de morte da alma. Meu marido é professor de filosofia, formado na USP, mestre em história. Procura fazer alulas estimulantes, mas nada. As escolas não tem infraestruturas adequadas, não existem laboratórios, bibliotecas, espaços de lazer. Olha lá uma quadra mal pintada. Mas uma MP tirando disciplinas e promovendo quem tem ensino médio por ter”notório saber” deve mudar essa realidade não é mesmo?

    3. continuando

      E finalizando, alguém me justifique razoavelmente, por que cargas dágua os alunos que sabe-se lá por que, desejam estudar belas artes têm de saber lei de Biot- Savat. E já que citei Belas Artes, alguém já se deu conta que Picasso, se vivo, não poderia ser professor em nossas universidades?

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      Um cerebro deve ser estimulado, saber não ocupa espaço. Um aluno de Belas Artes hoje, pode querer ser ser um físico amanhã e seu conhecimento da lei de Biot Savart pode ajudá-lo a entrar em uma boa universidade. E depois ele pode ser tão bo, mas tão bom que pode ir lá na NASA tirar uma onda de brasileiro cientista. Ao reduzir o acesso ao conhecimento, posso deixar o dito estudante apenas com a opção de fazer Belas Artes, e depois ir vender quadros e pinduricalhos na Praça da Republica. Mas se esse argumento não o convencer, diremos que poderá servir par ao hipotético estudante de Belas Artes não passar vergonha quando estiver com um grupo que saiba o que é tal lei e não acabe achando que a lei é um ritmo da moda, ou quem sabe um drink.

      1. Eliana

        O problema não é deixar de ensinar Eletromagnetismo ou o Dadaismo. A questão é até onde e para quem. Seria interessante ensinar atividades “profissionalisantes” no ensino médio? acredito que sim. Por que não se ensinar a operar com planilhas, um mínimo de secretariado, economia doméstica, operações bancárias, um pouco de contabilidade, etc. Será que não se pode incluir nada desta natureza? Temos de ser acadêmicos? Sobra o que ensinar. Por opção temos isso que aí está. Estou dizendo que está demais, os meninos estão assimilando pouco da quantidade oferecida. E não sou leigo a ponto de não saber que alguém pode mudar de área – vamos falar assim –  ou ter diferentes predileções, e se dar bem, se servir de exemplo ( aqui na minha área):

        “Planck tinha talento para a música. Teve aulas de canto e tocou pianoórgão e violoncelo, e compôs músicas e óperas. No entanto, em vez da música, escolheu estudar física.”

        O QUE É VIDA? – O ASPECTO FÍSICO DA CÉLULA VIVAERWIN SCHRODINGER: Neste livro, o autor se aventura por uma área que lhe é, à primeira vista, alheia – a explicação da vida como fenômeno empírico. Seu estudo, entretanto, é muito mais que uma contribuição exótica de um físico à biologia, ou à filosofia da biologia – suas teses obtiveram repercussão duradoura sobre gerações de pesquisadores e abriram campos de pesquisa até hoje trilhados.

  10. Sou neta e padeiro. E professora.

    Sou neta de padeiro

    Lendo o post, acho que preciso escrever um comentário também.

    Nesse blog, todas as vezes em que se escreve sobre EDUCAÇÃO, assim maiúscula, tendo a comentar. E o frequento por mais de 10 anos. Aliás, cheguei aqui como professora. Fui professora de Mariana Nassif, no Colégio Galileu Galilei, em SP, nos anos noventa.

    Um tantinho longo, o escrevi em meu blog no GGN.

    https://jornalggn.com.br/blog/odonir-oliveira/sou-neta-de-padeiro-sou-professora-com-orgulho

  11. Cena de um futuro próximo
    Em uma sala de aula qualquer no futuro, no Brasil

    Professor (vigiado por justiceiros togados e pais zumbis):- Uga Uga, Uga?
    Alunos (em sua maioria lobotomizados):- Uuuuugaaaa Uuuuugaaaa.
    Professor (fingindo entusiasmo ):- Uga Uga!

  12. No Governo FHC a gestão do

    No Governo FHC a gestão do economista e antigo Vice Presidente de Finanças do BID no Ministerio da Educação foi o ponto de partida de uma visão ECONOMICISTA da educação, baseada exclusivamente em estatisticas. A partir da gestão Paulo Renato deu-se absoluta prioridade aos EXAMES tipo ENEM, às estatisticas de inclusão na escola sem se importar qual a qualidade dessa escola, o CONTEUDO do ensino foi desprezado em beneficio da pura estatistica de inclusão para poder apresentar à ONU e mostar o progresso QUANTITATIVO da educação no Brasil. E o conteudo?  Nenhuma importancia,

    vale a estatistica para gringo ver. O “Modelo Maria Helena” de escola nasceu dessa gestão Paulo Renanto onde Maria Helena era a musa e depois herdeira do modelo que hoje continua sendo aplicado a frio.

    Vão gerar mais um mar de estatisticas para mostrar melhora naquelo que  é intrinsicamente ruim e cuja elevação de qualidade depende de uma visão muito mais ampla do que é educação e para que serve o ensino.

  13. Ministro decorativo

    O Mendoncinha é ministro decorativo. Quem manda mesmo é a “cabeça de planilha” do PSDB. Se São Paulo é o modelo, então estamos ferrados. A regente chama aluno de cliente?? Tô chocada.  É  retrocesso de 2 década.

    1. Sim, chocante! … Aluno “cliente” é a visão de escola privada

      Privada ai pode ter a interpretação que quiserem.

      Mas num país de verdade, “cliente” é a sua sociedade, saudável e evoluída.

      Aluno é sua matéria-prima humana.

       

  14. Sabe a história do sapo e da

    Sabe a história do sapo e da água fervente? Se você jogar o sapo na água fervendo, ele pula fora, mas se for aquecendo aos poucos, ele fica na água até ser cozido? Pois é. De desmonte em desmonte, até 2018 este governo (ou qualquer um que o suceda, se houver o golpe dentro do golpe) vai destruir tudo o que foi feito nos últimos 13 anos.

    Daqui a dois anos poderemos comparar e vamos nos questionar: como foi possível retroceder tanto? Talvez até alguns coxinhas (uma minoria, tenho certeza) se deem conta disso.

  15. Discordo. A Maria Helena tem

    Discordo. A Maria Helena tem a visão absolutamente correta para o país que se quer construir: cheio de burros desqualificados, exportador de commodities e submisso. Não tem nada de gestão de padaria. É isso mesmo que essa corja que está no poder quer fazer do país e essa reforma rumo ao atraso se encaixa bem nessa visão de mundo. 

    Mas não quero ser injusto: nesse país nenhum governo levou a educação a sério, nem deu o devido valor a ela como instrumento fundamentel na construção do cidadão e com a construção deste, a construção da nação. Sempre tiveram a visão mercantilista do Banco Mundial: formar mão-de-obra para obter um consumidor imbecil, nunca formar um cidadão para obter um país.

    Para ser honesto, a cada dia que passa aumentam as minhas dúvidas sobre se, de fato, algum dos nossos governantes alguma vez teve um projeto concreto de nação. Brizola, talvez? 

    1. mais um dado que alguém

      mais um dado que alguém precisa perguntar para Maria Helena: o que fará com o ENEM?  pelo o que eu ouvi por aí voltará a ser um exame de avaliação do ensino médio. não contará mais como ingresso na universidade. alguém pode confirmar?

      1. Sobre o futuro do ENEM…

        Pela lógica dessa turma, o ENEM volta só a ser avaliação de ensino médio.

        E o pessoal dos cursinhos pra vestibulares, que está mal das pernas mesmo com boa parte deles se tornando cursinhos pra concurseiros, certamente vai agradecer o alívio que o Governo vai dar a eles.

    2. Não haverá estadistas saídos
      Não haverá estadistas saídos da direita porque de uma forma geral o que procuram é simplesmente manter privilégios.

      Assim, pecam por clara e evidente omissão, são minorias que submetem todos os demais.

      Por este motivo simplérrimo a esperança deveria ser a capacidade de um governante de esquerda.

      Mas estes são incompetentes, não sabem que sua prática é pobre, a qualidade de seu trabalho altamente questionável.

      1. Só queria que você nos

        Só queria que você nos respondesse de que maneira poderíamos tirar, de um país em que, só no nordeste, morriam cerca de 290 crianças de fome por dia, pessoas e lideranças altamente qualificadas em educação para levar à frente o projeto de país que você menciona? 

        As lideranças, incluídas as de esquerda, eram e são produto do país que tínhamos e que temos. A fome (segurança alimentar) era o primeiro e principal problema a ser atacado. E foi. A despeito disso, estávamos progredindo em educação (apesar de tudo o que dizem em contrário). Só que educação de qualidade não se produz em dez anos, do mesmo modo que recursos para educação. É tarefa, a meu ver, para ao menos duas gerações.

