Erros de Dilma, Lula e PT ameaçam projeto político, por Kennedy Alencar

Do blog de Kennedy Alencar  

Ex-presidente já se preocupa em defender legado político

Kennedy Alencar

O ex-presidente Lula tem consciência de que o fracasso do governo Dilma tende a inviabilizar a sua eventual candidatura à Presidência em 2018. Ele também está preocupado com o crescente desgaste do PT, que virou uma espécie de “Geni”. Razão: no cada vez mais provável cenário de alternância de poder daqui a quatro anos, sua herança política poderá ser desconstruída.

Diante da dura realidade, a única saída pública que Lula encontrou foi defender o governo Dilma, apontar alguns erros da sucessora e criticar os opositores e a imprensa. Esse roteiro foi seguido à risca, na quarta-feira, num evento partidário em São Paulo: em meio a alfinetadas nos tucanos e na mídia, o ex-presidente fez uma defesa enfática do PT, do governo e de Dilma Rousseff.

No entanto, convém lembrar que a oposição e a imprensa não inventaram o escândalo da Lava Jato nem foram responsáveis pela política econômica desastrada do primeiro mandato de Dilma.

O que Lula está fazendo deve ser entendido no contexto do debate político para tentar salvar o seu legado na Presidência e impedir que o PT definhe como uma das principais forças partidárias do Brasil. Carismático, está cumprindo o seu papel de líder inconteste de um campo de forças. É a política como ela é.

Apesar da versão lulista para o público, existe uma outra apresentada nos bastidores. Reservadamente, o ex-presidente faz críticas duras à sucessora. A primeira delas é dizer que a presidente não consegue admitir erros, um pressuposto para a correção de rota. Na quarta, ele afirmou que foi um equívoco a presidente ter segurado o reajuste dos preços dos combustíveis. Mas foi só um aperitivo do que realmente pensa.

O ex-presidente também está careca de ouvir de empresários, ministros e ex-ministros de Dilma que a presidente se comporta, com frequência, como alguém que só tem lições a ensinar e pouca disposição para a dialogar. É aquela frase lulista que já ficou famosa no noticiário: “Ela não escuta”.

Recentemente, chegou ao conhecimento do ex-presidente um episódio no qual um ministro do PMDB sugeriu que Dilma levasse a sério a possibilidade de reduzir o número de ministérios, como forma simbólica de sinalizar que o governo também estaria fazendo a sua cota de sacrifício e não apenas cobrando da sociedade sangue, suor e lágrimas.

De acordo com a versão do ministro, Dilma arremessou um calhamaço sobre a mesa e pediu, com rispidez, que o auxiliar apontasse quais pastas ele cortaria. E não deu o menor espaço para debater o tema a sério.

Outra história clássica sobre a presidente é a pergunta retórica que ela faz aos ministros e assessores quando se sente questionada a respeito de alguma decisão.

Ao longo dos anos, Dilma recorreu diversas vezes a essa fórmula para justificar o uso político da Petrobras a fim de controlar a inflação. A pergunta é a seguinte: “Quantos votos você recebeu? Eu tive mais de 50 milhões de votos…”. Daí em diante, o interlocutor ouve um sermão. No caso da maior estatal brasileira, a presidente chegava a emendar: “Eu sou presidente da República. Não sou presidente da Petrobras.” Discussão encerrada.

A atitude de quem parece se julgar dona dos votos e do governo incomoda Lula e o PT. Petistas costumam dizer que a presidente deveria ter a humildade de reconhecer que os votos não são dela, mas de um projeto que aplicou políticas públicas que mudaram o Brasil e melhoraram a vida dos mais pobres.

Em 2010, Dilma nunca havia disputado um cargo eletivo. Chegou ao Palácio do Planalto devido ao prestígio de Lula e das políticas públicas do PT, para as quais, diga-se, ela contribuiu bastante como ministra. Lula sempre fala que, como chefe da Casa Civil, não havia quem cumprisse ordens melhor do que a atual presidente.

Na reeleição, em 2014, Dilma quase perdeu a Presidência devido aos erros na economia e na política. Bateu o desespero no primeiro turno, quando houve a onda Marina Silva, e também na segunda etapa, no momento em que Aécio Neves esteve à frente nas pesquisas.

Mais uma vez, Lula foi chamado a entrar em campo. Queimou capital político e pessoal, porque atacou Aécio, com quem tinha bom relacionamento. Ficou na conta de Lula a estratégia de enfrentar Marina com dureza. O ex-presidente resolveu a partida a favor de Dilma _afinal, ele não tinha mesmo alternativa.

Na formação de governo, Lula indicou Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, para ministro da Fazenda. Trabuco não topou, e Dilma e Aloizio Mercadante recorreram a Joaquim Levy, que acabou aprovado por Lula. Foi a decisão mais acertada da presidente na montagem do novo ministério.

Para registro histórico, Lula aconselhou Dilma a substituir Guido Mantega logo após as manifestações de junho e julho de 2013. Mas a presidente manteve o então ministro da Fazenda usando um argumento que hoje parece frágil: demitir Mantega seria admitir um fracasso que enfraqueceria Dilma e o governo.

É irônico que a política econômica deste segundo mandato seja exatamente a confissão do fracasso dessa “nova matriz macroeconômica” aplicada entre 2011 e 2014 pelo trio Dilma, Mantega e Arno Augustin, o ex-secretário do Tesouro que abusou das maquiagens e pedaladas para fechar, de mentirinha, as contas públicas.

Em fevereiro de 2015, o Brasil teve o pior resultado do Tesouro desde 1997 porque Joaquim Levy parou de pedalar e maquiar. O ministro da Fazenda não postergou gastos porque considerou isso “importante para manter a economia funcionando”. O “ortodoxo” Levy agiu de modo mais “desenvolvimentista” do que o antecessor.

Dilma, Mantega e Augustin praticaram uma política fiscal irresponsável no primeiro mandato. Hoje, o país sobe juros para combater uma inflação alta num cenário de recessão à vista, aplicando um duro ajuste porque precisa recuperar a credibilidade fiscal que já havia conquistado em 2004. É dose pra leão.

Na política, Dilma cometeu todos os erros que poderia em relação ao PMDB. Isolou o vice-presidente da República, Michel Temer, um político hábil no manejo com o Congresso. Criou uma crise permanente com os peemedebistas a partir da reforma ministerial que se arrastou por meses na virada de 2013 para 2014. A teimosia de Dilma pavimentou o caminho de Eduardo Cunha rumo à presidência da Câmara. Na campanha à reeleição, praticamente metade do PMDB abandonou a petista e desejava a vitória do tucano Aécio Neves.

Dilma foi reeleita apesar dos seus erros.

Mais uma vez, Lula e as políticas públicas do PT fizeram a diferença. Imaginar que os 54 milhões de votos são dela é flertar com uma mescla de irrealismo com arrogância. Os votos pertencem a um projeto político que ameaça ser varrido do mapa por erros de Dilma e do próprio PT, que se confundiu com a corrupção no mensalão e na Lava Jato. E também por equívocos de Lula, que escolheu Dilma como sucessora e tem a sua cota de responsabilidade nos escândalos políticos que assombram a atual administração e acuam uma presidente honesta, que tem o genuíno desejo de acertar, mas nem sempre da maneira mais efetiva.

Seria mais produtivo parar de culpar a crise econômica internacional, a falta de chuva, os aliados rebeldes, a oposição golpista, a imprensa parcial e tentar entender como o governo petista conseguiu a façanha de ostentar apenas 12% de índice de ótimo/bom e alcançar 64% de ruim/péssimo, como acabou de aferir a última pesquisa CNI/Ibope. Essa reflexão precisa ser feita por Dilma, mas também por Lula e o PT.

Redação

47 Comentários

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  1. Analista Político Sério

    Kennedy Alencar se destaca, dentre os analistas políticos. Enquanto uma parte faz o discurso do ódio, aparelhado pelo PSDB, e outros do PT parecem uma torcida organizada, esse jornalista faz trabalho sério e profissional, ao estilo de um Villas-Boas Corrêa ou de um Castelo Branco de antigamente. Fosse naquela época e ele seria um bom jornalista. No baixo nível de hoje, ele é excelente. A presidente deveria ler suas colunas.

  2. Mas um jornalista espírita.

    Mas um jornalista espírita. Capta conselhos secretos e consegue “traduzir’ o que vai na cabeça do Lula. Dilma pode ser teimosa mas duvido que arremessaria pastas sobe a mesa ou jogaria na cara do interlocutor que teve 50 milhões de votos. Isso é parte de uma caricatura, que ainda quando ministra, o Noblat já fazia dela. Esta é a imagem da intratável antipática que o Psdb e a imprensa colaram na presidente.

    Fofocas, intrigas e futricas.  E só. Análise centrada sobre uma caricatura da presidente e não de uma administração. E agradar o Pmdb seria entregar o governo para o partido, cobra-se da presidente mas aplaude-se um partido que tem como líderes Renan e Cunha.

    E o jornalista parece padecer do mesmo mal do qual acusa a presidente: não enxerga o papel que a imprensa executa para fulminar a presidente e o PT. Nenhuma palavra sobre a coragem da presidente e do PT em apurar todos os escândalos de corrupção. Nenhuma palavra sobre o pleno emprego. Nenhuma palavra sobre as obras de infra estrutura e nenhuma palavra sobre a melhoria dos índices sociais e integração na socidedade.

    Então vá se catar, jornalista típico brasileiro. Ah! E tente fazer uma análise espírita do que está por trás das ações da República do Paraná na Operação Lava Jato. Comece analisando os vazamentos na véspera da eleição, depois vá a prisão do  Vaccari na véspera dos 35 anos do Pt, depois vá para depoimentos  na véspera das manifestações do dia 15 e chegue ao depoimento do Youssef no dia 31 de março. A notícia, Kenedy, não é o que sai. É o que vocês escondem.

    1. Viva!

      Viva a nossa “Cid Gomes” ! A “modinha” agora é dizer que a imprensa não tem culpa de nada e que tudo de ruim foi culpa exclusivamente da Dilma. Bater em mulher é bem mais fácil, não é? principalmente quando esta mulher está fragilizada não somente por seus erros, mas pelos “acertos” cometidos pelo PMDB, pelo PSDB e pela maldita imprensa, que para proteger seus interesses, até apoia um Cunha – o pulha: esconde tudo o que não interessa a ela e seus comparsas e joga num amplificador tudo que é contra o PT. E não é que está fazendo uma verdadeira “Lavagem cerebral ” e convencendo a tudo e a todos. Desde pessoas sérias, como alguns “jornalistas” mais contidos, passando por antigos comentaristas do Blog e pelo que li, até beneficiários dos programas sociais do partido. Com certeza na próxima manifestação, teremos uma participação dessas pessoas com bandeiras e até um “pelotão” de beneficiários dos programas criados pelo PT. A ver.

