Estados Unidos aumentam exigência para liberar visto de entrada

Entre as medidas, que também atingem brasileiros, estão varredura do histórico de publicações em redes sociais, endereço de e-mail e telefone dos entrevistados.

Jornal GGN – Enquanto o governo Jair Bolsonaro (PSL) prioriza a relação com os Estados Unidos tendo, até mesmo, decidido dispensar o visto de entrada no Brasil para norte-americanos, australianos, canadenses e japoneses, ao mesmo tempo a administração Donald Trump adota regras mais restritivas para conceder visto, incluindo aos brasileiros.

Segundo informações da CNN, em 60 dias as autoridades dos Estados Unidos passarão a exigir um histórico de uso das redes sociais dos últimos cinco anos, endereço de e-mail, telefone e entrevistas sobre violações anteriores de imigração e histórico de familiares envolvidos com atos terroristas, de quem pedir o visto para entrar no país.

O objetivo do governo Trump é prevenir atividades criminosas ou terroristas nos Estados Unidos.

Um dia antes de da visita oficial de Bolsonaro aos Estados Unidos, em 18 de fevereiro, o governo do Brasil publicou em uma edição extraordinária do Diário Oficial da União o Decreto 9.731/19, estabelecendo que cidadãos de quatro países, incluindo dos EUA, não precisarão mais de vistos para entrar como turistas no Brasil.

A medida, assinada pelo presidente Bolsonaro e ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) e Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) permite a isenção do visto para turistas que visitarem o Brasil por até 90 dias prorrogáveis por mais 90.

O governo argumenta que, assim, conseguirá atrair mais divisas para o país com o turismo. Mas a decisão rompe com o princípio de reciprocidade adotado historicamente pela diplomacia brasileira, por não implicar em nenhuma contrapartida dos países beneficiados.

Em outras palavras, o turista brasileiro continuará tendo que exigir visto de entrada para Estados Unidos, Japão, Canadá e Austrália.

Alguns dias depois do anúncio, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) recolheu 41 assinaturas, incluindo de líderes de nove partidos da Casa, para o projeto de decreto legislativo 68/2019 que susta a determinação do governo federal.

O número de assinaturas que Randolfe conseguiu foi o suficiente para colocar a matéria em urgência de discussão no Senado e o Plenário da Casa deve realizar o debate já na próxima semana. Com isso, o governo corre o risco de sofrer mais uma derrota no Congresso, após a PEC do Orçamento Impositivo.

Complexo de…

Já em Washington, após a publicação do decreto, Bolsonaro justificou a medida aos jornalistas, criticando o fato de brasileiros irem para os Estados Unidos a procura de emprego.

“Ah, o visto, olha só, a gente não vê nenhum americano indo para o Brasil para ganhar estabilidade via CLT, buscar emprego lá [no Brasil]. O contrário, para cá [Estados Unidos], existe, mesmo não havendo qualquer garantia. Então, há uma diferença […] Agora, alguém tem que estender os braços em primeiro lugar, estender as mãos em primeiro lugar, e fomos nós”, afirmou Bolsonaro.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi mais além, e, dois dias antes do decreto do pai, afirmou em um evento em Washington que brasileiros que moram ilegalmente nos Estados Unidos são uma vergonha.

*Com informações do Vermelho.org

Redação

5 Comentários

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  1. Desconfio que para brasileiros, além do toque retal, exigirão um exame de sanidade mental. Afinal, só maluco vota no cidadão que hoje habita o planalto e viabiliza um laranjal como partido.

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