Bloqueio de Moro a Tacla Duran é furado com audiência na Câmara

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Reprodução/El País
 
 
Jornal GGN – O bloqueio da Justiça ao advogado Rodrigo Tacla Duran foi furado por iniciativa de um aliado do ex-presidente Lula, o deputado federal Wadih Damous (PT), que conseguiu agendar uma audiência por videoconferência para o dia 5 de junho, às 10h, na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.
 
“Ele possui diversas informações relevantes sobre a Operação Lava Jato e, por isso, deve ser ouvido nas instâncias adequadas e responsáveis pelo processo. Porém, por causa de diversas negativas injustificadas, teve violado o direito ao devido processo legal, além da garantia ao contraditório e da ampla defesa”, disse Damous.
 
A defesa de Lula já fez inúmeros pedidos para que Duran seja ouvido no incidente de falsidade instaurado paralelamente aos processos que tramitam em Curitiba contra o ex-presidente, mas o juiz Sergio Moro vem negando todos eles. Os recursos em segunda instância também foram rejeitados.
 
Moro não quer ouvir Duran porque o advogado denunciou à imprensa um suposto esquema de pagamento de propina em troca de melhorias em delações premiadas negociadas em Curitiba, além de ter colocado em xeque a veracidade de provas apresentadas pela Odebrecht a partir dos sistemas Drousys e MyWebDay – largamente utilizados pela Lava Jato.
 
No caso de Moro, a questão é ainda de ordem pessoal, pois Duran afirmou que um amigo do juiz (Carlos Zucolotto, advogado que já foi sócio da Rosangela Wolff Moro) teria cobrado mais de 5 milhões de dólares “por fora” para “melhorar” o acordo de delação de Duran com os procuradores liderados por Deltan Dallagnol).  Moro tem argumentando, contudo, que Duran é um foragido e criminoso cuja palavra não merece crédito.
 
Para Damous, “não se pode admitir o cerceamento de defesa, especialmente quando se trata de um processo de tamanha relevância para o país, cujas consequências podem ser altamente prejudiciais aos investigados ou até condenados injustamente”.
 
Duran tem dupla cidadania e está na Espanha desde que começou a ser processado pela turma de Curitiba. O País negou a extradição ao Brasil e, mais recentemente, Moro autorizou o envio ao estrangeiro de parte das acusações que Duran vem respondendo na Lava Jato.
 
O advogado já foi ouvido pela CPI da JBS e pela defesa de Lula, que protocolou a audiência em vídeo na Vara de Moro, para provar que Duran tem disponibilidade, interesse e condições de depôr no incidente de falsidade.
 
Com informações de Pedro Calvi, da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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