O jovem empresário Daniel Noboa Azín assumiu nesta quinta-feira (23) a presidência do Equador depois de vencer as eleições antecipadas, realizadas em 15 de outubro, para um mandato de apenas 18 meses, que encerrarão o período de governo que Guillermo Lasso iniciou em 2021.
“A tarefa é árdua e difícil, e os dias são poucos, vamos trabalhar e trabalhar. Viva o Equador!”, disse Noboa em seu primeiro discurso como presidente, no evento realizado na sede da Assembleia Nacional do país, em Quito.
Noboa, de 36 anos, se tornou o mais jovem presidente eleito da história do Equador, depois de Juan José Flores, o primeiro governante do período republicano, eleito em 1830, que assumiu o cargo antes de completar 30 anos.
“Muitos acreditam que juventude é sinônimo de ingenuidade, para mim é sinônimo de força. Força para superar os desafios que nos são impostos, porque é disso que o Equador precisa”, comentou em seu discurso no Parlamento.
Na cerimônia de posse em Quito, o único chefe de estado que compareceu foi Gustavo Petro, presidente da Colômbia.
A ele se juntaram o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, o rpresentante de Honduras, Salvador Nasralla, bem como os chanceleres do Peru, Javier González-Olaechea, do Panamá, Janaina Tewaney, e do Haiti, Jean Victor Geneus.
Desafios e primeiras medidas
O jovem presidente, que integra o partido Ação Democrática Nacional (ADN), tem pela frente pelo menos três desafios prioritários, que herda de Lasso: a crescente violência que atinge o país sul-americano, que deverá terminar 2023 com uma taxa de homicídios acima de 35 por 100 mil habitantes.
Também terá de lidar com um déficit fiscal, que o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que será de 5 milhões de dólares, o que representa perto de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), no final deste ano. Por fim, uma crise energética, que levou ao racionamento de energia elétrica.
A este respeito, durante o seu discurso no Parlamento, disse acreditar num Estado cujo primeiro objetivo é “reduzir a violência” e “transformar o progresso num hábito”.
Estado de Exceção
Anteriormente, Noboa tinha anunciado que iniciaria o seu mandato com a declaração do estado de exceção. Valentina Centeno, chefe da bancada da ADN no Parlamento, comentou que esta medida seria aplicada devido à situação econômica e “à crise que o país atravessa a todos os níveis”.
“No estado de exceção podem ser apresentados dois projetos de lei ao mesmo tempo”, explicou Noboa ao dizer que já há dois projetos de lei ligados à área econômica que precisam tramitar com urgência.
Estes dois projetos, que serão enviados à Assembleia Nacional para tramitação, são uma reforma fiscal e uma reforma energética.
Noboa destacou que a reforma tributária servirá para gerar empregos jovens, principalmente; enquanto o setor energético terá como objetivo “acabar com os apagões” registrados desde o final de outubro.
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