Escola de Rua: por uma educação livre e “fora da caixa”

Por Ana Luiza Basílio, do Centro de Referências em Educação Integral.

Próximo das filas dos restaurantes populares Bom Prato. Esse é o lugar escolhido por Diego Macedo, um carioca que vive em São Paulo, para parar e se fazer visto com seu quadro que, geralmente, traz grafado: “Professor de Filosofia”. Essa foi a forma encontrada pelo jovem a compartilhar e construir conhecimento com outras pessoas e impulsionar seu projeto que tem os espaços públicos como palco, o Escola de Rua.

A ideia é justamente essa. Trazer temas para as ruas e propor uma conversa com os demais. Raiva, inveja, ajuda, amor, felicidade são temas constantemente abordados pelo jovem, que também tem conhecimentos em Psicologia.

Veja aqui o relato de uma das aulas de Diego no Bom Prato.

Tudo isso porque, para Diego, a construção do conhecimento não deve se resumir a lugares fechados. Por acreditar em uma educação livre, ele quer levar a proposta a parques, praças, metrôs e quaisquer outros espaços da cidade.

“O que tenho observado é que as pessoas gostam de receber conhecimento e em qualquer lugar. E hoje no metrô falando com as pessoas, percebia que mesmo com a pressa de saltar de uma estação a outra, as pessoas tinham interesse em aprender e compartilhar”, escreveu em seu blog, comentando que, em uma das ocasiões, um rapaz deixou de entrar no metrô por dez vezes para se manter na conversa com o educador. É no blog, inclusive, que Diego busca registrar e sistematizar essas experiências, sempre relembradas com muita emoção e valorização de quem participou de suas aulas.

Educador debate o tema "raiva" com uma família na Zona Oeste de São Paulo. Foto: Reprodução

Educador debate o tema “raiva” com uma família na Zona Oeste de São Paulo. Foto: Reprodução

Sempre como um diálogo, a propostadas aulas é construído em improviso. O professor leva seus conhecimentos, leituras e até suas dúvidas para abordar os temas com seu público, mas sempre partindo do que seus estudantes desejam discutir. Em um exemplo, em uma aula no Parque Villa Lobos, na Zona Oeste da capital, o educador conversou com um grupo de jovens sobre consumo de drogas e com uma família que fazia um piquenique no local discutiu o tema “raiva”.  A cada dia e a cada aula, Diego afirma se surpreender: “De todas as Escolas que frequentei, a da Rua, foi a que me pareceu melhor! E que na Rua posso encontrar outra vez a minha potência de viver”, complementou.

Jovens e professor discutem o consumo de drogas. Foto: Reprodução

Jovens e professor discutem o consumo de drogas. Foto: Reprodução

Para viabilizar a iniciativa, Diego a inscreveu no Catarse, plataforma de financiamento colaborativo. A cada 100 reais arrecadado, Diego se dispõe a fazer um dia do Escola de Rua. Até o fechamento desta matéria, o projeto já contava com 44 apoiadores e um saldo de R$ 1.510,00.

 

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Redação

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