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Luis Nassif

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  1. A ideologia da alternância

    Da Carta Maior

     

    03/03/2014 

     

    A ideologia da alternância

    Surgiu uma curiosa preocupação com a alternância de poder, sem a qual haveria a ameaça de uma inevitável degeneração do Judiciário brasileiro.

     

    Fábio de Sá e Silva

     

    Na sua incansável tentativa de retirar dividendos políticos do julgamento da ação penal 470 – o chamado processo do “mensalão” –, o presidente do STF, Ministro Joaquim Barbosa, se deu ao direito de lançar um “alerta à nação” antes de encerrar a sessão na qual o Tribunal, por maioria de 7 votos a 4, acolheu os embargos infringentes opostos pelos réus e inocentou-os do crime de formação de quadrilha.

    Dizendo ser aquela uma “tarde triste” para o STF, Barbosa denunciou a “maioria de circunstância”, formada a partir da chegada de Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso ao Tribunal, como responsável por “lançar por terra todo o trabalho primoroso levado a cabo pela Corte no segundo semestre de 2012” quando, por maioria apertada, os Ministros presentes o haviam acompanhado na condenação por quadrilha. E, em tom tão fatalista quanto ameaçador, destacou que via naquela votação “apenas o primeiro passo” (De quem? Para onde?) eis que a nova composição do Tribunal teria “todo o tempo a seu favor para continuar nessa sua sanha reformadora”.

    O “alerta” de Barbosa teve efeitos bem menos lineares que as suas performances anteriores à frente da Corte e do processo do “mensalão”. Veículos de massa, como o “Jornal Nacional”, deram apenas uma cobertura genérica à fala do Ministro, enquanto que todos os grandes jornais, por editoriais ou outros meios, fizeram ressalvas à maneira desqualificadora com a qual ele se referiu ao voto de seus novos colegas de pleno. Até porque, como seria possível defender as preocupações de Barbosa com o caráter supostamente “político” dos votos daqueles novos integrantes, quando ele próprio havia admitido, minutos antes, que a condenação e o patamar das penas que gostaria de ver mantidos resultavam não da aplicação rigorosa da lei, mas de uma conta “de chegada”, visando evitar a prescrição e colocar os condenados em regime fechado (“Ora!”)?

    Outra parcela da opinião pública, porém, tirava claras e diretas implicações da fala do Ministro: “Nos próximos anos, além da renúncia de Joaquim Barbosa, deve haver a aposentadoria de outros cinco Ministros do STF. Se reeleita, Dilma terá tido a possibilidade de nomear uma Corte inteira. O Tribunal terá se tornado um mero departamento do governo. Qual será a resposta das ruas?,” indagava uma postagem de internet que correu pelas redes sociais. Surgia, assim, uma curiosa preocupação com a “alternância de poder”, sem a qual, argumentava-se, haveria uma inevitável degeneração do Judiciário brasileiro – e, mais ainda, da instância por meio da qual ele faz a “guarda da Constituição” (CF, art. 102), o Supremo Tribunal Federal.

    Três aspectos dessa formulação, porém, evidenciam o seu caráter falacioso – e, no limite, a sua incompatibilidade com os princípios pelos quais a Constituição Federal ajuda a organizar o exercício de nossas liberdades públicas.

    O primeiro é o seu atentado à soberania popular. A Constituição prevê que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente” (art. 1o., parágrafo único). A cada pleito eleitoral, portanto – e não obstante todas as imperfeições do sistema eleitoral brasileiro –, os cidadãos devem ter a oportunidade de examinar da maneira mais livre possível os projetos em disputa e decidir pela continuidade ou pela mudança dos mandatários e das forças políticas que estes representam.

    A possibilidade de reeleição, estabelecida pela Emenda Constitucional n. 16, de 1997 – essa sim, ao que se sabe, fruto de uma “maioria de circunstância” – não é a única maneira pela qual os cidadãos podem sinalizar para um interesse de continuidade: a eleição de outro candidato proveniente do mesmo bloco que governa, como ocorreu com Dilma em relação a Lula, é também uma manifestação legítima das pretensões da cidadania.

    No momento em que as pesquisas apontam para fortes chances de reeleição da Presidenta Dilma, a disseminação de uma retórica abstrata em favor da “alternância no poder” pode até parecer um bom substituto para a incapacidade de enunciação de projetos alternativos por parte das oposições. Trata-se, no entanto, de medida que – essa sim – “lança por terra” o esforço para a construção, entre nós, do processo público, aberto e bem informado de escolha que está na base das principais teorias modernas de democracia representativa.

    O segundo aspecto é a desconsideração dos meios de controle de nomeações do STF garantidos – ou, ao menos permitidos – pela Constituição brasileira.

    A suposição de que um Chefe do Executivo dispõe de poder ilimitado para a composição da Suprema Corte diz mais sobre quem a vocaliza do que sobre o processo de nomeação dos Ministros em si. É verdade que, entre as principais dinâmicas políticas e institucionais que marcam a vida brasileira após o advento da Constituição de 1988, a nomeação de Ministros do STF é das que permanece mais opaca. Mas isso não ocorre porque faltam meios de controle, e sim porque esses meios não são utilizados na proporção em que poderiam sê-lo.

    Basta ver o que são – mas, também, o que poderiam ser – as sabatinas do Senado aos candidatos do STF: não seria o caso de os Senadores transformarem esses processos em verdadeiras audiências públicas, nas quais os requisitos de “notório saber jurídico e reputação ilibada” (CF, art. 101) pudessem ser aferidos diretamente pelos cidadãos? Ou – caso se avalie que esses meios de participação e controle ainda são muito tímidos –, não seria o caso de se levantar discussão sobre como ampliá-los? Por que evitar o debate sobre as práticas atuais e as possibilidades de reforma, em favor de preocupações “de circunstância”, endereçadas para as eleições de 2014?

    O terceiro aspecto, por fim, é o silêncio quanto à responsabilidade do Judiciário – e, mais particularmente, do STF –, sobre a promoção de sua própria solidez e legitimidade.

    O processo do “mensalão” jogou muitos holofotes sobre o poder dos Juízes e dos Ministros da Suprema Corte. Holofotes, no entanto, tendem a iluminar partes de um objeto, ao mesmo tempo e com a mesma intensidade em que obscurecem outras. Que outros casos aguardavam nos escaninhos do STF, enquanto Barbosa lia as mais de mil páginas do seu voto na ação penal 470? A que políticas públicas se referem e quais são os interesses que eles afetam? Quanto tempo demora para o julgamento desses casos? Há casos que andam com maior velocidade que outros? O que determina as diferenças nos tempos de tramitação? Como, enfim, é formada a pauta do STF – ou seja, como são definidos os processos que serão julgados em um determinado ano ou mesmo em uma determinada sessão?

    Essas são questões cuja resposta não deriva das urnas, mas sim do tempo, da seriedade e do compromisso mantido pelos integrantes da Magistratura e, antes de tudo, pelo Presidente do STF, que – por mais uma dessas imperfeições de nossas instituições – também acumula o cargo de Presidente do órgão ao qual caberia controlar todo o Judiciário: o Conselho Nacional de Justiça.

    Ao invés de buscarem constranger o voto alheio, aqueles que se preocupam com um Judiciário mais sólido deveriam, isso sim, exigir uma nova “sanha reformadora” para torná-lo mais transparente, participativo e aberto ao controle por parte dos cidadãos. O resto é ideologia, para não dizer tentativa de golpe.

    (*) PhD em Direito, Política e Sociedade pela Northeastern University (EUA). As opiniões expressas neste artigo são de caráter estritamente pessoal.

    http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/A-ideologia-da-alternancia/4/30393

     

  2. A crise na Ucrânia: O que

    A crise na Ucrânia: O que significa ser saqueado pelo ocidente

    por Paul Craig Roberts [*]

    Em 2004 a Hungria aderiu à UE, na expectativa de ruas cobertas de ouro. Ao invés disso, quatro anos depois, em 2008, o país ficou endividado ao FMI. O vídeo do grupo de rock húngaro Mouksa Underground resume o que é a Hungria de hoje, depois de cair nas garras da UE e do FMI. Ver http://www.youtube.com/watch?v=Jg8p26sB7w&feature=youtu.be 

    A canção é acerca dos resultados desanimadores do abandono do socialismo em favor do capitalismo – e na Hungria os resultados certamente não são encorajadores. O título é “Desalento com a mudança de sistema”. Aqui está a letra: 

    Os que têm agora mais de vinte anos 
    Estiveram à espera de vida boa 
    Para o cidadão médio 
    Ao invés de riqueza temos pobreza 
    Exploração irrestrita 
    Assim, esta é a grande mudança de sistema 
    Assim, é isto que espera por si 
    Nada de habitação Nada de alimentação Nada de trabalho 
    Mas isto foi garantido que não aconteceria 
    Aqueles no topo 
    Devoraram-nos 
    O pobre sofre todos os dias 
    Assim, isto é a grande mudança de sistema 
    Assim, isto é o que espera por si 
    (Repete) 
    Quando ocorrerá mudança real? 
    Quando haverá uma mundo vivível 
    A solução definitiva aparecerá 
    Quando este sistema económico for abandonado para sempre 
    Assim, esta é a grande mudança de sistema 
    Assim, isto é o que espera por si 
    (Repete)

    Não há solução fora da revolução 

    Se os estudantes de Kiev houvessem escutado o grupo de rock húngaro ao invés das ONGs de Washington, ele entenderiam o que significa ser saqueado pelo Ocidente e a Ucrânia não estaria na tormenta e rumo à destruição. 

    Como a secretária de Estado Assistente Victoria Nuland deixou claro no seu discurso de Dezembro último e na fuga da gravação da sua conversação telefónica com o embaixador dos EUA em Kiev, Washington gastou US$5 mil milhões do contribuinte estado-unidense para engendrar um golpe na Ucrânia que derrubou o governo democrático eleito. 

    Que aquilo foi um golpe é também sublinhado pelas óbvias mentiras públicas de Obama acerca da situação, culpando, naturalmente, o governo derrubado, e pela total deturpação dos acontecimentos ucranianos pelos media presstitutos dos EUA e Europa. A única razão para deturpar os acontecimentos é apoiar o golpe e encobrir a mão de Washington. 

    Não há dúvida de que o golpe é um movimento estratégico de Washington para enfraquecer a Rússia. Washington tentou capturar a Ucrânia em 2004 com a “Revolução Laranja” por ela financiada, mas fracassou. A Ucrânia fez parte da Rússia durante 200 anos antes de lhe ser dada independência na década de 1990. As províncias do Leste e do Sul da Ucrânia são áreas russas que foram acrescentadas à Ucrânia na década de 1950 pela liderança soviética para diluir a influência dos elementos nazis na Ucrânia ocidental que haviam combatido por Adolf Hitler contra a União Soviética durante a II Guerra Mundial. 

    A perda da Ucrânia para os EUA e a NATO significaria a perda da base naval da Rússia no Mar Negro e a perda de muitas indústrias militares. Se a Rússia aceitasse tal derrota estratégica, isso significaria que se havia submetido à hegemonia de Washington. 

    Seja qual for o rumo que tome o governo russo, a população russa do Leste e do Sul da Ucrânia não aceitará a opressão de ultra-nacionalistas e neo-nazis ucranianos. 

    Demolição do monumento ao General Kutuzov.A hostilidade já mostrada em relação à população russa pode ser vista na destruição pelos ucranianos do monumento às tropas russas que expulsaram divisões de Hitler durante a II Guerra Mundial, bem como na destruição do monumento ao general russo Kutuzov, cujas tácticas destruíram o Grande Exército de Napoleão e provocaram a sua queda. 

    A questão do momento é se Washington calculou mal e perdeu o controle do golpe para os elementos neo-nazis que parecem prevalecer em Kiev sobre os moderados pagos por Washington, ou se os neocons de Washington estiveram a trabalhar com os neo-nazis durante anos. Max Blumenthal diz que é isso: http://www.informationclearinghouse.info/article37752.htm 

    Os moderados certamente perderam o controle. Eles não podem proteger monumentos públicos e são forçados a tentar antecipar-se aos neo-nazis legislando o programa neo-nazi. O parlamento cativo ucraniano apresentou medidas para proibir qualquer responsável de utilizar a língua russa. Isto, naturalmente, é inaceitável para as províncias russas. 

    Como observei em artigo anterior, o próprio parlamento ucraniano é responsável pela destruição da democracia na Ucrânia. Suas acções inconstitucionais e anti-democráticas abriram o caminho para os neo-nazis os quais agora têm o precedente para tratar os moderados do mesmo modo que os moderados trataram o governo eleito e encobriram sua ilegalidade com acusações de crimes e ordens de prisão. Hoje o ilegalmente deposto presidente Yanukovych está em fuga. Será que amanhã o actual presidente, Oleksander Turchinov, posto no gabinete pelos moderados, não pelo povo, estará em fuga? Se uma eleição democrática não concede legitimidade ao presidente Yanukovych, como é que a selecção feita pelo rebotalho de um parlamento concede legitimidade a Turchinov? 

