Da esquerda à direita nas crenças humanas, por Marcos Villas-Bôas

Por Marcos Villas-Bôas

Da esquerda à direita nas crenças humanas

Uma história de ignorância, ceticismo, orgulho e vaidade

Para que possamos compreender visões mais à esquerda ou mais à direita, é preciso entender o que está por detrás delas. Por que dura há tantos anos essa polarização surgida na Revolução Francesa? Por que é tão difícil demover para a direita alguém com visão de esquerda, e vice-versa? Por que os lados pouco conseguem se entender? Será que um pouco mais de flexibilidade e complexidade não melhoraria a vida das pessoas?

A crença, aquilo no que o homem acredita, gera muitas vezes nele um sentimento de posse. O grau de posse e de proteção que se faz da crença depende da personalidade do indivíduo e da natureza da própria crença.

Crenças religiosas, que dizem respeito, por exemplo, ao que o homem acredita sobre sua origem, sua forma de viver e seu destino são, talvez, as mais sérias. Um indivíduo pode se sentir gravemente ofendido se a crença religiosa dele for contestada. Sabemos que guerras existiram e existem ainda hoje por conta de crenças religiosas, que dizem respeito, quase sempre, à fé, à acreditar em algo que não é provado natural ou socialmente, que simplesmente se acredita, não se constata e não se contesta.

As crenças religiosas, em regra, estão pautadas na existência de um Deus, que ninguém nunca viu a rigor. Nos últimos séculos, trata-se quase sempre de uma suposta personificação de alguém, mais comumente na forma de um ser do sexo masculino.

Diferente delas é a crença espírita, que não é religiosa, mas doutrinária, ou seja, um conjunto de ideias, que podem ser provadas natural e socialmente a partir de experiências com espíritos, seres que não estão no envoltório da carne usado para viver nesse plano dimensional. Esquerda e direita são, igualmente, crenças doutrinárias. São conceitos, conjuntos de ideias construídas a partir de parâmetros sociais.

A palavra espírito, infelizmente, remete ao miraculoso, ao assombroso que vemos em filmes, àquilo que é transcendental demais para se acreditar. Outro problema é que, na maioria das vezes, se tem medo deles e são vistos até como ruins, vindos do mau, o que dificulta ainda mais a sua aceitação. Para que acreditar em algo que não vejo e que me transmite, ignorantemente, um sentimento ruim?

Quando a Igreja Católica queria que as pessoas não acreditassem no que algum sábio dizia, ele era logo acusado de bruxo e queimado na fogueira. O miraculoso, o assombroso sempre foi utilizado como uma forma de se evitar a crença em algo ainda pouco conhecido. De forma semelhante, esquerda e direita, e tudo que carregam consigo, são muitas vezes demonizados uns pelos outros a partir de caricaturas.

Para destruir um político, e o Brasil tem vários exemplos desse tipo, basta construir uma imagem de corrupto, que, pelas experiências negativas do povo brasileiro, é bem fácil de “pegar” em qualquer político. No entanto, nem todos são corruptos, ainda que a maioria possa ser.

Com um pouco de estudo, pode-se notar que os espíritos são simplesmente nós mesmos em outro plano dimensional e há explicações físicas, naturais, muito claras para manifestações como aparições, psicografias, psicofonias etc.

As religiões estão para as nossas crenças políticas e econômicas, tal qual está o espiritismo para os seus contrapontos. Acreditamos em determinadas coisas sem nenhuma base mais concreta e não procuramos nos aprofundar naquilo para podermos decidir se realmente a crença faz sentido ou não. Por preguiça, comodismo, falta de tempo ou qualquer outra razão, os indivíduos se acomodam na escuridão da ignorância e, por isso, vivem em condições piores do que viveriam se estivessem iluminados pelo conhecimento.  

