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Redação

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  1. Dívida pública: a verdadeira pedalada fiscal não aparece nos jor

    Carta Maior

    15/07/2015

     

    Dívida pública: a verdadeira pedalada fiscal não aparece nos jornais

     

    Essas ‘pedaladas’ de R$300 BILHÕES não são discutidas porque não interessa ao sistema financeiro, financiador das campanhas políticas e da grande mídia.

     

     

    Najla Passos Senado Federal / Flickr

     

    Enquanto a oposição golpista se utiliza dos questionamentos do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a suposta pedalada fiscal do governo para reforçar a tese da necessidade do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, a coordenadora da Auditoria Cidadã, Maria Lúcia Fattorelli, afirma que a maior maquiagem contábil já feita nas contas da União ocorre sistematicamente todo ano, desde o lançamento do Plano Real, no governo Itamar Franco (1994), e serve a um único propósito: garantir ao sistema financeiro o pagamento dos juros da dívida pública brasileira, avaliada hoje em R$ 3,3 trilhões. 
     
    Em termos contábeis, pedaladas fiscais são maquiagens que adiam despesas de um período para o outro, de forma que os balanços imediatos pareçam mais positivos do que realmente o são. Por isso, o TCU quer explicações de o porquê do governo Dilma manter as contas no azul às custas do atraso nos repasses devidos aos bancos públicos, calculados pelo órgão em cerca de R$ 40 bilhões. E isso justamente em 2014, ano eleitoral. O assunto inunda o discurso da oposição e as manchetes da grande mídia. E dá sustentação a tese do impeachment. 
     
    Entretanto, a auditora fiscal aposentada da Receita Federal que hoje trabalha na auditoria da dívida Grega denuncia que as pedaladas de Dilma não são nada perto da maquiagem elaborada por orientação do sistema financeiro para garantir o exorbitante pagamento da dívida pública, há 20 anos. E essas pedaladas não entram na agenda de discussão pública porque não interesse ao sistema financeiro, financiador das campanhas políticas e da grande mídia. “A verdadeira pedalada fiscal não sai nos jornais”, afirma Fattorelli.
     
    Segundo ela, o sistema ilegal que infla o bolo dos juros da dívida foi descoberto entre 2009 e 2010, durante a CPI da Dívida, realizada pela Câmara dos Deputados. A manobra fiscal foi denunciada ao Ministério Público da União (MPU), em relatório encaminhado pela Auditoria Cidadã da Dívida e consta também no voto em separado apresentado pelo deputado Ivan Valente (PSOL-SP). As investigações sobre o tema, entretanto, estão engavetadas.
     
    Consiste basicamente em driblar a chamada “regra de ouro” prevista no Artigo 167 da Constituição, que proíbe “a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo poder legislativo por maioria absoluta”.
     
    Na prática, o que essa determinação constitucional diz é que o Estado não pode contrair novas dívidas para pagar despesas correntes. A finalidade é evitar o endividamento descontrolado do Estado, bem como a utilização da dívida pública para o pagamento de despesas correntes ou despesas de custeio. “É por causa desta regra de ouro que o governo não pode emitir títulos de dívida e dobrar os salários dos servidores públicos em greve, por exemplo”, esclarece a auditora.
     
    É também por causa desta regra que a presidenta Dilma está sendo convocada pelo TCU a explicar porque usou os R$ 40 bilhões que deveria repassar aos bancos. No entendimento do Tribunal, usar recursos bancários configura empréstimo, o que é proibido pela Constituição. Em audiência pública na Câmara, nesta terça (14), o advogado-geral da União, Luiz Adams, defendeu as contas do governo: foram contratos de prestação de serviços e não operações de crédito.
     
    Mas o que causa espanto, segundo Fattorelli, é que esta mesma regra é quebrada para garantir os juros polpudos destinados ao sistema financeiro. E, neste caso, ninguém contesta. Pelas normas contábeis, os juros da dívida fazem parte do grupo de despesas correntes, mas as despesas com amortizações dessa mesma dívida já são classificadas como despesas de capital. Como a Constituição impede que o governo faça dívida para pagar despesas correntes, a dívida geral é inflada para que as despesas criadas para pagamento dos juros possam ser contabilizadas como amortizações. 
     
    Isso, segundo Fattorelli, causa distorções imensas no valor final do montante da dívida que é divulgado para a população. Em 2012, por exemplo, a Auditoria Cidadã calculou em cerca de R$ 286 bilhões os juros nominais estimados. O valor informado pelo governo, porém, foi de R$ 134 bilhões, valor muito inferior ao que a organização considera plausível. Hoje, com a dívida em mais de R$ 3,3 trilhões, a pedalada da dívida é estimada em cerca de 300 bilhões por ano, segundo a auditora.
     
    “Não se pode emitir dívida para pagar despesa corrente. Mas os juros são o que? São despesas correntes. É por isso que estão fazendo atualização monetária paralela, inflando a dívida e, esta parte que cresce com a atualização, eles deduzem dos juros para poder pagá-los como se fossem amortização e fugir do artigo 167. É uma maquiagem. É a verdadeira pedalada fiscal, que não é da Dilma, não é do Lula, é uma pedalada instruída pelos bancos, pelo sistema financeiro e que não aparece nos jornais”, alerta ela. 

    http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Economia/Divida-publica-a-verdadeira-pedalada-fiscal-nao-aparece-nos-jornais/7/33995

  2. ‘Revelar origem da dívida grega provocaria revolução financeira

    Carta Maior

     

    15/07/2015

     

    ‘Revelar origem da dívida grega provocaria revolução financeira mundial’

     

    Membro da comissão que auditou parte da dívida pública grega, Maria Lúcia Fattorelli questiona: é ‘rídiculo’ culpar Atenas pela crise europeia

     

        

    Vanessa Martina Silva – Opera Mundi

     

     

    Nilson Bastian

     

    A pressão realizada pelos credores europeus para que a Grécia aceitasse o acordo para um resgate financeiro foi, na verdade, uma tentativa de impedir que se conheçam as origens “ilegais e ilegítimas” da dívida, uma vez que isso provocaria “uma revolução no sistema financeiro mundial”. É o que defende Maria Lucia Fattorelli, auditora aposentada da Receita Federal, que fez parte, no início do ano, das primeiras atividades da comissão internacional que realizou a auditoria da dívida grega, a convite da presidente do Parlamento grego, Zoe Konstantopoulou.
     
    As conclusões iniciais a que o levantamento, do qual Fattorelli fez parte nas primeiras sete semanas de investigação, revelam que “os mecanismos inseridos nesses acordos [de resgate do país] eram para beneficiar os bancos e não a Grécia. (…) A questão é: por que eles [troika] têm que jogar tão pesado?”. Ela responde: “Porque a Grécia pode revelar o que está por trás. A tragédia da Grécia esconde o segredo dos bancos privados. Ela poderia colocar a nu as estratégias utilizadas para salvar bancos e colocar em risco toda a zona do euro, toda a Europa”, aponta a também fundadora do movimento “Auditoria Cidadã da Dívida” no Brasil.
     
    Fattorelli explica que no mesmo dia em que foi criado, em 2010, o plano de suporte à Grécia, a Comissão Europeia criou uma empresa privada em Luxemburgo e os países europeus se tornaram sócios da mesma, colocando garantias na ordem de 440 bilhões de euros, e que um ano depois chegaram à soma de 800 bilhões. A empresa, explica Fattorelli, serviu para “fazer o repasse de papéis podres dos bancos para os países, utilizando o sistema da dívida”. Paralelamente, também no mesmo dia, o Banco Central Europeu anuncia um programa de compra de papéis no mercado para ajudar bancos privados: “Isso é um escândalo. É ilegal, mas é colocado como se isso tivesse sido feito para salvar a Grécia”, aponta a economista.
     
    “Eles poderiam vir a público denunciando o que já foi descoberto, as irregularidades que já foram apuradas. Todos nós gostaríamos que a Grécia reagisse agora diante dessa camisa de força do euro, desse poder dado ao Banco Central Europeu, das  instituições acima dos países e toda essa situação financeira de dependência”, comenta a auditora, fazendo referência ao fato de que o sistema do euro impede que os países-membros exerçam uma política monetária independente.
     
    Questionada sobre a possibilidade de os termos do acordo com a Grécia serem uma “punição política” ao premiê grego e também um recado aos demais países em dificuldades na Europa – como Portugal, Irlanda, Itália e Espanha -, Fattorelli observa que essa é a estratégia que vem sendo adotada desde 2010. “A Grécia foi colocada sob os holofotes da grande mídia no mundo inteiro como se fosse a responsável pela crise Europeia. Isso é ridículo, porque quando você olha o tamanho da economia grega, em comparação com a europeia, o PIB da Grécia é em torno de 3% do europeu. Então, como 3% pode abalar 97%? Isso é uma criação e é absurdo que ninguém questione isso”, afirma.
     
    Reestruturação da dívida
     
    Apontada por Tsipras como uma vitória nas negociações com os credores, a reestruturação da dívida é, na opinião da auditora, contra indicada caso não tenha sido concluída a auditoria da dívida.
     
    Fattorelli explica que se for feita neste momento, o país “vai reestruturar grande parte de uma dívida que deveria ser anulada. Antes de reestruturar, deveria ser concluída a auditoria para que se analise o que realmente deve ser reestruturado. Agora, como está, vão empacotar tudo junto: a parte ilegal e a ilegítima”, esclarece.
     
