Está na hora de discutir o uso de leitos privados e fila única contra coronavírus

Leitos de UTI do SUS se esgotam na maioria dos estados brasileiros ainda no mês de maio, com a crise durante pelo menos dois meses

Jorna GGN – Elio Gaspari abre sua coluna na Folha de S. Paulo deste domingo (3) com uma provocação ao ministro da Saúde Nelson Teich e aos donos dos planos e hospitais privados do Brasil: a fila única contra o coronavírus “está na mesa”. A cada novo dia, com a capacidade do SUS esgotando, torna-se ainda mais inevitável discutir o uso de leitos de UTI da rede privada para salvar os brasileiros mais pobres.

O que põe a discussão em pauta são os dados alarmantes. O mesmo jornal noticia que os leitos de UTI no SUS se esgotam na maioria dos estados brasileiros ainda no mês de maio, com a crise durante pelo menos dois meses. Na rede privada, a carência de vagas deve durar um mês, e chega ao esgotamento a partir de junho.

“Mantida a tendência atual de ascendência da curva, o Brasil poderá registrar mais de 40 mil infecções diárias após a primeira semana de junho e um déficit de leitos de UTI acima de 20 mil ao final do próximo mês”, escreveu o repórter Fernando Canzian.

Segundo a coluna de Gaspari, hoje “a rede privada tem 15.898 leitos de UTIs, com ociosidade de 50%, e a rede pública tem 14.876 e está a um passo do colapso.”

Diante do cenário dramático, o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Zasso Pigatto, já enviou a Teich e aos secretários estaduais de Saúde a “Recomendação 26”, defendendo que a “alocação dos recursos assistenciais existentes, incluindo leitos hospitalares de propriedade de particulares, requisitando seu uso quando necessário, e regulando o acesso segundo as prioridades sanitárias de cada caso.”

Ciente da recomendação, “quatro guildas da medicina privada saíram do silêncio, condenaram a ideia e apresentaram quatro propostas alternativas”, sendo uma delas “risível” (a testagem em massa), e duas “dilatórias” (a construção de hospitais de campanha e a publicação de editais para a contratação de leitos e serviços).

“A quarta vem a ser boa ideia: a revitalização de leitos públicos. Poderia ter sido oferecida em março”, comentou Gaspari.

Redação

3 Comentários

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  1. Creio q uma das principais atribuições do Ministro Reich, seja impedir q os mal cheirosos possam usufruir dos leitos de UTI pertencente a rede privada. Afinal é uma questão de direito, afinal quem expolia digo paga mais tem mais direitos como disse Huxlei somos todos iguais só q uns são mais iguais q outros.

  2. Fico olhando pra cara desse ministro e me perguntando: “será que ele freqüenta alguma seita macabra , passa as madrugadas tomando chás alucinógenos e amanhace com as pernas tremendo?

  3. Lampedusa na veia.
    Essa discussão de araque é apenas para que, passada a pandemia, tudo volte a ser como antes.
    Por que não se discute algo que levaria a uma mudança real e permanente?
    Adotar o modelo canadense: saúde pública para todos e PROIBIÇÃO DE QUALQUER SAÚDE PRIVADA.
    Confiscar a estrutura adicional, construída com os recursos da classe média, e mandá-la para a fila única, é apenas uma tática apaziguar o povo, que poderia se revoltar e colocar em risco a alta burguesia e seus serviçais.
    Você acha mesmo que o 0,01% está preocupado com planos de saúde?
    Quando moram aqui, suas famílias não. Tendo um resfriado, pegam um jatinho e vão para o 1o. mundo.

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