A volta do Enem ao vestibular da USP

Da Folha

USP já admite usar Enem em sua 2ª fase

Conselho de Graduação da USP deve apresentar ideia até maio, quando a próxima Fuvest começa a ser organizada

Segundo pró-reitoria, problema de calendário inviabilizou utilização do exame nacional nos anos anteriores

PATRÍCIA GOMES
DE SÃO PAULO

A USP planeja incluir o Enem na nota final obtida pelos candidatos da Fuvest.

Segundo a pró-reitoria, o Exame Nacional do Ensino Médio poderá ser usado na segunda fase do vestibular.

“Assim dá tempo”, afirma a pró-reitora Telma Maria, referindo-se ao fato de a USP ainda não ter usado o Enem por causa de datas próximas à primeira fase da Fuvest.

O Conselho de Graduação da universidade deve apresentar resolução final até maio, quando o próximo exame começa a ser organizado.

NasdNas duas últimas edições do vestibular, a USP chegou a considerar a hipótese de usar o Enem como componente da nota na primeira fase, caso beneficiasse o aluno.

Mas as datas do exame, segundo a universidade, inviabilizaram sua utilização.

Para Mateus Prado, especialista em políticas públicas com foco no Enem, a adesão da USP fortalece o exame.

“Vai incentivar os alunos de São Paulo a prestarem o Enem. Esse passo mostra boa vontade da USP com relação ao exame”, afirma Prado.

SÓ MÉRITO

Além do Enem, outra reformulação em estudo na pró-reitoria de graduação é no Inclusp (Programa de Inclusão Social da USP).

Segundo Telma Maria, a intenção é fazer com que todos os bônus na nota dos candidatos do vestibular sejam vinculados ao mérito.

Hoje, o Inclusp é formado por três tipos de bônus: 1) o universal, de 3%, concedido a candidatos que tenham estudado o ensino médio na rede pública; 2) o Fuvest, de até 6%, a partir do desempenho do aluno na primeira fase; 3) o Pasusp, de até 3%, obtido a partir de desempenho em prova aplicada a candidatos do 3º ano do ensino médio.

“Estamos trabalhando em uma nova proposta em que o bônus universal não mais exista”, afirma Telma Maria.

Ela diz querer privilegiar os bonificações que venham de provas.

No lugar, o Pasusp -criado para ser uma avaliação seriada ao longo dos três anos no ensino médio, mas que era seriado apenas no papel- se estenderia a estudantes do 2º ano.

“O Pasusp é um programa de avaliação seriada, mas está incompleto. O aluno faria a prova no 2º ano, guardaria os pontos, depois faria no 3º.

As porcentagens estão em estudo, mas o bônus total pode aumentar.

PROFESSORES

Para incentivar a participação de alunos na prova, que tem amargado participação abaixo do esperado, a USP deve lançar um programa de iniciação científica voltado para o professor.

“A gente poderia escolher essas escolas de acordo com o desempenho dos alunos no Pasusp”, diz a professora.

A expectativa da pró-reitora é que as alterações do Inclusp passem a valer já no próximo vestibular. 

Luis Nassif

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