    Entre a dívida ilegal, ela aponta os quase 50 bilhões de euros usados para salvar os bancos nos últimos anos. “Isso não é dívida pública, isso é outra coisa. Deveria ser considerado um empréstimo aos bancos privados, não uma dívida pública do país”, destaca.
     
    Perda da soberania
     
    Após a assinatura do acordo por Tsipras, analistas e mesmo setores da esquerda grega avaliaram que a adoção das medidas caracteriza uma perda da soberania do país. Fattorelli discorda. Para ela, Atenas perdeu a soberania já em maio de 2010, quando foi assinado o primeiro pacote de resgate e a troika [conjunto de credores gregos formado por FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia] “passou a mandar lá”.
     
    “Inclusive, a lei vigente sobre esses acordos é a lei inglesa, não é a grega. Além disso, se a Grécia tiver que ir a algum tribunal, ficará submetida ou ao tribunal de Luxemburgo ou ao de Londres”, acrescenta Fattorelli, que considera essa situação jurídica “um abuso”.
     
    Ela avalia, no entanto, que a oportunidade que os gregos tinham agora de retomar as rédeas sobre os rumos do país foi perdida. “O país está à venda desde que foram criados o fundo de estabilização para salvar os bancos e o fundo de privatização. Ambos determinados pelo FMI em 2010”.
     
    ‘Sistema é inviável’
     
    A crise grega abre a possibilidade de que se discuta a fundo a questão do sistema da dívida, defende Fattorelli. No país helênico, os “bancos privados criaram derivativos em cima de derivativos. Papéis podres que estavam inundando seus balanços. Ou seja, eles estavam quebrados, mas foram considerados grandes demais para quebrar e continuaram com seus patrimônios intocáveis”. Contudo, quem está assumindo esse ônus são os países, “e é um ônus que não tem fim”, aponta.
     
    “O último dado conhecido do volume de derivativos tóxicos divulgado pelo BIS (Banco Central dos Bancos Centrais), em 2011, informava que o montante chegava a 11 PIBs mundiais. Então eu questiono: esse salvamento vai resolver alguma coisa? Não! Será somente o adiamento até uma nova crise. E aí o que vai ser feito depois?”, indaga.
     
    Na verdade, esse sistema “além de não ter lógica está comprometendo o emprego real, está comprometendo a indústria, o comércio. Ou seja, toda a economia real está comprometida, assim como a vida das pessoas”. Ela ressalta, no entanto, que isso não ocorre só na Grécia: “olha no Brasil, o que está acontecendo [com o ajuste fiscal levado a cabo pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy]. É o mesmo esquema, o mesmo sistema da dívida atuando”.
     
    Argentina e Equador
     
    Para um melhor entendimento da crise grega, Fattorelli a comparou à que foi vivenciada pela Argentina em 2000: “depois de cumprir todas as privatizações que o FMI queria, o fundo deu as costas ao país e deixou espaço aberto para os bancos privados oferecerem o acordo. Eles colocaram juros equivalentes ao crescimento do PIB e como consequência, hoje a dívida argentina já é um problema novamente e não significou nenhum benefício aquilo [o receituário do FMI]. Além disso, o país também não fez a auditoria”.
     
    Em 2008, o presidente equatoriano, Rafael Correa, anunciou que não pagaria parte da dívida externa do país, após a realização de uma auditoria, da qual Fattorelli participou. A diferença do pequeno país sul-americano para a Grécia, Argentina ou mesmo o Brasil é explicada pela economista: “Correa conseguiu enfrentar o sistema porque, como o Syriza, chegou ao poder sem financiamento privado, não chegou lá atrelado aos interesses dos financiadores. Se olharmos no site do TSE [Tribunal Superior Eleitoral] do Brasil, quem financiou as campanha presidenciais e legislativas foram os bancos privados e as grandes corporações”, aponta.
     
    Ela conta também que o processo completo no Equador durou um ano e quatro meses. Além disso, o relatório foi submetido a um crivo jurídico nacional e internacional para garantir sua legitimidade.  
     
    Outro ponto é que o Equador, que diminuiu em 70% o valor devido aos credores, tinha, segundo Fattorelli, dinheiro para recomprar a dívida: “Fez a proposta e honrou”.
     
    “O problema da Argentina [de 2000] é que não fez auditoria, chegou ao fundo do poço e quebrou. Já a Grécia, quando o Syriza chegou ao poder, já estava quebrada e dentro da camisa de força da estrutura da zona do euro, em que não tem moeda própria. Nesse aspecto, a situação grega é até pior do que a Argentina, que tinha moeda própria”, acrescenta.
     
    Solução possível
     
    Apesar das conclusões de Fattorelli, ela não considera que o acordo feito por Tsipras era o único possível: “Eles poderiam criar uma moeda paralela temporária — solução apontada por economistas famosos, inclusive — até resolver a situação. Se adotassem isso, fariam um bem a toda a humanidade. Mas prosseguir com este modelo suicida não tem futuro”.

    http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/-Revelar-origem-da-divida-grega-provocaria-revolucao-financeira-mundial-/6/33996

  3. “Os donos das Casas”, por Janio de Freitas

    da Folha

     

    “Os donos das Casas”

    Das coletas policiais de bens e documentos de citados na Lava Jato emergiu um punhado de perguntas em torno de um mesmo tema.

    Citados por delatores premiados como todos os escolhidos para as visitas da Polícia Federal, Renan Calheiros e Eduardo Cunha foram dispensados de fazer idênticas recepções em consideração a seus cargos, de presidentes do Senado e da Câmara, ou por estarem em situação menos ou mais grave do que os visitados?

    No primeiro caso, perderia valor o princípio reafirmado pelo procurador-geral Rodrigo Janot sobre a igualdade de todos aos olhos do Ministério Público. No segundo, um velho anúncio da loteria dá a resposta: “O seu dia chegará”.

    A sorte de Calheiros e de Cunha está em discussão no Ministério Público e é, ou foi há pouco, motivo de reflexões trocadas no Supremo Tribunal Federal. Há ou não implicações institucionais –e em que medida, no caso afirmativo– se o Ministério Público pede ao Supremo as providências que lhe parecem adequadas à situação dos dois na Lava Jato? Serve como indicação preliminar, para uma das linhas a respeito, a autorização dada pelo ministro Teori Zavascki à busca em computadores usados pelo presidente da Câmara.

    Nas atuais circunstâncias, a dúvida começa na real representatividade que Renan Calheiros e Eduardo Cunha tenham de sua inserção institucional. A existência da dúvida pode ser, por si só, uma resposta com ampla aceitação. Por isso mesmo, é prejudicial em muitos sentidos, e ao próprio país no plano internacional, a lentidão do Ministério Público nos casos de Calheiros e Cunha. Desde que teve o prazer do vazamento de acusações aos dois nas delações bem premiadas, o Ministério Público mantém as duas casas do Congresso como instituições conduzidas, no mínimo, por suspeitos de improbidades muito graves.

    É um desserviço do Ministério Público. Ou houvesse mais responsabilidade, com a exposição dos dois presidentes contida até a ocasião judicialmente apropriada, ou fossem acelerados os procedimentos para a mais rápida solução própria do Estado de Direito. O que foi feito agora é ainda mais protelação.

    BARBÁRIE AQUI

    A aprovação, por 43 senadores, da internação por 10 anos de meninos de 12 anos, se dados como autores de crimes hediondos, é ela própria hedionda.

    Proveniente de projeto do senador José Serra, essa aprovação foi defendida e se deu com palavras como internação e menores apreendidos. Não se trata de internação, nem de apreendidos. Essas palavras que os meios de comunicação também têm utilizado são fraudes. Os menores de 18 anos, e quer o Senado que já a partir dos 12 anos, são presos como são presos os adultos. E sua internação por anos é tão condenação quanto o é a de condenados adultos.

    Condenar meninos de 12 anos a 10 anos de prisão é uma barbaridade cujo sentido arremeda o Estado Islâmico e o Boko Haram.

    SIGILO

    “Os donos das Casas”,

    O tão esperado depoimento do empreiteiro Ricardo Pessoa, desejado pela oposição a propósito de alegada doação ilegal à campanha de Dilma Rousseff, foi cancelado em cima da hora pela Justiça: a delação do depoente ainda está sob sigilo. Logo, Pessoa não poderia falar ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo.

    Que sigilo é esse? Pois se o pedido do PSDB baseou-se exatamente em afirmação feita por Ricardo Pessoa na delação, e difundida por vazamento feito pelos condutores da Lava Jato –onde está o sigilo?

    No mesmo dia, o senador Fernando Collor era devastado por causa de outra delação de Ricardo Pessoa vazada pela Lava Jato, segundo a qual esse empreiteiro lhe pagou R$ 20 milhões para facilitar-lhe negócios na BR Distribuidora. A delação só estaria sob sigilo se o sigilo não estivesse sob farsa.

    Em tempo: Aécio Neves comandou o pedido à Justiça Eleitoral, para pretendida cassação do mandato de Dilma, esquecido de que também recebeu do mesmo dinheiro do mesmo Ricardo Pessoa. 

  4. O lacerdismo contemporâneo

    Com a palavra, Carlos Lacerda:

    “O Sr. Getúlio Vargas, senador, não deve ser candidato à presidência. Candidato, não deve ser eleito. Eleito não deve tomar posse. Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar”, declarou Lacerda no editorial “Advertência Oportuna”, em que usa a ditadura varguista como justificativa para impedir um novo governo do nacionalista.

