Fora de Pauta

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Lourdes Nassif

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  1. Após dona Candinha, Mme. de M…

    Caminhava pela calçada de uma cidade qualquer quando uma senhora me abordou e se apresentou:

    – O senhor não é o comendador de B…? Sou Mme. de M… Fomos apresentados no meeting em homenagem ao Coronel Repugnante Pústula.

    Em respeito a sua idade fui o mais educado possível. Disse que não era comendador, muito menos de B…, afinal, jamais homenagearia tão sinistra figura. Até falei que jamais vesti uma camisa da CBF. Mesmo assim ela continuou a andar e a tagarelar ao meu lado.

    Não sabia se era conversa ou tortura, esta não tão atroz como as prisões provisórias em definitivo. Soubessem os canários o poder libertador de algumas palavras o canto seria outro. Uma união de palavras qualquer bastaria, mesmo que fosse uma algaravia. Porém Lula e Dilma em alto e bom som. O resto a convicção traduziria e a porta da gaiola se abriria.

    Divaguei. Retonando a Mme. de M… dizia ser prima de Dora Avante, a quem apresentou o Veríssimo. Tanto falava que soltou uma indiscrição, na juventude teve um caso com Altamirando, o primo do Stanislaw. A velhinha de Taubaté, que é uma gracinha, num jantar com Apicius, foi a alcoviteira.

    De repente ao passar numa praça que reúne os três poderes da república. Numa esquina o MPF, na outra a justiça federal e no canto mais escondido a PF. Ao ver os transeuntes em seus bem cortados ternos não conseguiu se conter:

    – Estes jovens mancebos estão salvando o Brasil do espectro comunista que ronda a pátria. Com os socialistas fora do caminho, aliás, o direito não diz que é para dar a cada um o que lhe pertence. Então, aos esquerdistas às masmorras!

    Após este ímpeto de patriotismo global, alimentado por mervais e quetais. Não parou mais. A única coisa que a partir daquele momento consegui fazer foi tentar manter a sanidade. Como foi difícil. Olhava desesperadamente para ver se passava um táxi. Arrependi-me amargamente de não ter um smartphone com o aplicativo do uber.

    -Minha avô sofreu muito quando menina. Perdeu a mucama e o seu cavalinho. Agora, com a experiência de vida eu sei que o descalabro começou com aquela falsa princesa. Felizmente o PSDB e o Michel estão lutando para consertar o estrago que ela iniciou. Uniforme, catre e ração, de que mais um serviçal precisa?

    Não estranhei a referência ao Século XIX. Há pouco mais de um ano embarcamos na máquina do tempo. De volta ao passado. Tenho esperança que verei o novo baile da Ilha Fiscal.

    – Veja São Paulo. Aquele garoto está fazendo um ótimo trabalho. Diuturnamente os matutinos e vespertinos não cansam de dizer como a sua gestão está salvando a urbe. São sheiks investindo, milionários filantropos doando milhões sem pedir nada em troca, como os ricos são bons. Dizem até que a garoa vai voltar e quem sabe nevar na Cantareira, em breve será uma cidade de primeiro mundo. Dos anos trinta e claro. Sem todos aqueles pobres e terroristas que as estão invadindo em busca do sonho capitalista.

    Nesses momentos pedia uma dose extra de paciência e nenhuma força.

    – O meu bisneto acha que sou muito progressista, mas aguento as críticas. Não preciso me preocupar com ele. Faz parte do Movimento Brasil Livre de Justiça Social. Bacharel em Direito. Está indeciso, não sabe se vai ser juiz ou procurador. Tudo por mérito próprio, sem precisar de ajuda do Estado. O pai sempre pagou as melhores escolas particulares, a universidade foi federal. Agora está fazendo um curso preparatório, uma ninharia, coisa de trezentos mil Reais, para conseguir uma boa classificação em concurso público.

    Fiz minha primeira pergunta: – A senhora é progressista?

    – Claro, dou folga quinzenal a Maria, ela está comigo há cinquenta anos. Na segunda-feira ela pôde sair as três da tarde e retornar as dez. Diz que é para visitar os sobrinhos. O meu bisneto não concorda, diz que ela me explora. O tataravô teria orgulho. Morreu acariciando o tronco, pobrezinho. Mas, para acalmá-lo sempre digo: pelo seu mérito trajarás a toga, a lei é dura mas é a lei, também poderá ser usada em versão heterodoxa. Para ele o melhor Direito é o achado na mídia.