As manifestações espíritas vêm sendo estudadas pela própria ciência há algum tempo e muitos estudiosos entendem já terem sido provadas as ocorrências dessas manifestações e a influência constante dos seres desencarnados nas nossas vidas. A Física, a Psicologia, a Medicina, inúmeras ciências vêm evoluindo por conta do estudo da doutrina espírita, e ainda evoluirão muito mais quando mais indivíduos se abrirem a esse novo mundo de conhecimento.

O conhecimento das estruturas sociais de organizações de seres mais avançados pode ajudar, inclusive, a compreender melhor os caminhos que devemos seguir em questões políticas e econômicas cruciais, servindo como guia, por exemplo, no digerir do embate entre esquerda e direita.

O espiritismo é uma doutrina que se ensina há alguns séculos no mundo, e especialmente no Brasil nas últimas décadas, a chamada “Pátria do Espiritismo”. Há um conjunto ordenado de conceitos, com milhares de livros que seguem em direções muito semelhantes e milhões de estudiosos que reconhecem alguns princípios e ideias comuns.

A menos que se entenda que todas essas pessoas criem, estudem e propaguem um sistema de conhecimento completamente falso, num estado de catarse generalizado onde milhões acreditam em algo que não existe, talvez seja a hora de pensarmos por que nós não procuramos entendê-lo melhor.

Por que tantas pessoas ainda negam o espiritismo? Primeiro, por desconhecimento, assim como muitas pessoas de esquerda negam o que é de direita e muitas pessoas de direita negam o que é de esquerda por pura ignorância e ceticismo em relação ao que não lhe parece bom numa primeira olhada.

A ignorância é uma das piores inimigas do homem. Uma das principais lições espíritas, para além de seus princípios básicos de humildade e caridade, é o estudo, o aprimoramento teórico e prático do indivíduo.

A doutrina espírita segue, portanto, caminho contrário ao de muitas religiões, que pregam a fé por si, a crença e, talvez, até uma impossibilidade de negação. O seu aconselhamento é exatamente para que o homem procure o máximo de conhecimento e possa, assim, se aperfeiçoar, dispor de mais matéria-prima cognitiva.

Para melhores manifestações espíritas, inclusive, como os médiuns as proporcionam por meio de contato mental com os espíritos, quanto mais matéria-prima o médium tiver no seu subconsciente, melhor o espírito poderá se servir dele e se comunicar.

Como, então, vamos evoluir no processo de conhecimento sobre esquerda e direita se muitos indivíduos as tratam como religião, como uma crença que não precisa ser muito mais estudada, pois eles já encontraram a resposta que precisavam, aquela que lhes agrada e permite ter uma vida boa?

A primeira pergunta que nos devemos fazer é: quantas crenças tidas por absolutas durante a humanidade simplesmente caíram por terra? Antes da existência de Jesus Cristo, muitas pessoas tinham crenças na existência de vários deuses distintos. Após a passagem do Cristo pela Terra, quantas crenças não foram revistas e novas crenças formadas?

Num exemplo bem mais atual, muitos adeptos do Nazismo acreditavam nele piamente. Era uma corrente de extrema direita que hipnotizava as pessoas, e não eram quaisquer pessoas. Os alemães, há alguns séculos, estão na vanguarda do conhecimento humano. Estão entre os maiores filósofos e cientistas do mundo. Não é à toa que, mesmo apesar da destruição de todo o país em duas grandes guerras, o povo alemão conseguiu reconstruí-lo e estar hoje muito melhor economicamente, socialmente e culturalmente do que o Brasil.

O que fez muitos dos alemães acreditarem numa besteira como o Nazismo? Dentre outras razões, a crença cega, o orgulho e vaidade de se sentir superior sobre as demais raças, a incapacidade de questionar.

Os brasileiros precisam rever os seus conceitos políticos, econômicos e tantos outros. Precisamos questioná-los a todo o tempo. A certeza é a irmã da ignorância. Se tem algo que o avanço do conhecimento humano provou é a sua complexidade, a dificuldade de reduzir o mundo, de lhe entender a partir de olhares mais apressados.

Outra coisa que a história do conhecimento provou é que, em regra, as melhores respostas estão em posições equilibradas, não significando que o certo é estar em cima do muro. Se o conhecimento humano foi pautado nas reduções e dualizações do mundo, é natural que conceitos como esquerda e direita sejam construídos nos polos. Eles são separados para que possam ser entendidos mais facilmente.

Sobretudo no caso do homem que dispõe de menos inteligência e conhecimento, a tendência é que lhe seja muito difícil compreender algo sem que faça reduções drásticas, pois aquilo que não é bem recortado aparece a esse homem como algo misturado, turvo, de complicada explicação.

É, então, necessário separar para depois inter-relacionar. Esquerda e direita precisam ser reintegradas para gerarem posicionamentos mais complexos que ajudem nas tomadas de decisão. Na política, por exemplo, os modelos neoliberais de direita e os modelos nacionais populistas de esquerda, como chamam atenção Ciro Gomes e Roberto Mangabeira Unger no seu livro publicado ainda em 19961, estão esgotados há muito tempo.

Apesar disso, os políticos brasileiros continuaram apostando neles. Aí está o resultado. O país está quase em uma guerra civil; continua extremamente desigual; está fiscalmente “quebrado”; o capital humano, aquele que mede a quantidade de conhecimento da população (ou quanto um país já se afastou da ignorância) é baixíssimo; e assim por diante.

Como que numa atitude profética, Ciro e Mangabeira escreveram um livro criticando esses modelos ultrapassados, que foram exatamente colocados em prática a partir de 1995 por Fernando Henrique Cardoso (no caso, o neoliberalismo) e, mais tarde, em 2003 por Lula e em 2011 por Dilma (no caso, o nacional populismo).

Ciro Gomes e Mangabeira conseguiram enxergar à frente. Por que isso aconteceu? Por que o segundo é um dos principais pensadores do mundo, um visionário extremamente estudioso que leciona há várias décadas na principal instituição de ensino do planeta, enquanto que o primeiro, também muito estudioso, passou um ano pesquisando com Mangabeira em Harvard e é, provavelmente, o político mais bem preparado do país. Qualquer um que se interessa por política e/ou economia deveria ler o referido livro!

O Brasil teve 8 anos de governo mais à direita, no período Fernando Henrique Cardoso, com privatizações e reduções drásticas de tributos. O país realmente melhorou muito? Quanto a vida da maioria da população melhorou?

O Brasil já tem 13 anos de governo mais à esquerda, no período Lula e Dilma, com mais programas sociais e um pouco mais de atenção à maioria pobre de população. O país realmente melhorou muito?

São períodos longos (8 e 13 anos) nos quais se fez muito pouco. É claro que, em tanto tempo, é possível notar alguma melhora. No período FHC, aproveitando-se do Plano Real criado no Governo Itamar e com alguns avanços fiscais impostos pelo FMI, o Brasil pode encontrar um caminho para a estabilidade monetária, inflacionária e fiscal, apesar de ter “quebrado” várias vezes.

No período Lula e Dilma, houve uma democratização interessante do consumo, com distribuição de moradias, renda e crédito. A vida da maioria da população, sem dúvida, melhorou, porém não se deu tanta autonomia a ela. A melhora foi pouca, pois seguiu o caminho fácil de distribuir casas, dinheiro e crédito.

Difícil é reestruturar as instituições, é criar novas formas de se relacionar, é fazer um país, de fato, diferente. Para democratizar o consumo, basta vontade e dinheiro. Para democratizar a produção, é preciso novas instituições, novas regras que permitam novas relações sociais, o que depende de muito conhecimento e imaginação.

Não fosse pela corrupção e pelos erros cometidos por PSDB e PT, talvez mais gente ainda acreditasse neles e estivesse defendendo os mesmos modelos fracassados implementados nas duas últimas décadas no Brasil. O pior é que muitos ainda os defendem. Por que isso acontece? Como nos destituir das nossas crenças quase absolutas?

É preciso quebrar a dualidade esquerda e direita para o estabelecimento de um modelo social democrático que vá além de Capitalismo e Socialismo, que consiga reconstruir as instituições brasileiras no sentido de alcançar determinados fins pré-estabelecidos, como o aprofundamento democrático até as últimas instâncias.

Estabelecidos fins como a) aumento considerável de participação do máximo de pessoas nas decisões políticas; b) difusão das capacidades de produção; c) aumento drástico do capital humano; d) aperfeiçoamento das medidas compensatórias, como os programas sociais, para que realizem ao máximo eficiência e equidade ao mesmo tempo; a partir daí, será possível construir instituições como artefatos sociais, ferramentas capazes de nos levar a esses fins.

A política é o único meio de mudança e, portanto, a população precisa participar dela mais e melhor. Para tanto, ela precisa de conhecimento e oportunidades de participação. A sociedade talvez não possa mudar drasticamente a educação do país sozinha, sem ajuda dos políticos, mas cada indivíduo pode mudar a si mesmo com mais busca pelo conhecimento.

Para que se possa compreender debates entre esquerda e direita de uma maneira mais profunda e, portanto, menos ignorante, é preciso ler muito mais o que está fora do país, obtendo diferentes perspectivas dessa dicotomia. É preciso que quem acredita num lado foque mais em conhecer o outro, o que lhe dará abertura para a destituição de preconceitos, de crenças cristalizadas que, para quebrarem, precisam de vontade e matéria-prima cognitiva.

A defesa cega de posicionamentos como esquerda e direita é uma atitude ignorante, cética, que está pautada, muitas vezes, no orgulho de não se querer mudar de opinião, na vaidade de não se reconhecer que as ideias construídas por cada um podem ser sempre aperfeiçoadas, ou até revistas.

Você prefere ser um sábio que muda de ideias ou um idiota cheio de certezas? E se mudar de esquerda para direita (ou para o centro), e vice-versa, pudesse melhorar a sua vida? E se a evolução do país dependesse de pessoas que conseguem ver temas como esse mais complexamente, você não estaria disposto a conhecer mais, a se abrir à novidade, à reconstrução, para que pudesse atingir estágios evolutivos mais avançados?

Nós somos os inimigos de nós mesmos na maior parte das vezes. Apenas o conhecimento pode nos levar a uma porção de lugares desconhecidos e nos conferir paz interna. É com mais conhecimento que conseguimos enfrentar os problemas sabendo que eles são fases de dificuldade que nos fazem aprender mais. É com mais conhecimento e humildade que nos permitimos crescer, nos abrir para o autodesenvolvimento, que repercute no desenvolvimento do todo.

Busquemos conhecimento antes de tudo; busquemos conhecer antes de negar; procuremos acreditar duvidando mais; façamos uma automudança já, para que possamos nos tornar melhores e, assim, tornar o país grande logo em seguida.

Avante, Brasil!

——–

1GOMES, Ciro; UNGER, Roberto Mangabeira. O próximo passo: uma alternativa prática ao neoliberalismo. Disponível em: <http://www.robertounger.com/portuguese/pdfs/projetos5.pdf>. Acesso em: 18. mar. 2016.

Redação

7 Comentários

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  1. Direita e esquerda tem diferenças concretas.

    Um apelo espiritual a conciliação é  sempre  espiritual. Acho que respeito e devo respeitar este apelo no que tange a doutrinas que pregam valores do bem. Mas é necessário que caiamos na nossa mundana realidade. Neste conflito o que está em jogo,  é a distribuição de renda, é a manutenção de leis trabalhistas mais humanas, é a manutenção  da nossa autonomia não apenas economica, mas cultural. é a manutenção de políticas de compensação , se trata de acabar com leis de exclusão, reforçar  leis que ajam contra preconceitos,  que possibilitem a todos, com qualquer credo, cor, ou origem  étnica , ter os mesmos direitos ou opção pessoal e inalienável de vida. Se trata de políticas que construam ao final instituições que garantam os direitos dos cidadãos, que  respeitem os seus objetivos de fato, e não defendam apenas uma parcela da sociedade. Vemos no momento uma bancada religiosa investir contra direitos básicos e fundamentais de cidadãos, políticos de direita defendendo o fim de direitos trabalhistas, vendendo  fontes de renda que poderiam auxiliar milhoes de pessoas, vendendo o suor de tanto trabalho que nos deu a tecnologia do pre-sal,  Eu vejo  políticos pregando uma submissão . Eu vejo políticos defendendo monopolios da informação e da cultura e não acho que  possa haver conciliação nisto. eu vejo a justiça jogar fora o véu de sua cegueira, e agir com parcialidade. Caso com sua espiritualidade, voce consiga demovê-los eu serei o primeiro a dizer que eu errei. Mas não creio.

    Portanto meu amigo o seu apelo espiritual e sua crença no espiritismo é bem vinda, mas não é a resposta pois infelizmente, acho que nesta dicotomia, se tem que tomar uma posição. Acho inclusive que os preceitos de várias religiões, indicam claramente qual posição tomar.  Tomar uma posição, e reafirmá-la e colocá-la em debate, não é um mal  mas sim um bem. Seria falso no entanto acreditar na conciliação de inconcilíáveis,  ou de negar a contradição,  o que se precisa é criar uma nova síntese  a partir destes dois polos anti-teticos. 

    PS: Apesar das interpretações feitas por muitos religosos e gurus, a  física não vem evoluindo por causa da doutrina espírita. Deixe a mecânica quântica no mundo material.   E falo isto, mesmo  sabendo  da existência de muitos físicos espíritas e ou adeptos de outras religiões. Como disse , fisicos são apenas humanos e nas palavras de um poeta- Hay cosas que  ayudam a vivir. 

  2. Esquerda e Direita anteriormente à Revolução Francesa

    Venho aqui me manifestar tão somente sobre a seguinte afirmação do articulista: – Por que dura há tantos anos essa polarização surgida na Revolução Francesa?

    Na verdade, as diferenças entre esquerda e direita começaram bem antes, em Atenas, na Grécia Antiga.

    Quando surgiu a política e os partidos (parte da sociedade representada por um grupo), também surgiram as ideologias (à esquerda e à direita). Aqui se fala em partido como grupo de pessoas que defendem interesses materiais/econômicos de uma determinada classe (ou de mais de uma classe), cuja luta é justificada e organizada sob um conjunto mais ou menos coerente de ideias. Não se cogita aqui, ainda, em partido como pessoa jurídica (os primeiros partidos assim constituídos foram Whig e o Tory, na Inglaterra do séc. XVIII)

    Note-se que as disputas políticas no período histórico em agito (+ ou – 600 a.C.) giravam em torno da posse da terra. Com o crescimento da população e aumento da demanda de alimentos, a repartição coletiva restou desconstituída e as desigualdades sociais foram aprofundadas. Com isso, as terras mais férteis forma objeto de disputa.

    A sociedade ateniense, à época, era constituída pelas seguintes classes sociais: eupátridas (“bem-nascidos”), aristocracia rural proprietária das terras férteis; os georgóis (“agricultores”), pequenos proprietários rurais, que trabalhavam com seus familiares e produziam para a subsistência, dispunham das terras inférteis, sendo que muitos deles foram reduzidos à condição de servos e de escravos; os demiurgos, artesãos que viviam do próprio trabalho e do comércio marítimo no litoral, com situação de pouco conforto financeiro; e os thetas (“marginais”), trabalhadores braçais, camponeses, explorados economicamente, sem posses e sem direitos políticos.  Havia ainda os metecos, estamento formado por estrangeiros, geralmente comerciantes, que não tinham direitos políticos, bem como os escravos.