    Este trecho poderia facilmente ser reescrito hoje, substituindo Vargas por Dilma. “Dilma não devia ser candidata, eleita ou empossada, agora, deve ser derrubada”. A direita pró-imperialista atuou justamente para impedir cada um destes atos, com cada vez mais vigor e agora evidentemente, parte para a derrubada do governo

    Fonte dos dois primeiros parágrafos: http://www.pco.org.br/nacional/dilma-nao-devia-ser-candidata-eleita-ou-empossada-agora-deve-ser-derrubada/apzi,b.html

     

    Agora, a matéria publicada em 15/07/2015 no Conversa Afiada

    http://www.conversaafiada.com.br/politica/2015/07/15/o-golpe-e-isso-ai-dilma-nao-governa-2

    O Golpe é isso aí.
    Dilma não governa !

    O Judiciário, o MP, a PF, o Legislativo e o Executivo foram subvertidos !​

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    A Oposição não precisa mais impeachar a Dilma.

    A Dilma caiu pra dentro.

    Golpe é isso aí.

    O Juiz Moro está determinado a extinguir a População Economicamente Ativa, quebrar a Petrobras, as empreiteiras, a indústria naval – e danem-se !

    Não precisa mais derrubar a Dilma nem encanar o Lula.

    O Golpe foi dado.

    Moro é imparável !

    Ele investiga e julga quem quer, como quer, quantas vezes quiser e prende quem quiser, pelo tempo que quiser, com ou sem mandado judicial.

    E o Moro tem lado: cássios e aécios … não vem ao caso.

    O Supremo não segura o Moro embora pudesse – e devesse.

    Nem o Conselho Nacional de Justiça.

    O CNJ só existiu enquanto o Gilmar o presidiu e o transformou em sua corte privativa.

    Moro é inatingível.

    Moro é a demonstração de que o Judiciário se tornou um Poder anômico, disfuncional.

    Gilmar é o centro do Poder Judiciário.

    Porque ele legisla, julga e pune – fora do tribunal.

    Não precisa do Supremo – só para o gabinete, a condicionado e o carro com chofeur.

    Ele controla a opinião pública.

    Ele dispensa a Corte.

    Gilmar é ministro acima do Supremo.

    E, em última instância, quando urgente, decide nos recessos do Supremo.

    O  Ministério Público é o monstro do Sepúlveda Pertence.

    Não tem chefia nem controle.

    São uns fanfarrões que fazem o que querem, contra quem quiserem, como e quando quiserem.

    E se quiserem esquecem na gaveta por três anos qualquer providência que incrimine os tucanos.

    Não respondem a ninguém.

    É outra instituição disfuncional, anômica.

    E os fanfarrões, uns coxinhas, tem lado: contra o PT.

    Como diz o meu amigo: o Ministério Público é o DOI-CODI da Democracia.

    O Legislativo é um agente permanente da subversão institucional, nas mãos de dois perseguidos pela Justiça.

    Em conluio com o Judiciário, aprovou a PEC da Bengala, para alongar o Estado de Caos.

    A Câmara é capaz de aprovar o que quiser, em quantas votações quiser.

    Seu presidente reúne o Baixo Clero e dali sai tudo !

    Instalar a Monarquia !

    Ah, mas tudo pode ser revertido no Senado.

    No Senado ?

    O presidente do Senado sofre do mesmo tipo de insônia de seu companheiro de cela, na Câmara.

    Só não vão, os dois, para a cadeia, se o Judiciário se mantiver nessa trilha subversiva, em completa anarquia.

    E é nisso que os dois jogam.

    Na anarquia institucional.

    Melar o jogo das instituições, das regras.

    Jogar tudo na fossa.

    A Polícia Federal é a kalishinikov da esculhambação generalizada.

    Invade as casas sem mandado judicial.

    Prende a cunhada – e dane-se !

    Decide que afiliado da Globo não pode ter Ferrari.

    Vai entrando – e dane-se !

    Grampeia preso na latrina e no fumódromo.

    E usa o resultado no grampo para arrancar delação de preso condenado à prisão perpetua.

    Faz prova de tiro com o rosto da Presidenta !

    Admitem que são aecistas – e dane-se !

    Doa a quem doer.

    Vocês pensam que o Daiello manda ?

    Ninguém manda na PF.

    Nem ele nem esse patético do zé da Justiça.

    Que não tem autoridade moral para ser vereador.

    Cada delegado é um Poder.

    Um Poder sem normas, regras, disciplina.

    Cada delegado é um AI-5 !

    O distintivo da PF vale mais que a faixa presidencial: prende e arrebenta !

    Como diz o meu amigo: a PF da Democracia é a OBAN da ditadura !

    E como são todos uns coxinhas, estão ali pra pegar os petistas e os amigos dos petistas.

    E vai encarar ?

    E o Executivo ?

    O Executivo renunciou.

    Renunciou ao dever de liderar.

    Como diz o Delfim: a Dilma se recusa a fazer o que o Executivo faz desde Pedro I: ser o protagonista.

    Ela só se mobiliza, berra, grita, diz coisas horríveis – e vai parar tudo no PiG ! – quando se vê ameaçada na pessoa física.

    Se o ataque é ao Governo … não é com ela !

    A PF ?

    E ela com isso ?

    Desde que ninguém duvide de seu caráter pessoal, de sua integridade pessoal.

    E como ninguém jamais duvidou …

    E desde que o ajuste siga seu curso e o Brasil não perca o investment grade …

    O que significa que ela não entendeu o que significa sentar-se na Presidência da República do Brasil.

    Por isso, o Executivo se tornou anômico, disfuncional – e o Golpe é isso que está aí.

    Essa mixórida.

    Essa esculhambação.

    Uma avacalhação que engoliu a própria Oposição.

    Quem leva a sério os Cássios que voam dinheiro, os Aecíns do bafômetro, os Cerras chevrônicos e o Príncipe da Privataria ?

    E o Geraldinho, cuja validade não ultrapassa o Vale do Paraíba ?

    Eles já perceberam sua irrelevância – se não forem cínicos.

    Afogaram-se  na  roubalheira que só o Moro faz  ignorar.

    Tucano ? Não vem ao caso !

    (E ele acha que ninguém percebeu ainda …)

    E o PiG ?

    O PiG também não engana mais ninguém.

    Nem a si mesmo.

    Esse pseudo-jornalismo que finge dar legitimidade a 328 delações por dia …

    Que põe as latrinas na porta para receber os vazamentos.

    E simular “jornalismo isento”.

    E prender por antecipação: fulano vai ser preso !

    O beltrano não dura 48 horas na rua !

    O nome dele, do sicrano apareceu numa folha de papel higiênico do delator 8.907 !

    Tudo na primeira pagina.

    Para amedrontar, encurralar, enfraquecer – fazer o papel de Polícia.

    Esses colonistas que dizem o que o patrão quer e morrem de medo de o patrão manda-los embora, na primeiro aumento da energia elétrica …

    A Casa Grande não precisa mais de Golpe.

    Nem do PiG.

    O Golpe é isso aí.

    O que está aí é de bom tamanho.

    Como não vai ter impítim, mesmo…

    Porque chamar o TCU de tribunal é quase uma agressão pessoal …

    E como o TSE tem uns dois ou três ministros além de seu faz-tudo, o Gilmar …

    Por isso, o impítim não deve sair.

    Impítim deve dar muito trabalho.

    Tanto que o Ministro (sic), o Presidente da Câmara (sic) e um deputado foragido da Justiça precisam se reunir para tomar café da manhã – certamente esse não foi um almoço grátis, como diria o Milton Friedman, porque o contribuinte pagou …  – para arquitetar o impítim.

    É porque é uma coisa complexa.

    Exige mais tempo que um bolo de milho.

    Tanto que, parece, foi uma conspiração inconclusiva.

    O Trio Impicheiro ainda tem dúvidas operacionais, parece.

    É mais fácil manter o que está aí.

    Mais simples.

    Não é um Golpe paraguaio, hondurenho nem norte-americano, à la Bush.

    É uma jabuticaba brasileira.

    Deixa rolar o Golpe instalado !

    A Dilma governa o ajuste…

    O resto quem governa é o Gilmar.

    Paulo Henrique Amorim

     

  5. Mantega para de derreter e processa coxinhas destemperados

    MANTEGA IDENTIFICA E PROCESSA SEUS AGRESSORES

    :

     

    Eles se chamam José João Armanda Locaselli e Marcelo Maktas Melsohn; foram os dois que, no último dia 28 de junho, acompanhados das respectivas esposas, agrediram o ex-ministro Guido Mantega (dir.) no restaurante Trio, em São Paulo, chamando-o de “ladrão” e “palhaço”, entre outros impropérios; agora, a dupla responderá pelos crimes de calúnia, injúria e difamação; caso sejam condenados, poderão ficar mais de um ano atrás das grades; ação conduzida pelo criminalista José Roberto Batochio (esq.) pede que os “boquirrotos e detratores” recebam a “pedagogia adequada”; iniciativa judicial do ex-ministro Mantega é um importante passo para conter a onda fascista que se alastra pela sociedade brasileira

     

    15 DE JULHO DE 2015 ÀS 21:28

     

     

    SP 247 – O ex-ministro Guido Mantega, que foi agredido gratuitamente no último dia 28 de junho, no restaurante Trio, em São Paulo, deu um importante passo para conter a onda fascista que se alastra pela sociedade brasileira. Identificou e decidiu processar os dois grã-finos que o insultaram num restaurante de alto padrão, em São Paulo. 