      Mas a “modinha” está em alta e nossa mui estimada imprensa não tem nenhuma culpa no cartório, assim como certos juízes e procuradores PSDBistas, que não tem o “pejo” de esconder suas preferências partidárias e mesmo assim se sentirem  IMUNES de Julgar, condenar e ainda fazer seus vazamentos seletivos.

      O Brasil está de pernas prô ar mesmo, ninguém tem mais a capacidade de ser coerente e apartidário num julgamento. Mas a mídia não tem nada a ver com isso, só a Presidente DILMA.

      Se alguem sabe, favor me dizer : Como foi “escolhido” o juiz Moro p/ ficar com o caso da Lava Jato ? Eu corto meu dedo, se não tiver o dedo de alguem do PSDB na história.

       

    2. Bravo!
      Kenndy Alencar fala o

      Bravo!

      Kenndy Alencar fala o que o patrão manda e cala sobre o que interessa ao PIG.

      O mesmo PIG que paga o salário dele: Globo-CBN.

      Ele levou um “catão” do Serra, ficou quieto e foi contratado pela CBN.

      Agora “PIGarreia” contra Lula-Dilma-PT.

      Muito isento.

      P.S.   Gosto muito dos seus textos, Maria Lúcia.  Parabéns.

      P.S. II  Gosto muito também e sinto falta dos comentários da CHRISTIANA CASTRO

       

  3.  
    O lado futriqueiro do

     

    O lado futriqueiro do Kennedy Alencar!

     

    Decerto, a mídia não inventou a Operação Lava Jato!

    O crédito é da Polícia Federal do Brasil!

    O que a mídia fascigolpista fez foi – irresponsavelmente – potencililzar os estragos socioeconômicos das investigações!

    Atropelando criminosamente o rito do proceso Legal!

    E a mídia assim se comporta objetivando destruir os 12 anos de governos trabalhistas!

    Mídia ávida por manter – e otimizar – interesses espúrios, sórdidos e, portanto, inconfessáveis!

    Com relação à “política econômica desastrada do primeiro mandato de Dilma”, numa discussão séria – e contextualizada – o argumento do Kennedy Alencar escorria – célere – para o esgoto!

    “Na reeleição, em 2014, Dilma quase perdeu a Presidência devido aos erros na economia e na política!”

    Bom, aí já é má fé mesmo do jornalista!

    Aquela  capa terrorista e delinquente da escrota ‘veja’ é somente uma verdade que o Kennedy faz de conta esquecer!

    Podemos inferir, pois, que os esperneios progressistas do jornalista em suas andanças por alguns veículos de comunicação favorecem aos esporádicos espasmos de isenção!

    RESCALDO: quem do PIG veio, jamais se libertará completamente!

    Para o jornalista, “os 54 milhões de votos não são dela [presidente Dilma Rousseff!”

    E ele [o Kennedy Alencar] deve pensar: “Bom, a verdade? A verdade absoluta está comigo!” 

    Isso sim é que é “flertar com uma mescla de irrealismo com arrogância!”

  4. A Guerilheira em Seu Labirinto.

    Sem qualquer possibilidade de reação, um zumbi habita o Palácio do Planalto. Dilma deveria poupar o país desse trauma e renunciar. Seria um sábia decisão.

    Noto aquele comentarista do blog que fecha seus posts com o “Acorda Dilma!”. 

    1. Zumbi o caramba. A Petrobrás

      Zumbi o caramba. A Petrobrás saiu da crise com nomeação de um bom administrador para empresa pela presidente. Renato Janine na Educação. Correção de rumo na economia com ministro que circula em todas as áreas. Bolsa família em ação, mais médicos em ação e continuação das obras de infra estrutura do país.

      Cadê o Zumbi?

  5. Ainda considero esta analise

    Ainda considero esta analise superficial , tem vicios , tem . Está um pouco melhor que os colunistas em geral , aqueles de plantão , que dizem o que o patrão manda . Não vejo na mídia em geral , tanto conservadora ou progressista um jornalista que consiga descrever o momento que passa o País , todos sempre manifestam sua opinião com algum tipo de viés. Estamos abandonados do ponto de vista de uma opinião objetiva , clara , e sem viés politico , de razão ou emoção . Somos orfãos , então neste contexto cada um  desenvolve uma idéia própria de momento. 

  6. “No entanto, convém lembrar

    “No entanto, convém lembrar que a oposição e a imprensa não inventaram o escândalo da Lava Jato nem foram responsáveis pela política econômica desastrada do primeiro mandato de Dilma”.

    Que país esse colonista vive? Só pode ser no tucanistão!

    1. Sergio, acho que o jornalista

      Sergio, acho que o jornalista Kennedy Alencar “desconhece” a confissão do Barusco de que começou a roubar a Petrobrás na época do FHC. É lamentável.

  7. Mas é Kennedy Alencar uma fonte confiável ?

    Uma das dificuldades de quem acompanha de longe o noticiário é ter que digerir uma informação onde são passados diversos filtros e depois ainda são adicionados diversos ruidos. Ficamos a mercê de tomar um ruido como fato ou simplesmente ignorar outros porque sequer chegam ao nosso conhecimento. Está certo que com a internet houve uma abertura de leque, mas longe de fazer com que tenhamos conhecimento de todos os detalhes e muito menos ficamos livres dos ruidos. Por isso sempre temos que checar as informações para ver se elas fazem sentido ou não.

    Dilma certamente é uma pessoa dura e possívelmente áspera em algumas situações. Já deu várias mostras disso em pequenos lapsos em público e antes de se tornar figura pública as pessoas já a tomavam como tal. Mas seria ou teria se tornado ela uma pessoa megalomaníaca agora também ? Kennedy Alencar faz acreditar que sim, ao dizer que ela acredita piamente que os votos são dela. O problema é que megalomania não parece ser um dos muitos defeitos que a presidente tem. Para acreditar nele, precisamos de ter algumas evidências além de colunas de jornalistas. Fosse ela assim, não agiria da maneira como age em relação por exemplo à campanha que sofre dos meios de comunicação ou mesmo em relação à justiça no caso da operação lava-jato ou ao congresso. Muito pelo contrário, a presidente age como uma pessoa acuada. Uma pessoa acuada pode até ter alguns arroubos como o que ele descreve, muito por conta da pressão sofrida, mas jamais vai ter atitudes ousadas, como um megalomaníaco teria. Aliás, novamente o que se vê é um governo pecando pela omissão e falta de ousadia. Arrisco a dizer que Dilma se sente acuada porque vive uma situação para a qual não foi talhada: ser política. Isso envolve um jogo complexo de delegações, confiança, monitoração, estratégia, preservação, ataques, dissimulação, tréguas, acusações, alianças,  etc. Não fosse assim, inclusive, já estaria tentando carreira solo na política nacional, imprimindo um governo com a sua cara visando algum cargo em 2018 provavelmente. Mas alguém acredita que Dilma vá concorrer a alguma outro cargo eletivo depois de terminar o seu atual ?

    Outro detalhe que não pode passar desapercebido é que Kennedy Alencar passa recibo ao afirmar que o problema de Dilma foi não ter trocado Mantega por Levy ou um genérico dele quando das manifestações de 2013. Como se o que tivesse reunido todo aquele povo não fosse o problema dos transportes nas grandes cidades, a violência policial na repressão ou a falta de representatividade política, mas sim a política econômica da época. Por maiores que tenham sido os erros de Mantega e ele os teve, não me consta que nem os mais ferozes adversários de Dilma nas ruas tenham levantado a bandeira da economia como uma grande bandeira da oposição, mantendo-se esta apenas num discurso binário contra a corrupção e o PT, quando não misturando as duas coisas intencionalmente.

    Por fim, um último problema dessa coluna é que vê o PMDB como um ente completamente reativo e passivo, não tendo ele uma identidade mesmo que dúbia e não sendo ele capaz de propor lances no cenário político nacional. Assim, a culpa do PMDB ter se rebelado cabe única e exclusivamente à DIlma e sua personalidade autoritária e megalômana, não por conta de um cáculo político próprio vindo de dentro do partido de que o levaria a tais atitudes, ou a uma situação mais complexa do cenário político nacional. Seria como acreditar que o PMDB (mais correto deveria se dizer a bancada fisiológica que é mais que quatro vezes maior que o próprio partido) é um ajuntamento de cavalos onde basta colocar uma cenoura pendurada em um anzol para lhes dar uma direção, e ao esconder a cenoura ele fica parado. Novamente não é o que estamos vendo agora.

    Enfim, a única coisa que concordo com a coluna é que Dilma foi eleita apesar de seus erros e defeitos, muito provavelmente porque para a população que votou nela, via seus adversários como piores e um risco real de retrocesso talvez ainda maior. E também concordo que Lula esteja preocupado com seu legado político. Mas isso é de conhecimento “até do mundo mineral”, como diria Mino Carta.

  8. As críticas são válidas. Mas

    As críticas são válidas. Mas o governo tem que esquecer esse negócio de pesquisa nesse momento. A Dilma nesse quesito é uma montanha russa. Em 2013 dispencou de 60% para 30%. Mas foi reeleita assim mesmo, pois foi para 45%. Agora despenca de novo. Nem sem razão, claro

    E se as críticas do Kenedy são quase todas procedentes, isso não exclui a participação da imprensa nessa coisa toda. O fracasso da economia no primeiro mandato se deu muito porque o pig praticou terrorismo econômico por conta da palhaçada do tomate, porque a Dilma investiu contra os spreads bancários. 

    O cerne do fracasso é que o pig juntou-se com o mercado financeiro (como sempre), e até mesmo com o grande capital produtivo e boicotou a economia. A presidenta estava certa que fomentaria o investimento privado. Se houvesse tido, todas essas “pedaladas” passariam despercebidas.

    Eu nem acho que a política econômica estava errada. Errada estava a política em si. Não dialogou com os empresários da produção para chamá-los a aderir ao “ciclo virtuoso” proposto, que viria de uma drástica reduçaõ dos spreads. Daí o pig e o rentismo ficou com eles.

    Esse alias foi um dos grandes erros da Dilma. Achou que poderia contar com a boa vontade dos colegas do Kennedy

     

  9. e de novidades…

    nada

    a repetição é que está causando a morte do jornalismo

    ou então a obrigação de se ter um reflexo automático na política do patrão

  10. a mim me parecer ser o único ponto fraco da Internet…

    reflexo automático e impossibilidade do tempo de resposta ser imediato

    se pelo menos o jornalismo se preocupasse também com o que os governantes herdam, seria bem melhor

    até isso acabou, desapareceu

    e redescobrir erros é mais importante do que simplesmente repetir que continuam

    simplesmente repetir resolve ou melhora alguma coisa? estamos a ver que não

  11. muita gente ganhando na maior moleza…

    falta colorido, ou surpresas, e vigor no jornalismo atual, considerando que o redescobrir pode trazer muitas novidades,

    o simplesmente repetir não

  12. Kennedy

    Kennedy, você tem toda a razão quando afirma que não foi a “imprensa” que inventou a Lava Jato e não é a responsável pela política econômica “desastrada’ da Dilma. Mas você de forma cínica, hipócrita e desonesta esconde que essa mesma coisa golpista que você chama de “imprensa”, acoberta e protege os TUCANOS; falsifica a verdade; optou por um jornalismo de esgoto e fofoqueiro; adotou uma postura de DIMINUIR A OPERAÇÃO ZELOTES; está jogando para debaixo do tapete do escandalo das contas secretas no HBSC…. e outras picaretagens mais que envolve o que você chama de imprensa e seus aliados e protegidos tucanos e demos. Portanto, menos meu caro.Menos cinismo, seu cara de pau.

