Quais as chances de estarmos vivos daqui a um ano? A resposta depende, fundamentalmente, de nossa idade. Fatores socioeconômicos e regionais também interferem bastante. Apresento abaixo a estimativa de estarmos mortos daqui a um ano, conforme a idade.
Idade homens mulheres
10 0,28 % 0,20 %
20 2,33 % 0,53 %
30 2,68 % 0,86 %
40 3,70 % 1,64 %
50 7,20 % 3,81 %
60 14,4 % 8,17 %
70 31,0 % 19,7 %
80 ? 71 % ? 50 %
A mim causou surpresa o tamanho da discrepância entre homens e mulheres. A condição econômica da pessoa tende a deslocá-la acima, ou abaixo, na tabela, de modo que os ricos podem reduzir 10 anos de sua idade para a consulta, enquanto os pobres podem acrescentar 10. Os números me pareceram surpreendentes, acho que tendemos a menosprezar a possibilidade de morrermos, tendemos a um otimismo exagerado, quanto a isso.
Mas, e se houver uma guerra mundial? Nesse caso, quais as possibilidades de estarmos mortos em menos de um ano?
Difícil estimar a mortalidade, em tal caso. Estimo 50% de mortes de toda a população mundial durante o primeiro ataque, mas isso é um chute, dependerá da intensidade do assalto, da surpresa e de muitos outros fatores. Como não estaremos no centro dos ataques, como não seremos alvos preferenciais, podemos estimar, aqui, 10% de mortes diretas. A estimativa é otimista, os que lutam pelo poder não permitirão que reste uma estrutura organizada após a destruição do hemisfério norte, que será varrido por um imenso sopro destruidor, nada restando em sua superfície, exceto escombros.
A destruição deixará o mundo sem combustíveis, sem energia e sem comunicações. Não haverá telefones nem internet; hidrelétricas e usinas de energia destruídas, assim como poços e refinarias de petróleo. Não haverá energia para a reconstrução, nem organização. O que sobrar das grandes cidades mergulhará no caos da escassez de comida e da desorganização geral, sem luz elétrica, transportes, nem comunicações. Lutaremos entre nós pela comida escassa. Vagaremos a esmo pelas cidades e pelos campos; multidões famintas em busca de comida, de abrigo e de rumo; estaremos completamente desorientados. Morrerão, talvez, 80% de nós durante o primeiro mês de caos.
Então reverteremos às condições de 100 anos atrás, quando o país possuía estrutura similar a essa. Note que não sabemos cuidar dos animais encarregados dos transportes e que estaremos famintos. Epidemias dizimarão os sobreviventes.
Há 100 anos, nossa expectativa de vida se resumia a uns 30 ou 40 anos, retornaremos a ela. Algo em torno de 10 ou 20% corresponde a estimativa plausível para a parcela de sobreviventes, após um ano.
Estamos sendo levados a uma guerra mundial, todo o imenso rebanho, todos nós. Os jornais pintarão os russos e chineses como bandidos atrozes, e nos insuflarão para que apoiemos a guerra e clamemos por ela. Só haverá um lado nessa guerra, estaremos lutando contra pessoas iguais a nós, destruindo-nos a todos, estupidamente, sem nenhum propósito.
Há um ou dois anos atrás parecia loucura falar de uma guerra mundial iminente, há 5 anos isso era, certamente, o mais completo desvario… não era, o risco é real.
Se a probabilidade da ocorrência, ano que vem, de uma guerra mundial é realmente alta, então esse é o maior risco imediato à nossa sobrevivência, a maior ameaça iminente á humanidade. Se esse risco é realmente alto, devemos nos mobilizar para reduzi-lo. Uma guerra assim tem que ser evitada a todo custo.
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