    O que é que Turchinov responde se os neo-nazi lhe fizerem a pergunta de Lenine a Kerensky: “Quem o escolheu?” 

    Se Washignton perdeu o controle do golpe e é incapaz de devolvê-lo aos moderados que se alinharam com a UE e a NATO, a guerra aparentemente seria inevitável. Não há dúvida de que as províncias russas procurariam e obteriam protecção da Rússia. Desconhece-se se a Rússia avançariam ainda mais e varreria os neo-nazis da Ucrânia ocidental. Se Washington, que parece ter posicionado forças militares na região, proporcionaria o poder aos moderados para derrotar os neo-nazis é também uma questão aberta, tal como é a resposta da Rússia. 

    Num artigo anterior descrevi a situação como “Sonambulismo outra vez”, uma analogia dos maus cálculos que resultaram na I Guerra Mundial. 

    O mundo inteiro deveria estar alarmado com a temerária e irresponsável interferência de Washington na Ucrânia. Ao executar uma ameaça estratégica directa à Rússia, o ensandecido poder hegemónico de Washington engendrou uma confrontação com uma Grande Potência e criou o risco de destruição mundial. 

    25/Fevereiro/2014Ver também: 
    The U.S. has Installed a Neo-Nazi Government in Ukraine , Michel ChossudovskyUkraine and the “Politics of Anti-Semitism”: The West Upholds Neo-Nazi Repression of Ukraine’s Jewish Community , Michel ChossudovskyDemocracy Murdered By Protest: Ukraine Falls To Intrigue and Violence , Paul Craig RobertsThe Road to Moscow Goes Through Kiev: A Coup d’Etat That Threatens Russia , Mahdi Darius NazemroayaUkraine: Secretive Neo-Nazi Military Organization Involved in Euromaidan Snyper Shootings , F. William EngdahlUkraine: Russia’s Response to a US-EU Sponsored Coup d’Etat. Violation of International Law? , Colin TodhunterUkraine, Intervention, and America’s Doublethink , Eric DraitserThe Dark Side of the Ukraine Revolt , Conn HallinanObama’s Dumbest Plan Yet , Mike WhitneyUkraine: Hobson’s choice , Michael Roberts 

    [*] http://www.paulcraigroberts.org 

    O original encontra-se em http://www.globalresearch.ca/..

    Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ . http://resistir.info/ucrania/roberts_25fev14.html

     

  3. Explicação a quem interessar

    Explicação a quem interessar possa sobre a Ação Penal 470

     Não, José Dirceu não foi jamais condenado por ter “roubado” alguma coisa. Também Genoíno não foi sequer acusado de ter “roubado” algo. Nem Delúbio Soares.
    Dirceu, Genoíno e Delubio também não foram condenados por serem “corruptos”. Ao contrário, todos eles foram condenados porque, segundo o Ministério Público, teriam “corrompido” deputados federais, dentre eles Roberto Jefferson, que só recentemente foi preso. Isso mesmo. É incrível, mas é a mais pura realidade. Foram condenados por “corrupção ativa”, ou seja, porque seriam “corruptores”. 

    Na corrupção, o corruptor normalmente é o empresário, o sujeito que tem dinheiro, que “compra”, que corrompe um servidor público, para que este faça ou deixe de fazer alguma coisa, de modo a beneficiar o corruptor. É como quando você – você mesmo! – “molha a mão” do guarda para não levar uma multa. E como foi a “corrupção ativa” de Dirceu? Como Ministro de Estado – portanto, na condição de servidor público (o que já é uma inversão do que ocorre normalmente…), ele teria “comprado” deputados. E só deputados federais. E para quê? Com qual interesse? Segundo os Ministros que o condenaram, era para que esses deputados votassem a favor do governo. Para quê? Para que o partido dele se “perpetuasse no poder”.

    Por aí já dá para ver o motivo político da condenação. Ora, como é que o PT poderia se perpetuar no poder sem obter a segurança de que continuaria obtendo o voto popular? 

    E mais: como poderia contar com o voto popular com medidas impopulares, embora necessárias para o futuro da Nação, como as reformas da Previdência e Tributária? 

    São necessários os votos de 3/5 dos deputados federais e 3/5 dos senadores para aprovar uma reforma constitucional. Então, como é que Dirceu poderia garantir a aprovação que exigia votos favoráveis de mais de 300 deputados e senadores “comprando” apenas meia dúzia de deputados e nenhum senador?

    É preciso estar com a mente contagiada pelo bombardeio diário da TV ao longo dos últimos NOVE anos para acreditar numa trama fantasiosa como essa.

    O que está por trás dessa história é o ódio de classe. As elites brasileiras não perdoam quem, vindo de baixo, trouxe dignidade ao povo pobre do Brasil, que hoje tem acesso a shoppings, faculdades, aeroportos, créditos etc. Gilmar Mendes, de família tradicional de Diamantino (MT), onde sua família exerce o papel de “coronel” da política local; Marco Aurélio de Melo, primo de Fernando Color, cuja família domina a política de Alagoas; Celso de Melo, juiz conservador nascido em Tatuí, ex-braço direito de Saulo Ramos, ministro do governo Sarney; são os ministros do STF que hoje representam as elites naquele tribunal. A eles, somou-se, por um erro de cálculo e ingenuidade de Lula, Joaquim Barbosa, que serviu a Golbery do Couto e Silva durante os governos militares. Depois veio Luiz Fux, outro erro de indicação, agora de Dilma.  Esses cinco ministros, conluiados com os PGRs anteriores, “compraram” a trama desenvolvida pela oposição, rotulada poir Jefferson (autor do título “Mensalão”) e patrocinada pela mídia conservadora. E empreenderam a mais nefasta perseguição aos réus da AP470.  Razões politicas foram acintosamente utilizadas pelos ministros para condenar os réus. São, sim, presos políticos. Nada “roubaram”, tampouco “compraram” deputados.

    A absolvição por formação de quadrilha foi só o início do restabelecimento da justiça. A caminhada ainda será longa até que justiça efetivamente seja feita em sua plenitude. Luís Antônio AlbieroAdvogado na cidade de Americana/[email protected] http://gestaopublicasocial.blogspot.com.br/

  4. Ucrânia: o plano mais idiota de Obama

    Da Carta Maior

     

    03/03/2014 

    Ucrânia: o plano mais idiota de Obama

    Aliar-se com os neonazistas na Ucrânia: de todos os planos idiotas que Washington elaborou nos últimos dois anos, este é o mais idiota de todos.

     

     

    Mike Whitney – CounterPunch

     

     

    Arquivo

     

    “Washington e Bruxelas apoiaram um golpe nazista, realizado por insurgentes, terroristas e políticos da ultradireita europeia para atender aos interesses geopolíticos do Ocidente”
    Natalia Vitrenko , do Partido Socialista Progressista da Ucrânia

    Como você provavelmente já sabe, Obama e companhia ajudaram a depor o presidente democraticamente eleito da Ucrânia, Viktor Yanukovych, com a ajuda de ultra-direita, paramilitares, gangues neonazistas que invadiram e queimaram escritórios do governo, mataram soldados da tropa de choque, e espalharam o caos e terror em todo o país. Estes são os novos aliados dos Estados Unidos no grande jogo para estabelecer uma cabeça de ponte na Ásia, empurrando os russos mais para o leste, derrubando governos eleitos, garantindo corredores de oleodutos e gasodutos vitais, acessando escassas reservas de petróleo e gás natural e trabalhando pela desmontagem da Federação Russa, segundo a estratégia geopolítica proposta por Zbigniew Brzezinski.

    A grande obra de Brzezinski, “The Grand Chessboard: American Primacy and it’s Geostrategic Imperatives”(O Grande Tabuleiro de Xadrez: a Primazia Americana e seus Imperativos Geoestratégicos), tornou-se o Mein Kampf de aspirantes imperialistas ocidentais. O livro fornece a estrutura básica para o estabelecimento da hegemonia militar, política e econômica dos EUA na região mais promissora e próspera do século, na Ásia. Em um artigo publicado na Foreign Affairs, Brzezinski apresentou suas idéias sobre como neutralizar a Rússia, dividindo o país em partes menores e permitindo, assim, que os EUA mantenham seu papel dominante na região, sem ameaças, desafios ou interferências. Aqui está um trecho do artigo:

    “Dado o tamanho (da Rússia) e sua diversidade, um sistema político descentralizado e uma economia de livre mercado seriam a mais provável via para desencadear o potencial criativo do povo russo e (explorar) os vastos recursos naturais da Rússia. Uma Rússia vagamente confederada – composta por uma Rússia européia, uma república da Sibéria, e uma república do Extremo Oriente – também tornaria mais fácil cultivar relações econômicas mais estreitas com seus vizinhos. Cada um dessas regiões confederadas seria capaz de explorar o seu potencial criativo local, sufocado por séculos de controle da mão burocrática pesada de Moscou. Além disso, a Rússia descentralizada seria menos suscetível a uma mobilização de tipo imperial”. (Zbigniew Brzezinski , “A Geoestratégia para a Eurasia “)

    Moscou, é claro, está ciente dessa estratégia de dividir e conquistar de Washington, mas minimizou a questão, a fim de evitar um confronto. O golpe de Estado apoiado pelos EUA na Ucrânia significa que essa opção não é mais viável. A Rússia terá de responder a uma provocação que ameaça tanto a sua segurança como seus interesses vitais na região. Os primeiros informes indicam que Putin já mobilizou tropas para a região e, segundo a Reuters, colocou caças ao longo de suas fronteiras ocidentais em alerta de combate:

    “Os Estados Unidos dizem que qualquer ação militar russa seria um erro grave. Mas o Ministério de Relações Exteriores da Rússia disse em um comunicado que Moscou  defenderá os direitos de seus compatriotas e reagirá a qualquer violação desses direitos.” (Reuters)

    Não vai ser um confronto, é só uma questão de saber se a luta terá uma escalada ou não.

    A fim de derrubar Yanukovych, os EUA apoiaram tacitamente grupos fanáticos de bandidos neonazistas e antissemitas. E, apesar do presidente interino ucraniano, Oleksander Tuchynov, ter se comprometido a “fazer tudo ao seu alcance” para proteger a comunidade judaica do país, os informes não são animadores. Aqui está um trecho de uma declaração de Natalia Vitrenko, do Partido Socialista Progressista da Ucrânia que sugere que a situação é muito pior do que a que está sendo relatada na mídia:

    “Por todo o país, pessoas estão sendo espancadas e apedrejadas, enquanto os membros “indesejáveis” do Parlamento da Ucrânia estão sofrendo intimidação em massa. As autoridades locais vêem suas famílias e crianças sendo alvo de ameaças de morte caso não apoiem a instalação deste novo poder político. As novas autoridades ucranianas estão maciçamente queimando os escritórios de partidos políticos adversários, e anunciaram publicamente a ameaça de processo criminal e proibição de partidos políticos e organizações públicas que não compartilham a ideologia e os objetivos do novo regime.” (“EUA e UE estão erguendo um regime nazista em território ucraniano” , Natalia Vitrenko )

    Na semana passada, o jornal israelense Haaretz relatou que uma sinagoga ucraniana havia sido atacada com coquetéis molotov que “atingiram paredes de pedra exteriores da sinagoga e causaram poucos danos”.

    Outro artigo no Haaretz referiu-se ao que chamou de  “novo dilema para os judeus na Ucrânia” . Aqui está um trecho do artigo :

    “A maior preocupação agora não é o aumento nos incidentes antissemitas, mas a grande presença de movimentos ultra-nacionalistas, especialmente a proeminência de membros do partido Svoboda e do Pravy Sektor entre os manifestantes . Muitos deles estão chamando seus adversários políticos de “zhids” (termo racista para designar os judeus) e portam bandeiras com símbolos neonazistas. Há também relatos, a partir de fontes confiáveis, de que esses movimentos estão distribuindo edições recém- traduzidas de “Mein Kampf” e dos “Protocolos dos Sábios de Sião”, na Praça da Independência. ” (“Antissemitismo, embora uma ameaça real, está sendo usado pelo Kremlin como um jogo político”, Haaretz)

    Outro relato, feito pelo Dr. Inna Rogatchi em Arutz Sheva:

    “Não há nenhum segredo sobre a agenda política real e os programas dos partidos ultra- nacionalistas na Ucrânia. Não há nada perto de valores e objetivos europeus lá. Basta ler os documentos existentes e ouvir o que os representantes desses partidos proclamam diariamente. Eles são fortemente anti-europeu e altamente racistas. Eles não têm nada a ver com os valores e práticas do mundo civilizado”.

