Em 1962, Brasil perdia Pelé durante a Copa; Amarildo assumiu a vaga

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

Amarildo abraça Pelé, depois da conquista do Mundial no Chile, em 1962

Em 1962, durante a campanha do bicampeonato mundial, o Brasil também perdeu um dos seus grandes astros. Pelé se contundiu durante o jogo contra a Tchecoslováquia, na segunda partida da Copa. O rei sofreu um estiramento muscular que o impediu de voltar aos gramados durante a Copa do Chile. Amarildo, ponta-esquerda do Botafogo-RJ, foi o substituto de Pelé.

O Brasil se recuperou da tragédia com uma brilhante atuação da dupla botafoguense Garrincha e Amarildo. Em sua primeira partida, Amarildo fez uma grande atuação, marcando os dois gols do Brasil na vitória contra a Espanha. Amarildo ainda marcou o primeiro gol do título do Brasil na final contra a Tchecoslováquia.

O jornalista Orlando Duarte, comentarista das rádios EBC, relembra o momento: “Quando ele se contundiu, inteligentemente a Comissão Técnica do Brasil não disse que Pelé não ia jogar. Todo o tratamento foi sendo feito, o Brasil foi levando e teve a sorte de entrar o Amarildo, que era conhecido como Possesso. Ele foi perfeito, graças às atuações maravilhosas do Garrincha.”

Garrincha foi a estrela da seleção naquela Copa, encantando o mundo com seus dribles desconcertantes. O “Mané” foi um dos artilheiros da seleção, ao lado de Vavá, com quatro gols durante o torneio. Um lance curioso daquela Copa foi a expulsão de Garrincha na semifinal contra a seleção anfitriã, o Chile. Embora não pudesse atuar no jogo seguinte, por uma ação de bastidores da Confederação Brasileira de Desportos (que se transformaria em CBF), o nome de Garrincha não apareceu na súmula da partida, permitindo a presença do craque na final.

Em 1970, Brasil vencia o Peru pelas quartas de final da Copa

Após a Copa, Amarildo foi jogar na Itália, atuando pelo Milan, Fiorentina e Roma, entre 1963 e 1972. Em 1974, encerrou sua carreira de atleta jogando pelo Vasco da Gama.

Com a contusão de Neymar, o técnico Felipão terá de buscar em seus convocados os novos Garrincha e Amarildo para que o Brasil conquiste o hexacampeonato.

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

23 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. E em 1966, Pelé foi criminosamente caçado

    No video abaixo pode se ver como Pelé foi caçado durante o jogo e no 1M30s está a falta que tirou o rei da copa.

    http://www.youtube.com/watch?v=9OtnR06Z3EY

    A falta irresponsável que tirou Neymar do mundial é consequência da tolerância cúmplice da FIFA. Falta de aviso não foi, falta de advertências e reclamações pelos brasileiros, também não foi.  Está cada vez mais claro que não é interesse da entidade máxima e federações européias, bem como sua imprensa, ver o Brasil hexacampeão.

    Em 1966 igualmente havia o medo de um terceiro título para o Brasil. A orientação dada pela FIFA aos juízes foi deixar a bola “correr” nos jogos daquela copa. Uma ordem sem intenções aparentes, o objetivo, contudo, era exatamente evitar com violência que equipes técnicas, como a brasileira, pudessem fazer seu jogo e procurava favorecer o futebol-força europeu. Não por acaso a final foi entre Inglaterra e Alemanha.

    Pelé, o grande astro brasileiro, foi da mesma forma que Neymar, caçado e no jogo contra Portugal agredido em um lance criminoso quando, atingido por um português, ainda se levanta e continua com a bola, quando é safanado pela segunda vez consecutiva e não levanta mais. Saiu da copa.  O jogador português sequer foi advertido.

     

  2. 0 escândalo é a falta de indignação

    Depois do carnaval diante da mordida de Suarez, observadores silenciam diante da agressão criminosa contra Neymar

    Paulo Moreira Leite – Revista IstoÉ

     

    O aspecto mais chocante da contusão que deixará Neymar fora da Copa é a falta de indignação.

     A joelhada de Zuñiga aos 41 minutos do segundo tempo foi um ato  desleal e deliberado. Atacando sua vítima por trás, Zuñiga empurrou a cabeça de Neymar com a mão direita, para que o tronco ficasse encurvado e a espinha dorsal, mais exposta.

    Se Neymar tivesse sido atingido algumas vértebras acima, o dano seria muito grave e é bom nem pensar nas consequências para o futuro do jogador. Mesmo assim, uma vértebra foi fraturada – o que dá uma ideia da violência que atingiu Neymar.

     Zuñiga não foi expulso. Nem recebeu cartão amarelo. 

    A agressão, brutal, foi tratada como uma agressão normal de jogo, embora tivesse produzido uma lesão muito mais grave do que a mordida do uruguaio Luis Suárez no ombro do italiano Chiellini.

    Olha só: embora tenha sido um ato de uma pessoa psicologicamente perturbada, o que é sempre um atenuante num caso como este, a mordida de Suárez lhe valeu a suspensão por nove partidas da FIFA. Até Chiellini achou um exagero.

    A reação diante da violência contra Neymar, o maior jogador brasileiro, a estrela número 2 da Copa depois do argentino Messi, foi a passividade. Essa é a mensagem. 

    É curioso imaginar por que não se fez um escândalo, nem no momento da agressão nem depois. Ficou tudo na normalidade.

    O juiz Carlos Velazco Carballo será punido? E Zuñiga? Nada. A maior crítica que li nos jornais, hoje, foi um comentário dizendo que sua entrada foi “maldosa.” Fraco, hein?

    Será que a Comissão de Arbritragem da FIFA irá se manifestar contra Carballo? Quem está pedindo? Quem exige?

    Dá para entender o recado enviado aos árbritos das próximas partidas do Brasil, certo?

    Essa reação compreensiva – digamos assim — encobre um movimento que não ousa se mostrar por inteiro. Estou falando da torcida contra a Copa.

    Derrotados fora de campo, quando se comprovou que a Copa era um sucesso nacional e internacional, e que a maioria dos meios de comunicação havia embarcado numa Escola Base em nível federal, testemunhada por 200 milhões de brasileiros, essa turma foi obrigada a guardar as energias negativas para o que acontece nos gramados.

    Não vamos negar: a possibilidade, real, do Brasil sair campeão  deixa essa turma em pânico.

    Seu movimento mental é semelhante ao discurso de Carlos Lacerda contra Juscelino Kubisctheck nas eleições de 1955, quando ele dizia: JK não pode candidatar-se; se sair candidato, não pode vencer; se vencer, não será empossado. Na Copa de 2014, o raciocínio é o mesmo. Não podia haver Copa. Como ela aconteceu, deve ser ruim. E se não foi ruim, o Brasil não pode vencer.  

     Por isso ficaram muito indignados com o penalti (duvidoso, no mínimo) em cima de Fred no jogo do VNTC contra a Croácia. Mostraram-se generosos quando a Holanda foi beneficiada num lance parecido. Acharam normal. O silêncio diante da omissão absurda de Carballo é parte dessa postura. 

      Nas rodadas finais do Mundial, a turma do “Não vai ter Copa” aposta suas últimas esperanças numa derrota da Seleção.

    Exibe sorrisos amarelos a cada vitória dos meninos. Ontem, quando ficou garantido que, na pior das hipóteses, a Seleção Brasileira terá direito a disputar uma medalha de bronze, o que ninguém espera mas está longe de ser aquele fiasco anunciado, a ausência de Neymar tornou-se a esperança silenciosa desse pessoal que, nos últimos dias, tentava inutilmente jogar nas costas da “Copa” e do “PAC” a tragédia numa obra de infraestrutura de Belo Horizonte, licitada e administrada pela prefeitura de um aliado da oposição.

     A joelhada de Zuñiga foi um ato canalha. Mas o jogo fora do campo é muito pior e desleal, vamos combinar. 

    1. Zuñiga não será punido,

      Zuñiga não será punido, porque tornou-se o herói – oculto in pectore – dos que, por cálculo político-eleitoral, torcem contra a Copa, e que têm enorme poder, mas não têm a coragem de explicitar seu íntimo desejo.

  3. É, parece que sem Neymar,

    É, parece que sem Neymar, para a batalha decisiva da terça-feira, 08 de julho, estamos cercados pelos alemães, comandados pelo marechal-de- campo, Joachim “von Paulus” Löw. E estão dizendo que o nome atual do Mineirão das Alterosas é Stalingrado. Muitos gostam de referir-se algo pejorativamente ao nosso treinador como o sargento Felipão. Logo veremos que o nosso sargentão é, na verdade, um general Jukov redivivo, e que, neste momento, se encontra envolvido na preparação, montagem e execução da nossa Operação Urano, para envolver num circulo de fogo os que nos cercam no Mineirão-Stalingrado, e empurrá-los de volta a Berlim.

      1. Ué, perguntar ofende? Cadê o Amarildo?

        Pelas reações negativas, eu vejo que há uma ala petista doida para esconder o Caso Amarildo. São os petistas que acham o cabralzinho a ultima bolacha do pacote, são as viúvas dispostas a se atirarem ao túmulo desse escroto defunto, da “base aliada”. O petismo se acha na obrigação de se aliar na escrotidão e chafurda na sua decadência, faz questão de se identificar com os seus podres aliados.

        1. Por que os almeidinhas da vida

          Para tudo, tem jogar no nome do PT! Até o Arruda agora declarou que sua corrupção foi culpa do PT. A falta de argumento e excesso de energumetros que misturam futebol, violência brasileira e política que faz aparecer expontaneamente estupidez assim!

  4.  
    Post infeliz e explico.
     

     

    Post infeliz e explico.

      Escale a seleção de 62 e a de hoje sem Pelé e Neymar,posição por posição.

    Em qual posição a de hoje ganha da 62?

           Sempre considerando que Garrincha valia por uns 75 por cento do TIME INTEIRO de hoje.

              Cada uma…..

  5. Aquela seleção de 62 tinha

    Aquela seleção de 62 tinha GARRINCHA, ZITO, DIDI, VAVÁ, ZAGALO (todos campeões de 58) e o Amarildo foi só mais um a entrar.

    Hoje a Seleção tem fred,hulk,oscar e quem entrar tem que ser TUDO nesta seleção…

     

  6. Tudo dominado

    Brasil passa fácil pela Alemanha na terça. Com mais um meia, vai começar a sobrar bola redondo pra Fred (até agora era só tijolo) e ele vai colocar pra dentro. Brasil 3 x 1 alemanha+globo+folha+PIG. 

    Que venha o vice do confronto entre holanda e argentina.

    1. Resposta

      Olá meu caro midiota. Seu mórbido comentário só demonstra o quanto de ódio insensato você guarda no peito. Vergonosos a sua psotura e o seu post;;

      Boa tarde

  7.  
    A grande pergunta:
     Quem é

     

    A grande pergunta:

     Quem é o pior comentarista da Copa?

    Roberto Carlos ou Roger Flores?

      Não vale NETO, porque esse ganha de goleada.

  8. Entrevistaram o Amarildo e

    Entrevistaram o Amarildo e perguntaram a ele quem seria o Amarildo de hoje na seleção.

    Segundo ele, o Amarildo de hoje não foi convocado que seria o Robinho.

    Também não temos um Garrincha, que na falta do Pelé, jogou pelos dois.

  9.  “Amarildo, ponta-esquerda do

     “Amarildo, ponta-esquerda do Botafogo-RJ, foi o substituto de Pelé.”

    O “Possesso” não era o ponta esquerda do Fogão. Nosso ponteiro neste lado do campo era Zagalo. O alvinegro jogava no esquema 4-3-3 com o ponta recuado, no caso Zagalo. Amarido era atacante, fazia dupla com Quarentinha. Com a entrada dele o ataque do glorioso passou a ser o da seleção. Lembrando que ainda tinhamos no time titular Didi e Nilton Santos.

    Na Copa de 70, o ataque botafoguense foi todo convocado: Rogério, Jairzinho, Roberto e Paulo Cesar Cajú. Rogério era o titular até se lesionar e ser desligado com o time em território mexicano. Para seu lugar, Zagalo convocou um terceiro goleiro, Leão. No time titular entrou  o “Furacão da Copa”, Jairzinho. 

    Para manter a tradição, temos dessa vez o goleiro Jefferson. A presença do goleirão é garantia de sucesso. Ganharemos esta Copa de maneira épica, inesquecível.

  10. NÃO PODE HAVER CONVOCAÇÃO DE SUBSTITUTO?

    Não vi, em nenhum lugar, nada sobre eventual possibilidade de convocação de outro jogador para suprir a ausência de Neymar. Na copa de 1962, Pelé sofreu contusão que o impediu de continuar na competição e foi substituído por Amarildo, que contribui bastante para a conquista do título naquela copa. Imagino que o regulamento atual deve permitir a substituição de atleta nesta situação. Acho estranho que não tenha sido divulgado nenhum comentário sobre a possibilidade da referida substituição, nem sobre eventual impossibilidade neste caso. Não entendo o motivo do silêncio. Inclusive porque talvez fosse recomendável convocar alguém tipo um Ronaldinho Gaúcho, para termos mais opções no esquema tático de ataque, e também para reforçar o espírito de equipe e melhorar a eficiência dos passes.

    Em tempo, estimo melhoras para o Neymar e faço votos de que ele tenha um restabelecimento rápido e pleno.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador