Comparado ao fogo na Austrália, queimadas na Amazônia têm maior impacto ambiental, alertam especialistas

Governo brasileiro criticou a cobertura da mídia sobre as queimadas australianas, dando a entender que a situação é pior que a ocorrida no Brasil em 2019

Foto: Lukas Coch/AAP Images via Reuters

Jornal GGN – O governo Bolsonaro criticou nesta semana, por meio de redes sociais, a cobertura da imprensa brasileira sobre as queimadas na Austrália. Jair Bolsonaro e o ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, insinuaram que a situação australiana é pior quando comparada às queimadas da Amazônia brasileira no ano passado. Mas, especialistas alertam que o fogo no território brasileiro tem consequências mais graves para o meio ambiente.

Em entrevista para O Estado de S. Paulo, pesquisadores dão destaque para a distinção entre as situações, apesar do fogo em comum. 

A vegetação da Austrália, assim como no Cerrado, é mais acostumada ao fogo, ocasionando incêndios de modo natural em sua floresta tropical seca. Já na Amazônia, a floresta tropical úmida só queima se alguém colocar fogo. 

“Flora e fauna evoluíram com fogo, têm adaptações para voltar mais rápido depois. Já a Amazônia, não. As plantas não têm adaptação para fogo, como casca grossa, não rebrotam facilmente”, disse o pesquisador Jos Barlow, da Universidade de Lancaster (Inglaterra) e da Rede Amazônia Sustentável. 

De acordo com os especialistas, neste verão o fogo na austrália está mais intenso e duradouro, por causa das mudanças climáticas. Mas no brasil, em agosto de 2019, o número de focos ultrapassou os dados de 2010 por causa da ação humana para limpar áreas desmatadas.

Barlow analisou a relação brasileira com desmate na publicação Global Change Biology lançada em novembro e destaca a diferença entre as queimadas. “Em 2019, imagens de satélite mostraram que boa parte do fogo foi em área já derrubada. É muito diferente: as florestas na Austrália pegam fogo em pé.”

A Situação climática na Austrália não deixa de ser alarmante. Os incêndios já atingiram mais de 6 milhões de hectares, matando ao menos 25 pessoas e cerca de 500 milhões de animais.

Segundo análises da Nasa, nos primeiros dias do ano do país continental, ondas de calor acima de 50ºC intensificaram as chamas. Ainda, de acordo com a agência de clima e tempo australiana o índice de chuvas é 36% inferior comparado com a média entre 1961 e 1990. 

“Os dois casos (Austrália e Amazônia) são graves, mas de modos diferentes. O custo humano em termos de mortes é obviamente maior na Austrália, mas o custo para emissões de carbono pode ser maior na Amazônia. São duas situações super importantes, e cada uma merece investimento e interesse dos seus governos”, explicou Barlow.

Para Erika Berenguer, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, que estuda o impacto do fogo na Amazônia, a situação australiana expõe a proporção do aquecimento global. “São cidades inteiras evacuadas, milhares no hospital, pressão na economia que leva à instabilidade social, além do impacto na biodiversidade”, disse. “É como se olhássemos por uma janela nosso futuro, de como ecossistemas naturalmente mais secos se portarão frente a mudanças climáticas”.

Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.

Redação

2 Comentários

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  1. Não adianta falsas explicações. A HIPOCRISIA foi revelada. E as mentiras queimadas junto com a Australia, Macron, Greta, IPCC, NeoColonialismos,….

  2. É tanta mentira nessa matéria que foram presos mais de 100 pessoas na Austrália por suspeita de terem dado início ao incêndio… simplesmente, uma matéria totalmente sem nexo e enganosa.
    O Brasil deveria começar a punir tais autores de materias mentirosas e tendenciosas como essa.
    Publicação fantasiosa e mentirosa desde os primeiros parágrafos.

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