    “O judaísmo ucraniano está enfrentando uma ameaça real e séria. Fortalecer os movimentos abertamente neonazistas na Europa e ignorar a ameaça que eles representam é um negócio totalmente arriscado. As pessoas poderão ter que pagar um preço terrível – mais uma vez – por causa da fraqueza e da indiferença de seus líderes. A Ucrânia, hoje, tornou-se um case trágico para toda a Europa no que diz respeito à reprodução e autorização para o discurso do ódio tornar-se uma força violenta e incontrolável. É imperativo lidar com a situação no país, de acordo com a lei e as normas da civilização internacional existente.” (“Chá com neonazistas: O nacionalismo violento na Ucrânia” , Arutz Sheva)

    Aqui está um pouco mais sobre o tema, um texto do analista Stephen Lendmen, publicado dia 25 de fevereiro (“New York Times: apoiando a ilegalidade imperial dos EUA”) :

    “Washington apoia abertamente o líder fascista do partido Svoboda, Oleh Tyahnybok. Em 2004, Tyahnybok foi expulso da facção parlamentar do ex-presidente Viktor Yushchenko. Ele foi condenado por conclamar os ucranianos a lutar contra o que chamou de máfia moscovita-judaica.”

    “Em 2005, ele denunciou “atividades criminosas ” do “judaísmo organizado”. Ele alegou escandalosamente que os judeus eles planejavam um “genocídio” contra os ucranianos” (…)

    “O extremismo de Tyahnybok não impediu a secretária de Estado adjunta para Assuntos Europeus e da Eurásia, Victoria Nuland, a se reunir abertamente com ele e com outros líderes anti-governamentais no dia 6 de fevereiro”.(…)

    “No início de janeiro, cerca de 15 mil ultranacionalistas realizaram uma marcha com tochas em Kiev. Eles fizeram isso para homenagear Stepan Bandera, assassino e colaborador da era nazista. Alguns usavam uniformes de uma divisão da Wehrmacht ucraniana usados na Segunda Guerra Mundial. Outros gritavam ” Ucrânia acima de tudo” e ” Bandera, venha e traga a ordem. ” (blog de Steve Lendman)

    A mídia dos EUA minimizou os elementos fascistas, neonazistas e de “pureza étnica” do golpe de Estado ucraniano , a fim de se concentrar no que eles pensam – são “temas mais positivos”, como a derrubada das estátuas de Lenin ou a proibição de membros do Partido Comunista de participar no Parlamento . Na avaliação da mídia, estes são todos sinais de progresso.

    A Ucrânia está sucumbindo gradualmente para o abraço amoroso da Nova Ordem Mundial, onde vai servir como mais uma fonte de lucro na roda de Wall Street. Essa é a tese, pelo menos. Não ocorreu aos editorialistas do New York Times ou do Washington Post que a Ucrânia está despencando rapidamente para uma situação do tipo “Mad Max” (o filme), uma anarquia que poderia transbordar suas fronteiras para os países vizinhos, provocando incêndios violentos, agitação social, instabilidade regional ou – deus nos livre- uma terceira guerra mundial. Eles só parecem ver movimentos dourados, como se tudo estivesse indo conforme o planejado. Todos, da Eurásia ao Oriente Médio, estão sendo pacificados e integrados em um governo mundial supervisionado pelo Executivo unitário, onde as empresas e instituições financeiras controlam as alavancas do poder por trás das telas divisórias imperiais. O que poderia dar errado?

    Naturalmente, a Rússia está preocupada com a evolução da situação na Ucrânia, mas não tem certeza de como reagir. Veja o que disse o primeiro ministro Dmitry Medvedev dias atrás:

    “Nós não entendemos o que está acontecendo lá. A ameaça real para os nossos interesses (existe) e tambén para a vida e a saúde dos nossos cidadãos. Estritamente falando, hoje não há ninguém lá para se conversar. Se você acha que as pessoas usando máscaras pretas e agitando Kalashnikovs representam um governo, então será difícil para nós trabalhar com esse governo.”

    Claramente, o governo de Moscou está preocupado. Ninguém espera que a única superpotência do mundo se comporte dessa forma irracional em todo o planeta, alimentando a criação de um Estado falido após o outro, fomentando revoltas, criando ódio e espalhando miséria por onde passa. No momento, a equipe de Obama está trabalhando a todo vapor tentando derrubar regimes na Síria, Venezuela, Ucrânia e deus sabe onde mais. Ao mesmo tempo, as operações no Afeganistão falharam, Iraque e Líbia estão sendo governados por senhores da guerra regionais e milícias armadas. Medvedev tem todo o direito de estar preocupado.

    Quem não estaria? Os EUA têm saído dos trilhos, de um modo completamente louco. A arquitetura para a segurança mundial entrou em colapso, enquanto os princípios básicos do direito internacional foram alijados. O rolo compressor furioso dos EUA dá guinadas de um confronto violento para o outro, de um modo irracional, destruindo tudo em seu caminho, forçando milhões de pessoas a fugir de seus próprios países, e empurrando o mundo para mais perto do abismo. Isso não é motivo suficiente para se preocupar?

    Agora Obama está se aliando com os nazistas. É apenas a cereja no topo do bolo.

    Confira esta sinopse do mais recente texto de Max Blumenthal, intitulado “Os EUA estão trazendo os neonazistas na Ucrânia?”:

    “O Setor Direito (Right Sector) é um sindicato sombrio de auto-denominados nacionalistas autônomos, identificados pelo seu estilo skinhead de vestir, com um estilo de vida ascético, e fascínio pela violência nas ruas. Armados com escudos, os membros desse grupo têm ocupado as linhas de frente das batalhas, enchendo o ar com seu slogan favorito: “Ucrânia acima de tudo!” Em um recente vídeo de propaganda, o grupo prometeu lutar “contra a degeneração e o liberalismo totalitário , pela moralidade e pelos valores familiares tradicionais nacionais “.

    Com o partido Svoboda ligado a uma constelação de partidos neofascistas internacionais através da Aliança dos Movimentos Nacionais Europeus, o Setor Direito promete levar seu exército de jovens desiludidos sem rumo para “uma grande Reconquista Europeia. (“Is the U.S. Backing Neo-Nazis in Ukraine? Exposing troubling ties in the U.S. to overt Nazi and fascist protesters in Ukraine”, Max Blumenthal, AlterNet).
     
    Veja abaixo um vídeo de propaganda do Setor Direito:

    [video:http://youtu.be/7onBw-s3xoM%5D

     

    “Valores familiares”? Onde já ouvimos isso antes?

    É claro que Obama e seus assessores acham que têm controle sobre tudo isso e podem domar este covil de víboras para seguir as diretrizes de Washington, mas na minha opinião isso soa como uma má aposta. Estamos falando de neonazistas hard-core aqui. Eles não serão comprados, cooptados ou intimidados . Eles têm uma agenda e pretendem executá-la até o seu último suspiro.

    De todos os planos idiotas que Washington elaborou nos últimos dois anos, este é o mais idiota de todos.
     
    Tradução:Louise Antonia León

     

     

     

    http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/Ucrania-o-plano-mais-idiota-de-Obama/6/30390

  5. ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA

    ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE

    Mais médicos, menos falácias

    Um contrato como o que Cuba assinou com o Brasil serve para garantir a sobrevivência de centenas de milhares de indivíduos daquele país

    O eminente jurista Ives Gandra acusa Cuba e o Brasil de serem responsáveis pela condição que classifica como de escravatura do contrato que rege o programa do governo federal Mais Médicos (“O neoescravagismo cubano”, 17/2).

    Sua argumentação exclusivamente burocrática ignora as condições em que Cuba se encontra. Para entendermos a realidade daquele país, comecemos por uma analogia.

    Quando um país é ameaçado, o seu governo atribui a um grupo de cidadãos, voluntária ou compulsoriamente, a missão de defendê-lo. Essa é uma prática universal.

    Com frequência, os salários desses soldados são insignificantes. Não obstante, se qualquer um se recusar a servir seu país, será considerado um criminoso.

    Há mais de 50 anos, os Estados Unidos impuseram drásticas sanções econômicas contra Cuba, resultando na extrema pobreza daquele povo. Sua principal fonte de renda de então, a indústria de açúcar, perdeu competitividade e hoje está em frangalhos.

    Para sobreviver e assegurar insumos vitais, tais como remédios, certos alimentos, combustíveis etc., conta Cuba quase que exclusivamente com a exportação de tabaco (charutos), rum e, intermitentemente, dos serviços prestados pelos seus médicos no exterior.

    Podemos imaginar o quanto de renúncia do povo de um país pobre como Cuba significa custear a formação desses médicos.

    Um contrato como esse que Cuba assinou com o Brasil não serve apenas para reduzir a miséria das famílias dos participantes do programa Mais Médicos, mas antes de tudo serve para garantir a sobrevivência de centenas de milhares de indivíduos daquele país.

    Pergunto àqueles que argumentarem que os recursos provenientes do programa Mais Médicos vão para o bolso dos “opressores”, baseados exclusivamente em hipóteses, sem evidências concretas, se sua atitude não poderia ser enquadrada naquilo que os juristas chamam de difamação.

    Se meia dúzia de médicos cubanos oportunistas se valeu desse subterfúgio para se refastelar nas praias da rica Miami, às custas de um programa ignóbil da potência americana, não deveríamos enaltecê-la, mas deplorá-la, pois apenas 1 em 1.000 traiu o seu compromisso com o Brasil e com o seu povo.

    Quantos na sua própria família e em seu país vão sofrer por causa da fuga de cada inadimplente?

    Apoiar esses poucos infensos não é apenas uma falta de percepção da questão social envolvida, mas é, antes de tudo, falta de humanidade.

    Reduzir a questão do Mais Médicos a uma infringência burocrática ou, pior ainda, a um conflito partidário ou ideológico –o que certamente não é o caso do jurista– é uma indignidade.

     

    ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE, 82, físico, é professor emérito da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia e do Conselho Editorial da Folha

    Folha de S. Paulo

     

  6. Discurso de Lupita Nyong’o no

    Discurso de Lupita Nyong’o no evento ESSENCE Black Women In Hollywood.


    O discurso de Lupita Nyong’o
    por Maiara Lima • em 28 fev, 2014 • 0

    Com tradução de Maiara Lima

    Quero aproveitar esta oportunidade para falar sobre beleza, beleza negra, beleza escura. Eu recebi uma carta de uma menina e gostaria de compartilhar apenas uma pequena parte dela com vocês: “Cara Lupita,” onde se lê : “Eu acho que você realmente tem sorte por ser tão negra e ainda tão bem sucedida em Hollywood. Eu estava prestes a comprar um creme da “Whitenicious” para clarear minha pele quando você apareceu no mapa e me salvou.”

    Meu coração sangrou um pouco quando li essas palavras, eu nunca poderia ter imaginado que o meu primeiro trabalho seria tão poderoso e que me tornaria em uma imagem de esperança, da mesma forma que as mulheres de “A Cor Púrpura” foram para mim.

    Lembro-me de um tempo em que eu também me sentia feia. Eu ligava a TV e só enxergava pele pálida, fui provocada e insultada sobre o tom da minha pele cor de noite. E a minha única oração a Deus, o milagreiro, era que eu acordasse de pele mais clara. Na manhã seguinte, eu acordava tão animada em ver a minha nova pele que eu recusava a me olhar até que estivesse na frente de um espelho, porque eu queria ver o meu rosto claro de primeira. E todos os dias eu experimentava a mesma decepção de ser tão escura como eu era no dia anterior. Tentei negociar com Deus, eu lhe disse que iria parar de roubar cubos de açúcar à noite se ele me desse o que eu queria, eu obedeceria cada palavra da minha mãe e nunca perderia o casaco da escola de novo, se ele só me deixasse um pouco mais clara. Mas eu acho que Deus não se impressionou com as minhas barganhas, porque Ele nunca escutou.

    E quando eu era adolescente, meu auto-ódio cresceu, como acontece durante a adolescência. Minha mãe me lembrou muitas vezes que ela me achava bonita, mas ela é minha mãe, é claro que ela deveria me achar bonita. E então … Alek Wek . Uma modelo célebre, ela era escura como a noite, ela estava em todas as passarelas e em todas as revistas e todo mundo estava falando sobre como ela era bonita. Até Oprah a achava bonita e fez disso fato. Eu não podia acreditar que as pessoas estavam abraçando uma mulher que parecia muito comigo, tão bonita. Minha pele sempre foi um obstáculo a ser superado e, de repente, Oprah estava me dizendo que não era. Foi desconcertante e eu queria rejeitá-lo, porque eu tinha começado a desfrutar da sedução da inadequação.

    Mas a flor não poderia deixar de desabrochar dentro de mim, quando eu assistia Alek, via um reflexo de mim mesma que eu não podia negar. Agora eu tinha um degrau a cada passo meu, porque eu me sentia mais vista, mais apreciada pelos distantes guardiões da beleza. Em torno de mim a preferência pela minha pele prevaleceu, porém para os cortejadores com quem me importava, eu ainda era vista como feia. E a minha mãe novamente me dizia que você não pode comer beleza, porque ela não te alimenta, e estas palavras me atormentavam e incomodavam, eu realmente não entendia, até que finalmente me dei conta de que a beleza não era uma coisa que eu poderia adquirir ou consumir, era algo que eu tinha que ser.

