Com bloco, Maia pode ter maioria de votos para eleição de seu sucessor na Câmara

Com a adesão de 11 legendas (PT, PSL, MDB, PSB, PSDB, DEM, PDT, Cidadania, PV, PCdoB e Rede), o candidato de Maia garantiria 281 dos 257 votos exigidos

Foto: Agência Câmara
do Congresso em Foco
 

O anúncio do embarque da oposição ao bloco capitaneado por Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a eleição da presidência da Câmara dos Deputados pode ter saldo positivo para o democrata. Com a adesão de 11 legendas (PT, PSL, MDB, PSB, PSDB, DEM, PDT, Cidadania, PV, PCdoB e Rede), o candidato de Maia garantiria 281 dos 257 votos exigidos, caso os 513 deputados participem da eleição da Mesa.

Apesar do número expressivo, o PSB ainda não fechou apoio integral ao candidato do atual presidente, que sequer teve o nome anunciado. Ainda que o PSL tenha embarcado no bloco de Maia, alguns parlamentares tendem a contrariar o partido votando em Arthur Lira (PP-AL), aliado do Planalto.

Lira, por sua vez, conta com o apoio do PP, PL, PSD, Republicanos, Solidariedade, PTB, Pros, PSC, Avante e Patriota, que somam um total de 204 votos possíveis.

Como a eleição acontece somente em 1º de fevereiro e o voto é secreto, há ambiente para debandada e mudanças de lado.

Indefinidos

Psol, Novo e Podemos ainda não declararam apoio a nenhum dos candidatos. Enquanto Podemos, que tem dez deputados, tende a ir com Lira, Psol (dez votos) e Novo (oito votos) podem compor o bloco de Maia.

Na quinta-feira (18), Marcel Van Hattem (Novo-RS) disse ao Congresso em Foco que o partido avalia a situação e não descarta uma candidatura própria. Interlocutores do Psol apontam que o partido também articula um nome, ainda que entrem para o grupo de Maia. A ideia é fazer como o PT, que se juntou ao grupo do democrata, mas deve apresentar um terceiro nome para apreciação do bloco ainda essa semana. Entre os postulantes já definidos estão Baleia Rossi (MDB-SP) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

Disputa com a presidência

Rodrigo Maia tem defendido a eleição de um sucessor da Câmara que legitime valores ligados a independência, autonomia e a liberdade da Casa.

Na noite de quinta-feira (17), o presidente Jair Bolsonaro culpou Maia pelo fato de o governo não pagar a 13ª parcela do Bolsa Família em 2020. Após a fala do presidente, o deputado resolveu pautar a MP 1000, que trata do auxílio emergencial residual. O governo não tem interesse em pautar a medida por temer que o auxílio seja prorrogado e ampliado para o valor de R$ 600. Mais tarde, o deputado recuou e tirou a discussão da pauta.

Para o líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ), a briga entre Maia e Bolsonaro reafirma o apoio do presidente a Arthur Lira. “Isso mostra que essa vai ser uma eleição do candidato de Bolsonaro contra uma Câmara independente. (…) As brigas vão desmoralizando a candidatura [de Arthur].

Na tarde de ontem (19), Maia reforçou ser adversário do presidente da República nas pautas de “costume”, que segundo ele, são responsáveis pela polarização do país. Durante a sessão, diversas lideranças se solidarizaram com o presidente da casa.

Também em tribuna, Arthur Lira disse que a Câmara “nunca será por parte de ninguém puxadinho de canto nenhum”. “Sou da base do governo, deputada Fernanda Melchionna, nunca neguei como o deputado Baleia Rossi, ou como é o deputado Aguinaldo Ribeiro, do meu partido. Vamos tirar essas cortinas, essa desfaçatez”.

Redação

5 Comentários

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  1. Ninguém se entusiasme. Apoiando Maia ou Arthur se estará apoiando o programa anti-Brasil de Paulo Guedes. A única diferença é que, apoiando Maia, tal programa diabólico será abençoado pela dita “esquerda”.

    1. Sim, a boçalidade de mercado tem 3/5 do Congresso; ja era. A jogada em questão é pra dar um freio na boçalidade moral. Pra “tentar” dar uma desacelerada…

      Claro, a estratégia de botar alguem pra se “martirizar”, ver a coalizao golpista se confraternizar, e depois se vitimar, “pega bem” para um Requião, por exemplo, e pra esquerda textão de um modo geral.

  2. A única coisa que concordo com este sujeito prestes a ser sacado da presidência da Câmara é o mal causado pela tal “pauta de (maus) costumes” e pelos falsos moralistas que apoiam a tal pauta.
    Afinal, se baseiam na tal Familia, Deus e Patria que, colocado nesta ordem, suas iniciais mostram que se trata de coisa de FDP.
    Quanto ao resto desprezo solenemente qualquer outra coisa vinda deste sr Maia, que nunca se interessou verdadeiramente pelo saneamento politico e mental do país, pois manteve engavetados pedidos consistentes de impeachment do sádico que desgoverna o Brasil, dando tempo a este louco não apenas para inflar o número de mortos na pandemia com seus maus exemplos mas tambem destilar pelas policias do país o seu maldito veneno, na esperança (que espero ser vã) de formar suas milícias e ao mesmo proteger os ilícitos praticados por seus filhotes.
    Sr. Maia, o desprezo pois impossivel entender que o congresso chefiado pelo sr ignorasse coisas tão toscas e claras. Cheira a cumplicidade.

  3. Maia, o queridinho da Globo, elites e oligarquias, reunindo o que de pior no congresso, (centrão), para mais um golpe patrocinado pelo consorcio mídia/judiciário! Mais um Impeachment a vista!

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