        Acho muito simplista essa afirmação de que “governos de esquerda” perderam essa ou aquela oportunidade. Um país do tamanho do nosso, com as complexidades do nosso, demanda tempo para se mordenizar, e não há como fazer isso antes de construir uma rede de segurança para que a população não viva, como se diz, “da mão para a boca”.

        O desenvolvimento só pode ocorrer de uma forma harmoniosa e concomitante. Os problemas de alimentação, saúde, educação moradia e mobilidade devem ser resolvidos de maneira simultanea, sob pena de se criarem bolsões de elevada cultura e tecnologia, num território de pobreza total.

        Isso sem sequer mencionar as dificuldades criadas por uma elite de direita permanentemente à espreita, aguardando apenas uma pequena chance para voltar ao poder e destruir o pouco/muito que se fez.

        Esses desabafos sobre o que poderia/deveria ter sido feito, conquanto compreensíveis, na minha pequena opinião, não levam a muita coisa. 

         

         

  16. Enquanto isto, lá longe, no reino do meio,

    na China, seus cientistas, a maioria jovem, estão se preparando para substituir uma estação espacial com data vencida, por outra novinha em folha.  Seus jovens cientistas também acabam de anunciar que colocaram em estágio de teste um radar quântico, capaz de detectar qualquer avião ou navio a um distância de 100 quilômetros.  Decretaram a morte da técnica do ocultamento (stealth) na qual as atuais potências ocidentais investiram bilhões de dólares nos últimos anos.  E olha que este salto foi conseguido basicamente nos últimos  30 anos. 

    Sem educação qualificada nada disto teria sido possível.  Do jeito vamos voltaremos à idade da pedra lascada, com o Temer vestido de tanga, seus ministros peladões e todos nossos professores gritando Uga, Uga para seus alunos. 

    Uga para vocês também e tenham um péssimo fim de semana!

  17. Nossa chance teve início em
    Nossa chance teve início em 2002 quando os grupos de esquerda – PT à frente – juntaram forças suficientes para vencer as eleições.

    Era a oportunidade de – se houvesse preparo e capacidades das pessoas que assumiram o controle do governo – reformar estruturas e processos.

    Extremamente difícil? Sim, extremamente difícil. Continua sendo correto dizer, entretanto, que era A oportunidade e algo contundente devia ser feito. Não foi.

    “Mas a vida de dezenas de milhões de pessoas melhorou!”

    Sim, a vida de milhões de pessoas melhorou principalmente do ponto de vista material e no acesso ampliado e de melhor qualidade a alguns serviços públicos. Mesmo assim, bastante relativo.

    Qual o lance então?

    A vida de milhões de pessoas melhorou aqui e na ampla maioria dos países devido ao transbordamento da riqueza gerada em sua maior parte na Ásia e EUA.

    Nosso vagão e muitos outros vagoes estão atrelados a essas locomotivas. É o fenômeno mais manjado da história sócio – economica dos estados subdesenvolvidos.

    Nós já nos beneficiamos algumas vezes deste mesmo contexto – como no período JK, por exemplo. Lá também houve – guardadas as proporções – inclusão massiva de pessoas à classe média.

    A noção paupérrima que temos de amplos processos históricos – e da própria história – explica ao menos uma parte a trágica desconsideração do fenômeno recentemente, na última década para ser mais preciso.

    O ufanismo, o entusiasmo exacerbado, fatores relacionados com a psicologia coletiva, o apego a explicações superficiais, a pobreza jornalistica, a cegueira das universidades, tudo isso e mais um pouco completam a explicação.

    Voltando ao assunto, o que as lideranças petistas realizaram – Lula, Dirceu e co. à frente – foi uma pintura na casa com sérios e gravissimos problemas de infiltraçao.

    Foi como se embelezassem a residência e deixassem sua infraestrutura de lado, encanamento, fiação elétrica inclusive mantendo privilégios do andar de cima.

    A mão de tinta promoveu certo conforto e satisfação durante um lapso de tempo para logo em seguida ser brutalmente danificada.

    Um passo à frente, dois para trás.

    O que nos restou? Apenas aprender com a incompetência e recomeçar tudo de novo preferencialmente com a seguinte noção:

    A história não gera efeitos lineares e cumulativos como vocês imaginam e os problemas – por si só não facilmente identificaveis – tornam-se mais complicados com o passar dos anos.

    Corremos nesse exato momento sérios riscos de legar para as futuras gerações opções bastante reduzidas.