    E o que minha mãe quis dizer quando disse que você não pode comer beleza é que você não pode depender da sua aparência para se sustentar. O que é bonito é fundamentalmente a compaixão que você sente por si mesmo e por aqueles ao seu redor. Esse tipo de beleza inflama o coração e encanta a alma. Foi o que colocou Patsey em tantos problemas com seu mestre, mas também é o que tem mantido a sua história viva até hoje. Recordamos da beleza de seu espírito, mesmo depois que a beleza de seu corpo se foi.

    E por isso espero que a minha presença em suas telas e revistas possa levá-la, jovem, em uma viagem semelhante. Que você sinta a validação de sua beleza externa, mas também chegue ao mais profundo objetivo que é ser bonita por dentro.

    Não há vergonha na beleza negra.

    ***
    O discurso de Lupita Nyong’o foi feito no evento ESSENCE Black Women In Hollywood.

    http://blogueirasnegras.org/2014/02/28/o-discurso-de-lupita-nyongo/

      

  7. Frota russa do Mar Negro nega

    Frota russa do Mar Negro nega ultimato à Ucrânia; Obama fala em isolar país
    Obama diz que a Rússia está no ‘lado errado da história’ e que analisa medidas diplomáticas e econômicas e diplomáticas para isolar o país
    por Redação RBA, com EFE publicado 03/03/2014 17:31, última modificação 03/03/2014 18:18

    ESCRITÓRIO DE IMPRENSA DA PRESIDÊNCIA RUSSA
    Putin


    Presidente Vladimir Putin, inspeciona exercícios militares. 60% da população da Crimeia é de russos
    São Paulo – A frota russa do Mar Negro negou ter ameaçado atacar unidades militares ucranianas na Crimeia. Um porta-voz da Frota Russa na região qualificou de “tolices” as informações divulgadas por meio das agências internacionais. Segundo o noticiário, teria partido do Ministério da Defesa da Ucrânia o alerta de que teria recebido um ultimato para que as forças locais da Marinha se rendessem até as 5h da manhã desta terça-feria (4).

    “Estamos acostumados a escutar acusações que estamos realizando operações militares contra nossos colegas ucranianos”, disse o porta-voz da da frota russa em Sebastopol, de acordo com a agência Interfax, “As tentativas de jogarmos uns contra os outros fracassarão“, acrescentou.

    Um oficial da Marinha ucraniana, Alexei Kirilov, disse a um canal de TV que o comando da frota do Mar Negro dera o prazo, mas nos últimos dias, desde que explodiu a tensão na Crimeia – após a mudança de poder em Kiev e a autorização do Senado russo ao presidente Vladimir Putin para intervir ali –, teriam ocorrido vários destes ultimatos.

    Operações militares russas estão posicionadas na maioria das unidades ucranianas na Crimeia, mas ainda não houve nenhum enfrentamento. A Crimeia pertenceu à Rússia até 1954, quando o então líder soviético, Nikita Kruschev, assinou um termo de concessão territorial à Ucrânia. A península possui 2 milhões de habitantes, dos quais 60% são russos, 25% ucranianos e 12% tártaros.

    Tensão
    Ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) advertiram a Rússia de possíveis “consequências” para suas relações bilaterais, entre elas a negociação para liberar vistos, se Moscou não der passos para diminuir a tensão na crise ucraniana. “À revelia de passos que eliminem a tensão por parte da Rússia, a UE decidirá sobre as consequências para as relações bilaterais entre a União Europeia e a Rússia”, afirmou a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, ao término do conselho de ministros extraordinário convocado para abordar a piora da situação na Ucrânia.

    Os ministros se reuniram hoje com urgência após o envio de tropas russas na região autônoma ucraniana da Crimeia. E condenaram a autorização dada pelo Senado da Rússia para empregar o exército russo em território ucraniano. E confirmaram a suspensão por parte dos Estados- membros do G8 (grupo que reúne os sete países mais industrializados e a Rússia) de sua participação na preparação da cúpula do grupo prevista para ocorrer em junho na cidade russa de Sochi, “até que o ambiente volte a um estado em que o G8 possa ter uma discussão significativa”.

    O presidente norte-americano, Barack Obama, apoia a suspensão da reunião do G8 e disse nesta segunda-feira que se o governo russo continuar “na trajetória atual” em relação Ucrânia, analisará medidas econômicas e diplomáticas para “isolar a Rússia”. O presidente declarou na Casa Branca, onde se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que a Rússia está se situando no “lado errado da história” com sua intervenção militar na região ucraniana da Crimeia.

    O governante americano disse que a maior parte da comunidade internacional está de acordo que “os passos que a Rússia deu” constituem “uma violação das leis internacionais” e dos compromissos que esse país já tinha adotado para respeitar a integridade territorial da Ucrânia.

    “Se a Rússia continuar na trajetória atual, os Estados Unidos tomarão uma série de medidas econômicas e diplomáticas para isolar a Rússia”, assegurou o presidente pouco depois que o Departamento de Estado indicou que é muito provável que adote sanções econômicas se a Rússia continuar mantendo sob controle militar a península da Crimeia.

    http://www.redebrasilatual.com.br/mundo/2014/03/frota-russa-do-mar-negro-nega-ter-dado-ultimato-a-ucrania-2315.html

  8. Insensibilidade de empresas

    Insensibilidade de empresas barra avanços do Pronatec para população de rua
    Programa inova em dar formação profissional e encaminhar para seleções de emprego, mas precisa ser complementado, diz ativista
    por Rodrigo Gomes, da RBA publicado 02/03/2014 15:08
     


    No trabalho, Heliano já está entrosado com os companheiros e entra na brincadeira (Danilo Ramos/RBA)
    São Paulo – Com uma mochila de 16 quilos, Heliano Ferreira, 27 anos, sobe a rua Bela Cintra, próximo a avenida Paulista, centro da capital paulista. Com as contas de energia da AES Eletropaulo ordenadas pelo número das casas – trabalho ao qual ele dedicou quase duas horas, no início do dia – ele vai trocando sinais de amizade com porteiros e jornaleiros, onde deixa a maior parte das entregas. Nas mãos, somente com as contas do trecho imediatamente à frente.

    Ele caminha cerca de cinco quilômetros até concluir aproximadamente três mil entregas. “Minha sorte é que aqui são muitos prédios, então vão várias contas de uma vez”, diz sorridente. Aliás, alegria é o que não falta a Heliano.

    Vindo de Guiné Bissau há um ano e cinco meses, vivia no albergue Arsenal Esperança, na Móoca, zona leste da cidade, quando funcionários da prefeitura de São Paulo apresentaram o programa de qualificação profissional para a população em situação de rua. Simultaneamente, Heliano corresponde ao perfil de duas das frentes de trabalho da Secretaria Municipal de Direitos Humanos: vivia em abrigo e é imigrante.

    Ele é um dos 388 participantes (até janeiro deste ano) do programa de qualificação profissional, lançado em março de 2013 e desenvolvido em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Nacional do Comércio (Senac) e que ensina profissões como almoxarife, auxiliar administrativo, eletricista, manipulador de alimentos, mecânico de motor a diesel, padeiro, pedreiro e outras.

    O rapaz é também um dos poucos que conseguiu uma vaga no mercado de trabalho – apenas 40, pouco mais de 10% dos assistidos. O programa foi lançado em março do ano passado e pretende capacitar duas mil pessoas em situação de rua até 2016.

    Antes do curso, Heliano fazia bicos como ajudante de pedreiro. “Muitas pessoas se preocupam por ficar quatro horas por dia sem trabalhar para fazer o curso. Mas isso não é nada perto do benefício que vem depois”, avaliou. Ele escolheu aprender o ofício de eletricista instalador.

    A AES Eletropaulo, que o contratou como leiturista, também empregou sete de 28 participantes do Pronatec Pop Rua, que já estão executando suas funções. Em fevereiro, outros nove foram admitidos e devem começar a trabalhar em breve.

    Com salário, vale refeição, vale alimentação e convênio médico, Heliano conseguiu se estruturar e alugou uma casa em Francisco Morato, na região metropolitana de São Paulo.

    Obstáculos
    O programa da prefeitura paulistana, porém, ainda esbarra na dificuldade em encaminhar os formados para o mercado de trabalho. Até janeiro, somente sete empresas tinham contratado jovens egressos do Pronatec Pop Rua.

    Para a secretária adjunta de Direitos Humanos da prefeitura de São Paulo, Larissa Beltramin, o processo é longo e demanda uma mudança cultural. “Não é comum, por exemplo, receber pessoas em situação de rua para uma entrevista de emprego. É preciso adequar algumas rotinas para inserir uma pessoa que está em uma condição social diferente e inferior. Tem também a necessidade de integrar esse trabalhador na equipe. Não se pode empregar e largar em um canto. Ele tem de fazer parte da equipe”, afirmou.

    A prefeitura não estabelece nenhum vínculo formal com as empresas para adesão ao programa. “O prefeito tem feito o diálogo com os empresários buscando sensibilizá-los para a importância do programa”, explicou Larissa. Em julho do ano passado Haddad se reuniu com representantes de 16 empresas, para conversar sobre a inclusão, em seus processos seletivos, dos formados pelo programa.

    Anderson Lopes Miranda, coordenador do Movimento Nacional da População em Situação de Rua, avalia como boa a iniciativa do programa, mas chama atenção para alguns gargalos. “O curso não resolve se não houver empregabilidade. É preciso insistir no diálogo com o setor empresarial. Ainda há muito preconceito com a população em situação de rua”, avalia.

    Para ele, a prefeitura precisa investir firmemente em moradia, reduzindo a população de cidadãos que hoje vivem a vulnerabilidade de viver nas ruas. Miranda cita a operação De Braços Abertos, efetivado na Cracolândia, na região da Luz, centro da capital. “A oferta de moradia seria muito importante para complementar o processo. Esse é um dos principais impedimentos para efetivação das ações com a população em situação de rua”, pondera.

    Outra questão para Miranda se relaciona com a vivência na rua. “As exigências do mercado formal não faziam parte do cotidiano da rua. Pontualidade, hierarquia, sociabilidade, horário de trabalho. Isso precisa ser reconstruído, não é da noite para o dia”, afirmou.

    A secretária Beltramin concorda e destaca que o projeto não busca ser uma empreitada meramente assistencialista. “O Pronatec Pop Rua foi lançado a partir de uma demanda de que não se observasse a demanda da população em situação de rua somente pelo viés assistencialista. Tem de garantir oportunidades e alternativas para a população. Nesse aspecto a demanda por profissionalização e trabalho é muito forte”, afirmou. E complementou: “Tem projeto de 4 mil moradias pelo Minha Casa Minha Vida, consultórios na rua, ampliação da rede de acolhimento da assistência social”.

    Porém, os planos para o Minha Casa Minha Vida ainda não têm perspectiva de conclusão. Por outro lado, já foram implementados 16 consultórios médicos na rua e a ampliação da rede de acolhimento já está em andamento. Dois novos serviços, com capacidade para 700 atendimentos de adultos na Vila Maria e na Moóca, já estão funcionando.

    http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2014/03/pronatec-para-populacao-de-rua-avanca-mas-padece-com-insensibilidade-de-empresarios-6141.html

  9. ADVOGADOS REAGEM AO “FOI PARA

    ADVOGADOS REAGEM AO “FOI PARA ISSO MESMO” DE JB

    :

     

    Profissionais que atuaram ou que ainda atuam na Ação Penal 470 falam em revisão criminal e no peso que o reconhecimento literal do presidente do STF, Joaquim Barbosa, de que houve agravamento artificial de penas para o crime de formação de quadrilha pode ter daqui para frente; “É uma violência condenar alguém a uma pena maior do que aquela que é devida”, declarou Alberto Toron, que defende João Paulo Cunha; para Marcelo Leonardo, advogado de Marcos Valério, a fala de Barbosa “é uma constatação da infelicidade que foi o julgamento”; Antonio Carlos de Almeida Castro, que defendeu Duda Mendonça, se disse perplexo com declaração do ministro, afirma que rejeição pelo Supremo de que houve quadrilha foi um “tiro no cerne da acusação” e que facilitará o pedido de revisão

    3 DE MARÇO DE 2014 ÀS 21:12

    Por Leonardo Léllis, do Consultor Jurídico

    O fato de o ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, admitir que algumas penas dos condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão, foram aumentadas desproporcionalmente para se evitar a prescrição de crimes ou o cumprimento da pena em regime semiaberto provocou uma série de reações negativas de profissionais do Direito e de quem acompanhou os desdobramentos do julgamento. Os efeitos da declaração do ministro nos próximos capítulos do processo, porém, devem ser pequenos.

    O advogado do ex-deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP), Alberto Zacharias Toron reconhece que a fala do ministro Joaquim Barbosa poderá ter um peso daqui para frente. “É uma violência condenar alguém a uma pena maior do que aquela que é devida. Obviamente quando entrarmos com revisão criminal, vamos fazê-lo também por conta de outras questões como, por exemplo, a própria condenação”, disse.

    Já para Marcelo Leonardo, advogado de Marcos Valério, o reconhecimento literal feito por Barbosa não deve ser capaz de justificar nenhum tipo de recurso ou revisão criminal. “É uma constatação da infelicidade que foi o julgamento”, diz o advogado, para quem o agravamento viola as garantias do código penal na fixação das penas. A admissão de Barbosa se deu na análise dos Embargos Infringentes relativos à condenação por formação da quadrilha dos réus. Como houve absolvição, Marcelo Leonardo acha que o assunto está superado.

    O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay (foto), se disse perplexo com a declaração do ministro Joaquim Barbosa, mas reconhece que não há muito o que ser feito pela defesa. “O que pode ocorrer é uma discussão no meio jurídico como um todo para comprovar aquilo que sempre existiu nas entrelinhas, que é a hipótese de uma instrumentalização do julgamento. Eu prefiro nem acreditar nisso. Em homenagem ao Supremo, o ministro [Joaquim Barbosa] deveria dizer que isso não ocorreu. É muito grave”, disse o advogado, que defendeu o publicitário Duda Mendonça, absolvido.

    Outro advogado que atua no caso afirma que a manobra admitida pelo presidente do Supremo ocorre com frequência em outras instâncias do Judiciário.

    Revisão criminal

    Um outro fator com maior potencial de mudar os rumos do julgamento da AP 470 é tratado com cautela extra pelos defensores. Em sua coluna na Folha de S.Paulo, o jornalista Ricardo Melo aponta que com informações do Inquérito 2.474, conduzido pelo Supremo em paralelo à ação que deu origem à AP 470, “réus poderiam rebater argumentos decisivos para sua condenação”. O acesso a esses autos foi negado por Joaquim Barbosa por considerar que poderia ser prejudicial às investigações do processo do mensalão.

    Kakay representa dois envolvidos neste inquérito. Entretanto, como corre em segredo de Justiça, não pode fazer nenhum comentário sobre seu conteúdo. “Acho que existem vários outros motivos jurídicos e técnicos para se fazer a revisão penal [da AP 470]. Fatalmente, esse processo terá uma revisão criminal, com muita possibilidade de êxito, independentemente do Inquérito 2.474”, disse o advogado.

    Em sua opinião, a rejeição pelo Supremo de que houve formação de quadrilha facilitará o pedido de revisão. Para Kakay, o julgamento foi um “tiro no cerne da acusação”. “Fica meio inacreditável imaginar que possa ter havido corrupção ativa de parlamentares se a base de tudo é que existiu uma quadrilha. Acho que a revisão criminal, tecnicamente falando, vai ser posta no momento adequado pelos advogados e terá êxito.”

    Sem se referir ao caso específico de seu cliente, Marcelo Leonardo explica que uma das hipóteses para o pedido de revisão criminal é o surgimento de nova prova. “Eventualmente, o material que está nesse inquérito, como não estava na AP 470, pode, em princípio, constituir prova nova para autorizar uma revisão criminal”, diz o advogado, que afirma não conhecer o conteúdo dos documentos.

    Como também não teve acesso à papelada, Toron vai pela mesma linha. “Eu preciso examinar esses autos para saber se não ter feito isso no curso da AP 470 trouxe prejuízo. É possível que sim, mas, para ter certeza, eu preciso examinar os autos”, disse.

    http://www.brasil247.com/+qre20

     

  10. Resposta do cantor cubano

    Resposta do cantor cubano Silvio Rodriguez ao cantador panamenho, advogado e politico Rubén Blades!
     

    http://prensapcv.wordpress.com/2014/02/26/que-fallo-respuesta-de-silvio-rodriguez-a-ruben-blades/

    Las verdaderas revoluciones son siempre difíciles. Che Guevara sabía algo de eso y decía que, en las verdaderas, se vence o se muere, porque una revolución no es una tranquila, pacífica obra de beneficencia, como cuando las encopetadas damas de la alta sociedad salen a hacerle caridad a los que no tienen justicia.

    Una revolución es un vuelco, una ruptura, un abrupto cambio de perspectiva. Es cuando los oprimidos dejan de creer en que los que mandan –los que los oprimen– tienen la verdad de su lado, y piensan que el mundo puede ser diferente de como ha sido hasta entonces.

    Pero claro que los opresores no se resignan a abandonar sus posiciones de dominio y luchan a vida o muerte por ellas, aunque aparentemente, los “otros” sean sus connacionales: enseguida se enajenan de la mayoría del pueblo, porque las revoluciones –no los golpes de estado– siempre son obra de la mayoría.

    En un respetuoso diálogo con el presidente venezolano aunque no tanto con sí mismo, el cantautor Rubén Blades, hace años uno de los abanderados de la canción social en América Latina, expone su concepto de revolución:

    Para mí, la verdadera revolución social
    es la que entrega mejor calidad de vida a
    todos, la que satisface las necesidades
    de la especie humana, incluida la necesidad
    de ser reconocidos y de llegar al estadio
    de auto-realización, la que entrega oportunidad
    sin esperar servidumbre en cambio.
    Eso, desafortunadamente, no ha ocurrido
    todavía con ninguna revolución.

    Ni va a ocurrir en ninguna revolución verdadera, Rubén. No era sino la voluntad de mejorar la calidad de vida de la gente lo que inspiró la Reforma Agraria cubana, que entregó parcelas a miles de campesinos sin tierra y, esencial para procurar mejor calidad de vida, fue la alfabetización cubana de 1961, –porque no hay autorrealización sin saber leer– pero enseguida llegaron la invasión de Bahía de Cochinos y el bloqueo económico que es repudiado cada año en la ONU, aunque acaba de cumplir 52.

    Me fascina esa idea de que una revolución social “satisface las necesidades de la especie humana”, y claro que eso solo lo hace una revolución cuando se la ve históricamente: no habría democracia ni derechos humanos sin la prédica de los iluministas: sin Voltaire, Montesquieu, Rousseau, pero los que llevaron adelante esas ideas en la práctica social, los que las impusieron como “necesidades de la especie humana” –Danton, Marat, Robespierre , porque las monarquías gobernaban por derecho divino– guillotinaron a la aristocracia francesa que se rebeló contra ellas, la aristocracia que ahogaba en sufrimientos, en miseria los derechos de los sans culottes, acaso los que Evita Perón llamó en su momento “los descamisados” y Martí “los pobres de la tierra”.

    El tiempo ha pasado, nos recuerda Blades, pero los derechistas venezolanos llaman “los tierrúos” a esos pobres sin zapatos que ellos explotan en el siglo XXI. Es imposible que una revolución haga felices a los dos grupos, porque la revolución va a dar justicia, y hacer justicia no es una fiesta de cumpleaños. 

    Es decir que nunca ha habido una revolución social como entiende Blades que debe ser. ¿Será que él no sabe lo que es una revolución social? Según se deduce de lo que escribe, no lo la sido ni la inglesa, ni la francesa, ni la rusa, ni la mexicana, ni mucho menos la cubana que lideró Fidel Castro. Presumo que tampoco la venezolana de hace doscientos años, pese a que Blades escribe de esa Venezuela que ama como “el pueblo de Bolívar”. Y ¿qué hizo el Libertador? ¿Una tranquila y plácida obra de bienestar social? No gritó Patria o Muerte, sino que firmó un decreto de guerra a muerte para los enemigos de la patria, que eran los de la revolución. 

    Blades no sólo lo proclama ahora en esa respuesta a Maduro, sino que lo cantaba en sus canciones latinoamericanistas: “de una raza unida, la que Bolívar soñó”. Entonces, ¿el intento de realizar el sueño de Bolívar no es el proceso integrador que emprendió Chávez, y que enfrenta a un imperio que nos quiere divididos, sino que únicamente servirá para mover el culo bailando salsa? Y cantar a voz en cuello: “A to’a la gente allá en los Cerritos que hay en Caracas protégela”. A “to’a esa gente” la protegen, además de María Lionza, los médicos de Barrio Adentro, porque esos que gritan y agreden en las calles no se ocuparon jamás de la salud de los venezolanos humildes. 

    Tal vez fue María Lionza la que los mandó a bajar de los Cerritos, cuando el golpe de estado de abril de 2002, para sitiar el ocupado palacio de Miraflores y exigir el regreso del presidente que habían elegido. No te dejes confundir, Blades, “busca el fondo y su razón”, y trata de entender las revoluciones de la historia, no las que soñamos para tranquilizarnos.

    Para Blades, el programa político del chavismo “obviamente no es aceptado por la mayoría de la población”. Lo que quiere decir que la mayoría que eligió a Maduro, no lo es. Blades ignora las 18 elecciones ganadas por el chavismo y el casi 60% de votantes que el PSUV obtuvo en las elecciones de diciembre –que la derecha dijo que sería un plebiscito– y declara mayoría a los representantes de la vieja derecha derrocada por Pablo Pueblo, porque ese hombre –nos recordó Neruda– despierta cada doscientos años, con Bolívar. 

    Me recuerdo a mí mismo, en los años setenta, en el antiguo apartamento de Silvio Rodríguez, con su puerta negra en la que había golpeado el mundo, descubriendo los primeros trabajos de Rubén Blades con la orquesta de Willy Colón. Nos encantábamos de encontrar una salsa patriótica, “La maleta”, aunque sabíamos que no eran ideas unánimes entre los latinoamericanos. Ninguna idea hondamente renovadora consigue apoyo unánime, al menos cuando aparece: el poder establecido –eso que los norteamericanos llaman stablishment– tiene muchos resortes, muchas maneras de “convencer”, de imponer sus intereses, y sabe que son pocos los que no ceden ante ellos. 

    Una cosa es cantar y otra vivir lo que se canta, y cantarlo en todas partes. Tengo vivo el recuerdo de ese extraordinario salsero que es Oscar D’Leòn, cantándole, en los años ochenta, a un público cubano que lo adoraba, que llenaba un coliseo de 15 mil localidades para escucharlo y cantar con él. Lo recuerdo feliz, arrojándose al suelo del aeropuerto de La Habana para besar la tierra de la isla al partir y, a las semanas, lo vi abjurando de su viaje a Cuba, cuando los magnates del disco en el Miami contrarrevolucionario, lo acusaron de comunista por cantar en La Habana, y amenazaron con cerrarle todas sus puertas, que eran también las más lucrativas de su realización como artista.

    Oscar sabía que esa derecha, esa burguesía –y mucho menos el poder imperial que tenían detrás– no bromeaban: a Benny Moré, que era el mejor cantante de América Latina, la RCA Víctor no le grabó un disco más cuando decidió quedarse a vivir y a cantar en la Cuba revolucionaria.
    Todo me lo explico, pero tengo la tristeza de que ya no podré escuchar a Rubén Blades como ese cantor de nuestra América que quiso ser.

  11. Putin : “A Rússia é um país que não pode ser intimidado”

    Artigo: A maior jogada no tabuleiro de Putin

    Jonathan Owen

    Publicado:2/03/14 – 22p1

    Seja por suas caças a tigres e ursos polares com rifles de dardos tranquilizantes ou por suas lutas com seu treinador de judô, Vladimir Putin é mais conhecido por suas façanhas de macho do que por sua diplomacia. Imagens do líder russo caçando, pescando, nadando e cavalgando — frequentemente sem camisa — mostram como o ex-chefe da KGB é afiado na hora de mostrar sua firmeza. É uma imagem que funcionou bem com aqueles que o veem como um símbolo do poder e dominância da Rússia. Mas, para seus oponentes, ele não passa de um ditador. Um inimigo da democracia.

    Os Jogos de Inverno de Sochi deveriam ter mostrado um lado novo e mais ameno do poder russo. Mas, poucos dias depois da cerimônia de encerramento, a crise na Ucrânia desfez estes esforços. Putin não existe sem controvérsia. Ele optou por uma abordagem cada vez mais hostil em relação ao velho inimigo — o Ocidente. Agressividade é uma de suas características.

    O presidente russo era um aluno problemático na escola, mas sua ambição pela espionagem o levou ao topo da KGB, que o enviaria a uma carreira de 16 anos na Alemanha Oriental. Ao deixar o país, em 1991, ele havia chegado ao posto de tenente-coronel. Em seu retorno à Rússia, começou a se envolver em política e, menos de uma década depois, já estava liderando o país — assumindo o lugar de Boris Yeltsin como presidente em 1999. Desde então, tem se mantido no poder, seja como primeiro-ministro ou presidente, apesar dos protestos. Putin sempre busca lições no passado, e já descreveu o colapso da União Soviética em 1991 como a “maior catástrofe geopolítica do século XX”. A perda da Ucrânia é um símbolo poderoso do que foi perdido — e do que Putin quer tomar de volta. Ele teria ameaçado “desmembrar” a Ucrânia e anexar a Crimeia durante encontros do Conselho da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em 2008, como resposta a insinuações de que o país queria se juntar à aliança militar ocidental. Mais tarde, naquele mesmo ano, Putin enviou tropas russas à Geórgia para garantir que as regiões autônomas da Ossétia do Sul e da Abcásia — todas amigas da Rússia — ficariam livres do controle georgiano.

    Putin já definiu seu estilo com a frase: “Se eu faço algo, tento ver como será sua conclusão, ou pelo menos tento assegurar que as coisas tragam o melhor resultado possível”. E as ações russas, na Geórgia e agora na Ucrânia, estão no contexto de uma posição ainda mais ambiciosa contra o Ocidente. Numa entrevista para a televisão em 2011, Putin rejeitou a sugestão de que outros países enxergam a Rússia como uma potência mundial de segunda linha. “A Rússia não é um país que pode ser intimidado”, disse.

    Sua ambição de criar uma União Euroasiática entre Rússia e países vizinhos é uma tentativa de recriar o poder da antiga União Soviética. Mas, para que o plano funcione, precisa da Ucrânia, o segundo maior país da Europa. Quanto mais a Ucrânia se aproxima da Europa, menores são as chances de o plano se concretizar.

    A manobra militar contra a Ucrânia é a maior aposta de Putin até o momento. E como um homem jogando por uma alta bolada, Putin se mantém quieto. Mas ainda não é certo se a mesa lhe será favorável. Há muita coisa em jogo, e a popularidade de Putin pode cair em seu próprio país, aumentando os sinais de instabilidade na Rússia.

    *Jonathan Owen é jornalista do “Independent”

  12. Avigdor Eskin: “Ucrânia entra na etapa de discórdia”

    Antes, a identificação do entrevistado na Wiki mostra, que não é ninguém de esquerda ou saudosista da era soviética:

    Avigdor Eskin (nascido em 26 abril de 1960) é um jornalista russo-israelense conservador controverso e ativista político. Nascido na União Soviética, Eskin emigrou para Israel onde ele se envolveu na ala política da direita radical”.

    A entrevista para a Voz da Rússia: http://portuguese.ruvr.ru/2014_03_03/Avigdor-Eskin-Ucrania-entra-na-etapa-de-disc-rdia-3539/

    Avigdor Eskin

    Foto: Voz da Rússia

    Avigdor Eskin

    O politólogo israelense Avigdor Eskin falou à Voz da Rússia sobre a democracia europeia e sua impossibilidade de responder à ameaça de neonazismo.

    – Como se inscreve no sistema de valores europeus a transformação do protesto liberal na Ucrânia na chegada ao poder de movimentos e partidos nacionalistas e a substituição de dirigentes de estruturas da ordem no país por seus ativistas?

    – Os acontecimentos na Ucrânia revelaram o lado fraco e apodrecido da democracia contemporânea. A votação direta, que é por si só um aspecto técnico, foi idealizada em excesso. Mas para a existência de uma sociedade saudável são necessários os princípios básicos, que formam os esteios da nação, e uma cultura comum para os cidadãos.

    Na Ucrânia, porém, está violado o princípio “sacral” das eleições. Ao ter reconhecido o novo governo da Ucrânia, o Ocidente reconhece padrões duplos em relação aos aspectos técnicos: trata-se de apoio ao afastamento do presidente eleito.

    Por outro lado, me refirmo não apenas ao lado técnico do processo democrático. Pela primeira vez após o fim da Segunda Guerra Mundial, aspira ao poder um partido que se solidariza abertamente com criminosos nazistas. Mas não se deve confundi-lo com radicais na Europa, que se manifestam contra a imigração. Vemos que a democracia não tem forças para impedir que os neonazistas pratiquem suas intenções malvadas. Não se trata de uma falha local, mas sim de uma crise sistêmica.

    – Como se refletirão as mudanças no Olimpo político da Ucrânia na situação de cidadãos russófonos do país, inclusive de comunidades hebraicas? Como a sociedade israelense reage aos acontecimentos na Ucrânia?

    – A Ucrânia entra na etapa de discórdia. Nessas condições, são as minorias étnicas, dos dois lados do conflito, que sempre sofrem mais. No nosso caso, trata-se de neonazistas desenfreados.

    Uma cobertura objetiva de acontecimentos na Ucrânia não se tornou a primeira prioridade nos países ocidentais. Os comunicados de correspondentes refletiam só uma ideia: os rebeldes amantes da liberdade exigem a independência de Putin. Podemos afirmar que a mídia russa na Ucrânia foi mais profissional que seus colegas.

    A imprensa israelense distinguiu-se do melhor lado: as pessoas aqui têm sua própria memória e suas próprias avaliações independentes. Mas ninguém, à exceção de políticos na Ucrânia, irá orientar-se em artimanhas da política ucraniana.

    – Seria lógica, em resposta à constituição de destacamentos de autodefesa na Ucrânia Ocidental e em Kiev, a formação de semelhantes unidades na Crimeia?

    – Há muito que chegou a altura de entregar armas a todas as forças que se opõem ao neonazismo, o que não pode ser qualificado como ingerência nos assuntos internos. A contraposição ao nazismo é o dever de cada pessoa e de cada Estado, porque esta peste tem costume de contagiar e de propagar-se. Só podemos desejar êxitos à Rússia na erradicação desse tumor maligno no corpo da Ucrânia e de toda a Europa.

    As opiniões expressas são de responsabilidade do entrevistado

     

  13. Ciclo de debates: ‘legados da

    Ciclo de debates: ‘legados da ditadura que moldaram o Brasil contemporâneo’
    Ciclo de debates e mostra de cinema discutem os 50 anos do golpe e o engodo de transição em que o Brasil se meteu desde que os militares saíram do poder.

    Da Redação
    CAF-USP

    O golpe brasileiro ainda não foi suficientemente acusado. O Brasil é o único país sul-americano onde torturadores nunca foram condenados. Não houve justiça de transição.

    Em 2008, passados 20 anos da promulgação da Constituição vigente, pesquisadores reuniram-se na USP com o objetivo de discutir as heranças autoritárias deixadas pelo regime civil-militar de 1964. A pergunta que se formulou na ocasião e que batizaria o livro dela decorrente, “O que resta da ditadura?”, ensejou que fossem postas em questão as formas encontradas pela ditadura para permanecer em nossa estrutura jurídica, nas práticas políticas, na violência cotidiana e em nossos traumas sociais.

    Seis anos se passaram, mas a questão não só permanece como se coloca de maneira mais urgente. O fato, entretanto, não se deve à mera proximidade da data histórica em que o golpe completa 50 anos. Por um lado, assistimos nesse entretempo a repugnante intensificação da violência de Estado, que, se jamais foi completamente extinta, tornou-se escancarada pela resposta dada às manifestações populares que tomaram as ruas desde junho. Por outro, tomaram corpo desde então, como prova a proliferação de Comissões da Verdade em diversas instituições brasileiras, esforços notáveis em revolver o solo de brutalidade política em que se assenta nossa experiência contemporânea.

    Unindo-se a esses esforços, o Centro Acadêmico de Filosofia da USP, com apoio da Boitempo Editorial, propõe outra ocasião para pensar sobre esse engodo de transição em que nos metemos desde que os militares saíram do poder. Trata-se do seminário “50 anos do golpe: legados da Ditadura que moldaram o Brasil contemporâneo”. Além do ciclo de debates que, às quintas-feiras, reunirá diferentes perspectivas de pesquisadores, ativistas, cineastas e estudantes envolvidos com a questão, serão exibidos, na véspera, filmes que antecipam o tema da mesa do dia seguinte. O seminário contará ainda com o lançamento do livro “O que resta da transição” pela Boitempo Editorial.

    Os debates ocorrerão no Auditório da História, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo, às 19p0.

    Já a mostra de cinema ocorrerá na sala 8 do prédio de Filosofia e Ciências Sociais, também às 19p0.

    Endereço:
    Av. Professor Lineu Prestes, 338, Cidade Universitária, Butantã
    CEP 05508-900 – São Paulo/SP – Brasil

    Créditos da foto: CAF-USP
    http://www.cartamaior.com.br/?%2FEditoria%2FCultura%2FCiclo-de-debates-legados-da-ditadura-que-moldaram-o-Brasil-contemporaneo-%2F39%2F30344

  14. DEPOIMENTO INSUSPEITO: O QUE

    DEPOIMENTO INSUSPEITO: O QUE OUVI DE DIVERSAS PESSOAS POBRES SOBRE A MÉDICA CUBANA

    Padre Djacy Brasileiro

    medica-cubana--500x260 Na manhã desta quarta-feira, sob um sol causticante e calor de torrar, visitei algumas comunidades rurais do município de Boaventura, no alto sertão paraibano. O objetivo dessa visita consistiu em ouvir as pessoas sobre a atuação da médica cubana.

    Fiz, com muita responsabilidade, seriedade e respeito, algumas perguntas à diversas pessoas. Confesso que fiquei emocionado, admirado, com suas respostas honestas, sinceras e objetivas.

    As comunidades visitadas foram: Várzea da Cruz, Barrocão e Angico.

    Vejam o que falaram (Transcrição literal)

    Dona Lenice:

    -Gostei de ser consultada pela médica cubana. Atende muito bem

    Seu José Xavier:

    -Gostei do atendimento dela.

    -Pela minha pessoa ,dou nota dez a ela. Ela é muito legal.

    Dona Gerlandia:

    -Fui atendida por ela. Para mim, foi ótima.

    -O atendimento dela foi demorado. Ela pergunta tudo sobre o que a gente sente. Ela olha bem pra nós. E só passa remédio bom.

    -Ela é uma pessoa simples.

    -Enquanto tem gente, ela atende.

    Seu José Coelho:

    -Minha esposa foi bem atendida pela médica de Cuba.

    -Deu pra gente entender bem o que ela falava.

    -Na comunidade, todo mundo fala que o atendimento é muito bom.

    Dona Verônica:

    -A consulta dela é bem demorada.

    -Foi a primeira vez que vi tanta gente correndo para ser atendida por essa médica. É porque o povo gosta do atendimento dela. A gente pode falar tudo o que sente, e ela fica ouvindo a gente. A consulta é demorada por conta disso.

    Dona Valéria:

    -O atendimento dessa médica é excelente. Ela escuta o paciente. Examina muito bem.

    -Ela tem hora de chegar, mas de sair, não tem.Só vai embora quando atende todo mundo.

    -Ela atende até a última pessoa. Num dia desse eram mais de 40 pessoas e ela atendeu todo mundo.

    -A comunidade está muito satisfeita com essa doutora de Cuba.

    -Se um doente chamar a doutora no meio da rua para se consultar, ela atende com muito amor.

    -Quando ela ver  a gente ,ela fala com maior carinho. Ela não tem cara feia. Ela atende a gente com maior prazer. É incrível isso.

    -A comunidade está feliz com essa médica.

    Dona Maria Jose:

    -Dá para entender o que ela fala.

    -Todo mundo tá gostando dela. Ela não tem besteira.

    -Na consulta, ela pergunta tudo. Por conta que ela é muito boa, eu dou nota dez a ela.

    Kelly:

    -Ela é muito educada.

    -Gosto muito dela porque ela atende bem as pessoas.

    -Eu só gosto de me consultar com ela.

    -Ela espera a pessoa doente falar, para depois ela falar. Nota dez pra ela.

    Dona Maria :

    -Enquanto não termina de consultar, ela não vai almoçar. Ela atende todo mundo com muita calma e paciência.

    Seu Cloves:

    -A  consulta dela é demorada porque ela pergunta tudo. Não dou nota mil a ela porque não pode, mais dez eu dou. Ela merece.

    Seu Pedro:

    -Todos da comunidade estão gostando dela. Uma boa médica.

    -Ninguém reclama do atendimento dela

    Genely:

    -Ela veio porque gosta da profissão.

    -Ela veio ajudar os mais carentes.

    -Quando a gente ver, nem pensa que é doutora ,porque ela é simples demais. Ela fala com todo mundo. Ela é muito humana, sensível. A gente nota que ela faz tudo por amor aos pobres.

    -A população está amando essa médica, porque ela é do povo. Ela é muito popular, amiga.

    -Uma vez ela veio almoçar três horas da tarde, porque estava atendendo todo mundo. Ela vai almoçar quando termina de atender todo mundo. Ela é boa demais.

    -O atendimento da médica cubana é diferente do atendimento dos médicos brasileiros.

    -Ela veio na hora em que a gente mais precisava.

    -Ela caiu do céu, na hora certa.

    -Ela é muito humana. É um amor de pessoa.

    -Ela parece com um de nós. Não parece ser doutora, devido sua simplicidade e humildade.

    -Para nossa comunidade, ela está sendo uma mãe.

    Dona Francisca:

    -Estou amando ela. Ela é superlegal.

    -Ela dá muito atenção aos doentes. Ela atende bem demais.

    -Eu entendo tudo o que ela fala. Não tenho dificuldade para entender o que ela diz.

    -Nem parece ser estrangeira, ela fala como nós. Todo mundo entende o que ela fala.

    -Só se for um burro para não entender o que a médica cubana fala. Porque eu entendo tudo o que ela fala.

    -Eu acho que ela trabalha por amor aos pobres. Ela é boa demais. Ela ouve com paciência os doentes. Nunca vi coisa igual nesta cidade.

    -Só queria que todos os médicos do Brasil fossem como ela.

    Dona Maria de Lourdes:

    -Ela faz uma consulta muito bem feita.

    -Quando ela chega na comunidade, é tanta gente pra se consultar com ela. Ela só sai quando atende todo mundo.

    -Na consulta, ela pergunta tudo.

    -Ela anda nas nossas casas. Ela é tão simples, tão humilde. Ela não gosta de ser chique.

    Na fé, no amor e na luta. Avante!

    Nos caminhos do “mais médicos”.

    Padre Djacy  P.Brasileiro,em 26 de fevereiro de 2014

     

     

    – See more at: http://www.jornaldaparaiba.com.br/polemicapb/2014/02/27/depoimento-insuspeito-o-que-ouvi-de-diversas-pessoas-pobres-sobre-a-medica-cubana/#sthash.DINnpYUJ.ct2i2Pwv.dpuf

  15. Folha aposta em

    Folha aposta em “instabilidade política” contra Dilma

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    Se fosse necessária mais alguma prova de que no ano em que o golpe militar de 1964 completa 50 anos a situação política no Brasil se parece como nunca com a daquele período trágico de nossa história, a convocação de uma segunda edição da infame Marcha da Família com Deus pela Liberdade no mesmo mês em que aquele golpe aniversaria elimina qualquer dúvida

    Como há meio século, a imprensa brada contra a “incompetência do governo” na gestão da economia e “contra a corrupção”, porta-vozes da extrema direita reclamam (abertamente) uma “intervenção militar já”, as ruas são transformadas em praças de guerra com incêndios e depredações na via pública enquanto manifestantes portam cartazes e repetem frases insultantes a quem governa o país…

    O que tudo isso faz lembrar a você que viveu os anos de chumbo?

    Este ano, em pleno processo eleitoral, o povo brasileiro estará sob intensa pressão, como há 50 anos. Um grupo diminuto de extremistas políticos reuniu-se em alguma salinha e decretou que, a despeito de todos os investimentos em um evento de extrema visibilidade internacional, irá impedir, através da violência, a realização desse evento.

    Manifestantes prometem atacar delegações de atletas estrangeiros com coquetéis molotov, prometem sabotar estádios de futebol para deixá-los sem luz durante os jogos da Copa e garantem que irão impedir as pessoas de se locomoverem pelas cidades-sede da competição…

    O vexame internacional está sendo buscado com sofreguidão. Desmoralizar o Brasil tornou-se objeto de desejo de partidos políticos ditos “de esquerda” que, através do voto popular, não conseguem obter mandatos para implementarem seu ideário. Dizem, claramente, que querem mostrar ao mundo que não é seguro vir a este país.

    Não obstante a ideologia “de esquerda” alardeada por esses partidos que estão convulsionando o país com seu repúdio tardio à Copa – esperaram as obras para o evento estarem quase todas prontas para começarem a protestar –, agora o movimento deles acaba de receber um reforço de peso.

    Apresentadora de telejornal da emissora que Silvio Santos ganhou da ditadura militar vem entoando o mesmo discurso dos “esquerdistas” que acusam o governo Dilma Rousseff de ser responsável pela histórica situação de penúria dos serviços públicos no país.

    Agora, a apresentadora Rachel Sheherazade se junta a esses “esquerdistas” no repúdio à Copa e convoca seus seguidores a participar de uma “marcha” que também promete protestar contra o evento no mesmo mês em que o golpe de 1964 completa 50 anos.

    A página dessa “marcha” infame no Facebook diz, claramente, que o protesto, entre outras coisas, é contra “contratação de médicos cubanos e os gastos para a realização de grandes eventos esportivos no Brasil”. E qualifica essa “luta” como sendo “contra a tirania do PT”.

    É nesse contexto que, no segundo dia útil desta semana, o jornal Folha de São Paulo publica editorial em que lamenta a perenidade da aprovação e das altas intenções de voto de que desfruta a presidente Dilma Rousseff, mas lembra que há uma luz no fim do túnel para os que disputarão com ela a Presidência da República. Leia, abaixo, o último parágrafo do editorial.

    —–

    “Incapazes de entusiasmar o país com um projeto de mudança, os adversários de Dilma terão de confiar nos embates de campanha e na propaganda eleitoral para conquistar terreno. Sua maior esperança, porém, reside no clima de instabilidade política que se vê em todo o país –algo que nenhum candidato controla, mas que afeta sobretudo aqueles que estão no poder”

    —–

    A Folha tem certa razão. A “instabilidade política” de 2013, gerada pelo que chamam de “jornadas de junho”, prejudicou a todos os que governam, mas foi Dilma quem mais perdeu. O jornal conta com a repetição do fenômeno.

    Qualquer um que se der ao trabalho de ler o que dizem no Facebook os que querem impedir a Copa de 2014 na marra, ou seja, sob o bordão “não vai ter Copa”, sabe que prometem “derrubar Dilma” e até “não reconhecer” o resultado da eleição caso ela se reeleja. É por isso que Sheherazade e a “Marcha da Família” aderiram ao “não vai ter Copa”.

    Entretanto, a Folha e o resto da grande mídia oposicionista, os partidos de oposição à esquerda (?) e os extremistas de direita que pedem golpe militar erram ao confiar em que, neste ano, a “instabilidade política” vá operar o mesmo que operou ano passado.

    Essa coalização bizarra que reúne mídia, extremistas de esquerda e de direita não se dá conta de que se desmoralizou com a violência nos protestos. Recente pesquisa Datafolha mostra que esse movimento é cada vez mais repudiado. Mas, claro, não se sabe que nível de “instabilidade política” essa coalização entre os extremos do espectro político pode pretender.

    Com efeito, se ameaças como a de atentar contra a vida de delegações estrangeiras forem levadas a cabo, se a violência dos que protestam contra a Copa causar mais vítimas fatais, se conseguirem desmoralizar o Brasil internacionalmente, não há dúvida de que tudo pode acontecer. Isso em um momento em que os brasileiros desfrutam de emprego farto, salários altos como nunca e forte queda da pobreza e da desigualdade.

    Do ponto de vista político, portanto, o Brasil mudou muito pouco em meio século, não?

     

  16. Candidato a prefeito do PSoL

    Candidato a prefeito do PSoL em Cubatão justifica novo golpe militar

    LITORALPOLÍTICASLIDER2 04/03/2014 , by  Nenhum Comentário 2937 

    Mensagem de Toninho da Elétrica no Facebook defende intervenção das Forças Armadas já em 31 de março, quando se completam 50 anos do golpe militar

    Por Carlos Mercuri

    Toninho da Elétrica quer militares contra "a impunidade e a corrupção" (foto: Reprodução/Facebook); acima: cartaz de sua campanha em 2012)

    Toninho da Elétrica quer militares contra “a impunidade e a corrupção” (foto: Reprodução/Facebook); acima: cartaz de sua campanha em 2012)

    O comerciante José Antonio Araújo Pereira – “Toninho da Elétrica” -, do PSol de Cubatão, postou em sua página no Facebook, neste domingo (2), mensagem que, no mínimo, destoa da pregação socialista de seu partido. Toninho, que foi candidato a prefeito de Cubatão em 2012, obtendo 927 votos (1,28% do total), defende intervenção militar já no próximo dia 31 de março, “por causa da impunidade e a corrupção”. Em outro post, diz que “acredita que lugar de bandido é na cadeia, não importa se é do PT, do PSDB ou da PQP”.

    Confira a mensagem postada pelo ex-candidato no domingo (na grafia em que foi escrita):

    “PELAS REDES SOCIAIS O BRASIL ESTÁ PRESTES A ( PARAR ) 

    COM A MAIOR INTERVENÇÃO MILITAR …
    POR CAUSA DA IMPUNIDADE E A CORRUPÇÃO……VEJAMMM

    FFAA, INTERVENÇÃO MILITAR JÁ EM 31/MARÇO/2014 (50 anos depois da 1a. grande limpeza Comunista). VAMOS AOS FATOS: EXECUTIVO Corrupção generalizada, CONGRESSO NACIONAL de joelhos para o Executivo, STF desmoralizado c/+54% de Submissão ao Executivo, BNDES Financiando (Comunistas e Narco-Tráfico, Cuba, Bolívia, Venezuela, etc.) e interesses partidários, Finanças Públicas manipuladas a todo momento, Petrobrás desvalorizada no mercado de capitais e Operação Pré-Sal de viabilidade não Convincente, Insegurança Pública c/Impunidade em todas as grandes cidades, Serviço Público em geral péssimo, Custo Financeiro nas alturas, Mídia (TV, Jornais, Revistas, etc.) à serviço da gestão corrupta do Executivo mediante alta remuneração, Urnas Eletrônicas DieBold de sistema manipulável e confiabilidade duvidosa, Bolsa Família é um Assistencialismo eleitoreiro sem qualquer perspectiva de desenvolvimento social, etc., etc., etc.”

    A mensagem, até a redação desta nota, contava com 11 curtidas e 11 compartilhamentos. Os comentários, porém, são críticos em relação à contradição entre o conteúdo do post e o que defende o partido.

    O SPressoSP fez contato com Toninho e com a Executiva do PSol em São Paulo para ouvir sua posição a respeito, mas não obteve retornos até o momento de publicação desta nota.

    http://spressosp.com.br/2014/03/candidato-prefeito-psol-em-cubatao-justifica-novo-golpe-militar/

     

     

    1. Pô, e eu que ainda por cima

      Pô, e eu que ainda por cima tenho que aguentar o meu filho de 27 anos, que mora no Rio, trabalha numa tremenda multi e é Freixista.

      São quinze mensagens de email por dia!

      Que respondo, diligentemente, no meu português mais impecável.

      Tem nada não.

      Ainda vou publicar isso em livro.

      Com permissão dele, por óbvio.

    1. Quase ia me desculpar por

      Quase ia me desculpar por cometer um palavrão. Me contive a tempo!

      Mas, este cara é um canalhinha. Podem anotar. Confiram no futuro.

      Próximo.

  17. Líder pró-russo da Crimeia

    Início do conteúdo

    Líder pró-russo da Crimeia diz que tropas ucranianas estão se rendendo

    Sergei Axionov promete acelerar votação de referendo sobre independência da região

    04 de março de 2014 | 11h 11inCompartilhar  O Estado de S. Paulo

     

    SEVASTOPOL – O primeiro-ministro da Crimeia, Sergei Axionov, disse nesta terça-feira, 04, que a maior parte das tropas ucranianas na região autônoma de maioria russa se rendeu e prometeu lealdade a seu governo, em meio a uma crescente presença de tropas do Kremlin no local. Axionov prometeu convocar para o dia 30 deste mês um referendo sobre a independência da província.

    A jornalistas, o premiê disse que oficiais de seu governo controlam a situação de segurança na península, apesar da resistência de algumas unidades do Exército ucraniano hesitarem em se render, principalmente na base aérea de Belbek, em Sevastopol.

    “Achamos que a situação ficará normalizada ao longo do dia de hoje”, declarou Axionov em entrevista coletiva.

    Segundo Axionov, o governo da república autônoma vai propor aos chefe das unidades militares ucranianas que se ponham às ordens da república autônoma, explicando que, aqueles que não estiverem de acordo, poderão deixar livremente o território da Crimeia.

    O líder pró-russo também anunciou que convocará um referendo no próximo dia 30 de março para decidir o estatuto da cidade de Sebastopol, onde se encontra a Frota russa do Mar Negro.

    Desta forma, segundo ele, a consulta sobre a ampliação da autonomia, prevista para esse mesmo dia, poderia ser adiada.

    “Acho que o referendo (sobre a autonomia) vai acontecer antes de 30 de março. Hoje tomaremos a decisão e trataremos de conhecer a vontade da população o mais rápido possível para atuar de acordo com ela”, disse Axionov, cuja autoridade não é reconhecida pelo governo central da Ucrânia. / NYT e EFE

  18. Não é sobre Joaquim Barbosa,

    Não é sobre Joaquim Barbosa, como alguns setores do Movimento Negro andam insinuando que as críticas são racismo

     

    Racismo nas altas esferas, quem tem medo de um negro que sabe? Professor Kabengele Munanga quebra o silêncio acadêmico
    Categoria: Afrobrasileiros e suas Lutas
    Publicado em Sexta, 14 Fevereiro 2014
    por marcos romão

    O Professor Kabengele Munanga foi preterido na seleção dos 59 estudiosos que foram beneficiados pela bolsa do programa “Professor Visitante Nacional Sênior ” da Capes.

    Kabengele havia aceito a sondagem da Professora Georgina Gonçalves dos Santos, para atuar na jovem Universidade do Recôncavo Bahiano -UFRB-, através de uma posssível bolsa de pesquisador visitante nacional sênior da CAPES. Kabengele foi preterido, foi desmeritado na alta esfera de decisão, na cúpula do poder que decide no Brasil, quem foi, é e será beneficiado por bolsas para aprender ou distribuir seus conhecimentos.

    Segundo palavras do Professor José Jorge de Carvalho, Coordenador do INCTI, em seu documento em apoio à Kabengele para reivindicar a bolsa:

    “Com toda sua clareza do intelectual militante e engajado e sua posição político-ideológica a respeito da inclusão dos negros e indígenas no ensino superior, docência e pesquisa, talvez Kabengele fosse o único estudioso negro ou um dos pouquíssimos pesquisadores negros a concorrer a essa bolsa. Por coincidência, esse único negro foi o menos qualificado, por comparação. Estranha e triste coincidência!”

