Eduardo Bolsonaro reconhece Lula, consola seguidores e projeta disputa em 2026 com “outra conotação” no TSE

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

"Em 2026, quem do STF vai estar no TSE? Até onde me falaram, Kássio Nunes e André Mendonça", disse ele, animado

Em sua primeira live no Instagram em 2023, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, disse que o ex-presidente viajou aos Estados Unidos para “esfriar a cabeça” e “resenhar a vida” após a derrota para Lula. Eduardo ainda sinalizou que Jair, se não for preso ou declarado inelegível, disputará a eleição presidencial em 2026, quando haverá, segundo ele, uma “outra conotação” no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ainda que indiretamente, a fala de Eduardo Bolsonaro na live reconhece a vitória e a posse de Lula (PT). O deputado tentou, por vezes, consolar os seguidores frustrados e levantar a moral da tropa, orientando que o caminho, agora, é fazer oposição ao governo petista.

Eduardo passou a falar do resultado da eleição de 2022 e do status emocional de Jair Bolsonaro quando seus seguidores no Instagram perguntaram se “ainda é possível ter esperanças” de tirar o PT do poder, e também “como está” o ex-presidente.

“Esperança sempre há. Em 2026, quem do STF vai estar no TSE? Até onde me falaram, Kássio Nunes e André Mendonça [que foram indicados por Jair Bolsonaro]. Eu acho que isso daí já dá um outro tipo de conotação, [diferente] do que o TSE julgou nesta eleição”, respondeu Eduardo.

Um novo TSE?

O parlamentar reclamou que, em sua visão, a disputa entre Jair e Lula em 2022 não foi equilibrada, pois o TSE tomou decisões que, em sua opinião, favoreceram a vitória do petista.

Além disso, Eduardo invocou a narrativa de que o sistema eleitoral brasileiro precisa ser “aperfeiçoado”, e defendeu o voto impresso.

“Bolsonaro teve 150 mil inserções a menos na rádio [e o TSE julgou a reclamação improcedente]. Acho que isso tende a não acontecer novamente [em 2026]. E tem que ser trabalhada a forma de aperfeiçoar nossa urna”.

O retorno em 2026

Momentos antes de encerrar a live, Eduardo voltou a ser questionado diretamente sobre Jair concorrer ao Planalto em 2026. O deputado, então, respondeu que não é possível cravar o futuro porque o pai poderá ser preso ou impedido de concorrer.

“Eu não falo pelo presidente, tem que deixar a água correr por debaixo dessa ponte. O PT já apresentou várias ações de inelegibilidade.”

Numa tentativa de vacinar os seguidores, Eduardo não descartou a possibilidade de Jair ser preso porque, segundo ele, a prisão faz parte da “cartilha comunista” dos governos de esquerda para afastar seus opositores.

A viagem de Bolsonaro

Sobre a situação de Jair Bolsonaro, Eduardo respondeu que o pai está “bem de saúde”, que a inflamação na perna melhorou e que ele viajou aos Estados Unidos para “esfriar a cabeça” e “redesenhar a vida”.

“Tá lá nos EUA. Acho bacana, fico feliz de ter visto que ele foi bem recepcionado, o pessoal dando valor, batendo foto com ele. (….) Ele precisa ter um momento desse, como todo mundo que dá uma guinada na vida, para redesenhar a vida, esfriar a cabeça”, defendeu o deputado. “Em breve, ele estará de volta”, disse.

Como superar Lula

Ao seguidores que pediram uma orientação sobre como seguir com a vida após a posse de Lula, Eduardo Bolsonaro respondeu que é preciso continuar resistindo, fazendo críticas e se organizar.

Para ele, o bolsonarismo sai forte da eleição de 2022 porque, apesar da derrota de Jair, o grupo agora conta conta com canais e influenciadores de direita, “emissoras declaradamente de direita”, “ONGs”, “think tanks de direita” e movimentos conservadores organizados, além de uma bancada relativamente expressiva no Congresso.

Armas e Lula

Durante a live, Eduardo também falou sobre os decretos que Lula assinou no primeiro dia de posse, para frear o armamento da população.

Eduardo Bolsonaro criticou especialmente as mudanças nos preços das munições e disse que vai apresentar à Câmara um projeto de lei para sustar os efeitos das medidas assinadas por Lula.

Assista à live aqui.

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador