Desilusão com o que se aproxima

Quando floreei o povo brasileiro e o Brasil em incontáveis textos por aqui, jamais imaginei, resignado, constatar que tudo não passou da negação da realidade nua e crua. Hoje, perdão eu peço aos Bandeirantes, que expandiram nossas fronteiras em vão, pois nenhum território geográfico merece tal sorte de suportar sobre seus ombros povo tão dissociado do conceito de nação.

A Casa do Povo, chefiada pelo Malvado Favorito do Antipetismo Real, aproximou-se do espelho d’água quando enfim pudemos ver seu reflexo. Ali, era nítido, pois foi possível ver a imagem de apoiadores da ditadura, de cristãos certamente condenados pelo Divino; de homofóbicos; de apoiadores da morte de sem-terra e sem-teto; de apoiadores da morte de índios. Enfim, sim, a Casa Baixa nos representou em quase total extensão no dantesco espetáculo do impedimento da presidente Dilma.

Com a mania de animar coisas inanimadas, olho para o chão e pareço estar pisando em rio de lágrimas. É esse chão, conhecido como território brasileiro, que reclama e, desesperadamente, procura entender o porquê de ter de suportar esse reinado da hipocrisia verde e amarela, que vibra com Bolsonaro, Paulinho da Força e seu chefe, Eduardo Cunha.

Certamente, é possível enxergar o lamento nos troncos lenhosos da estrela, os quais olham dolorosamente sua derrubada por machados cujos cabos foram extraídos de seu próprio ventre. Não dá, simplesmente não dá.

Não dá, e essa é para vocês, artistas e intelectuais, para continuar compondo, escrevendo e se dedicando à criação de uma nação Brasil que jamais existiu, uma Democracia que jamais foi verdadeiramente desejada pelos seguidores da flauta midiática. O sufrágio universal foi devidamente recolhido ao ló como mais uma das instituições que se sucedem nesse emaranhado de ideias transitórias que chamamos de História.

Também não dá para continuar cantando esse povo. Deixemos a hipocrisia de lado, pelo menos nós que lutamos pela Democracia. Será sempre demagogo aquele que trata a massa como inimputável, não responsável por seus próprios rumos. Qualquer um de nós jamais deverá se atrever a acariciar os cabelos sedosos do anjo de candura chamado Povo.

A Ponte para o Futuro, em um país que não sabe conjugar esse tempo verbal, está chegando para o nosso deleite e suporte da tese de que, aqui nesse chão, a terra arrasada é pendular e extremamente governada pela ignorância política dos patrícios.

Espero, de verdade, que Cunha se veja livre de suas acusações e possa dar prosseguimento aos seus planos. Assim, poderei, no fim, tornar-me um “coxinha às avessas”, pois sair do país será a única saída plausível para quem não quiser ser governado por um Sindicato de Ladrões (Cunha-Temer-PSDB-Globo) que tem grande apoio do Antipetismo Real, moralista rastaquera e seguidor da flauta que os entorpece de ódio.

Redação

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