    Eles se chamam José João Armanda Locaselli e Marcelo Maktas Melsohn. Foram os dois que, naquele domingo, acompanhados das respectivas esposas, xingaram o ex-ministro, chamando-o de “ladrão” e “palhaço”, entre outros impropérios.

    Agora, a dupla responderá pelos crimes de calúnia, injúria e difamação. Caso sejam condenados, poderão ficar mais de um ano atrás das grades.

    A ação, conduzida pelo criminalista José Roberto Batochio, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, pede que os “boquirrotos e detratores” recebam a “pedagogia adequada”.

    A agressão a Mantega, gravada por um celular, foi divulgada em primeira mão pelo 247, num vídeo que viralizou na internet.

    – Ladrão, ladrão, sim senhor, palhaço, sem vergonha, sem vergonha, é isso o que o senhor é – disse um dos agressores.

    – Estão acabando com esse país. Acabaram com a Petrobras, acabaram com tudo – gritou outro.

    – A gente não vai mais aguentar calado – afirmou a acompanhante de um dos agressores, que, em vez de conter a estupidez alheia, embarcou na mesma onda de agressividade.

    Ao processá-los criminalmente, Mantega contribui para deter a onda fascista

     

  6. Não existe criminosos no PSDB, é isso que eu penso

    MP fustiga governistas e mantém inquéritos contra PSDB parados

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    mp

     

    Qualquer pessoa com um cérebro sadio deve estar se perguntando o que deu na cabeça do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, para ameaçar retaliar o governo Dilma por estar sendo investigado pelo Ministério Público, já que a presidente da República jamais tomou uma única medida para bloquear inclusive investigações contra o próprio partido.

    O que ameaça Cunha é que o empresário Júlio Camargo, da Camargo Correa, fez acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e denunciou o presidente da Câmara por intermediação de propinas. Já o doleiro Alberto Youssef o acusou de ser “destinatário final” de propina paga pelo aluguel de navios-sonda para a Petrobras em 2006.

    Diante desses fatos, o presidente da Câmara está para ser indiciado pela Justiça a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Em retaliação, Cunha promete instalar CPIs incômodas para o governo. E, se houver rejeição das contas de campanha de Dilma ou de medidas fiscais de seu governo, promete instalar processo de impeachment que chegue à Câmara.

    Corte para a última terça-feira (14). Operação da Polícia Federal pedida pelo Ministério Público promoveu ações de busca e apreensão em gabinetes e residências de senadores. Todos os alvos, porém, pertencem à base aliada do governo.

    A operação atingiu os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) e os ex-deputados Mário Negromonte (PP), hoje conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, e João Pizzolati (PP-SC), secretário estadual de Roraima. Todos da base aliada do governo.

    Fora da base governista, foram atingidos políticos tidos como simpáticos ao governo, como Fernando Collor (PTB-AL).

    Outro alvo do MP é o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que deve ter seu indiciamento pedido à Justiça proximamente.

    Os alvos dessas ações do MP já ameaçam retaliar o governo Dilma por conta dos processos a que irão responder apesar de a presidente não ter o que fazer para ajudá-los, já que não pode intervir nem para ajudar seus aliados – e, pelo que se sabe de Dilma, ela não o faria nem se pudesse.

    O que Cunha, Calheiros e outros “aliados” do governo querem da presidente da República é que ela não mantenha Janot no cargo, já que seu mandato termina em setembro. Acreditam que sem Janot à frente das investigações, seu substituto irá lhes aliviar a barra.

    Ocorre que desde o governo Lula e ao longo do primeiro governo Dilma o procurador-geral da República que o Executivo nomeia vem sendo, sempre, o primeiro indicado pela listra tríplice do corpo do Ministério Público.

    À diferença do que fez o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que manteve um único procurador-geral (de sua “confiança”) durante seus oitos anos de governo, os presidentes petistas adotaram postura republicana de não interferir na escolha do único que pode processor um presidente da República.

    O que, aliás, não combina com as acusações de que Lula e Dilma tenham, de alguma forma, favorecido ou sido lenientes com a corrupção.

    Por ação única e exclusiva do ex-presidente Lula e da presidente Dilma, no Brasil de hoje a corrupção não tem moleza. Grandes empresários, políticos amigos do Poder, todos são alvos preferenciais do Ministério Público e da Polícia Federal, o que é absolutamente inédito no Brasil, pois, antes dos governos do PT, tanto o MP quanto a PF jamais incomodaram o governo.

    Nesse contexto, é surreal que os presidentes que mais combateram a corrupção – ao não aparelharem cargos no MP e na PF que dão poder aos ocupantes de impedirem investigações – sejam acusados de fomentá-la.

    Porém, os fatos mostram que tanto Lula quanto Dilma erraram feio em relação aos cargos de delegado-geral da PF e de procurador-geral da República – sem falar no Supremo Tribunal Federal.

    Dilma e Lula não erraram ao manter a impessoalidade na nomeação dos ocupantes desses cargos, mas erraram ao permitir que fossem ocupados por pessoas que enquanto fustigam o governo acobertam corruptos da oposição, sobretudo nos Estados em que ela é governo.

    Tomemos como exemplo o caso escandaloso do mal chamado “mensalão mineiro”, que envolve o PSDB.

    Um ano depois de o Supremo Tribunal Federal determinar que o processo contra o ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB) deveria ser julgado na primeira instância da Justiça em Minas Gerais – contrariando o que fez no mensalão petista, quando o mesmo STF manteve o processo naquela corte –, nada foi feito para concluir o caso, que se arrasta há quase uma década.

    Além de o julgamento não ter acontecido, desde 7 de janeiro deste ano a 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, onde tramita a ação, está sem juiz, porque a titular se aposentou. O processo de Azeredo chegou a Minas já totalmente instruído pelo Supremo e pronto para ser julgado. Nenhuma audiência mais é necessária, basta o julgamento. Mas nada acontece.

    Pior ainda é o que faz o MP em relação a um inquérito aberto em 2005 para investigar contratos do governo tucano de Aécio Neves (2003-2006) com as agências de publicidade do empresário Marcos Valério – o processo está parado nas gavetas do Ministério Público.

    O pente-fino da Promotoria seria em todas as operações que as duas agências de Valério (SMPB e DNA) mantinham com o governo de Minas, na primeira gestão do senador como governador daquele Estado. Quase nove anos desde a instauração do inquérito, não há conclusão e o caso, na prática, nem sequer andou.

    Entre 2004 e 2005, a gestão Aécio Neves pagou ao menos R$ 27 milhões às agências do publicitário Marcos Valério (hoje condenado e preso pelo mensalão do PT) pelos contratos vigentes até então. A Promotoria pediu ao Executivo mineiro cópias de toda a documentação desses contratos, inclusive notas fiscais, para análise.

    O governo de Minas até enviou o material ao MP. No entanto, caixas e caixas de documentos enviados ficaram praticamente intactas. A procuradoria nem pôs a mão.

    A promotora Elizabeth Villela assumiu recentemente a responsabilidade por esse inquérito. Em 15 de janeiro, remeteu a papelada ao Conselho Superior do Ministério Público mineiro, que solicitou o envio de todos os inquéritos instaurados até 2007 e que estavam sem andamento. Porém, o ano já vai terminando e nada acontece.

    Juristas renomados como Dalmo de Abreu Dallari, entre outros, consideram que essa seletividade do Ministério Público, da Polícia Federal e da própria Justiça torna inócua a intensa atividade dessas instituições, conforme tem sido visto.

    Setores da imprensa que fazem oposição ao governo federal vêm opinando que o país vive um novo momento e saúdam o furor investigativo que se viu na última terça-feira. Contudo, especialistas como o supracitado consideram pior que os órgãos de controle investiguem e que o Judiciário puna seletivamente do que se não fizessem nada, como antes de Lula e Dilma.

    Outro especialista que sempre bate nessa tecla é o jurista Pedro Serrano. Segundo vem dizendo publicamente há bastante tempo, pior do que não investigar e não punir é investigar e punir seletivamente.

    O Brasil estaria no rumo certo se investigações e punições atingissem a todos, independentemente de orientação político-ideológica, de classe social ou de etnia. Mas como a lei, hoje, poupa alguns e fustiga outros, o que se vê é a materialização da máxima “Aos amigos, tudo. Aos inimigos, a lei”.

     

  7. Quem tem a maior frota de carrões, Collor ou Aécio?

    A parada é dura:

    Aécio disputa com Collor quem tem a maior frota de carros ostentação.

    Fonte: http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2015/07/aecio-disputa-com-collor-quem-tem-maior.html


    O sinal vermelho acendeu nos círculos do senador Aécio Neves (PSDB-MG) com a apreensão da frota de carros de luxo do senador Collor.

    De certa forma, uma injustiça está sendo cometida. Por que só o Collor é investigado por sua extravagante frota de carros de luxo? Aécio tem uma frota de carros de luxo tão extravagante como Collor, só que os carros estão em nome de sua rádio Arco Íris. Pelo menos estavam quando o escândalo do bafômetro veio à tona.

    Quem acompanhou o bafômetrogate em 2011, sabe que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) dirigia um Land Rover na madrugada do Rio de Janeiro quando foi parado em uma blitz e recusou a fazer o teste do bafômetro, preferindo ser multado.

    O tucano também dirigia com a carteira de habilitação vencida.

