Folha critica ativismo e imprudência de Villas Bôas

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

Jornal GGN – Editorial da Folha intitulado ‘Imprudência fardada’ critica as declarações de Villas Bôas. Segundo o jornal essas falas não contribuem para o apaziguamento dos ânimos. Enumera os últimos acontecimentos no país, da recessão à operação anticorrupção, e coloca que excepcionalidades se deram desde 2013. 

Coloca na pauta a questão da estabilidade e sua sustentação. E considera imprudente que o comandante do Exército externe suas interpretações acerca da possibilidade de as eleições serem questionadas após o atentado que foi vítima o candidato do PSL Jair Bolsonaro. E critica que o comandante foi mais longe.

O general criticou a suposta ingerência do Comitê de Direitos Humanos da ONU e tachou de ‘pior cenário’ o de se ter alguém sub judice ‘afrontando tanto a Constituição como a Lei da Ficha Limpa’, se referindo ao ex-presidente Lula.

Para os editorialistas da Folha, cabe apenas ao Judiciário, dentro do devido processo legal, arbitrar sobre os argumentos da apelação de Lula. E, caso o resultado das eleições transcorram dentro das regras, o que acontece desde 1989, legitima-se automaticamente.

A Folha aponta que cabe às Forças Armadas, assim como às demais organizações do Estado, acatar as decisões soberanas das cortes e das urnas. O fato pediria, ainda, pelo bem da ordem democrática, que autoridades que lideram segmentos da administração ‘um silêncio reverencial sobre o que é competência de outras instâncias’.

O jornal vai mais longe, dizendo que esse papo em torno de legitimidade da eleição e causas de instabilidade no país não contribuem em nada para o apaziguamento dos ânimos, o que todo brasileiro com responsabilidade coletiva deveria perseguir.

O editorial faz referência à entrevista do general de reserva Hamilton Mourão, candidato a vice na chapa de Bolsonaro, que em entrevista à GloboNews divagou sobre hipóteses que validariam um autogolpe do presidente da República. Segundo a Folha, o ‘rocambole argumentativo não deixou entrever como essa aberração poderia conviver com a Constituição em vigor’.

E finaliza dizendo que esse debate em uma disputa já tensa, com a tentativa de assassinar um candidato, não leva a lugar nenhum.

Leia o Editorial na íntegra aqui.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

7 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. A candidatura de Lula não

    A candidatura de Lula não afronta a constituição brasileira como o general argumenta, pois a condenação dele ainda está sendo questionada em instâncias superiores (que deveria ser o mecanismo de proteção contra atos criminosos de juízes bandidos como Moro).

    E a candidatura de Lula também não afronta a lei da Ficha Limpa dado que a própria “condenação” imposta pelo criminoso Moro é uma farsa do início ao fim que não teria sido levada a sério em qualquer país civilizado. Logo, sem condenação (condenação fraudulenta sequer se considera) jamais deveria existir cumprimento de pena.

    Eu fico impressionado que um sujeito incapaz de respeitar as leis como este general esteja no comando das forças armadas do país.

  2. Cabem muitas interpretações a

    Cabem muitas interpretações a esse editorial. Será que a folha está temendo perder as eleições para o PT e, nesse caso, iniciando um processo de conciliação ? Será que a folha está temendo a militarização do golpe e não vê “vantagens” em embarcar no carro dos militares ? Será que a folha está temendo a onda fascista que ajudou a criar e que pode virar um tsunami ?  Pois é,  os malucos jogaram gasolina na fogueira e agora se viram no meio do incêndio. 

  3. Ativismo, Sim. Imprudência, Nem Tanto.

    Nassif: sejamos franco. Mesmo que o discurso do Ministro da Guerra não represente a fala da Caserna, ele é a cópia fiel de 95% dos milicos de altas patentes. E de 99% da Praia Vermelha, da Ilha Fiscal e da República do Galeão.

    Quer mais que o enrosco que deram a Juscelino? Tá certo que ali a República do Galeão tava à frente. Mas os dois outros acenavam pros colegas que se precisasse, tavam de prontidão.

    Mas e quando, covardemente, depuseram o Imperador? À noite Deodoro descobrira o golpe. Mas a cagada já tava feita. A história de golpe dos fardados vem de longe, no Brasil. 

    A desgraça é que em nome da dignidade, tiram um dito corrupto pra colocar outro, agora reconhecidamente como tal. Qual será a paga?

    E mais, diga uma, uma só inquietação política da nossa Nação que eles não estavessem por trás? Umazinha sequer. Inclusive este, apesar das aparências que o bando da toga comandara a bagaça.

    Até porque, não eram os togados que conspiravam contra um governo democraticamente eleito.

    Melhor seria riscar o art. 142 da Constituição. Tá muito caro a mantença dos capitães do mato. Os batepaus do Fliory faziam mais sentido ao contexto. E bem mais baratos. Só uns 3% dos 110 bilhões que ora gastamos.

    Portanto, esse discurso do patota da Barão de Limeia e churumela… O pessoal é de acender uma vela pra Deus, outra pro Diabo.

  4. A Folha continua uma bosta.

    A Folha continua uma bosta. Primeiro ela apoiou a ditadura de 1964/1988. Depois disse que a ditadura era ditabranda. Mais recentemente ela divulgou a ficha falsa de Dilma e disse que ela poderia ser verdadeira. Pouco depois a Folha apoiou o golpe de 2016. Agora ela diz que a insubordinação e filha-da-putice do general é imprudência. A Folha trabalha sempre em favor do autoritarismo, exceto quando o minimiza.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador