Bolsonaro tem 37% de aprovação, melhor marca desde início do governo, comentário de Luis Fuzile

Precisamos voltar a entender as necessidades reais das pessoas e fazer propostas positivas sobre elas. Positivas!

Por Luis Fuzile
comentário no post Bolsonaro tem 37% de aprovação, melhor marca desde início do governo

pensando que esse aumento da aprovação do Bolsonaro está ligado à moderação do discurso (o que é bom, ainda que um tanto ilusório) e ao auxílio emergencial (o que é ótimo, pois é uma derrota da ideologia neoliberal), modestamente acho que está dentro do esperado e dá pra se tirar conclusões otimistas sobre isso. Se o auxílio fosse mais justo e mais generalizado, e se Guedes fosse um tantinho menos preso aos próprios dogmas e a economia estivesse andando, a aprovação estaria ainda maior.

a situação da pandemia não pesa muito. As pessoas acreditam que o governo não tem como gastar muito dinheiro, portanto não têm como parar de trabalhar (ainda mais que, após a reforma trabalhista, ter um contrato baseado na CLT é quase privilégio). Isso é menos penoso do que ficar parado, e as mortes são tidas como contingências, frutos de má sorte. Ninguém vê o quanto a coisa poderia ser diferente.

acho que aí entra a gente, a esquerda. Acho que temos concentrado muito esforço em coisas que não dão fruto, cancelar fulana porque ela falou uma frase torta, ridicularizar o fã de Bolsonaro porque ele é ignorante, apontar os desvios morais da família de milicianos… se esse discurso fosse tão coeso quanto o que eles montaram sobre o PT, teria algum efeito – mas não é. Tá, é engraçadinho fazer isso, dá aquela sensação de consciência limpa e dever cumprido, de estar do lado “certo” da história, mas isso não enche barriga.

precisamos voltar a entender as necessidades reais das pessoas e fazer propostas positivas sobre elas. Positivas! Não é só sobre destruir o fascismo, temos que colocar algo no lugar. Relacionar essas demandas não atendidas com o desmonte do estado e as fraudes jurídicas promovidas desde o golpe de 16.

e outra: já vi um pessoal dizendo que a esquerda está na pior pois não dispõe das mesmas ferramentas e da mesma falta de escrúpulo da direita. Mas quanto vitimismo! As nossas armas sempre foram a proximidade com as pessoas, a capacidade de entender os problemas delas e fazer propostas concretas; quando deu certo, conseguimos neutralizar as estruturas ideológicas da direita. É isso que a gente precisa voltar a fazer, ao invés de arranjar picuinha. É disso que o Mano Brown falava em 2018, não é? E acho ingênuo, otimista demais, esperar que as instituições coloquem freios na imoralidade da direita. Estão todos fechados com o Paulo Guedes…

Redação

3 Comentários

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  1. “As nossas armas sempre foram a proximidade com as pessoas, a capacidade de entender os problemas delas e fazer propostas concretas; quando deu certo, conseguimos neutralizar as estruturas ideológicas da direita. É isso que a gente precisa voltar a fazer, ao invés de arranjar picuinha.”
    Que precisa fazer a gente sabe. O problema é como fazer.
    Esperar que se consiga aproximar das pessoas e fazer propostas concretas no estágio de ilusão em que se encontram, é o mesmo que tentar pingar colírio em olho de onça.

  2. É uma digressão lamentável do autor, o qual aparentemente deve morar em outra galáxia. Até o começo deste ano a direita e ultra-direita eram formadas pela elite, classe média burra, imprensa, judiciário, incluindo aí procuradores, lava-jato e supremo, um exército de zumbis formado por um processo Goebelliano e as forças armadas. O que a esquerda deveria ter feito? Proceder como os poloneses na segunda guerra que avançaram com a cavalaria contra os panzeres alemães? Somente agora, de uns meses para cá, que o Supremo está recobrando o juízo. E isso dá uma certa esperança para o verdadeiro cidadão de bem.

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