    O que seria apenas uma infração de trânsito, ainda que grave, virou um escândalo bem maior quando se descobriu que o Land Rover não estava em seu nome. Estava no nome da Rádio Arco-iris de Belo Horizonte, da qual ele é sócio.

    A Rádio tinha uma frota de carrões importados, semelhante à frota de Collor. O Land Rover em nome da rádio estava sendo usado para uso pessoal do senador tucano no Rio.

    O caso não é tão simples como quem diz “a rádio é dele e ele faz o que bem entender dela”.

    Donos de empresas não podem maquiar suas despesas pessoais como se fossem gastos a serviço da empresa, pois quem faz isso frauda o imposto de renda. E como senador, Aécio não pode ocupar cargo de direção na rádio. Ou seja, não tem como dizer que o carro da rádio em Belo Horizonte era um carro de trabalho a serviço da empresa na madrugada do Rio de Janeiro. Em 2010, o tucano nem declarou possuir carro próprio na sua declaração de bens entregue à justiça eleitoral.

    Por isto este caso merecia e continua merecendo ser investigado. A nação precisa saber se Aécio agiu dentro da lei ou não. E se tiver contas a acertar com os cofres públicos da Receita Federal, que pague igual qualquer contribuinte honesto.

    Como agravante a Rádio Arco Íris recebeu verbas publicitárias do governo de Minas quando Aécio era governador. E ele nomeou a própria irmã para controlar as verbas publicitárias governamentais.

    Por falar em irmã, o doleiro Alberto Youssef delatou Aécio por supostamente rachar propinas com o ex-deputado José Janene vindas de uma diretoria de Furnas. Disse que a irmã do tucano era uma operadora do esquema junto à empreiteira Bauruense. Inicialmente o Procurador Geral da República arquivou o caso. Mas a partir de novos elementos trazidos do processo da Lista de Furnas que corre no Rio de Janeiro pode vir a ser reaberto.

    Quando a polícia federal vai fazer uma operação Arco Iris?

     

  8. A esquizofrenia política da atualidade

    Um exemplo perfeito e acabado da esquizofrenia que caracteriza a política no Brasil, na atualidade: ao depor na CPI da Petrobrás, ontem, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi cobrado por políticos petistas pela “falta de controle” sobre a investigação, que também envolve a Oposição. E foi cobrado ao mesmo tempo pela Oposição, que o acusa de manipular as investigações para “proteger” o Governo…

    Ministro da Justiça não pode controlar investigação da PF, diz Cardozo

    http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2015/07/15/ministro-da-justica-nao-pode-controlar-investigacao-da-pf-diz-cardozo.htm

  9. O Syriza já está destruído, podemos agora salvar a Grécia?

    do Expresso – 16/07/2015

     

    O programa de austeridade foi aprovado na Grécia por um parlamento em frangalhos com cocktails molotov a voar à porta. Pedro Santos Guerreiro analisa as possibilidades de sucesso da Grécia

    A violência regressou a Atenas

    MILOS BICANSKI / GETTY IMAGES

     

    Pedro Santos Guerreiro

     

    Chegará o momento em que tiraremos as mãos das carteiras e as poremos na consciência. Chegará o momento em que já não veremos os ricos que roubaram mas os pobres que ficaram. Em que não quereremos ressarcimento mas reparação. Em que perceberemos que não se pede sequer solidariedade, mas piedade. Em que nem os sádicos se divertirão com o espetáculo degradante dos políticos gregos. A União Europeia foi longe de mais na violência estéril e vingativa. Para destruir o Syriza está a ceifar-se um povo. Já não é indignação, é súplica: SOS Grécia. E se tudo o resto falhar, apele-se à inteligência, que não é de esquerda nem de direita, pois é preciso mudar aquele plano que, além de horrível, é burro, é mau, é pior para todos.

    Nos palácios de Bruxelas, nos sofás de Berlim ou mesmo nos bancos de jardim de Lisboa permanece apetecível distribuir culpas e medir ideologicamente o debate. Mas nas ruas de Atenas já passámos essa fase. Sobra o desespero de saber que nada vai valer a pena porque pagar ou não pagar parece indiferente, o tudo ou nada resultará sempre no pouco, no de menos, no insuficiente, porque o plano não funciona. Repito: a Grécia vai ter uma recessão pior do que a que os Estados Unidos viveram na Grande Depressão de 1929. Repito: o plano económico vai falhar porque foi concebido para falhar. Repito: desistimos dos gregos e resistimos a ver o desastre encomendado.

     

    “Amo-te, Grécia”, explica esta bandeira colocada quarta-feira diante do Parlamento grego

    YIANNIS KOURTOGLOU / REUTERS

    O bloco liderado pela Alemanha ficou tão furioso com o desplante do senhor Alexis Tsipras na marcação do referendo que quis devolver-lhe em dobro a lição de superioridade. Até se percebe a fúria, que segundo os relatos da reunião de domingo do Eurogrupo fez com que o senhor Wolfgang Schäuble berrasse. Alexis Tsipras foi arrogante, marcou um referendo pérfido e achou-se nimbado de invencibilidade com os resultados, como se fosse dar uma tareia moral aos demais Estados-membros. Mas a Alemanha quis tanto destruir o Syriza, por vingança e por dissuasão a que outros países elejam partidos radicais, que perdeu a noção da força. Mais um pacote recessivo vai destruir mais economia e mais emprego numa economia já exangue.

    A vitória sobre Tsipras foi retumbante. Até o perdão da dívida, que o Syriza sempre reivindicou, é agora formalmente admitido pelo FMI, mas de forma a culpar o partido, que não mais tem nada para mostrar. É ridículo ouvir Alexis Tsipras dizer que assinou um acordo em que descrê. É degradante vê-lo tripudiar o próprio Syriza e ancorar-se nos deputados dos partidos que detesta e que o detestam a ele. É assustador ouvir a presidente do Parlamento (que pertence ao Syriza e se junta aos 40 deputados que se afastaram de Tsipras) falar em genocídio social. Mas a humilhação suprema talvez seja ver Tsipras dizer que não há alternativa. Tsipras, o temível mastim indomável, está amestrado como um caniche. Dá dó. A direita europeia rejubila. Também dá dó. Porque ninguém para, escuta e olha para perceber na loucura que estamos a patrocinar.

    ALKIS KONSTANTINIDIS / REUTERS

    A loucura de ver um povo desesperado que, depois de cinco anos de austeridade duríssima, tem prometida nova dose de austeridade duríssima. A loucura de tornar o pagamento da dívida mais insustentável do que nunca, pela destruição económica provocada – se a Grécia sai do euro, os credores podem esquecer, vão receber raspas. A loucura de segregar dentro da União Europeia, cavando um fosso que nos vai apartar sabe-se lá até que lonjuras.

    A Grécia só se livra desta sarna se, além do perdão de dívida que de qualquer forma terá, tiver um programa de estímulo económico. O mundo, aliás, só recuperou da Grande Depressão dessa maneira. Percebe-se a pulsão de obrigar o país a adotar as reformas estruturais nunca adotadas, incluindo a de ter um Estado que funcione e que cobre impostos. Mas não é destruindo o espaço político e aniquilando a economia que tal vai ser conseguido. A violência na Praça Syntagma é desenrolada por grupos anarcas ruidosos mas pouco representativos. A miséria que se alastra, não: é de todos.

    Um pensionista bate à porta de uma das dependências do Banco da Grécia – levantamentos estão limitados a €120

    YANNIS BEHRAKIS / REUTERS

    É preciso mudar o plano. Somar à austeridade um programa de investimento que estimule a economia e que apoie casos sociais de pobreza. Isso é ser inteligente, até porque é a única forma de tentar recuperar parte da dívida. Talvez a linha dura dos alemães queira apenas humilhar o Syriza e tenha feito um plano para que, depois da capitulação de Tsipras, mude o plano para melhor. Até seria bom que isso fosse verdade. Seria maquiavélico mas, ao menos, saberíamos que a loucura iria mudar. E que, portanto, a Grécia haveria de ter uma saída da crise em vez de uma saída do euro. Para já, o que vemos é o que temos, um país inteiro a afundar-se na desgraça.

    Os gregos estão desesperados porque a situação é desesperante. Coloquemo-nos no lugar deles por um minuto: um governo de extrema-esquerda ajoelhado depois de cinco anos de tareia, de desemprego e de austeridade, depois de décadas de corrupção e roubo institucionalizado com os governos de centro. E o que lhes dizem que se segue? Pobreza. Talvez a esta hora também estivéssemos na rua.

