Deputado do castelo ganha cargo em Minas e Anastasia minimiza

 

Edmar Moreira assumiu cargo de comando em empresa vinculada à Secretaria da Fazenda. Vereador cassado também foi contemplado

Denise Motta, iG Minas Gerais | 13/04/2011 16:57

O governo de Antonio Anastasia (PSDB) indicou ao menos dois nomes controversos para assumir cargos de chefia em empresas e órgãos ligados ao Estado. O tucano deu espaço em sua gestão para o ex-deputado federal Edmar Moreira, que ganhou fama nacional após suspeitas de não ter declarado um castelo avaliado em R$ 25 milhões em São João Nepomuceno, a 300 quilômetros de Belo Horizonte. Moreira foi nomeado para o cargo de diretor executivo na empresa estatal Minas Gerais Participações (MGI), com salário mensal de R$ 11 mil.

A MGI tem como objetivo participar na formação acionária de empresas em Minas. Destaca-se a participação dela na expansão da Helibras, fábrica de helicópteros em Itajubá, no Sul de Minas Gerais. Por meio da MGI, o governo de Minas detém 25% das ações da Helibras.

Indicado por seu partido, o PR, para compor os quadros de livre nomeação da MGI, o nome de Moreira passou por aprovação do conselho de administração da empresa, comandado por Leonardo Colombini.

Sobre a nomeação de Moreira, o governador Antonio Anastasia (PSDB) disse nesta quarta-feira (13) que “o procedimento foi cumprido de acordo com a legislação e o objetivo agora é continuar governando bem, com tranquilidade e serenidade”.

Vereador cassado e com cargo

Em outro caso, o governo de Minas Gerais promete rever a nomeação do ex-vereador de Belo Horizonte Wellington Magalhães (PMN) para a vice-diretora-geral da Administração de Estádios do Estado de Minas Gerais (Ademg). Pelo cargo, Magalhães recebe R$ 7 mil mensais dos cofres públicos. A cassação do mandato de vereador de Magalhães, por abuso de poder econômico nas eleições de 2008, foi confirmada na noite de ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) .

A assessoria de imprensa do governo informou que “quando for publicada a decisão (de cassação do mandato de Magalhães), o setor jurídico do governo irá analisar o caso e irá cumprir fielmente a Constituição do Estado”. Questionado sobre a nomeação de Magalhães no mês passado, o governador disse que “o Tribunal Superior Eleitoral o absolveu” das acusações – o que acabou não se confirmando.

O ex-vereador foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) em 2010 por acusação do Ministério Público Estadual de ter financiado alimentação de pessoas carentes em uma casa de assistência social para conseguir votos, em 2008. Agora, a decisão foi confirmada pelo TSE.

Oposição

As nomeações polêmicas de Anastasia atiçaram a oposição na Assembleia e até o nome do senadorAécio Neves (PSDB-MG) foi envolvido nos casos.

“O senador Aécio critica que o PT faz governo para a companheirada. E o Anastasia faz um acerto político para o projeto político do Aécio em 2014. Minas Gerais está pagando a conta de uma aventura aecista. Anatasia tem que desvencilhar-se deste fardo que o Aécio colocou nas costas dele, que cabe até castelo”, ironizou o líder do bloco de oposição, “Minas sem Censura”, deputado estadual Rogério Correia (PT). Aécio, ex-governador de Minas, não foi encontrado para comentar as declarações de Correia.

http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/deputado+do+castelo+ganha+c…

 

Após repercussão, Edmar Moreira deixa diretoria de estatal mineira

Ex-deputado, que ficou conhecido por construir um castelo em Minas, foi nomeado para receber um salário mensal de R$ 11 mil

Denise Motta, iG Minas Gerais | 15/04/2011 16:43

Conhecido nacionalmente por ter construído um castelo em São João Nepomuceno, a 300 quilômetros de Belo Horizonte, o ex-deputado federal Edmar Moreira irá deixar o cargo de diretor na MGI Participações, estatal de Minas Gerais. A saída do político ocorre logo após a repercussão de sua nomeação, há cerca de duas semanas, para participar na formação acionária de empresas no Estado. No cargo, o ex-deputado receberia um salário mensal de R$ 11 mil.

A assessoria de imprensa do governador Antonio Anastasia (PSDB), que antes divulgou que a nomeação do ex-deputado teria acontecido por indicação do PR (partido da base governista), não explicou se Moreira pediu para sair ou foi demitido. 

Além de Moreira, o governo Anastasia sofreu outra baixa. O ex-vereador Wellington Magalhães (PTN) deixa a vice-diretoria da Administração de Estádios do Estado de Minas Gerais (Ademg). Neste caso, ficou claro que foi o próprio político quem pediu para deixar o cargo.

Magalhães teve o mandato cassado no ano passado, por abuso de poder econômico durante as eleições de 2008. Na última terça-feira (12), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou a sua cassação. O governo Anastasia divulgou que iria analisar o caso após publicação da decisão do TSE. Em Minas Gerais há uma lei que proíbe a nomeação de pessoas com condenações judiciais. Em entrevistas, Anastasia chegou a defender as nomeações de Moreira e Wellington, sob argumento de que os processos cumpriram a lei.

 

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador