Debate na Band – 26/08/2014

 Dilma foi bem no debate de ontem à noite, mas isso pouco importa, isso é só a minha opinião. Hoje de manhã, os jornais tucanos já mostram sua versão manipuladora ao brasileiro que dormiu mais cedo ou que ficou grudado na novela global. Aécio apenas confirmou sua tendência minguante. Marina, por sua vez, mostrou um discurso genérico, a terceira via que pretende governar com a primeira e a segunda. É o “novo” que dá as mãos para “os bons”.

As alianças, reconheçamos, são terríveis e envolvem todos os grandes partidos. Constituem o panorama rasteiro de nossa frágil democracia de coalizão. A reforma política não avançou – e nem avançará – no Congresso. O excelente projeto sobre o assunto, relatado pelo deputado Henrique Fontana (PT), está travado na Câmara. Dilma propôs, então, um plebiscito, mas a mídia caiu de pau e o chamou de bolivariano.

Na minha modesta opinião, o mais grave disso tudo é que figuras graúdas do sistema financeiro não apenas apoiam, mas ESCREVEM os programas de candidatos. Banqueiros que enriqueceram com o plano Real (André Lara Resende – Matrix), banqueiros que já trabalharam com mega-especuladores (Armínio Fraga – George Soros) e banqueiros com dívidas na casa de R$ 18 bilhões com a Receita Federal (Neca Setúbal – Itaú) ELABORAM os planos econômicos de Marina e Aécio. Se é para renovar e esquecer os avanços do petismo, fiquemos então com a quarta via de Luciana e Eduardo Jorge, pelo menos estes ainda não foram contaminados. Ainda.

Marina, essa aposta mais do que temerária, é aquela que chama Chico Mendes de elite, fazendo-o sangrar ainda mais no túmulo. Enquanto isso, o seu programa econômico vai sendo elaborado pelos tais banqueiros interessados na independência do BC. Um poço de contradições, um balão inflado que deverá murchar à medida em que sua falta de consistência fique visível. Assim espero. Espero que dê tempo para descontruí-la, mas convém não esquecer que o processo de desconstrução de um mito pode demorar. Os frutos amargos da artilharia contra Lula e Dilma começam a vicejar somente agora, mais de dez anos depois de iniciada a carga. E foi feito por profissionais.

O antipetismo virou uma doença. O vírus desse ódio doentio é inoculado diariamente pela mídia. Os ecos de 1954 e 1964 reverberam, espalhados com o bafo do preconceito e do egoísmo. Odeia-se com base em chavões quase pueris. O PT tem muitos defeitos, fez alianças esdrúxulas, tem seus carrapatos, mas em termos de organização e compromisso com a redução da desigualdade (o maior drama brasileiro), está muito à frente dos demais. O PT tem o que mostrar, tanto na área social quanto na reconstrução material do país. Se os eleitores preferirem não dar valor a essas conquistas, se o projeto de soberania e independência for considerado apenas propaganda enganosa, fazer o quê?

 

 

Redação

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