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    YANNIS BEHRAKIS/ REUTERS

     

     

     

  10. Sensacional! Para rir ou chorar.

     

    http://www.brasil247.com/pt/colunistas/leleteles/188968/Os-deuses-devem-estar-loucos.htm

     

    Os deuses devem estar loucos

    Lelê Teles

     

     15 de Julho de 2015Compartilhe no Google +Compartilhe no TwitterCompartilhe no Facebook:

     

    dizem que antes do fim do mundo, receberíamos alguns sinais. o mundo, antes de chegar ao fim, ficaria de pernas para o ar.

    assim o vejo hoje. o fim deve estar próximo.

    dizem que a maconha pode ser a cura para o câncer. mas o diabo é que Bob Marley morreu de câncer.

    na Bolívia – tome nota leitor atento – um índio fez o país, finalmente, entrar para a civilização.

    já nos Esteites, o primeiro presidente negro da história daquela nação, vê o seus irmãos de cor serem humilhados pelos seus comandados. parece que botaram um preto na casa branca só para meterem porrada nos pretos sem remorsos.

    hoje, nos Esteites, há mais negros encarcerados do que haviam nas fazendas de algodão. os libertaram para prendê-los.

    os roqueiros, isso nem um profeta previu, se mostraram uns burguezóides reacionários e o papa – veja se não é um sinal – caminha pelo mundo pregando o comunismo: terra, trabalho e teto.

    no Brasil, terra do jabuti e da jabuticaba, o nosso parlamento, que era uma feira livre, gourmetizou-se, e agora vai virar um shopping. não sem antes se transformar em um templo evangélico.

    vivemos em um presidencialismo parlamentarista, seja lá o que diabo isso queira significar.

    o PT, veja que curioso, fez o maior petêco com a sua história. o partido que antes abrigara Chico Mendes, hoje não briga mais com Kátia Abreu, a rainha da motosserra.

    Joaquim Levy, empedernido conservador, é a nova estrela do governo popular. o mesmo governo que, talvez por sua incapacidade de se auto destruir, paga uma grana altíssima para que a mídia o faça.

    um político do PSC, o reacionário partido dos peixinhos, toma o microfone na tribuna e faz o mais brilhante discurso do ano, de esquerda, em favor – veja aí o rabo de seta do capeta – da democracia, do direito das minorias, contra os partidos de direita e em defesa do PT.

    só faltou exigir que voltemos a ser um estado laico.

    madames invadem suas cozinhas, atrás de panelas, e vão às varandas para chorar de barriga cheia.

    no futebol, os brasileiros comemoram a data da derrota para a Alemanha e os alemães, não.

    com mil diabos.

    o chefe de jornalismo da Rede Globo escreveu um livro afirmando que nós, brasileiros, não somos racistas. pois não é que o seu jornal teve que defender uma jornalista vítima do mais abjeto racismo?

    e a presidenta da Associação Nacional dos Jornais, afirmou, na cara dura, que a mídia velha é o verdadeiro partido de oposição no Brasil. em seguida, aécio (grafemos em minúscula), o nosso napoleão de hospício, afirmou fazer oposição ao Brasil.

    um juiz justiceiro fez o que quis a mídia e foi chamado de batman; o partido de Judith Brito o lançou como candidato à presidência. agora, um outro juiz justiceiro, que igualmente atendeu à demanda de dona Judith, é também lançado como candidato.

    talvez montarão um partido da liga da justiça, e os dois juízes justiceiros, batman e robin, formarão a dupla dinâmica de 2018.

    sinto cheiro de enxofre. o efeito estufa aquece a terra. no apocalipse diz que o mundo terminará em brasa.

    farei um churrasco na boca de um vulcão, enquanto assisto ao grotesco e último espetáculo de irmão matando irmão, pai matando filho, cadeirante espancando muletado, amigos virando inimigos.

    enquanto isso, em uma remota ilha do Atlântico Sul, focas estupram pinguins.

    e INRI Cristo, o filho do pai, anda por aí, fagueiro, com o seu patinete elétrico.

    Palavra da salvação.

  11. Resposta de Merkel leva

    Resposta de Merkel leva menina palestina às lágrimas

    BBC Brasil

    http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/07/150716_merkel_choro_menina_ss

    Um vídeo que mostra a chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, em um debate sobre política de asilo que levou uma adolescente às lágrimas gera polêmica nas redes sociais.

    No debate, Merkel ouve a declaração de uma jovem palestina, em alemão fluente, sobre seu desejo de ir à universidade e progredir.

    Sob risco de ser deportada, Reem, de 13 anos, vive com a família na Alemanha há quatro. Eles vieram do Líbano, onde vivem cerca de 450 mil palestinos em 12 campos de refugiados, segundo a Organização das Nações Unidas.

    Merkel diz entendê-la, mas destaca que, no entanto, a política é, muitas vezes, difícil. Merkel acrescenta que, como a menina sabe, há milhares de refugiados palestinos no Líbano. “Se dissermos que todos vocês podem vir, e que todos vocês da África podem vir, que todos podem vir, não daremos conta”, disse.

    Ao ouvir a resposta, Reem começa a chorar, sendo, imediatamente, confortada por Merkel. “Você se saiu bem”, disse a chanceler, que foi, em seguida, contestada pelo moderador do debate. Ele diz que a questão não é se a adolescente se saiu bem ao expressar sua visão, mas, sim, a difícil situação em que ela se encontra.

    Merkel diz saber disso, mas, que ainda assim, queria ‘fazer um carinho’ na menina. A resposta, considerada desajeitada, chegou a virar trending topic no Twitter da Alemanha, com a hashtag #MerkelStreichelt (Merkel faz carinho, em alemão).

    nullReem sorria ao falar de desejo de cursar universidade

    O debate ocorreu em uma escola na cidade de Rostock, no norte da Alemanha, e contou com a participação de adolescentes de 14 a 17.

    Muitos usuários de diferentes plataformas de redes sociais apoiaram o conteúdo da resposta e a reação de Merkel. “Realista diante da crise que o país vive”, disse, no Facebook, um alemão. Mas não faltaram críticas. “Toda a crueldade da política de imigração em um clipe”, atacou um jornalista.

    O vídeo suscitou ainda discussões sobre a política alemã para o Oriente Médio, com usuários sugerindo que, se Merkel quer menos refugiados palestinos na Alemanha, deveria ter um papel ativo para que a Palestina seja reconhecida internacionalmente e pela retirada de tropas israelenses de territórios palestinos ocupados.

    “Um abraço e uma batidinha nas costas antes de deportá-los para uma favela no Oriente Médio não é suficiente”, disse um leitor, em comentário com mais de mil curtidas no Facebook.

    Segundo a ONU, os palestinos, que representam cerca de 10% da população do Líbano, não gozam dos mesmos direitos de cidadãos libaneses. Não podem, por exemplo, trabalhar em 20 diferentes profissões. Por não serem formalmente considerados cidadãos de outro país, não têm como requerer direitos como outros estrangeiros. A situação nos campos é precária e muitos vivem em pobreza absoluta.

    A crise no sistema de asilo na Alemanha vem sendo provocada, por um lado, por um aumento nos pedidos de vários países (cerca de 4,5 mil pedidos de asilo neste ano, praticamente o dobro de 2014) e, por outro, pela falta de agilidade em lidar com casos específicos que resultem em deportação ou aprovação do pedido.

     

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=TL214wjxI6Q align:center]

     

     

  12. A lavagem da sujeira aumentou a imundície, por Fernando Brito

    Não é um blogueiro sujo como eu, mas o equilibrado colunista José Roberto de Toledo, do Estadão, quem descreve o festival de chantagens e pressões espúrias que tomou conta das instituições brasileira, depois que o juiz Sérgio Moro e a mídia abriram os portões do inferno para que prevalecessem as teses de que “os fins justificam os meios”, com a ressalva de que os fins, quase sempre, são também injustificáveis.

    Toledo descreve um quadro que, apesar de dantesco, pouco comove a mídia nacional: tudo, nas reações dos parlamentares, está ligado à sorte das investigações sobre Eduardo Cunha, Renan Calheiros e, subsidiariamente, à dos demais parlamentares que eram, afinal, mandantes e beneficiários dos desvios apurados pela Lava Jato, entretanto conduzida com foco no Executivo ao qual eles aderiram e sugaram como carrapatos.

    “O alvo final da reação é o governo. Projetos importantes para o Executivo viram, automaticamente, moeda de troca para tentar diminuir a pressão sobre os congressistas. As medidas para controlar os gastos públicos e, mais à frente, tentar retomar o crescimento da economia passam a enfrentar resistência dobrada tanto da oposição quanto de supostos aliados. Ministro da Fazenda, Joaquim Levy coleciona desaforos. Mas não só ele.” – escreve Toledo em seu artigo “Quando setembro chegar“, no Estadão de hoje.

    A convocação de Cardozo ao Congresso, diz ele, “esconde o jogo real dos donos do Congresso: impedir a recondução de Rodrigo Janot como procurador-geral da República. Talvez o 14 de Julho (nota do Tijolaço: data da queda da Bastilha) de Janot – que já investira contra Renan Calheiros (PMDB) e, na terça-feira, voltou-se contra Fernando Collor (PTB), Fernando Bezerra (PSB) e Ciro Nogueira (PP), entre outros – tenha sido sua guilhotina. Se for barrado, o procurador já tem uma boa explicação: terá sido cassado por sua caça”.

    Sim, porque Janot depende de Dilma – o que é simples, dada a notória inocência pessoal da Presidenta em todo este imbróglio -, mas depende também dos votos dos nada  inocentes senadores da República:

    “Mesmo que esteja entre os mais votados pelos procuradores, Janot ainda precisa ser indicado por Dilma Rousseff e aprovado pelos senadores (14 dos quais ele investiga). Isso acontecerá em setembro, quando termina seu mandato. No calendário dos salões e balcões brasilienses, setembro é o mês em que a presidente estará lutando por sua cadeira. Será logo após a Câmara confirmar a eventual reprovação de suas contas – o que, em tese, permitiria a abertura de processo de impeachment contra Dilma.”

    “Será sob essa lâmina que ela terá que tomar a decisão de apresentar ou não o nome de Janot para o Senado referendar. Se não o fizer, Dilma arcará sozinha com todas as acusações de tentativa de abafar as investigações da Lava Jato. Se peitar os aliados do PMDB, fragilizará ainda mais sua já precária situação no Congresso e poderá somar contra si os fatais 342 deputados – número mínimo de votos para impedir o presidente da República. E, mesmo assim, Janot ainda poderia ser indeferido pelo Senado.”

    É possível perceber que a vontade eleitoral de mais de 100 milhões de brasileiros depende agora de dois colégios eleitorais, o dos senhores procuradores e o dos senhores parlamentares, que decidem a sorte do país?

    E como são isentas estas figuras, mostra Toledo:

    “( há)um movimento articulado de sobrevivência dos presidentes das duas Casas, de dezenas de deputados e senadores investigados e de centenas de outros que devem ser implicados na Lava Jato.(…) 199 deputados estaduais, 178 deputados federais, 17 governadores e 16 senadores têm financiadores de suas campanhas eleitorais presos pela Polícia Federal.”

    No total, “os empreiteiros detidos doaram R$ 64 milhões para deputados federais e senadores eleitos” – e estamos falando do declarado – que poderão se tornar “propina” ao bel-prazer das delações premiadas, que ganharam, como se sabe, chancela de “verdade absoluta” desde que Moro, os vazamentos das investigações e a ânsia de atingir o governo fizeram abandonar toda a prudência com que deveriam ser tratadas, por virem de gente que se assume criminosa.

    A pretexto de combatermos a corrupção,  o Brasil tornou-se refém das chantagens – leiam o Paulo Henrique Amorim sobre os votos misteriosamente “virados” no TCU -, de ambições, de jogos de impunidade e de absoluta indiferença com o interesse público, com nossas instituições envolvidas num jogo de suicidas que ameaça matar a própria institucionalidade democrática.

    A criança da democracia jogada fora com a água do banho em meio ao chiqueiro.

    A lavagem a jato do Brasil virou só lavagem, aquela que alimenta os porcos, refocilando sobre a República.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=28297

     

  13. Papéis provam escuta ilegal na Lava Jato, por PML

    Paulo Moreira Leite 

    O 247 teve acesso a um conjunto de documentos que apontam fatos graves e inaceitáveis sobre as escutas telefônicas realizadas na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba. Chamado para prestar depoimento sobre o assunto na CPI da Petrobras, o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a quem a Polícia Federal está subordinada, ao menos formalmente, disse que é muito cedo para tomar qualquer medida contra os envolvidos. Apesar do reconhecido talento para fazer pronunciamentos, Cardozo não convenceu. A bancada do PT sorria amarelo durante suas explicações. Integrantes da base aliada bateram duro.

    “Ou o ministro está sendo iludido por seus subordinados, e aí temos um caso de quebra de confiança. Ou então ele sabe o que está acontecendo e não cumpre a obrigação de pelo menos afastar os acusados até que tudo seja esclarecido,” afirma o deputado Aluisio Mendes (PSDC-MA), que também é delegado da Polícia Federal, onde acumulou 25 anos de experiência. Em declarações firmadas e rubricadas pelos próprios colegas, delegados são apontados em atitudes de desrespeito à lei. Também são acusados de tentar incriminar, deliberadamente, pessoas inocentes, num esforço para acobertar os verdadeiros envolvidos.

    Depois da leitura dos papéis — emails, despachos, sindicâncias, assinados por seus responsáveis — é difícil deixar de colocar em questão a capacidade do núcleo de delegados que comanda a Lava Jato para conduzir a operação de forma “isenta e justa, não para punir os inimigos da administração, mas sim os verdadeiros criminosos”, como escreve o delegado Mario Renato Castanheira Fanton.

    Num despacho de 37 itens, Fanton, que foi deslocado de Bauru, em São Paulo, para investigar uma denúncia de vazamentos sobre a Lava Jato, ainda no ano passado, revela que acabou se deparando com fatos muito mais sérios e escandalosos.

    Em abril de 2014, como se sabe, Alberto Youssef denunciou que havia encontrado um aparelho de escuta ambiental na cela 5 da carceragem, que dividia com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. A denúncia foi feita pelo próprio Youssef, que deixou-se fotografar, magro e barbudo, no parlatório da PF, pelo celular de seu advogado, com o aparelho de escuta não. A denúncia ocorreu num momento inicial da Operação: quando ninguém sabia se estava diante do “maior escândalo da República”, como os meios de comunicação anunciariam nos meses seguintes, ou de mais uma investigação sobre lavagem de dinheiro, envolvendo um pequeno doleiro que operava num posto de gasolina de Brasília, um grande doleiro com conexões internacionais e um ex-diretor da Petrobras que ninguém sabia direito o que estava fazendo na história.

    O caso gerou um pequeno escândalo nos jornais mas, quatro meses depois, um despacho interno da Polícia Federal de Curitiba, de 20 laudas, sustentava que a denúncia se baseava em provas falsas. Alegou-se que aquele grampo exibido por Youssef era pura encenação. Estava fora de uso e havia sido empregado para fazer escuta na mesma cela 5, mas em outro momento: quando ali ficou preso o traficante Fernando Beira Mar. No despacho, cuidou-se de lembrar que tudo aquilo que dizia respeito a este grampo estava em ordem e dentro da lei. Foram reproduzidos, inclusive, trechos do documento no qual juiz Odilon de Oliveira, do Mato Grosso do Sul, autorizava a escuta na cela de Beira-Mar.

     

    Também se disse que a própria polícia – e não Youssef – havia descoberto o aparelho de escuta, ao entrar na carceragem para atender uma emergência — um funcionário sofrera um princípio de enfarte – e também para averiguar uma denúncia de uso indevido de celular por parte dos detentos. A explicação parecia verossímil e logo esta versão recebeu crédito dos meios de comunicação. Havia um problema elementar, porém: as pessoas, os fatos e as datas não batiam. A possível credibilidade de que a escuta servira para monitorar um dos maiores traficantes brasileiros recebeu um atestado de óbito depois que o delegado Fanton fez uma pesquisa nos arquivos da PF de Curitiba – como o deputado-delegado Aluisio Mendes denunciou na CPI, ontem. Fanton descobriu, através de uma nota fiscal eletrônica, que o equipamento só dera entrada na PF do Paraná seis meses depois que Fernandinho Beira Mar já havia sido encaminhado para outro presídio. Num registro, Fanton observou que, durante o período em que Beira Mar ficou prisioneiro, a escuta “sequer existia para a Polícia Federal.” No inquérito, a nota está anexada.

     

    O ponto crucial, que tornava tudo muito mais grave, envolvia a legalidade da operação. A versão de que a escuta destinava-se a acompanhar Beira Mar tinha a utilidade de vir acompanhada pela autorização do juiz do Mato Grosso do Sul, suprindo uma lacuna fatal no caso de Youssef. Não havia uma autorização judicial para que ele ou Paulo Roberto Costa fossem escutados na carceragem, o que podia transformar uma derrapagem banal em tantas operações num crime sério, punido pela Constituição, capaz de anular a investigação, conforme jurisprudência firmada pelo próprio Supremo Tribunal Federal.

     

    A primeira pessoa fora da Polícia Federal a saber da denúncia de Youssef foi um delegado da Polícia Civil do Paraná, a quem o advogado contou o que acontecera em sua última visita. A primeira atitude do delegado foi ligar para a PF, informando de tudo. Colocou-se em movimento, então, uma máquina que, conforme os documentos obtidos pelo 247, destinava-se a minimizar estragos, diminuir prejuízos, alterando provas e testemunhos.

     

    Em função de outra investigação, o perito Dalmey Fernando Werlang, que havia instalado o grampo, agora se encontrava em Belo Horizonte, trabalhando em outro caso. Localizado pelo whatsapp, Dalmey recebeu uma mensagem na qual um agente, em Curitiba, mandava uma foto, perguntando se era aquele o equipamento que fora colocado na cela. Dalmey indicou que sim. Depois de retornar a Curitiba, o perito recebeu em sua sala o delegado Igor Romário de Paula, o chefe da Operação Lava Jato. O delegado queria falar sobre o equipamento de escuta.

     

    Era um assunto natural para os dois. Conforme Dalmey deixou registrado num “Termo de Depoimento” rubricado e assinado em 4 de maio de 2015 — onze meses depois de o caso explodir — o próprio Igor estivera em sua sala, um ano antes, em companhia de outros dois delegados, para determinar que fizesse a instalação: um deles, Márcio Adriano Anselmo, estava envolvido diretamente na Lava Jato, o outro era Rosalvo Franco, o próprio superintendente regional da PF.

     

    Num ponto da conversa, depois da denúncia, Dalmey perguntou a Igor se havia “alvará”. Conta que recebeu a seguinte resposta: “pior é que não”. Foi somente ali, sustenta o perito, que ocupa um posto subalterno na hierarquia das operações, que ele “tomou ciência” de que a escuta que lhe fora pedida “era clandestina/ilegal.”

     

    Dalmey também descreve a rotina que seguiu enquanto a escuta esteve ativa. Era um equipamento moderno, que podia ser ligado ou desligado por controle remoto. A cada 24 horas, ou no máximo 48 horas, o próprio Dalmey baixava os arquivos eletrônicos da escuta na cela, transferia as informações para um pen-drive, que entregava ao delegado Márcio Anselmo. Quando este não podia receber, o arquivo era entregue a uma delegada, Erika Marena.