  13.  
    O lado futriqueiro do

     

    O lado futriqueiro do Kennedy Alencar!

     

    Decerto, a mídia não inventou a Operação Lava Jato!

    O crédito é da Polícia Federal do Brasil!

    O que a mídia fascigolpista fez foi – irresponsavelmente – potencililzar os estragos socioeconômicos das investigações!

    Atropelando criminosamente o rito do proceso Legal!

    E a mídia assim se comporta objetivando destruir os 12 anos de governos trabalhistas!

    Mídia ávida por manter – e otimizar – interesses espúrios, sórdidos e, portanto, inconfessáveis!

    Com relação à “política econômica desastrada do primeiro mandato de Dilma”, numa discussão séria – e contextualizada – o argumento do Kennedy Alencar escorria – célere – para o esgoto!

    “Na reeleição, em 2014, Dilma quase perdeu a Presidência devido aos erros na economia e na política!”

    Bom, aí já é má fé mesmo do jornalista!

    Aquela  capa terrorista e delinquente da escrota ‘veja’ é somente uma verdade que o Kennedy faz de conta esquecer!

    Podemos inferir, pois, que os esperneios progressistas do jornalista em suas andanças por alguns veículos de comunicação favorecem aos esporádicos espasmos de isenção!

    RESCALDO: quem do PIG veio, jamais se libertará completamente!

    Para o jornalista, “os 54 milhões de votos não são dela [presidente Dilma Rousseff!”

    E ele [o Kennedy Alencar] deve pensar: “Bom, a verdade? A verdade absoluta está comigo!” 

    Isso sim é que é “flertar com uma mescla de irrealismo com arrogância!”

     

  14. A imprensa como um fenômeno da natureza

    “convém lembrar que a oposição e a imprensa não inventaram o escândalo da Lava Jato”

    NUNCA. Assim como também não foi a imprensa (comandada pelo DD) que detonou a Satiagraha – seu juiz, o delegado e o chefe da PF/Abin. Nem é a imprensa quem está abafando a Zelotes – num Carf que julga 500 bi em impostos.

    Também não foi a imprensa que invetou a grampolândia. O mosqueteiro Demóstenes. O caçador de marajás. A volta da democracia em abril de 64. O mar de lama. , etc, etc, etc.

    Ah, também não foi a imprensa que inventou a compra de votos para a emenda da reeleição que levou ao impeachment do FHC, ops. Não. É… isso ela não imventou mesmo. Por que será?

    Mas, voltando ao racicínio anterior, a imprensa não invetou nada disso simplesmente porque ela não poderia, mesmo que quizesse. E sabe por que? Porque a imprensa NÃO é o resultado de um ato empreendedor feito por pessoas com virtudes e vícios .

    A imprensa é um ente da natureza transmissora de fatos. Os fatos acontecem na sociedade e são transmitidos pela imprensa, da mesma forma que massa atrai massa, que a luz se propaga no ar, etc. Trata-se de um fenômeno físico.

    Ah, nada como a hipocrisia como arma para o exercício do poder.

    1. A imprensa como im fenômeno da natureza

      Concordo que fatos são fatos, o problema é a forma como são divulgados os fatos.

      A manipulação também é um fato.

    2. Claro que um fato é, em tese,

      Claro que um fato é, em tese, um dado da natureza. A chamada “verdade factual” (Mino Carta).

      O problema são de três ordens:

      a) escolha;

      b) narrativa que dá sentido a eles;

      c) (ir)relevância.

      Tudo isso depende de uma decisão humana. Uma decisão que determina fortemente o desbramento de alguns fatos em detrimento de outros. É como se uns fatos fossem “mais naturais” que outros.

       

  15. O texto de Kennedy Alencar

    O texto de Kennedy Alencar  em nada se diferencia das investidas do PIG nesses anos de  campanha diuturna,seja contra  Lula,seja contra Dilma.  Parece que, afinal, o articulista foi contaminado  pelos veículos que o cercam  e para quem trabalha.

  16. Ah, o lavajato do mouro nao
    Ah, o lavajato do mouro nao pega tucano vivo mas tao somente os que ja bateram as botas…benditos mortos…
    Ja os vivos se refastelam nos paraisos fiscais onde tem depositados algo em torno de hum trilhao de reais…e ninguem se importa com isso…
    ..o que interessa ao pig eh destruir a economia com a bela desculpa de combate a corrupcao

  17. Lendo o texto me lembrei que

    Lendo o texto me lembrei que o jornalista esqueceu de informar que hoje, sexta feira santa, Dilma está fazendo um churrasco no Palácio do Planalto . Ai, como é bom participar de linchamentos!!!

  18. Ninguém tem coragem de dizer: Lula é o maior culpado disso tudo!

    Foi Lula que colocou Michel Temer onde está hoje, o ex-presidente deveria assumir que o pai da “criança”.

    Foi Lula que preferiu uma aliança pouco confiável em vez de partir para o debate ideológico (que agora ensaia fazer).

    Foi Lula que alimentou as cobras do PMDB, que agora começam a envenenar o governo.

    Foi Lula que impediu um crescimento do PT no legislativo para segurar o apoio dos falsos aliados.

    A culpa de Dilma e do PT é a omissão.

    A política econômica do Lula sempre foi mais conservadora que da Dilma, apesar das políticas anti-cíclicas de 2008, o ex-presidente sempre fez mais agrados aos bancos.

    Levy nunca deveria ter virado ministro, mesmo assim está fazendo o ajuste mais brando da história brasileira

  19. Ensaio sobre a Cegueira

    A sucessão de comentários no Nassif lembram, e muito, Ensaio sobre a Cegueira!

    Pior: na visão de alguns o mundo é cor de rosa e tudo que acreditam (e veneram) é a mais pura verdade…Amém!

    O fim do PT se dará em função disso e da impossibilidade de perpetuarem a ‘coitadização’ dos mais pobres (já vimos um pouco disso nas últimas eleições)!

    Criar dependentes significa sustenta-los e isso um dia acaba, cedo ou tarde!

    Os que foram elevados a ‘classe media’ serão os mesmos que os execrarão do poder quando não receberem mais as ‘facilidades’!

    “Vamos acabar com essa raça”: Jorge Bornhausen estava certo, mas não será nem através da classe A, nem do chamado PIG.

    A destruição será intestina, tal qual um cancer que iniciou comendo o bom senso e a visão!

    Kennedy Alencar é um dos bons jornalistas que temos. Bastou falar a verdade e passou a ser do PIG!

    Se manquem ou melhor, se ferrem ….

     

    1. Você reparou que Kenedy só

      Você reparou que Kenedy só mostra uma imagem caricatural de Dilma? Fala por ouvir dizer e não dá um único crédito de bom governo para a presidente? Jornalismo não é apresentar os dois lados? Esse governo não fez nada certo? Até o Delfim quando falou dos erros do governo lembrou da preservação dos empregos.

      O governo tem defeitos? Todo governo tem ( segundo a imprensa com exceção, é claro, do governo do estado de São Paulo, vitrine do Psdb que é perfeito). Mas cadê o contexto onde transcorre o governo Dilma? Segundo o jornalista o contexto  é a Dilma. E é claro que a Dilma não é culpada de tudo e esta sendo vítima de uma campanha difamatória que visa minar o governo para não deixar Lula ganhar em 2018. E essa campanha tem a condução da imprensa, de partes do Judiciário e do partido que almeja o poder.

       

       

  20. Dilma dilapidou o capital

    Dilma dilapidou o capital econômico dado por Lula – uma herança bendita que poucos presidentes no Brasil pegaram do seu antecessor. Em 4 anos, ela destruiu quase tudo. O último pilar é o desemprego baixíssimo que, se continuar nessa atual política feita por Levy, vai aumentar bastante, pois o pois não só parou de crescer como tende a se retrair. Numa enquete para saber qual foi o presidente no Brasil mais inábil para o cargo, aquele que não nasceu para isso, Dilma e Jango concorrem cabeça a cabeça.O último fio no qual ela se segura é o seu Ministro da Fazenda e articulador político nas horas vagas (rs) , o Levy. Se na hora que chegar o pior momento de ajuste e a Dilma não segurar a bronca e dar a cabeça de Levy de bandeja, aí o Brasil desaba de vez. 

  21. Mais um arauto da desgraça

    O desgoverno do segundo mandato da Dilma é o mesmo de todos primeiros anos de todos os governantes. Lula apanhou nos primeiros 12 meses de seus mandatos, já aconteceu com Dilma e agora acontece novamente. Depois de algum tempo aparecem os resultados e a Presidenta vai surfar em ondas maravilhosas. A maioria dos ataques da mídia, da oposição e dos partidos aliados a Dilma, no atual mandato, são consequência da candidatura posta do Lula para 2018. Mas estão queimando munição muito cedo e com a direita colocando seus ódios para fora ficará claro aos eleitores que o PT continua sendo o partido mais confiável para dirigir o país nos próximos anos.

  22. Mais um arauto da desgraça

    O desgoverno do segundo mandato da Dilma é o mesmo de todos primeiros anos de todos os governantes. Lula apanhou nos primeiros 12 meses de seus mandatos, já aconteceu com Dilma e agora acontece novamente. Depois de algum tempo aparecem os resultados e a Presidenta vai surfar em ondas maravilhosas. A maioria dos ataques da mídia, da oposição e dos partidos aliados a Dilma, no atual mandato, são consequência da candidatura posta do Lula para 2018. Mas estão queimando munição muito cedo e com a direita colocando seus ódios para fora ficará claro aos eleitores que o PT continua sendo o partido mais confiável para dirigir o país nos próximos anos.

  23.   Eu sou da opinião que li na

      Eu sou da opinião que li na web dias atrás.O PT é refém do programa  eleitoral até fortalecimento da EBC e avanços da internet nas classes sociais mais baixas. Não parametrizo minhas opiniões com prestador de serviços sem sem independência  para o PIG, Kennedy. Agora como qualquer gestão o PT, necessita de novos arranjos de aproximação maior com movimentos sociais.

