Estamos sendo preparados para um banquete macabro, por Gustavo Gollo

Imaginemos que, ante a ameaça de uma nova e estranha doença, um pai de família cujo orçamento incluísse o pagamento de uma dívida duvidosa contraída de agiotas inescrupulosos que lhe cobram juros escorchantes, se encontrasse faminto, vendo seus filhos na mesma situação, e sem comida para prover a si e aos seus. Ora, se esse homem possuir o dinheiro para pagar os agiotas, encontrando-se ele e seus filhos em tal penúria, obviamente, qualquer cidadão, exceto o mais completamente desvairado dos loucos, utilizará a quantia previamente destinada à dívida para saciar a fome dos seus, constituindo completa insanidade, ao menos, conjecturar o contrário. Consideração que não necessita explicação.

Ocorre ser essa, exatamente a situação do país, transposta à escala de toda a nação. Em meio ao confinamento, o povo brasileiro se vê na iminência de ser assolado por uma fome generalizada, em decorrência do confinamento das pessoas, muitas delas destituídas, por essa razão, de sua fonte de renda habitual.

Há, no entanto, no orçamento do país, uma parcela de 1 trilhão de reais destinada ao pagamento dos juros abusivos de uma dívida duvidosa. Nesse instante, de qualquer modo, pouco importa tanto a origem quanto a legitimidade de tal dívida, dada a penúria dos brasileiros em decorrência da doença que nos assombra, torna-se óbvia a qualquer pessoa, exceto aos loucos, a necessidade premente de destinar ao menos parte desse recurso à população, garantindo a todos não só a alimentação, mas as condições de sobrevivência.

Em meio à confusão instaurada pelas instâncias governamentais contrárias umas às outras, encontramo-nos em isolamento, confinados em nossas casas, mas sem garantia de renda para muitos de nós, privados de suas fontes usuais de renda pelo confinamento, de modo que em poucos dias não terão dinheiro para alimentação.

As multidões famintas resultantes dessa situação insana, obviamente, não permanecerão confinadas em suas casas à espera da morte, mas sairão em busca de comida e logo se aglomerarão em torno dos mercados e de qualquer local que sabidamente tenha comida armazenada.

Após os primeiros saques, policiais armados serão chamados para proteger tais locais, enquanto a turba irada, ensandecida pela fome, aumentará pressão e reduzirá distância, até que os policiais atirem, chacinando a multidão que,só desse modo, encontrará carne para comer.

Estamos sendo preparados para um banquete macabro, seremos servidos como prato principal.

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Redação

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