    Kabengele quebra o silêncio em uma área extremamente delicada que é área de financiamento da produção intelectual do conhecimento no Brasil. Poucos ou nenhum negro ou negra brasileira, pode se arriscar ou se arriscou na área acadêmica, à questionar o possível racismo que nós da Mamapress, consideramos estar entranhado no meio acadêmico brasileiro, racismo que se tornaria visível, diante de qualquer pesquisa séria feita por qualquer aprendiz de Ciências Sociais. O endocolonialismo ou sub-colonialismo interno consegue no Brasil ser mais branco e europeu do que os europeus desejaram na década de 30, e hoje, graças as deuses africanos, esqueceram e mudaram.

    Ao contrário da falácia que o negro precisa estudar para ter o seu lugar na sociedade, nós da Mamapress afirmamos, quanto mais o negro souber, em qualquer área, mais ele será uma ameaça e mais ele será discriminado.

    Tomamos a liberdade de publicar a Carta Aberta do Professor Kabengele Munanga:

    CARTA ABERTA DO PROFESSOR KABENGELE MUNANGA

    Permitam-me, primeiramente, quebrar meu silêncio, começando por desejar-lhes um feliz 2014, repleto de sucessos e realizações.
    Agradeço a solidariedade e o pronto recurso feito por vocês junto à CAPES através da Reitoria da UFRB diante da omissão do meu nome entre os 59 estudiosos beneficiados pela bolsa do programa “Professor Visitante Nacional Sênior (cfr. Edital 28 de 2013)”.

    Geralmente, levo tempo para me manifestar em situações aparentemente urgentes como essa que acabamos de viver. Isto é uma das minhas características que, acredito, se não for uma qualidade, é um defeito incorrigível, pois faz parte da minha pequena natureza humana. Creio, agora, que já tive bastante tempo para refletir sobre o acontecido.

    Relembrando como todo começou, estava eu na véspera da minha aposentadoria compulsória na USP que aconteceu em novembro de 2012, quando a colega e amiga Professora Georgina Gonçalves dos Santos, me sondou sobre a possibilidade de ser convidado da UFRB através da bolsa de pesquisador visitante nacional sênior da CAPES. Sem hesitação, aceitei imediatamente e desde então comecei a recusar outros convites que me foram dirigidos depois. Tinha e tenho a convicção de que poderia ser mais útil para uma nova universidade como UFRB do que para as universidades mais velhas que possuem um quadro de pesquisadores e docentes mais estruturado.

    Elaborei então uma proposta do programa de atividades a serem desenvolvidas, de acordo com as instruções contidas no Edital 28 do PVNS, proposta esta que foi enriquecida e consolidada pelas sugestões dos colegas Osmundo Pinho e Georgina Gonçalves dos Santos e em última instância pela própria Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da UFRB, a Professora Ana Cristina Firmino Soares.

    Acreditávamos que essa proposta era exequível, de acordo com a demanda do CAHL da UFRB e da minha experiência acumulada durante 43 anos como pesquisador e docente. Uma experiência começada em 1969, na então Universidade Nacional do Zaire, onde fui o primeiro antropólogo formado, passando pela Universidade Católica de Louvain (Bélgica) e pelo Museu real da África Central em Tervuren (Bruxelas), Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro (visitante), Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade de São Paulo (1980-2012), Universidade Eduardo Mondlane, Maputo, Moçambique (visitante) e Universidade de Montreal, Canadá, como Professor associado convidado para orientação de teses (2005-2010). Sem deixar de lado os cargos de direção na USP, como Diretor do Museu de Arqueologia e Etnologia (1983-1989), Vice-Diretor do Museu de Arte Contemporânea (2000-2004), Diretor do Centro de Estudos Africanos (2006-2010) e participação em diversos conselhos, como o Conselho Universitário da USP etc. Orientei dezenas de teses e dissertações, entre as quais algumas premiadas como a tese de José Luís Cabaço, que ganhou Prêmio da ANPOCS, e recentemente a tese de Pedro Jaime Coelho Jr., que ganhou prêmio de melhor tese em Ciências Humanas, destaque USP 2013.

    Modéstia à parte, sem “me achar” e sem exibição, pensava que com toda essa experiência poderia servir para uma nova universidade em construção como a UFRB. Lamento que o sonho não deu certo!

    Pelo parecer da Comissão Julgadora (Edital 28- 2013), nosso programa foi deferido e recomendado à bolsa com certo elogio, classificando-me na Categoria I dos pesquisadores do CNPQ. Foi, se entendi bem, na última instância que fomos preteridos, em comparação com os demais deferidos. Em outros termos, tenhamos a coragem de aceitá-lo, nosso programa e meu CV foram considerados inferiores para sermos incluídos entre os 59 bolsistas aprovados.

    Por que então tantas lamentações, pois não somos os primeiros, nem os últimos a serem preteridos? Os recursos perpetrados junto à CAPES por outras universidades mostram que outros e outras colegas não contemplado/as pela bolsa não são menos qualificado/as que Kabengele. No entanto, vale a pena, apesar da consciência, divagar um pouco sobre os critérios de comparação, pois foi por ela que fomos eliminados. Pois bem, é possível comparar propostas diferentes sem antes estabelecer entre elas um denominador comum? Qual foi esse denominador? As regras do jogo de comparação não parecem claramente definidas; a subjetividade e a objetividade dos julgadores parecem se misturar. Claro, não há nenhum demérito aos colegas cujos projetos foram beneficiados pelas 59 bolsas atribuídas. Os especialistas da Física Quântica não têm dúvida sobre a subjetividade do observador pesquisador no momento em que ele começa a interpretar cientificamente os fenômenos da natureza por ele obsevados.

    Na esteira do raciocínio do Professor José Jorge de Carvalho, Coordenador do INCTI, em seu documento em apoio a mim para reivindicar a bolsa, com toda sua clareza do intelectual militante e engajado e sua posição políico-ideológica a respeito da inclusão dos negros e indígenas no ensino superior, docência e pesquisa, talvez eu fosse o único estudioso negro ou um dos pouquíssimos pesquisadores negros a concorrer a essa bolsa. Por coincidência, esse único negro foi o menos qualificado, por comparação. Estranha e triste coincidência!

    Minha consideração especulativa poderia ser enquadrada no chamado discurso da vitimização, o que pouco me importa, pois já estamos acostumados. No entanto, os que detêm o poder de nomear os outros, ou seja, de nos nomear, são os mesmos que nos julgam, pois fazem parte do binômio saber/poder muito bem caracterizada na visão foucaultiana (Ver Michel Foucault). Neste sentido, os argumentos aparentemente científicos escondem uma relação de poder e autoridade difícil de transformar. Por isso, eu nutri certo sentimento de pessimismo que me faz acreditar que o recurso da UFRB e o apoio dos colegas não surtirão efeito de reversão da decisão da CAPES, no sentido de dar outra bolsa além das 59 concedidas. Ou seja, o recurso da UFRB e o documento de apoio do Professor José Jorge de Carvalho, coordenador do INCTI, assinado por demais colegas têm menos probabilidade de ser atendida positivamente.

    Por isso, sem esperar o fechamento esperado, sinto-me no momento na simples obrigação moral de agradecer o recurso da UFRB e o apoio de vários colegas encabeçado pelo amigo e companheiro de luta, o Professor José Jorge de Carvalho. Estarei sempre disposto a colaborar com a UFRB, através de convite para participar dos seminários, proferir conferência e palestras, participar de comissões julgadoras de mestrado etc., como já o venho fazendo.

    Meu muito obrigado,

    Kabengele Munanga

    Histórico da situação explicada em carta de solidariedade do historiador Jacques Depelchin:

    O Professor Kabengele Munanga FOI EXCLUÍDO de uma seleção para professor visitante da UFRB( Universidade Federal do Recôncavo da Bahia).

    Por que tanto medo do Professor Kabengele Munanga? Por que tanta raiva contra alguém que contribuiu tanto na partilha dos seus saberes? Para as pessoas pouco informadas, o Professor Kabengele Munanga se destacou na sua carreira acadêmica na USP.

    Em fins de 2013 se aposentou e aceitou o convite para lecionar como Prof. Visitante Sênior na jovem universidade federal do Recôncavo da Bahia(UFRB) Baiano -UFRB. Para isso, se candidatou para uma bolsa da CAPES, Edital 28 de 2013, na Categoria de PVNS Apesar de um parecer favorável e elogioso recomendando a outorga da Bolsa pleiteada, a sua candidatura foi rejeitada, levando a um protesto de vários acadêmicos, incluindo professores da UFRB. Numa carta aberta, agradecendo este ato de solidariedade, o Professor Kabengele Munanga explica historiando o processo em que se deu o que lhe aconteceu .

    Aqui, gostaria de levantar uma pergunta: alguém teria medo do Professor Kabengele Munanga e de onde viria? A necessidade de refletir sobre isso é urgente, não só para os Afro-Brasileiros, mas também para todos os Brasileiros que entendem e agem como membros duma só humanidade, pois o contexto global em que vivemos hoje, exige, com urgência, essa afirmação.

    No seu livro Pele Negra, mascaras brancas, Frantz Fanon discute esta questão do medo (pp. 125-6, Edufba, Salvador 2008), focando sobre aspetos bem conhecidos pelos sobreviventes dos legados acumulados da escravidão atlântica e da colonização. Infelizmente, o próprio Fanon não entra na discussão sobre como ele superou o medo.
    O medo dos adversários do Prof Kabengele Munanga é o produto, indireto, da serenidade e da franqueza com que ele tem abordado assuntos incomodantes da sociedade Brasileira, em volta das raízes do racismo, das sugestões sobre como solucionar as injustiças cumulativas herdadas dessas violências contra as partes discriminadas da humanidade.
    Esse medo, quer da vitima, quer de quem tem medo da resistência das vitimas, nunca é de bom conselho. O medo dos gerentes dum sistema prisional tem uma explicação, mas, como é sobretudo visceral, a explicação a partir da razão não se aplica. Porque, como sempre aconteceu em outros casos históricos, os administradores do sistema não são preparados para enfrentar quem deveria se submeter à suas ordens, mas que, em vez, se levanta e argumenta a partir da sua consciência e com eloqüência e sabedoria uma saída honrosa para todos. Para os gerentes dum sistema injusto, as vitimas tem que se calar. Ir na contra mão dessa ordem informal é geralmente caracterizado de “impertinência” e, por isso, tem que ser punido.

    Os administradores/gerentes dum legado histórico profundamente injusto tem dificuldades em parabenizar o Professor Kabengele Munanga decidir, no fim da sua careira, na pratica, dar uma lição de como corrigir as conseqüências, no nível do ensino superior, duma injustiça sistêmica contra as descendentes e os descendentes da escravidão.

    Não é difícil imaginar o que se passa na mente dos adversários do Professor Kabengele Munanga. Na peça de teatro Et les chiens se taisaient, Aimé Césaire ilustrou como o rebelde escravo enfrentou o dono, no próprio quarto dele. O que aconteceu ao Professor Kabengele Munanga pode ser lido como a continuação do comportamento típico dos dominantes quando enfrentam um caso de rebeldia contra injustiça: o rebelde tem que ser punido, na medida do possível, duma maneira exemplar (leia severamente) para que outros rebeldes potenciais não sejam encorajados em imitá-lo. Historicamente, os exemplos individuais e coletivos abundam: Kimpa Vita, Zumbi, Geronimo, Abdias Nascimento, Toussaint-l’Ouverture, Cuba, Haiti, Patrice Lumumba, Amilcar Cabral, Salvador Allende, Cheikh Anta Diop, Nelson Mandela, Samora Machel, Thomas Sankara, Steve Biko, Chris Hani, Aristide, para não mencionar mais.

    O Professor Kabengele Munanga, de origem Congolesa, nação de Kimpa Vita, Patrice Lumumba e outras e outros, na mente dos seus adversários, por definição, não tem direito à palavra, muito menos quando a sua fala/escrita acaba dando uma lição contundente de como superar legados históricos seculares, no Nordeste Brasileiro, para que qualquer Brasileir@ possa pensar, sonhar, e conseguir ser uma estrela, um craque intelectual.

    Desde já, agradecemos a coragem do Professor Kabengele Munanga por ter continuado trilhando os caminhos das benzedeiras e dos benzedeiros sobre os quais o grande autor Ghaneense, Ayi Kwei Armah escreveu com tanta eloquencia no seu livro de ficção The Healers.

    Em solidariedade,
    Jacques Depelchin
    Historiador
    Salvador-Bahia

    Fonte: Mamapress
    http://www.geledes.org.br/areas-de-atuacao/questao-racial/afrobrasileiros-e-suas-lutas/23302-racismo-nas-altas-esferas-quem-tem-medo-de-um-negro-que-sabe-professor-kabengele-munanga-quebra-o-silencio-academico

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