  24. Mais uma vez…

    O erro principal, raiz de todos os outros nestes últimos 4 anos e meses, não foi da Dilma, mas do próprio Lula, por ter posto no principal cargo político do país uma pessoa sem formação nem trajetória na vida política nacional (sua passagem pela luta clandestina não qualifica ninguém para o embate político democrático). Presidência da República não é cargo para administradores, como sustentam os neoliberais, mas para Políticos tarimbados. E não me parece que haja jeito de tercereizar a presidência, conforme se manteve a terceirização da política monetária para o mercado financeiro nos últimos 12 anos.

  25. Um ótimo jornalista de política

    O Kennedy Alencar é um ótimo jornalista. Ele tem uma visão muito objetiva da política, das dinâmicas de política-econômica, e das relações de poder entre instuiçoes diferentes do estado. Sempre respeitei muito seus comentários, pois são isentos de flexão parcialista como existe na maior parte da mídia. O Kennedy recebeu o Lula depois das eleiçoes de 2010, já falou com o ex-presidente várias vezes. Falou com opositores e deu espaço a todas as vozes de todos os lados. O que ocorre com muitos é de achar que o Kennedy, que tem posição e visão política próprias muito similares a de um social democrata, tem de sempre olhar com muito favor ao PT. E ai está o equivoco de muitos.

    Kennedy Alencar reconhece no seu artigo os ganhos que as políticas públicas na área social, as políticas integradas de desenvolvimento, as políticas de inclusão das mais variadas possívels, e tudo o mais de benéfico que fora feito no social pelo PT. Entretanto, o Kennedy sempre apontara que havia erros na política econômica do governo, sua condução da política e diálogo com a sociedade. Agora, não o chamem de parcial ou PIG. Não, isso é impróprio por parte daqueles que são sociais democratas, pois devemos sim admirar jornalistas como o Kennedy, que em 2012 fora criticado de ser petista por Serra por cobrar dele uma posição sobre a campanha de manipulação religiosa que se tentava ser implantada em SP, e isso com a importacão do discurso do Silas Malafaia.

    Por isso, o que Kennedy escreve deveria servir de reflecão para todos os sociais democratas sobre como o governo Dilma tem errado tanto a um ponto de que o que está em jogo não é mais o seu segundo governo (que alias pra mim já acabou, pois só muda se a Dilma não for ela mesma), mas sim as políticas públicas que melhoraram tanto a vida de milhões de brasileiros. Desta forma, é hora de todos os sociais democratas e simpatizantes de esquerda se mobilizar para que erros primários deixem de existir com tanta frequência como tem ocorrido. Se sabemos que ganhamos as eleições, o poder ‘é’/ mas deveria ser cara de social democrata, precisamo agir e avisar aos que perderam que nova chance pra eles só em 2018.

     

  26. Um ótimo jornalista de política

    O Kennedy Alencar é um ótimo jornalista. Ele tem uma visão muito objetiva da política, das dinâmicas de política-econômica, e das relações de poder entre instuiçoes diferentes do estado. Sempre respeitei muito seus comentários, pois são isentos de flexão parcialista como existe na maior parte da mídia. O Kennedy recebeu o Lula depois das eleiçoes de 2010, já falou com o ex-presidente várias vezes. Falou com opositores e deu espaço a todas as vozes de todos os lados. O que ocorre com muitos é de achar que o Kennedy, que tem posição e visão política próprias muito similares a de um social democrata, tem de sempre olhar com muito favor ao PT. E ai está o equivoco de muitos.

    Kennedy Alencar reconhece no seu artigo os ganhos que as políticas públicas na área social, as políticas integradas de desenvolvimento, as políticas de inclusão das mais variadas possívels, e tudo o mais de benéfico que fora feito no social pelo PT. Entretanto, o Kennedy sempre apontara que havia erros na política econômica do governo, sua condução da política e diálogo com a sociedade. Agora, não o chamem de parcial ou PIG. Não, isso é impróprio por parte daqueles que são sociais democratas, pois devemos sim admirar jornalistas como o Kennedy, que em 2012 fora criticado de ser petista por Serra por cobrar dele uma posição sobre a campanha de manipulação religiosa que se tentava ser implantada em SP, e isso com a importacão do discurso do Silas Malafaia.

    Por isso, o que Kennedy escreve deveria servir de reflecão para todos os sociais democratas sobre como o governo Dilma tem errado tanto a um ponto de que o que está em jogo não é mais o seu segundo governo (que alias pra mim já acabou, pois só muda se a Dilma não for ela mesma), mas sim as políticas públicas que melhoraram tanto a vida de milhões de brasileiros. Desta forma, é hora de todos os sociais democratas e simpatizantes de esquerda se mobilizar para que erros primários deixem de existir com tanta frequência como tem ocorrido. Se sabemos que ganhamos as eleições, o poder ‘é’/ mas deveria ser cara de social democrata, precisamo agir e avisar aos que perderam que nova chance pra eles só em 2018.

     

  27. Algum dia..

    Alguém ainda vai conseguir me fazer compreender como o povo elegeu para a presidência uma desconhecida.

    Uma pessoa de quem jamais haviam ouvido falar cinco anos antes.

  28. Não tem jeito não.
    Os caras

    Não tem jeito não.

    Os caras preferem chamar tudo e todos de golpista a reconhecer o obvio.

    E ainda pedem imparcialidade da midia…

    kkkk

  29. Interessante é observar,

    Interessante é observar, pelos comentários ao post, que a presidenta está muito bem acompanhada em seus atributos de não admitir erros, não dar ouvidos a ninguém, atribuir a terceiros responsabilidades suas (a “crise”, o “PIG” etc)…

  30. Corta-lhes a cabeça!

    Kennedy Alencar parece estar bem informado. O problema de certas fontes, é que nem sempre são 100% confiaveis. Claro que Lula jamais apoiaria a candidatura Marina Silva, nas condições em que se deram as ultimas eleições. E sobre o fato dela não escutar e dar umas “sapitucas” (by Demostenes), ja virou lenda. Se verdadeira no tanto que reclamam, a presidente tem mesmo que descer um degrau e escutar seus “suditos”, senão quem vai perder a cabeça, é ela… 

    Em todo caso, ha sempre a negação – um niilismo – dos jornalistas de que seu papel é – e muito – responsavel pela volta do corrupção-moralizadora, como leitmotiv da classe media brasileira para trocar o governo petista, o qual não agrada aos patrões da midiona. Senão, como explicar os tantos problemas revelados (corrupção em série/ E em outros estados também) em SP e a imprensa trata com pouco interesse.

  31. há jornalistas que me deixam perplexo…

    e nesses momentos me coloco como imagino que seja todo eleitor de Dilma

    perplexo por esses caras escreverem para eleitores de Aécio, e patrão, em nosso nome

    que vá pra merda ou que continue com este jornalismo enganador, pois não temos nenhum interesse pelo que escrevem nem damos valor algum. Somos os vencedores não os perdedores

  32. Crise é uma coisa, narrativa da crise é outra bem diferente

    Kennedy não é um poltrão bajulador como Fernando Rodrigues, nem um psicopata como Reinaldo Azevedo, mas como eles não consegue furtar-se ao padrão Globo de teledramaturgia na narrativa da crise.

    Duvido (corto um dedo, se for preciso) que Lula tenha procurado o jornalista da Rede Globo para “chorar pitangas”, reclamar ou mandar “recadinhos” para Dilma. Faça-me o favor!

    Esse coitadismo da critica politica já deu na paciência!

    De novo: crise é uma coisa, narrativa dela é outra bem diferente.

    Acabei de chegar de viagem ao Brasil profundo. Por onde passei, vi tudo funcionando: escolas e hospitais, estradas e pedágios, obras do PAC, pessoas trabalhando, comprando e vendendo. Vida seguindo. Vida dura e difícil, mas seguindo, porque para a gente pobre e esquecida, não há as facilidades da corrupção ou da sonegação de impostos, que a elite e a burguesia usufruem sem culpa.

    O motorista que me apoiou na viagem, evangélico, homem simples (confessou ter medo de avião, que nunca andou), perguntou em quem eu havia votado (Lula e Dilma, quase 15 vezes, disse a ele). Depois, deu a sua versão para a crise. Disse que era como a história do vagalume e da cobra.

    Um dia, a cobra decidiu comer o vagalume. Perseguiu-o por todos os cantos da floresta, implacavelmente. Até que, por fim, o vagalume cansado, desistiu de lutar. E perguntou:

    – Não faço parte da sua cadeia alimentar. O que fiz para você querer me matar?

    – Sua luz me incomoda.

    E a cobra comeu o vagalume.

    O vagalume é a estrela do PT, segundo ele, o motorista.

  33. Kennedy, e a zelotes?

    Kennedy, e a zelotes? continuará escondida pela mídia porque não tem petistas?

    Esta só tem emprésários sonegadores e funcionários públicos corruptos. O rombo é dez vezes maior que a lava jato e não vejo a indignação na mídia.

    E os 500 bilhões de reais sonegados todo ano por empresários de todos os setortes econômicos, a começar pela mídia, rombo 250 vezes maior que a lava jato? Onde está o MPF, A PF e outros que nem ligam para isto? Será que porque não envolve políticos do PT não tem interesse público?

    E o processo da globo roubado de dentro da receita federal? porque ninguém nunca investigou porque foi roubado? será que a funcionária da receita que roubou o processo assistia muitas novelas da globo?

  34. À maneira de Pascal: à falta de tempo, o comentário ficou grande

     

    Gilberto Cruvinel,

    Vale a pena fazer alguma referência sobre o texto que a gente apresenta, a menos que a intenção seja não induzir o leitor a algum tipo de apreciação ou tentar obter o máximo de observações possíveis sobre o texto para ajudar a que se possa mais bem consolidar o nosso entendimento sobre o texto.

    Normalmente eu tomo a indicação de um post como sendo fruto da identificação do conteúdo do post com o pensamento de quem o indica. A menos que haja qualquer observação de quem sugeriu o texto junto a algum comentário que me faça reformular minha avaliação.

    Então o meu comentário é na suposição de que você concorda com o Kennedy Alencar. O terminar este meu comentário e relendo com mais atenção os comentários, observei que a maioria dos que apoiam o PT e dos que apoiam o governo da presidenta Dilma Rousseff faz crítica a Kennedy Alencar. Como você apoia o PT este deve ser também o seu entendimento. Agora a maioria das críticas voltou-se para o lado da futrica que o texto de Kennedy Alencar tem. É uma pena. A futrica talvez seja assunto chamativo e atrativo de leitores mas não tem nenhum efeito importante. O que é importante e que fica são as avaliações econômicas desde que elas confiram com os fatos.

    Bem, a cerca de uma a duas semanas escutei uma análise parecida de Kennedy Alencar na rádio CBN que me fez lembrar da revista Veja do período militar e dos primeiros anos da Nova República. Naquela época a revista Veja costumava reproduzir diálogos de duas pessoas importantes que se passavam entre quatro paredes. Anos depois descobrir que era tudo invenção de Elio Gaspari que é mais um ficcionista de qualidade do que um jornalista. A frase “pobre gosta de luxo, quem gosta de pobreza (lixo ou miséria) é intelectual” que se dizia de Joãozinho Trinta, fora criação dele. Como ficcionista a frase é genial. Vindo de um jornalista mostra apenas o dom de escrever, mas sem nenhum compromisso com o jornalismo. Tenho que reconhecer que esta minha avaliação é de quem não gosta de jornalista. Alguns são inteligentes, mas são raros. Todos tem o dom de escrever e isso serve mais para confundir do que para informar.

    Da outra vez que ouvi o Kennedy de Alencar na rádio CBN, ele falava de uma discussão entre Lula e Dilma Rousseff entre quatro paredes, mas que se ouvia do lado de fora. Era a mesma história deste post que foi publicado ontem, quinta-feira, 02/04/2015, no blog dele.

    Não sou economista, mas acompanho a economia brasileira há muito tempo para poder dizer com segurança que todo o texto de Kennedy Alencar é de quem não conhece economia. De certo modo o texto é para desconstruir o governo Dilma Rousseff. Quem fez esta desconstrução primeiro relativamente à política econômica foi o Alexandre Schwartsman e de um modo um tanto consistente tanto nos artigos dele às quarta-feira, na Folha de S. Paulo como também na reprodução do artigo no blog dele A Mão Visível reforçados por comentários que ele fazia bem depreciativos ao governo.

    Aqui também no blog de Luis Nassif é possível encontrar textos do próprio Luis Nassif que trazem o mesmo entendimento que há neste texto de Kennedy Alencar que trata a política econômica do primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff como cheia de equívocos.

    Devem ter ocorridos muitos equívocos no governo da presidenta Dilma Rousseff, mas muito acertadamente não foram esses que são apontados por Kennedy Alencar neste post “Ex-presidente já se preocupa em defender legado político” que saiu publicado no blog dele e que aqui recebeu o título de “Erros de Dilma, Lula e PT ameaçam projeto político, por Kennedy Alencar” de sexta-feira, 03/04/2015 às 08:37. 

    De modo genérico são as seguintes as críticas que a maioria dos analistas econômicos fe e faz ao primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff:

    1) Diminuiu o juro quando não havia condições para isso.

    2) Deixou a inflação aumentar muito.

    3) Segurou tarifas públicas para segurar inflação.

    4) Segurou o preço do combustível prejudicando a Petrobras e o produtores de álcool.

    5) Reduziu o preço de energia elétrica.

    6) Reforçou a política de campeões nacionais.

    7) Fez desonerações fiscais

    8) Desonerou a folha de pagamento.

    9) As políticas que ficaram conhecidas como pedaladas fiscais.

    Não farei a análise de item por item. Alguns itens sao cheios de nuances. O governo reduziu o juro para que o real não valorizasse. Houve uma seca no oeste americanco que pressionou o preço de commodities e o câmbio não pode ser desvalorizado e o juro teve que subir mais cedo. Eu vou concentrar minhas considerações sobre as políticas que eu não aprovo. Sou contra desonerações fiscais e sou contra reduções de tarifas como no caso do preço de energia elétrica e sou contra segurar aumento de tarifas como no caso das tarifas de transporte urbano.

    As desonerações fiscais não são combatidas com muita ênfase por Luis Nassif porque este é um discurso que ele adota nas palestras que ele faz junto ao pequeno e médio empresário e junto ao agronegócio que estão sempre propensos a ouvir defensores de redução de tributos. Há uma crítica dele mais específica à desoneração da folha de pagamento com fundamento na complexidade ou na falta de uniformidade da desoneração alcançando produtos e não setores. Só não acho a crítica de Luis Nassif válida porque ela não parece levar em conta a finalidade das desonerações ocorridas no período.

    De modo geral, eu vejo na crítica à desoneração da folha de pagamento a falta de entendimento do que conduziu a política econômica a adotar semelhante medida. As pessoas acham que a medida foi tomada como para incentivar o mercado consumidor. Essas políticas foram tentadas, entretanto, com um outro sentido, isto é, elas foram tentadas para melhorar a competitividade externa do país. Nesse sentido recomendo o artigo “Fiscal Devaluations” (NBER – Working Paper 17.662, de dezembro/ 2011) de autoria de Emmanuel Farhi, Gita Gopinath, and Oleg Itskhoki. Este artigo foi indicado por Antonio Delfim Netto no artigo dele no jornal Valor Econômico de terça-feira, 31/01/2012 e que lá recebeu o título de “É o câmbio, é o câmbio…” e que aqui no blog de Luis Nassif foi publicado no post “O euro e homogeneidade de interesses, por Delfim Netto” de terça-feira, 31/01/2012 às 10:03.

    A desoneração da folha de pagamento era uma forma de fazer incidir um imposto sobre o faturamento na importação de produto estrangeiro. Quando o imposto era sobre a folha de pagamento, uma empresa consistindo só de um despachante praticamente não era tributada na importação e por isso que a opção não era facultativa. Então a desoneração da folha de pagamento foi uma espécie de desvalorização competitiva do real via utilização da tributação. Também as políticas de desoneração de IPI foram tomadas dentro de uma política maior de conferir competitividade às empresas nacionais tributando mais a importação.

    Essas políticas foram adotadas dentro de uma realidade mundial em que o juro externo era zero e havia o QE (Quantitative Easing) nos Estados Unidos. Haveria uma tendência a valorização da moeda nacional e o Brasil precisava enfrentar isso, dentro do tripé, do regime de metas de inflação, do câmbio flutuante e do livre fluxo de moedas.

    Aliás mesmos as políticas de preços de tarifas ou de preços públicos devem ser entendidas seja à luz da competitividade empresarial brasileira comparativamente com o resto do mundo seja à luz do tripé. Ao abaixar o preço da energia a intenção do governo era que a redução do custo de energia nas empresas pudessem ser repassadas para os preços dos produtos o que ajudava não só no combate à inflação como também na tentativa de se fazer o produto brasileiro mais competitivo no exterior. O grande problema que o Brasil enfrentou foi que o real estava muito valorizado e as políticas de redução de preço de energia tinham um efeito muito pequeno na redução do preço dos produtos.

    Este efeito é pequeno por duas razões. Uma porque em muitas áreas a composição da energia no custo do produto é pequena e duas pelo seguinte e particular aspecto do sistema capitalista de mercado: a rigidez dos preços para baixarem. Quando uma empresa encontra uma forma de reduzir os custos, ele repassa o ganho para o preço de venda dos seus produtos e ganha fatia do mercado. Quando todas obtém este ganho os preços parecem que tem uma amarra para não cair. Os economistas do governo sabiam disso, mas acharam que ainda assim haveria um ganho de competitividade para o empresariado brasileiro.

    E é preciso comprender que a política de energia elétrica não pode ser analisada desvinculada do que acontecia na época em que ela foi adotada. Quase todo dia saia uma decisão seja do TCU seja do judiciário obrigando que o governo revertesse o aumento do preço de energia da época de Fernando Henrique Cardoso. O governo então resolveu uniformizar as decisões e fez a redução do preço de energia elétrica. Foi um erro. Talvez devesse ser uma política de uniformização de preço com uma redução menor, mas ainda assim é de se observar que ninguém que censura a política de energia lembra do que ocorria com as decisões frequentes e sem uniformidades nos tribunais de contas e no judiciário.

    Quanto a segurar o preço do combustível, primeiro não se deve esquecer que foi no período de Lula que mais houve esse esforço de segurar o preço de combustíveis. Já o governo da presidenta Dilma Rousseff caracterizou-se pela recomposição do preço de combustíveis pelo menos em relação à Petrobras, embora houvesse perdas fiscais com o fim da CIDE. E segundo deve-se observar que essas políticas sofriam da limitação do regime de meta da inflação.

    E sobre a limitação do regime de meta da inflação é bom começar a pensar se no futuro a política de trabalhar com a inflação no teto da meta não teria sido a medida mais acertada de todos os governos democráticos que adotavam o regime de metas de inflação na segunda década do século XXI.

    A política de combustíveis e energia elétrica é rica em externalidades e não dá no curto prazo em fazer a crítica ou o elogio ao que foi feito. Os dois setores são altamente tributados, não só com os tributos (indiretos) estaduais e federais diretos sobre o preço dos combustíveis como os tributos diretos federais sobre o lucro das empresas fornecedoras de combustíveis. Manter esses preços altos é uma medida boa para o Estado ganhar mais recursos. Só que diante de uma crise econômica como a que vivenciamos a política de reduzir a receita tributária pode ser vista como uma espécie de QE nosso.

    Outra externalidade do preço do combustível é o seu efeito no preço do etanol. Grande parte do apoio que a presidenta Dilma Rousseff perdeu junto ao empresariado médio em São Paulo decorreu do fato da produção do etanol deixar de ser competitiva. Só que deixou de ser competitiva porque grande parte da produção era exportada e lá fora o preço do etanol ou o consumo caiu principalmente com a valorização do real que ocorreu no governo do presidente Lula.

    Só que as pessoas não analisavam deste jeito. E para complicar para a popularidade da presidenta Dilma Rousseff, o etanol e alguns produtos da agricultura são fortes ai em São Paulo. Um exemplo deste último caso é a Laranja. O setor agrícola em terras caras como a paulista não comporta mais o minifúndio a não ser com uma moeda bem desvalorizada ou então com subsídios. E o Brasil ainda é um país pobre para fazer subsídio agrícola, ainda mais tendo muitas áreas sub aproveitadas. De certo modo o que resta para nós é a desvalorização da moeda.

    Então esse período de dólar fraco como foi o que aconteceu no Brasil depois da crise de 2008 (Aliás o dólar já estava fraco antes da crise embora antes da crise os preços das commodities estivessem elevados e o problema não foi sentido tão intensamente) enfraqueceu muito o apoio do governo da presidenta Dilma Rousseff junto ao pequeno e médio empresariado paulista, em especial junto àquele com base rural.

    Agora é preciso observar que existe uma limitação muito grande de o governo criar incentivos para a exploração da cana de açúcar e que é o carro chefe da produção agrícola paulista. O pró-álcool foi criado em uma situação particular de um país com uma grande dependência de importação de petróleo. Em 1982 as exportações, em um pais que sofria uma grande dependência da importação de petróleo, alcançavam 22 bilhões de dólares, sendo que deste total, 6 bilhões de dólares era com petróleo. Foi dentro dessa realidade que foi concebido o pro-alcool.

    O pró-álcool tem a externalidade da energia limpa, mas a grande utilidade do pró-álcool foi a possibilidade de se poder contrapor a política de subsídios para o açúcar de beterraba na Europa que fazia o preço do açúcar ficar subordinado aos interesses da Europa. Quando o preço do açúcar subia a Europa despejava o açúcar de beterraba no mercado e o preço do açúcar caia e os produtores brasileiros que não tinham subsídios ficavam à míngua. Com o pró-álcool quando o preço do açúcar caia o Brasil transferia a produção de cana para a produção de álcool e o preço do açúcar voltava sempre a um valor competitivo para o produtor brasileiro.

    Não se pode, entretanto, deixar o setor sucroalcooleiro ao desabrigo de controle ou ao mero controle do preço de petróleo. Se o petróleo sobe muito de preço, todo mundo vai querer produzir cana-de-açúcar e as melhores terras brasileiras são desviadas da produção de alimentos para a produção de cana-de-açúcar. Os efeitos inflacionários de uma política assim são tremendos. É incrível que o próprio Luis Nassif e alguns dentre os melhores comentaristas aqui do blog como o DanielQuireza embarcaram na catilinária contra a política de controle do preço de combustíveis que o governo adotou.

    Os meus comentários aqui no blog de Luis Nassif – praticamente nos dois últimos anos eu deixei de comentar em outros blogs – tem sido muito em considerar que o grande acerto do primeiro governo da presidenta foi exatamente nos pontos que ela sofreu mais crítica. E na minha análise eu procuro enfatizar uma ocorrência estranha e que não foi objeto de nenhuma análise de nenhum economista que eu conheço. A partir do quarto trimestre de 2012 a economia brasileira voltou a crescer com aumento dos investimentos. De repente, no terceiro trimestre de 2013, os investimentos fazem uma imensa reversão. Sem entender qual a razão da reversão das expectativas que ocorreu a partir do terceiro trimestre de 2013, a análise do primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff é bastante precária. E a reversão na tendência de crescimento criou outro problema que talvez tenha mais repercussão do que se imagina. A reversão no crescimento econômico afetou ainda mais o déficit público. E ai nós vamos ter no caminho as pedaladas fiscais que devem ser julgadas agora no Tribunal de Contas da União.

    Eis ai o grande problema do governo da presidenta Dilma Rousseff. Só que não é um problema legal, mas sim é um problema político. Faço a pergunta: quem genuinamente pertencente ao bloco de apoio ao governo conseguiu ser indicado para o Tribunal de Contas? No TCU todo mundo é contra a presidenta Dilma Rousseff e ai sim o governo pode encontrar seu calcanhar de Aquiles até para um possível impeachment.

    Não há na Lei de Responsabilidade Fiscal nenhum impedimento para as pedaladas. Só que o TCU politicamente pode dizer que há e daí acusar o governo de crime de responsabilidade. Não creio que isso venha ocorrer, mas dadas as circunstâncias da atual divisão dos poderes, é um dado que se tem que considerar com muita calma e avaliar qual é a melhor solução até mesmo no interesse do governo.

     

    É uma situação bem instigante. A Lei de Responsabilidade Fiscal não proibiu as pedaladas e há leis autorizativas para as pedaladas. Só que é uma falha da Lei de Responsabilidade Fiscal. E a Lei de Responsabilidade Fiscal é um poderoso instrumento que a União possui para controlar os gastos públicos de estados membros e de municípios. Assim, é do próprio interesse do governo que essas pedaladas não sejam permitidas, pois abrem oportunidades para os estados membros agirem desabridamente. Pode ser que contido pelas circunstâncias o TCU só diga que as pedaladas não sejam permitidas. E o governo da presidenta Dilma Rousseff passe um tanto pelo dissabor de ter que controlar politicamente os efeitos dessa decisão.

    Mesmo a alternativa de enviar para o Congresso o pedido de correção como fez o governo em 2014 tem também o mesmo inconveniente. Um governo com uma ampla base de apoio tudo pode. Um governo com um baixo nível de apoio fica sem poder fazer nada. E o governo da União mesmo tendo uma grande base de apoio perde o controle dos estados membros e municípios.

    Enfim, queria dizer que, de um modo geral com base nos nove itens que eu enumerei acima não vejo nenhum mérito nos que criticam o primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff. É crítica rastaquera, normalmente preenchida com adjetivação de medíocre e incompetente e pode ser dita por qualquer pessoa que saiu dos primeiros anos do jardim da infância. Não há uma construção fundamentada nesse tipo de acusação e são acusações que só tem sobrevida porque não há forma de contestar objetivamente uma acusação assim ainda que as acusações também não tenham comprovação objetiva. Na verdade a textos que empregam esse tipo de adjetivação servem apenas para desqualificar a mensagem e o seu autor.

    Agora um ponto ainda mais frágil nas acusações que se fazem à presidenta Dilma Rousseff reside no fato de se contrapor como prova do erro do primeiro mandato o fato da mudança total do governo quando se considera a política econômica posta em prática no primeiro governo e a política econômica posta em prática agora no segundo governo. Eu não sou economista, mas basta um mínimo de informação econômica para saber que realidades econômicas diferentes exigem políticas econômicas distintas. Quando se vê críticas sendo feitas com base nesse critério é que se sabe como é fraco o nosso jornalismo econômico. Talvez o grande mérito da presidenta Dilma Rousseff a ser reconhecido no futuro foi ter acertado a escolha das duas políticas econômicas e adotá-las no momento adequado.

    É preciso que fique bem entendido que não estou equiparando a presidenta Dilma Rousseff a uma pessoa genial. Ela no máximo teve a oportunidade de se preparar durante a campanha para fazer aquilo que nos últimos 30 anos por uma série de circunstâncias ninguém foi capaz de fazer. E os 30 anos de experiência com a realidade brasileira se repetindo em talvez em uma média de a cada 5 anos deu a ela condições de saber exatamente o que tem que fazer e o fato de ela ser presidenta pelo segundo mandato deu oportunidade de ela ser a condutora desse processo.

    Tudo então corrobora para que se possa afirmar antecipadamente que está correta a alteração da política econômica que a presidenta Dilma Rousseff adotou para o seu segundo governo e sem muita premonição é também possível afirmar que o segundo governo dela vai ser bastante exitoso. E muito provavelmente o êxito do segundo governo dele se deve ao que foi feito no primeiro governo.

    Sobre isso eu vou transcrever a seguir a parte final do meu comentário enviado domingo, 29/03/201456 às 14:35 para Andre Araujo junto ao comentário dele de domingo, 29/03/201456 às 11:33, em post de autoria dele próprio. Trata-se do post “A agenda positiva para relançar a economia, por Motta Araújo” de domingo, 29/03/2015 às 10:19, aqui no blog de Luis Nassif. E no final do meu comentário, que se encontra junto ao de Andre Araujo na segunda página do post “A agenda positiva para relançar a economia, por Motta Araújo”, eu afirmei o seguinte [Fiz alterações na composição dos parágrafos e um ou outro acerto de digitação, mas o conteúdo do texto é o mesmo do original]:

    “Só o plano de contenção de gastos que o Brasil colocou em prática em 1983, associado com o aumento do juros, depois de tentar o caminho do aumento dos gastos públicos em 81, não seria um plano econômico suficiente. Precisaria da desvalorização de fevereiro de 1983. Infelizmente a recuperação econômica que ocorreu em 1984, foi interrompida em 1986 pelo Plano Cruzado.

    Só o Plano de Marcílio Marques Moreira em 1991, com contenção de gastos e associado com o aumento do juros não seria um plano econômico suficiente, ele precisaria de contar com um dólar um pouco mais valorizado. Infelizmente a recuperação da economia foi quebrada com a desvalorização do dólar ocorrida para o acerto do Plano Real.

    Só a contenção de gastos que o FMI impôs ao Brasil no final de 1998 não seria um suficiente para garantir a recuperação econômica brasileira que ocorreu em 2000. Foi preciso para que a recuperação acontecesse que houvesse a maxidesvalorização de janeiro de 1999. Infelizmente, a recuperação de 2000 foi interrompida pela falta de investimento em energia elétrica fruto da falta de previdência do ministro do Planejamento do primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso. Só o Plano Palocci de 2003, não seria suficiente para a recuperação da economia não tivesse ocorrido em 2002, uma maxi desvalorização.

    A recuperação da economia em 2003 teria prosseguido em passos mais firmes se o Brasil tivesse optado por um crescimento mais moderado em 2004 e assim não fosse preciso aumentar o juro e com isso arrefecer o crescimento econômico de 2005 e 2006. É claro que o juro mais alto e o alto preços das commodities ajudaram o Brasil a formar uma grande reserva externa. E a própria valorização do real tornou o custo da compra das reservas mais baixo. E de todo modo, qualquer que fosse o percurso adotado, haveria uma retração mundial no quarto trimestre de 2008 que atingiria a economia brasileira qualquer que tivesse sido o caminho percorrido desde 2003.

    O Brasil poderia também ter adotado um plano de contenção de gastos em 2009 e que em decorrência do afundamento da economia no quarto trimestre de 2008 levaria a economia a uma grande recessão em 2009. Tal plano, entretanto, seria contrabalanceado pela desvalorização da moeda ocorrida em dezembro de 2008 que levou o dólar a 2,4. Com um plano econômico assim a recuperação ocorreria em 2010, mas provavelmente sem a mesma força da recuperação que ocorreu puxada pelo mercado interno e que favoreceu a eleição da presidenta Dilma Rousseff em 2014, mas que trouxe o dólar ao final de 2010, para 1,7.

    Então você está certo em dizer que o Plano Levy é necessário mas é insuficiente. Falta entretanto você dizer que ele é oportuno. E você pode dizer que o Plano Levy sozinho só tem uma perna, mas você está equivocado em dizer que o Plano Econômico do segundo governo da presidenta Dilma Rousseff é insuficiente ou só contém uma perna. O Plano Econômico do segundo governo da presidenta Dilma Rousseff e que já fora informado quando ela prometera mudar a política econômica durante a campanha presidencial tem duas pernas: uma é a perna do Plano Levy e a outra é a desvalorização do real.

    Para aqueles que tomam o governo da presidenta Dilma Rousseff como um governo medíocre, as duas pernas são vistas, mas como que pertencendo a pessoas diferentes.

    Não diria que as pessoas que não são capazes de perceber as duas pernas do Plano Econômico do segundo governo da presidenta Dilma Rousseff sejam pessoas sem conhecimento da realidade, um pouco como um eufemismo para ignorantes. Elas estão apenas com a visão obnubiladas muitas vezes pelo preconceito, muitas vezes por uma ideologia que se quer eclética, mas peca pela incapacidade de ser dialética.

    Agora, o Plano Econômico do segundo governo da presidenta Dilma Rousseff terá mais efeito eleitoral se houver o entendimento que ele está incompleto. Quanto mais a economia se recuperar no futuro diante das trevas que se anunciaram no passado, mais retornos eleitorais, em especial no que diz respeito a popularidade, ela poderá obter.

    No sentido de recuperação de índices de popularidade, um texto como o meu funciona mais como contrapropaganda. Só que na verdade, o alcance de um comentário em um blog é ínfimo [Seria contrapropaganda se o meu comentário não tivesse um alcance mínimo]. As pessoas já tem a cabeça feita pela própria cultura em que elas crescem. Não pense que foi a Rede Globo que fez a cabeça de mais de um milhão de manifestantes que saíram à rua em 15 de março de 2015. Eles e muitos outros pensam da mesma forma porque com a cultura que possuem e na qual se formaram, este é o entendimento mais fácil para ser feito. Você, por exemplo, é uma das pessoas que mais acompanham a realidade brasileira nos últimos quarenta e cinco anos e, no entanto, você foi incapaz de perceber a completude do Plano Econômico do segundo governo da presidenta Dilma Rousseff”.

    Então a minha avaliação é que havendo paciência por parte do governo toda a crítica que se faz hoje ao governo vai depor contra quem fez a crítica e a queda de popularidade da presidenta pelo menos parcialmente poderá ser revertida ao longo dos três últimos anos do governo da presidenta Dilma Rousseff.

    Não quero com tudo que afirmei acima construir uma idealização da presidenta Dilma Rousseff como uma governanta perfeita. Houve muitos erros no primeiro governo da presidenta Dilma Roussef e a própria presidenta Dilma Rousseff tem muitos defeitos. Um, entretanto, dos defeitos dela se destaca muito, mas poucois avaliam como defeitos e alguns quando se referem a este defeito, especialmente o Luis Nassif, o fazem mais em circunlóquios.

    A presidenta Dilma Rousseff tem um defeito imenso e que é esse que foi apontado em comentário anterior enviado sexta-feira, 03/04/2015 às 12:27, por Luiz Eduardo Brandão, aqui para este post “Erros de Dilma, Lula e PT ameaçam projeto político, por Kennedy Alencar” de sexta-feira, 03/04/2015 às 08:37. Transcrevo a seguir o comentário de Luiz Eduardo Brandão:

    “O erro principal, raiz de todos os outros nestes últimos 4 anos e meses, não foi da Dilma, mas do próprio Lula, por ter posto no principal cargo político do país uma pessoa sem formação nem trajetória na vida política nacional (sua passagem pela luta clandestina não qualifica ninguém para o embate político democrático). Presidência da República não é cargo para administradores, como sustentam os neoliberais, mas para Políticos tarimbados. E não me parece que haja jeito de terceirizar a presidência, conforme se manteve a terceirização da política monetária para o mercado financeiro nos últimos 12 anos”.

    Não é em meu entendimento a crítica mais acertada ao grande defeito que avalio inerente a pessoa da presidenta Dilma Rousseff, qual seja, a falta de habilidade política para realizar a composição de interesses conflitantes. Como uma técnica, a presidenta Dilma Rousseff acredita que a composição de interesses não deve ser feita mediante um processo de negociação, mas sim mediante critérios técnicos. Quem mais acertou na crítica à presidenta Dilma Rousseff em meu entendimento foi Marco Antonio Castello Branco em comentário que ele enviou quinta-feira, 26/06/2014 às 01:45, junto ao post “Para entender o desgaste do governo Dilma” de segunda-feira, 16/06/2014 às 16:47, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele. Transcrevo a seguir o comentário de Marco Antonio Castello Branco. Afirmou ele lá:

    “Penso que a origem primeira das dificuldades do governo da Presidente Dilma reside na ideologia que ela abraçou e que propaga a supremacia da racionalidade técnica sobre a política como instrumento de construção de um projeto coletivo. Em torno dessa ideologia construiu-se a crença ingênua de que um dia a administração das coisas poderá substituir o governo dos homens.

    Isso contribui para que mesmo num país jovem como o Brasil, no qual o exercício da representatividade democrática ainda se encontra na adolescência, surjam sinais de esgotamento da democracia representativa e de tentativas de democracia direta. Dilma sanciona o desencanto dos brasileiros com a política ao demonstrar seu desprezo pelos políticos. Não está a seu alcance fazer o novo ordenamento legal das instituições políticas e o sistema eleitoral. Mas nada impede a Presidente de se cercar de deputados, senadores e homens de partido que melhor representam a prática da política no nosso país. Eles existem tanto na base do governo como na oposição. Ao não reconhecê-los e ao desprezá-los Dilma se alinha e sanciona o jogo maniqueísta e moralizante da mídia, que, afinal, fará dela e de seu governo sua derradeira vítima.

    São provavelmente sintomas desse fenômeno de crise da representatividade, a celebridade mediática alcançada pelos desvios de conduta de parlamentares, e os debates entre a moral e a política que não cessam de surgir na opinião pública, o que, vale aqui salientar, não é nenhum privilégio da sociedade brasileira.

    Faço aqui recurso ao pensador francês Julien Freund, cujas decepções íntimas causadas pela realidade da prática política o levaram a estudar o que é a essência da política, ou seja, a descobrir o que se esconde atrás do véu hipócrita de certas concepções moralizantes. Não se tratava para ele de subtrair a política do julgamento moral, nem de isolar esses dois conceitos um do outro, mas simplesmente de reconhecer que eles não são idênticos, pois a moral e a política não visam os mesmos objetivos.

    Apesar de ser desejável que o homem político seja também um homem de bem, ele pode também não o ser, pois tem a seu encargo a comunidade política, independentemente da sua qualidade moral. Julien Freund chama a atenção de que reside na identificação da moral com a política uma das fontes primárias da intolerância, do despotismo, das ditaduras, e dos tribunais populares.

    Apesar de estar consciente que não existe uma política moral, mas que se pode construir uma moral política, Julien Freund nos recomenda apelar para a vigilância e para a lucidez. Uma lucidez que sabe que ela não será jamais capaz de eliminar a morte, a violência, a maldade e a corrupção dos homens; uma vigilância que conclama a construir muralhas sólidas, um regime de governo e um conjunto de leis que evitem os exageros.

    Dilma parece ter assumido no íntimo de suas convicções o julgamento moral da política e por isso despreza todos políticos. Tem faltado a ela a lucidez de que governar os homens é mais valioso do que gerenciar planos, programas e obras”.

    O post “Para entender o desgaste do governo Dilma” precisa ser lido com muita atenção. O post explicita bem o pensamento crítico que Luis Nassif tinha e tem em reação ao governo da presidenta Dilma Rousseff. E era uma crítica que não era a crítica da direita, não era a crítica da oposição, pois Luis Nassif votou pela reeleição da presidenta Dilma Rousseff, e não era a crítica da esquerda radical, embora Luis Nassif tenha falado na falta de atenção do governo da presidenta Dilma Rousseff com os movimentos sociais.

    Há ali no post muitos focos de atenção de Luis Nassif que são repetidos em outros posts e também por outros comentaristas, a saber, a falta de pessoas de qualidade no primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff, a falta de um nível de qualidade na comunicação pública do governo, a teimosia da presidenta Dilma Rousseff, o gerenciamento centralizador da presidenta Dilma Rousseff e a postura anti governo da mídia. Luis Nassif ainda elogia o carisma de Lula deixando apenas implícito que a presidenta Dilma Rousseff não tem carisma. Ele também junta a teimosia e a centralização como constitutivos da falta de capacidade política da presidenta em uma crítica que guarda semelhança ao que diz Marco Antonio Castello Branco e ao que diz o Luiz Eduardo Brandão.

    Não há no texto nenhuma referência ao julgamento da Ação Pena 470. Não creio que se faz a crítica correta quem se propõe a analisar o governo da presidenta Dilma Rousseff sem se ater aos efeitos que o julgamento da Ação Penal 470 teve junto a população na avaliação do governo. E embora Luis Nassif mencione a crise econômica, na análise dele o efeito da economia é perfunctório.

    Não nego a possibilidade de acerto de muitas críticas de Luis Nassif. O problema é que a análise política realizada pela população tem seu apoio nos resultados econômicos. Quero dizer com isso o seguinte. Se a economia funcionasse a mil maravilhas dificilmente o Luis Nassif teria coragem de fazer as críticas que ele faz não só à política econômica posta em prática pelo ministro da Fazenda como ao próprio governo da presidenta Dilma Rousseff. Ele faz a crítica porque ele conta com o apoio da população. E a população o apoia porque os resultados econômicos são pífios.

    Resultados econômicos baixos e taxa de inflação alta é fruto de corrupção de governo. Conclusão que foi reforçada pelo julgamento da Ação Pena 470. Nenhum do povo e aqui eu incluo 99,99% da população mundial aceita que a inflação é um bem social ao reduzir as dívidas e tanto públicas como privadas (Evitando efeitos constritivos na demanda decorrentes do alto endividamento) e ao permitir o ajuste de preços relativos do mercado. E mesmo se comprovado que inflação mais alta gera mais emprego e inflação mais baixa gera menos emprego, as pessoas, pelo menos enquanto a taxa de desemprego não fosse superior a 50%, vão preferir taxas de inflação mais baixas. Para o povo (Inclui-se aqui até o pequeno empresário), inflação alta é resultado de um conluio do governo com os grandes empresários.

    A crítica implícita a falta de carisma da presidenta Dilma Rousseff apesar de verdadeira não é válida. É verdadeira porque a presidenta Dilma Rousseff não tem carisma. Não é válida porque não há comprovação de que o carisma seja instrumento útil de gerenciamento. É instrumento útil de popularidade. O que ocorre é que pessoas carismáticas tem mais facilidades de alcançar postos de lideranças. Assumindo postos de liderança ainda jovens, essas pessoas podem desenvolver habilidades gerenciais. E para ganhar eleição é preciso ter carisma ou vir ancorado em planos como fez Fernando Henrique Cardoso em 1994 ou ter alguém com carisma para sustentar a eleição como Lula fez em 2010, contando é verdade com bons resultados da política econômica. Então normalmente pessoas sem carismas como a presidenta Dilma Rousseff não desenvolvem capacidade de liderança nem capacidade de gerenciamento pois não alcança cargos de executivo como fruto de eleição. As vezes desenvolvem capacidade gerencial em virtude de terem assumido cargos de gerentes nomeados. E dois cargos importantes para desenvolver esta capacidade é de Planejamento e o da Fazenda. Na Fazenda se descobre a dificuldade em dispor de recursos que nunca se apresentam em abundância. E no Planejamento se aprende a conviver com diferentes demandas. Nos dias atuais normalmente quem assume esses dois cargos são técnicos que acabam não tendo pendores para a chefia de executivo. Antigamente não era assim. Getúlio Vargas foi ministro da Fazenda de Washington Luis. José Maria Alkmin embora não tenha sido eleito para chefe de executivo era político que foi ministro da Fazenda de Juscelino Kubitschek.

    A importância da mídia eu considero que deve ser reavaliada. Para mim a mídia tem uma grande importância, mas dentro da pequena importância que tem os meios de comunicação. Enfim, a mídia não pode impedir a economia de crescer. Nem fazer ela crescer sem que outras razões tenham influência.

    Ser teimosa e centralizadora é crítica válida, mas há que reconhecer que em muitas ocasiões há que se ser teimoso e centralizador. Além disso muitas pessoas são avaliadas como teimosas porque não aceitam a nossa opinião, uma vez que ninguém se julga a se próprio teimoso. A questão talvez mais relevante seja o autoritarismo, uma vez que o gerenciamento democrático é bem avesso ao autoritarismo. Agora geralmente em empresas de grande tamanho e com exercício de atividades diferentes se procura para se colocar na gerência pessoas centralizadoras e autoritárias.

    Assim, o que há de forte em relação a crítica à presidenta Dilma Rousseff é a falta de habilidade política que deve ser entendida mais dentro do contexto em que expõe Marco Antonio Castelo Branco do que nos dizeres de Luiz Eduardo Brandão e de Luis Nassif.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 03/04/2015

    1. Os links que faltaram em meu comentário anterior

       

      Gilberto Cruvinel,

      Em meu comentário anterior, eu fiz referências às críticas que o texto de Kennedy Alencar recebeu aqui neste post “Erros de Dilma, Lula e PT ameaçam projeto político, por Kennedy Alencar” de sexta-feira, 03/04/2015 às 08:37. Transcrevo a seguir o que eu afirmei no meu comentário (Fiz correções de erros de digitação em relação ao original):

      “Então o meu comentário é na suposição de que você concorda com o Kennedy Alencar. Ao terminar este meu comentário e relendo com mais atenção os comentários, observei que a maioria dos que apoiam o PT e dos que apoiam o governo da presidenta Dilma Rousseff faz crítica a Kennedy Alencar. Como você apoia o PT este deve ser também o seu entendimento. Agora a maioria das críticas voltou-se para o lado da futrica que o texto de Kennedy Alencar tem. É uma pena. A futrica talvez seja assunto chamativo e atrativo de leitores mas não tem nenhum efeito importante. O que é importante e que fica são as avaliações econômicas desde que elas confiram com os fatos”.

      Relendo os comentários, eu reconheço que a minha referência foi depreciativa e não os avaliei com correção. Nessa reavaliação eu não incluo aqueles que não foram feitos com a intenção de acrescentar, até porque eu não os incluir na primeira avaliação depreciativa que fiz. Há muitos comentários com os quais eu concordo quase integralmente e posso dar como exemplo o de Renato Kern que apareceu em duplicata enviado na sexta-feira, 03/04/2015 às 11:11.

      Há comentários curtos como o de Snoporaz e com o qual eu também concordo e que nem chega a falar da futrica do texto de Kennedy Alencar, apenas equipara o texto de Kennedy Alencar a outros com o mesmo teor que foram feitos e ainda são feitos contra Lula e contra Dilma.

      Talvez eu tenha sido influenciado na minha primeira avaliação pela leitura superficial que eu fizera e pela casualidade do título do comentário de Messias Franca de Macedo que apareceu duas vezes, a primeira vez na sexta-feira, 03/04/2015 às 09:42, e a segunda vez na sexta-feira, 03/04/2015 às 10:34. O comentário dele veio em duplicata, como se ele desconfiasse que não tinha enviado da primeira vez e o título – “O lado futriqueiro do” – que é o início da primeira frase do comentário deu uma idéia equivocada do que consiste o comentário. Entre o primeiro envio e o segundo envio do comentário dele houve muitos comentários e assim a leitura rápida que eu fizera levou-me a imaginar que havia muitos comentários com este viés.

      E por sinal o comentário de Messias Franca de Macedo é muito bom. A análise dele inicia-se com crítica a frase de Kennedy Alencar que de certo modo é o cerne do texto do jornalista da Folha de S. Paulo. Nas palavras de Kennedy Alencar:

      “No entanto, convém lembrar que a oposição e a imprensa não inventaram o escândalo da Lava Jato nem foram responsáveis pela política econômica desastrada do primeiro mandato de Dilma”.

      Em meu comentário eu me preocupei mais com a afirmação de Kennedy Alencar em que ele chama de desastrada a política econômica do primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff. Só que aqui no blog considerar essa avaliação como reveladora de uma incapacidade muito grande de Kennedy Alencar de compreensão dos meandros da economia é dar um tiro no próprio pé, pois de certo modo o próprio Luis Nassif, dono do blog, professa o entendimento de que a economia do primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff foi um desastre. E pode-se acrescentar que o desastre se deveu a incompetência da equipe econômica.

      Então, talvez para não entrar em conflito com o dono do blog poucos se comprometeram em refutar a referência de Kennedy Alencar a economia desastrada do primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff. O que se preferiu foi se voltar para a primeira parte da frase. Relendo os comentários pude observar que até o título que apareceu para o comentário de Messias Franca de Macedo é enganoso. Lá pouco se cuida da futrica e se critica a frase sobre a economia, como se pode ver no parágrafo do comentário que transcrevo a seguir:

      “Com relação à “política econômica desastrada do primeiro mandato de Dilma”, numa discussão séria – e contextualizada – o argumento do Kennedy Alencar escorria – célere – para o esgoto!”

      Talvez seja frase de economista, e portanto não de leigo como eu e que sabe que esta não é a oportunidade de falar sobre a economia, e assim o comentário, embora perfeito e forte na concisão, deu pouco destaque para esta avaliação de Kennedy Alencar. Eu me alonguei muito sobre a avaliação econômica que Kennedy Alencar faz sobre o primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff e o meu comentário parece deslocado em um debate sobre um texto de um jornalista de política. A se levar em conta a análise de Messias Franca de Macedo, caberia eu reconhecer que eu não devesse ter demorado tanto tempo em refutar a frase de Kennedy Alencar. Talvez eu mais bem faria se tivesse simplesmente recomendado a leitura do post “Uma defesa da política econômica de Dilma” de segunda-feira, 15/12/2014 às 12:06, publicado aqui no blog de Luis Nassif e de autoria de Laurez Cerqueira, Gustavo Antônio Galvão dos Santos, Luis Carlos Garcia de Magalhães e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/uma-defesa-da-politica-economica-de-dilma

      Lá sem dúvida seria confirmada a afirmação de Messias Franca de Macedo de que, contextualizada, a frase de Kennedy Alencar, em que ele se refere a “política econômica desastrada do primeiro mandato de Dilma”, “escorria célere para o esgoto”.

      Para enfatizar mais a minha reavaliação sobre a qualidade dos comentários eu relembro que mais dois comentários fizeram referência a frase cerne do texto de Kennedy Alencar. Rpv inicia o comentário enviado sexta-feira, 03/04/82015 às 10:48, transcrevendo o primeiro trecho da frase de Kennedy Alencar em que ele exime a imprensa de ter inventado a operação Lava-Jato. O mesmo fez Sérgio M Pinto em comentário enviado sexta-feira, 03/04/2015 às 10:05, com um comentário bem curto e apenas para mostrar desesperançoso com um jornalismo assim tão chifrim. Ele nem chega a entrar em detalhes, pois é visível que só um jornalismo incapaz ou do mesmo nível da mídia que o reproduz deixa de apontar a maneira tendenciosa como a mídia tem agido em relação a operação Lava-Jato.

      Eu não critico muito a posição da imprensa em relação a operação Lava-Jato mesmo sabendo que a posição da mídia é tendenciosa porque considero que apesar dos percalços que a operação Lava-Jato causa no PT ela é benéfica para o Brasil. Aliás, eu fui resistente a se fazer a crítica a mídia mesmo ela tendo posicionado de modo tendencioso no julgamento da Ação Penal 470 no STF, ao ponto que ninguém soube exatamente qual foi a decisão do STF, porque o julgamento da Ação Penal 470 no STF trouxe pelo menos uma grande inovação e que foi a transformação do crime de caixa dois em crime de corrupção quando o funcionário público réu da ação tiver uma gama de poderes como um de um deputado.

      Por fim deixo os quatro seguintes links:

      Primeiro para o artigo “Fiscal Devaluations” (NBER – Working Paper 17.662, de dezembro/ 2011) de autoria de Emmanuel Farhi, Gita Gopinath, and Oleg Itskhoki e que foi indicado por Antonio Delfim Netto no artigo “É o câmbio, é o câmbio…”. O endereço do artigo “Fiscal Devaluations” é:

      http://www.nber.org/papers/w17662.pdf

      E o artigo de Antonio Delfim Netto “É o câmbio, é o câmbio…” transcrito aqui no blog de Luis Nassif no post “O euro e homogeneidade de interesses, por Delfim Netto” de terça-feira, 31/01/2012 às 10:03, pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/o-euro-e-homogeneidade-de-interesses-por-delfim-netto

      O post “A agenda positiva para relançar a economia, por Motta Araújo” de domingo, 29/03/2015 às 10:19, aqui no blog de Luis Nassif e originado de comentário de Andre Araujo pode ser visto no seguinte endereço, que fica indicado na segunda página uma vez que é lá que se encontra o meu comentário do qual eu transcrevi uma parte em meu comentário anterior:

      https://jornalggn.com.br/noticia/a-agenda-positiva-para-relancar-a-economia-por-motta-araujo?page=1

      E o quarto endereço é para o post “Para entender o desgaste do governo Dilma” de segunda-feira, 16/06/2014 às 16:47, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele, e para o qual há o comentário de Marco Antonio Castello Branco enviado quinta-feira, 26/06/2014 às 01:45. O post “Para entender o desgaste do governo Dilma” pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/para-entender-o-desgaste-do-governo-dilma

      Eu venho transcrevendo o comentário de Marco Antonio Castello Branco que aparecera lá no post “Para entender o desgaste do governo Dilma” há um bom tempo. E da primeira vez que eu o transcrevi além do elogio eu também salientei trecho com o qual eu não concordava. Foi o que eu fiz em comentário enviado quinta-feira, 26/06/2014 às 21:56, para Luis Nassif junto ao post “Pequeno manual de como discutir política nas redes sociais” de quinta-feira, 26/06/2014 às 11:51, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele. O endereço do post “Pequeno manual de como discutir política nas redes sociais” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/pequeno-manual-de-como-discutir-politica-nas-redes-sociais

      Não só pela crítica que eu faço ao comentário de Marco Antonio Castello Branco, mas principalmente pelo significado que transparece do que Luis Nassif expõe lá no post “Pequeno manual de como discutir política nas redes sociais”, eu recomendo a leitura dele. De modo resumido eu afirmaria que Luis Nassif apresenta no post “Pequeno manual de como discutir política nas redes sociais” a sistemática de criar atrativos em um post para chamar a atenção do leitor. Esses atrativos consistem basicamente em se bater no cravo e na ferradura. Sem dúvida um blog assim é mais rico em comentários antagônicos.

      Há dois problemas nesse comportamento. Um seria saber se esta prática não é uma prática jornalística e já está sendo adotada de modo geral por todos que pretendem ter um perfil mais variado de leitores. Este é um problema mais para os donos do blog pois vão todos eles parecerem muito iguais.

      E há um segundo problema e que atinge os leitores. Com os blogueiros adotando um comportamento assim, um texto que reflete esta tática de chamar atenção do leitor acaba perdendo a característica de análise. Se há uma crítica a um político não se sabe se aquela crítica é uma opinião fundamentada ou apenas um mecanismo de atrair leitores.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 04/04/2015

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