Após dois depoimentos, defesa de Temer admite tentativa de separar julgamento

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Outros dois depoentes foram ouvidos no processo de cassação do mandato do presidente Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na manhã desta quarta-feira (08). Entre eles o ex-diretor da Odebrecht Luiz Eduardo da Rocha Soares, que trabalhava no Setor de Operações Estruturadas, apontado como o “departamento da propina” da empreiteira.
 
Luiz Eduardo depôs no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo e o ministro Herman Benjamin acompanhou a audiência por videoconferência. No mesmo local, prestou depoimento o sócio-diretor da gráfica VTPB, Beckembauer Rivelino de Alencar Braga, testemunha da ex-presidente Dilma Rousseff.
 
Sob sigilo, com teor dos depoimentos ainda não público, Herman Benjamin deixou clara a irritação com os vazamentos das delações dos executivos e ex-executivos da Odebrecht, na última semana. Por isso, determinou que cada delator seja acompanhado de apenas um advogado, acreditando que os vazamentos partiram das defesas.
 
A mesma medida valerá para a acareação marcada para ocorrer nesta sexta-feira (10) entre o ex-presidente da companhia, Marcelo Odebrecht, e os ex-funcionários Hilberto Mascarenhas e Cláudio Melo Filho. Os três já prestaram depoimento nas últimas semanas, mas devem participar de uma mesma audiência para sanar dúvidas e conflitos de informações prestados entre eles.
 
Ainda que em sigilo, além do conhecimento sobre trechos dos depoimentos dos três ex-executivos da Odebrecht, também já se sabe que o depoimento do sócio-diretor da gráfica VTPB foi considerado “satisfatório” pela defesa de Michel Temer.
 
Segundo o seu advogado, Gustavo Guedes, o dono da gráfica “esclareceu, mais uma vez, que houve a prestação dos serviços” para a chapa durante a campanha de 2014, da mesma forma como já havia comprovado a defesa de Dilma Rousseff na entrega dos documentos e comprovantes das prestações.
 
O advogado de Dilma, Flávio Caetano, destacou que o depoimento de Braga veio a “corroborar” as informações já fornecidas no processo e garantiu que até o fim da investigação, será provado que “todas as acusações são improcedentes e que a campanha da chapa Dilma-Temer foi regular”.
 
Ainda que considerada positiva a participação da testemunha, o advogado de Temer afirmou que o então vice-presidente não participou da contratação da gráfica e admitiu a estratégia da defesa de Temer é a separação dos julgamentos entre Dilma e Temer: “O TSE deve enfrentar esse tema com a responsabilização de cada um pelos atos que praticou”, disse.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. temer é um cafajeste, sempre

    temer é um cafajeste, sempre nas trevas, ladeado por uma gangue de canalhas, ladrões, que usam a política para ganhar muito dinheiro ílicito.

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