Daniel Noboa assume a Presidência do Equador para mandato de 18 meses

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Eleito em outubro, Noboa cumpre o que resta de mandato de seu antecessor, Guilhermo Lasso. O vice-presidente Geraldo Alckmin esteve na posse

Daniel Noboa, novo presidente do Equador. Foto: Agência de Notícias da América Latina/Legion-Media

O jovem empresário Daniel Noboa Azín assumiu nesta quinta-feira (23) a presidência do Equador depois de vencer as eleições antecipadas, realizadas em 15 de outubro, para um mandato de apenas 18 meses, que encerrarão o período de governo que Guillermo Lasso iniciou em 2021.

“A tarefa é árdua e difícil, e os dias são poucos, vamos trabalhar e trabalhar. Viva o Equador!”, disse Noboa em seu primeiro discurso como presidente, no evento realizado na sede da Assembleia Nacional do país, em Quito.

Noboa, de 36 anos, se tornou o mais jovem presidente eleito da história do Equador, depois de Juan José Flores, o primeiro governante do período republicano, eleito em 1830, que assumiu o cargo antes de completar 30 anos.

“Muitos acreditam que juventude é sinônimo de ingenuidade, para mim é sinônimo de força. Força para superar os desafios que nos são impostos, porque é disso que o Equador precisa”, comentou em seu discurso no Parlamento.

Na cerimônia de posse em Quito, o único chefe de estado que compareceu foi Gustavo Petro, presidente da Colômbia. 

A ele se juntaram o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, o rpresentante de Honduras, Salvador Nasralla, bem como os chanceleres do Peru, Javier González-Olaechea, do Panamá, Janaina Tewaney, e do Haiti, Jean Victor Geneus.

Desafios e primeiras medidas

O jovem presidente, que integra o partido Ação Democrática Nacional (ADN), tem pela frente pelo menos três desafios prioritários, que herda de Lasso: a crescente violência que atinge o país sul-americano, que deverá terminar 2023 com uma taxa de homicídios acima de 35 por 100 mil habitantes. 

Também terá de lidar com um déficit fiscal, que o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que será de 5 milhões de dólares, o que representa perto de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), no final deste ano. Por fim, uma crise energética, que levou ao racionamento de energia elétrica.

A este respeito, durante o seu discurso no Parlamento, disse acreditar num Estado cujo primeiro objetivo é “reduzir a violência” e “transformar o progresso num hábito”.

Estado de Exceção 

Anteriormente, Noboa tinha anunciado que iniciaria o seu mandato com a declaração do estado de exceção. Valentina Centeno, chefe da bancada da ADN no Parlamento, comentou que esta medida seria aplicada devido à situação econômica e “à crise que o país atravessa a todos os níveis”.

“No estado de exceção podem ser apresentados dois projetos de lei ao mesmo tempo”, explicou Noboa ao dizer que já há dois projetos de lei ligados à área econômica que precisam tramitar com urgência.

Estes dois projetos, que serão enviados à Assembleia Nacional para tramitação, são uma reforma fiscal e uma reforma energética.

Noboa destacou que a reforma tributária servirá para gerar empregos jovens, principalmente; enquanto o setor energético terá como objetivo “acabar com os apagões” registrados desde o final de outubro.

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Renato Santana

Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.

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