Contra Haddad, PSDB paulistano cobra apoio de Marta em 2016

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O tom hostil da senadora Marta Suplicy com o governo da presidente e correligionária Dilma Rousseff, seus ministros e as diretrizes do PT nos últimos anos acendeu esperança até mesmo entre tucanos paulistas.

A entrada de Marta na disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2016 seria um fator negativo para o prefeito e potencial candidato à reeleição Fernando Haddad (PT), na visão dos tucanos, mas positivo para o PSDB, que aposta no segundo turno. 

Nesse cenário, os tucanos estariam prontos para cobrar de Marta uma fatura antiga. “Esperamos que no segundo turno de 2016 a Marta retribua ao PSDB o apoio que o (ex-governador) Mário Covas deu ela em 2000”, provocou Felipe Sigollo, membro da direção executiva do PSDB em São Paulo, em entrevista ao Estadão.

A relação entre Marta e Mário Covas, segundo a senadora relatou à Fundação Mário Covas, teve início na eleição de 1998. Naquele ano, não havia nenhum nome forte do PT disposto a concorrer ao governo estadual em São Paulo. Marta se colocou à disposição. No final do primeiro turno, ela ficou em terceiro lugar, mas com diferença de apenas 70 mil votos em relação a Covas, que ficou em segundo. O tucano acabou reeleito com o apoio da petista, numa disputa acirrada contra Paulo Maluf.

“Eu lembro que Serra me ligou – ele era a pessoa mais próxima de mim e do PSBD – e disse: ‘Olha, estamos querendo que você o apoie’, e eu disse que não tinha dúvida de que iria apoiá-lo. Fico muito contente de achar que fiz muita diferença. Apoiei de coração, porque eu não tinha nenhuma dúvida de quem eu gostaria que fosse o governador do meu Estado”, explicou Marta.

Na disputa pela prefeitura de São Paulo, em 2000, Marta concorreu com Maluf e Celso Pitta, ambos desgastados por escândalos de corrupção. Na época, Geraldo Alckmin (PSDB) não era conhecido. No segundo turno contra Maluf, Marta recebeu apoio de Mário Covas, e venceu o pleito.

“Ele teve um lindo gesto comigo. Eu procurei ele querendo apoio no segundo turno, e ele disse que não tinha nenhuma dúvida. Estávamos numa época difícil, e achamos que se Covas não entrasse (na campanha), seria difícil de a gente ganhar”, comentou a petista.

Sem vereadores

Ainda segundo o Estadão, o vereador Andrea Matarazzo (PSDB) disse que Marta é um implicativo para Haddad, por dividir votos com o prefeito. O parlamentar ressaltou, porém, que ela terá dificuldades sem apoio dos vereadores do PT. “Os votos da periferia não são dela, são do PT. Sem os irmãos Tatto ela não tem voto no Grajaú. Sem o Vavá dos Transportes ela não tem voto em Eermelino Matarazzo”, pontuou.

De malas prontas

Desde que saiu do Ministério da Cultura com críticas à política econômica de Dilma, a mudança de partido por Marta é considerada questão de tempo. Ela já recebeu convites informais de alas do PMDB ligadas ao senador Renan Calheiros – com o objetivo de enfraquecer Michel Temer -, do PSB, do Solidariedade e do PDT.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

13 Comentários

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  1. Chapa 2016 fechada: Haddad e Chalita

    A aliança é para barrar a Marta, fechando-lhe o acesso ao partido do marido,o PMDB, no que estou de pleno acordo. Infelizmente, a Nádia Campeão (PC do B), atual vice, vai para o espaço. Só espero que tenham conversado direitinho com as lideranças do PC do B, como o ex-ministro Orlando Silva, que em 2014, no processo de escolha do vice do Padilha, mostrou o estilo faca-no-pescoço do PT, conforme publicou na sua página no Facebook, que eu copiei na época:

    Orlando Silva

    24 de junho

    Começou um dia decisivo. O meu Partido tem uma relação política importante com o PT. Reconheço a papel do Presidente Lula para conquistas históricas do Brasil. Considero o esforço da Presidenta Dilma, num ambiente tão difícil. Mas, não dá pra ser desconsiderado e fingir que tá tudo bem, né? Respeito é bom pra todo mundo! Aliança política se faz com quem quer fazer!

    Orlando Silva

    27 de junho

    O meu Partido projetou apoiar Alexandre Padilha para governador de São Paulo e Eduardo Suplicy para o Senado, em 2014. A decisão foi num momento delicado, quando esses nossos companheiros estavam sob fogo cruzado.

    Reivindicamos construir juntos a chapa majoritária, nem reivindicamos posições. Suplicy foi ao nosso Encontro e propôs Jamil Murad para seu suplente. Celebramos.

    Passou o tempo, e de repente estamos diante de uma cena onde, nós, do PCdoB, já não temos espaço na chapa liderada pelo Partido dos Trabalhadores – PT, caberia ao Partido da República – PR, o espaço principal. Por uma aliança vitoriosa, compreendemos. Mas, deve haver espaço para o PCdoB e PR.

    O que não aceito, é todo espaço majoritário da disputa em São Paulo ficar entre PT e PR. O PCdoB merece respeito! No limite, dissemos ao PT, hoje, que, podemos até apoiar Alexandre Padilha, e lançar um candidato ao Senado. A lei permite. O PT segue com o PR, e teremos um porta-voz comunista, para defender e militar pelo Brasil, por Dilma, Padilha e por nossos sonhos.

    Essa é a polêmica que pode aparecer nos jornais por esses dias. Certo, camaradas!?

    Avante!

    Orlando Silva

    1 de julho 03:20

    Fechado o acordo. O PCdoB vai apoiar Alexandre Padilha para governador e indicará Nivaldo Santana como candidato a Vice-governador. Apoiamos o PT e garantimos o espaço do PCdoB na chapa majoritária!

     

  2. VALE A PENA VER DE NOVO

    Marta já ganhou um programa na Globo News da mesma forma como Gabeira – o companheiro arrependido – faturou o seu.

     

  3. “O PSDB aposta no 2º turno”

    Não brinca! É mesmo? Da mesma forma que apostaram em 2012, com o Serra contra o Haddad? Ou da mesma forma que apostaram em 2002, 2006, 2010 e 2014?

     

    1. Que Martaxa que nada, agora

      Que Martaxa que nada, agora ela será MarTucana a ex-petista bacana, quanto mais falar mal do PT mais tempo de Globo o Kamel e o Bonner vão dar para ela.

  4. ´claaro que marta deve se

    ´claaro que marta deve se sentir mais confortavel com os detentores da hegemonia

    política e economica em são paulo.

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