     

    Nos dias seguintes à conversa com Igor Romário, Dalmey soube que fora aberta uma sindicância interna sobre o caso. Imaginava que seria ouvido, pelo seu papel central em todo o caso, mas isso não aconteceu. Como se nada tivesse a ver com aquilo, apenas lhe pediram “um tipo de consulta técnica,” na qual confirmou uma opinião que, mesmo verdadeira, ajudava a sustentar acobertamento da operação ainda que fosse rigorosamente inócua. Perguntado sobre as condições de funcionamento do aparelho, disse que este já não funcionava, o que exigia grau zero de conhecimento especializado, pois fora destruído por Youssef no momento em que foi apresentado ao advogado.

     

    Dalmey tinha muito mais para dizer, mas nada mais lhe perguntaram. Na Polícia Federal desde 2003, lembrava-se não só da escuta na cela de Youssef. Ele também havia instalado a escuta que monitorou Fernando Beira-Mar.

     

    Dalmey é visto como um dos melhores peritos em escutas ambientais em atividade na Polícia Federal. Fez cursos no exterior e era requisitado para missões fora do Paraná. Na viagem a Belo Horizonte, havia instalado uma escuta — autorizada pela Justiça — no gabinete de um juiz suspeito. No caso da Lava Jato, Dalmey era uma peça-chave.

     

    No termo de depoimento, dá nomes de testemunhas que podem ajudar a reconstituir sua história. Fala de três agentes que, em momentos diversos, foram colocados a par da instalação na cela 5.

     

    O delegado Fanton foi levado a Curitiba para apurar as origens de denúncias de vazamentos sobre a Lava Jato que chegavam aos meios de comunicação. Naquele momento, os questionamentos sobre a versão Beira Mar não passavam das conversas de corredor e fora do local de trabalho. Parecia, até, que a lenda em torno de Beira Mar parecia bem encaminhada.

     

    Fanton deixa claro em seu despacho que enfrentou problemas também para investigar os vazamentos, sempre preocupantes mas muito menos graves do que um crime de escuta proibida pela Constituição. O delegado revela que logo percebeu a existência de um esquema de pistas falsas e indícios prontos com a intenção óbvia de conduzir o trabalho para a direção em que Igor e outros delegados pretendiam. Com isso, escreve, ele era afastado das suspeitas que lhe pareciam mais consistentes, localizadas no Núcleo de Inteligência da Polícia. Fanton deixou registrado que este “setor é o responsável pelo maior número de vazamentos da Superintendência regional.”

     

    Um detalhe torna tudo mais complicado. A delegada Daniele, chefe no NIP, é casada com o delegado Igor. Não há nada ilegal no matrimônio, estamos falando de profissionais concursados, mas é fácil perceber que a situação assegura ao casal de policiais um protagonismo raro, nos dois postos mais importantes da atividade policial naquela que muitos veem como a investigação mais importante da história da PF brasileira.

     

    Referindo-se a outro inquérito sobre vazamentos, número 768/2014, Fanton descreve uma situação na qual marido e mulher executam tarefas policiais em companhia de um terceiro delegado, próximo de ambos. Igor e sua esposa “foram ouvidos como testemunhas”, conta. Depois, Igor profere uns “3 ou 4 despachos, pedindo diligências ao Núcleo de Inteligência, na pessoa de sua esposa.” Por fim, os autos foram entregues ao próprio Fanton, que foi orientado pelo delegado Igor “que o vazamento teria sido feito, provavelmente, por um agente que estava em missão no NIP e que era do setor de contra informação da DIP em Brasília.”

     

    Viveiro de ciúmes, disputas profissionais comuns em corporações do setor público e do setor privado, também, a Polícia Federal é habitada dos clãs, grupos e correntes de lealdade e inimigos jurados — em Curitiba e no resto do país. A pergunta é saber como os responsáveis lidam com isso.

     

    As idas e voltas da escuta ilegal geraram grande falatório, como era de se imaginar. Havia os aliados e os descontentes com a chefia. A doleira Nelma Kodama, ligada a Youssef e que foi presa, contou que seu advogado chegou a ouvir dois agentes que externavam “indignação e revolta com os procedimentos envolvendo a Lava Jato.” Interessado em incluir as revelações de Nelma em sua investigação, Fanton revela que chegou a ser ameaçado por um delegado, que disse que neste caso “diria que tudo o que disse era mentira.”

     

    Em seu depoimento reservado aos integrantes da CPI, o perito Dalmey, lotado no Núcleo de Inteligência, da delegada Daniele, contou que foi acionado para instalar um segunda escuta ambiental, no interior de uma lâmpada. O objetivo, desta vez, não era ouvir suspeitos nem criminosos condenados. Obviamente, não se pensou em pedir autorização a um juiz. O que se pretendia era captar as conversas de delegados e agentes que costumavam fazer críticas a condução das investigações. Dalmey diz que esse grampo foi retirado quando a denúncia na cela 5 tornou-se um pequeno escândalo interno.

     

    O fato de haver um Fla X Flu interno não pode impedir uma apuração necessária, capaz de separar a verdade da mentira – sempre indispensável num organismo essencial para a segurança dos brasileiros. Mantida com recursos públicos para apurar e punir crimes, a PF não pode ser suspeita de adotar métodos criminosos, ainda que aprovação da população à Lava Jato ajude a blindar e a própria corporação.

     

    Quando as denúncias sobre o grampo surgiram, os delegados sequer sentiram necessidade de defender-se. O Ministério Público saiu em defesa deles:

     

    – “A população, os mais diversos setores da mídia e o próprio Poder Judiciário saberão separar os fatos, que se espera venham a surgir límpidos e claros das investigações, de outras versões, ingênuas ou até mesmo criminosas, que interesses escusos insistem em propagar.”

     

    É sempre oportuno lembrar que, após a aceitação generalizada das delações premiadas como expressão da verdade nos tribunais, fica moralmente complicado questionar denúncias em função de “interesses”, escusos, ou não, que possam ter por trás, certo? Essa é a lógica que move a Operação, certo?

     

    A visão de que índices de popularidade podem ajudar a encobrir práticas criminosas e condenáveis faz parte da ruína de variados sonhos políticos de nosso tempo.

     

    Os mesmos jornais que hoje celebram as autoridades da Lava Jato em tom heróico reservaram tratamento semelhante a Sérgio de Paranhos Fleury e outros responsáveis pela tortura da ditadura. Pessoas que hoje são saudadas merecidamente como “combatentes” contra a ditadura chegavam a ouvir gritos de “morte aos terroristas!” quando eram presos na rua.

     

    A defesa antecipada dos acusados pela escuta clandestina não é um raio num céu azul.

     

    Envolve na verdade uma visão flexível na defesa das garantias constitucionais, que podem ser vistas como um caso de conveniência, de oportunidade, e não um direito fundamental, intransponível, da República.

     

    Há poucos meses, perdido entre um conjunto de sugestões teóricas para aprimorar o combate à corrupção, o Ministério Público incluiu uma ideia curiosa. Numa conjuntura em que as suspeitas de escuta ilegal em Curitiba eram segredo quase absoluto para a maioria da população, mas aqueciam os bastidores da Lava Jato, os procuradores defenderam a aceitação de provas obtidas de modo ilícito. A ideia causou merecido escândalo no Supremo, produzindo um afinado coro de críticas onde se destacaram Marco Aurélio Mello e Gilmar Mendes.

     

    O projeto de autorizar provas ilícitas pode ter sido uma simples coincidência. Ou pode ser um caso pensado. Quem sabe?

     

    Eu acho que ajuda a perceber que determinados inimigos do governo conseguem enxergar alguns passos à frente.

     

    Como ocorre com toda denúncia grave, com credibilidade fora de questão, o importante é examinar os fatos, as provas e tirar conclusões inevitáveis, “doa a quem doer.” Foi o que disse o delegado geral da Polícia Federal, Leandro Dayello, referindo-se aos trabalhos — legais, evidentemente — da Lava Jato.

     

    Compreende-se a postura do ministro José Eduardo Cardozo, ontem, dizendo que é errado anunciar qualquer punição antes que a apuração tenha terminado. É assim que as coisas funcionam — ou pelo menos devem funcionar — num Estado Democrático de Direito: apura-se primeiro, pune-se depois, certo?

     

    Mas, até pela importância política do caso, é preocupante ouvir que a sindicância sequer tem prazo para terminar. E é difícil imaginar que, até lá, nenhuma medida disciplinar pode ser tomada. Até porque não é verdade.

     

    Em Curitiba, os chefes já tomaram providência. Ninguém foi condenado, obviamente.

     

    Mas o pedido para Mario Fanton permanecer por uma nova temporada no Paraná não foi renovado, medida que deve afastá-lo dos contatos e depoimentos que ajudaram em suas investigações. Assim, burocraticamente.

     

    Chegaram a dizer a Fanton que a permanência em Curitiba não fora autorizada pelos chefes de São Paulo. Ele decidiu checar e soube que sequer tinham pedido para que permanecesse no Paraná.

     

    O perito Dalmey – especialista em escuta – foi afastado do Núcleo de Inteligência, e hoje atua em outra área da Superintendência. Foi colocado a disposição, eufemismo para definir o funcionário colocado na geladeira. Num email que enviou ao delegado Fanton, Dalmey revelou que seu afastamento das tarefas na área de sua especialidade se deveu a “quebra de confiança.”

     

    Deu para entender, certo?

     

    http://www.brasil247.com/pt/blog/paulomoreiraleite/189155/Papéis-provam-escuta-ilegal-na-Lava-Jato.htm

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