    Dentro desse quadro econômico, social e histórico em Atenas, seria adequado, grosso modo, afirmar que esquerda e direita, enquanto contrapontos políticos e ideologias (ainda que sem o emprego dessas nomenclaturas), já são avistados claramente, com atuação de três partidos: [1] à esquerda, o partido das montanhas, que defendia os georgóis e thetas; [2] à direita, o partido das planícies, formado pelos eupátridas; [3] e ao centro, o partido do litoral, representando pelos demiurgos.

  3. Começou em cima do muro…

    Falou, falou, falou – misturou baboseiras pseudo-religiosas – e, ao fim e ao cabo, continuou em cima do muro. Tenho lado e o defendo aguerridamente. Não adianta, porque jamais vou aceitar a defesa de tortura, racismo e preconceito. Na minha frente, não aceito quem defenda essas idéias reacionárias e pra lá de retrógradas. De mim, sempre ouvem poucas e boas.

  4. As divisões que criam os

    As divisões que criam os golpes, as guerras… quando deixamos de ser humanos para sermos petistas, esquerdistas, direitistas, psdbistas… começa a divisão, desunião e a guerra. A divisão é uma arma utilizada pelos poderosos para criar intriga e levar a população para onde desejam. Se fosse um evangélico fervoroso, diria que a divisão é a arma do capeta para dominar os seres humanos. Com a divisão através das religiões, ideologias, raças… Porque acham que eplodiu uma divisão racial nos EUA de repente quando um policial matou um homem negro? Isso é entretenimento para eles.. desvia o olhar do que estão fazendo no Oriente Médio! Os poderosos são tinhosos… e são tudo que o “capeta” gosta!

  5. Como não existe esquerda e direita?
    “A direita impôs seu modelo liberal renascido, marcado pela centralidade do mercado, do livre comercio, da precarização das relações de trabalho, do capital financeiro como hegemônico, do consumidor. Ao mesmo tempo da desqualificação das funções reguladores do Estado, das politicas redistributivas, da politica, dos partidos, dos direitos da cidadania

    A prioridade das políticas sociais ao invés da ênfase central nos ajustes fiscais. O resgate do Estado como indutor do crescimento econômico e garantia dos direitos sociais no lugar do Estado mínimo e da centralidade do mercado. O privilégio dos projetos de integração regional e do intercâmbio Sul-Sul e não dos Tratados de Livre Comércio com os Estados Unidos. Essas contraposição define os campos da esquerda e da direita realmente existentes na era neoliberal.

    Artigo completo:

    http://www.cartamaior.com.br/?/Blog/Blog-do-Emir/Ser-de-esquerda-na-era-neoliberal/2/29279

  6. Importante que uma autoridade seja publicada por aqui PostsdoDia

    A relação de crenças,de crenças políticas ou partidárias,com religiosidade é evidente[ já postei mais de uma vez por aki,pelos Posts do Dia ].É humano.Até as arengas,as brigas,as querelas,os inflamados discursos ou defesa de um lado,de outro ou outros,qndo a racionalidade vai pras cucuia pq afloram sentimentos,emoções.E fé é emoção.Acreditar é bom,por um lado, dá segurança à ou às pessoas,até se sentem,sentimo-nos mais seguros,potentes,importantes.Jorge Mautner fala disso [comba tente comunista não-ortodoxo ] e,pra fazer pose,numas poucas coisas q consigo ler e entender,Nietzsche tbém fala.

  7. E por que não unir, fundir o

    E por que não unir, fundir o que é bom dos dois lados – Direita e Esquerda – e criar um Brasil bom e justo para TODOS! E tornar o nosso País uma Pátria EXEMPLO para o Mundo.

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