    Ps: Por isso tudo digo e reafirmo que vocês até podem – e realmente devem – malhar as péssimas ações do atual governo.

    Mas o melhor sem dúvida alguma seria compreender que o pesadêlo teve início em 2002.

    1. A visão tacanha.

      E, por causa da visão tacanha, sua, Chico Pedro, e de tantos outros, aqueles que lutaram nunca tiveram forças para ir além de onde conseguiram chegar. Mas, assim mesmo chegaram longe demais no cenário social que enfrentavam e agora se revela em toda a sua deformidade. As bestas, como vc, agora talvez fiquem felizes por, de tando prever o fracasso, agora terem o prazer de dizer que estavam certas quando previam o passado. Enquanto irão morrendo as crianças que nunca tiveram educação e agora nem sequer alimentos terão. Parabéns pela sua contribuição ao desastre. Daqui há trinta anos talvez os seus netos aprendam e compreendam que seu avô era um idiota.

  18. E la nave va…
    Atualmente leciono disciplinas básicas de mátemática numa universidade na região sul do Brasil e o quadro que vejo é desolador. Uma parte significativa dos alunos não tem conhecimentos de matemática elementar, como produtos notáveis, radiciação ou mesmo soma de frações, que dirá de matrizes e numeros complexos. Quando converso com colegas meus, espalhados pelo Brasil, o quadro que eles me apresentam é bastante similiar.
    O que fazer? lutar para que a universidade rejeite esses estudantes, descer o nível dos cursos ou oferecer a eles uma possibilidade de vencer as suas deficiências para que tenham uma formação de boa qualidade? Acho que a terceira alternativa é a mais interessante e deveria ser compartilhadas pelos diferentes centros univiersitários do país. Uma forma de se fazer isso é oferecer cursos de pré-cálculo, ou de física básica, de interepretação de texto, etc.
    Infelizmente, ao que tudo indica, o atual governo não está nem um pouco preocupado em resolver as deficências da educação básica, que teria que passar pela valorização e a capacitação do professor. Assim, o problema só tende a aumentar e a universidade terá lidar com isso, dando suporte aos alunos que chegam para o nível não cair.

  19. Senhores/as,
    alguém pode nos

    Senhores/as,

    alguém pode nos informar se a Direita brasileiira não tem outra/a teórica/o para a educação?

    Sempre recorrem a jurássica Maria Helena Castro…

  20. Futuro
    “…nunca aceitou o óbvio: que o professor é elemento central na educação, o ponto de ligação com o aluno. Sem professores endossando projetos pedagógicos, não se chega até a ponta do cliente (para usar uma terminologia que ela gosta), o aluno.”

    Excelente post Nassif. E alguns comentários, brilhantes.

    Me chamou a atenção o trecho e por óbvio não há duvida: o elemento central de ligação com o aluno não pode estar preparado para os desafios da orientação e facilitação do aprendizado. Risco de formar uma base jovem que discerne e critica. Como contê-los para que não tenham ideias subversivas de soberania liberdade igualdade depois de compreenderem e apreenderem que seu papel no mundo é bem maior do que levar um mínimo para casa ao final do mês, sem tempo para prosseguir nos estudos levando 5 hs por dia em locomoção? A dominância atávica que dormita nas concepções de mundo desta elite rota e apodrecida – e desculpem os melindrados, São Paulo carrega e alimenta diuturnamente a quintessencia deste pensamento tentando impingi-lo ao país através de seus agentes tentaculares, largamente conhecidos – são o pano de fundo para a destruição das conquistas de todo e qualquer avanço social pelo Brasil nos últimos, vá lá, 20 anos.

    Olho para o quadro e me pergunto o que será dos meus, jovens mergulhados em tecnologia de ponta e bestializados pelo raso de idéias e ideais. Uma geração de “sem cabeças”? E quem vai tocar o bonde quando não estivermos mais por aqui? Logo…

  21. O golpe começou por CAUSA DA
    O golpe começou por CAUSA DA EDUCAÇÃO,Dilma anunciou o dinheiro do
    Pré sal para a Educação,aí as ELITES ENDOIDARAM,fora as mudanças no
    currículo escolar propondo ensino da diversidade sexual e noções de direito
    ENDOIDANDO EVANGÉLICOS E O JUDICIÁRIO ,ia mexer muito com a estrutura
    de nossa sociedade e p eles QUEM ERA DILMA E O PT,para fazer isso!!?
    S I M P L E S. A S S I M ! ! !

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