    Passando em frente a um boteco, da mesa um homem deixou a cerveja e se levantou, cobriu-a com o seu manto e a carregou. Lembrei-me de Belchior, mas não era o anjo do senhor. No ambiente odor como o de Potus ficou.

  2.  
    Para fabricar um factóide

     

    Para fabricar um factóide novo para a mídia amiga, “moro” tortura Lula arguindo insistentemente sobre Marisa. Minuto por minuto a tortura ao final da matéria

    http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/blog-na-rede/2017/05/a-falsa-narrativa-de-que-lula-culpou-dona-marisa/

    A falsa narrativa de que Lula culpou dona Marisa

    Blog da Milly – Eu poderia ter aproveitado meu sábado para ler Irmãos Karamazov de cabo a rabo, assistir O Leopardo e Doutor Jivago na sequência, ou quem sabe ficar vendo vídeos das vitórias e dos gols do Corinthians ao longo dos anos, mas o que fiz foi rever o depoimento de Lula a Sergio Moro.

    O que me moveu a executar tarefa tão estúpida não foi apenas a falta do que fazer em um sábado, mas o tsunami de emoções que me invadiu depois que vi a capa da Veja e a propaganda de dia das mães das lojas Marisa, que cruzam fronteiras morais que jamais deveriam ser cruzadas em um mundo minimamente decente e humanizado.

    Não conheço Lula, nunca o vi na vida e nunca votei nele, mas se tem uma coisa que me tira de eixo, além das derrotas do Corinthians, são injustiças e preconceitos. E, na mesma escala, o uso indevido da imagem de alguém que não está mais aqui.

    Se Lula é culpado de alguma coisa não posso dizer. Não posso dizer nem se minha mãe é culpada de alguma coisa, mas o que posso dizer é que se um dia minha mãe for suspeita de crimes eu gostaria que ela tivesse direito a um julgamento justo, que fosse justamente divulgado pela imprensa, e que, se condenada, fosse condenada a partir de provas e não de desejos e de crenças.

    Desde que o depoimento de Lula a Moro terminou o que temos visto é a imprensa repercutir a ideia de que Lula culpou dona Marisa, que morreu em fevereiro desse ano.

    Nesse caso Lula teria transferido a culpa, fica implícito, a alguém que não está mais aqui para se defender, o que seria, naturalmente, covarde, baixo, vulgar e pequeno da parte dele.

    Acontece que isso não é absolutamente verdadeiro, mas para saber disso é preciso ser alguém sem vida social como eu, e ter paciência para assistir 4 horas e meia de depoimento no Youtube.

    E eu fui rever esse depoimento apenas para provar que a narrativa que a grande mídia está construindo a respeito da covardia de Lula é falsa – a despeito de Lula ser ou não culpado de alguma coisa – triplex, sítio, pedalinho etc e tal.

    O que vem ao caso aqui não é a culpa ou a falta de culpa dele, mas a construção de uma história inventada para confundir a opinião pública a respeito do que aconteceu no aguardado depoimento de Lula a Moro.

    Então vamos lá, num alucinado minuto a minuto do que Lula disse a Moro a respeito de dona Marisa, e deixando de lado toda a bizarrice que foi o depoimento:

    10’54”: : Moro cita dona Marisa a respeito da compra de apartamento no Guarujá. O advogado de Lula corrige o juiz e diz que o documento não fala em compra de um apartamento, mas em compra de uma cota. Lula então responde citando a mulher, já que a pergunta era sobre ela. Moro quer saber como dona Marisa comprou a cota, e Lula responde.

    13’09”: Moro cita dona Marisa outra vez e mostra documento com assinatura dela. O juiz explica que o documento foi rasurado, mas não sabe por quem.

    14’25”: Moro cita dona Marisa outra vez: “: A sua esposa nunca mencionou [a intenção de adquirir um Triplex e não uma unidade simples]?”:

    17’30”: Moro volta a citar dona Marisa.

    18’25”: Moro cita outra vez dona Marisa perguntando por que Lula e ela não celebraram a compra do apartamento como os demais cooperados da Bancop, e por que tampouco solicitaram de volta o dinheiro já dado. Lula responde citando a mulher.

    19’08”: Moro cita dona Marisa dizendo que o termo de adesão está assinado por ela.

    19’54”: Moro cita outra vez dona Marisa.

    20’35”: Moro volta a citar dona Marisa, outra vez sem que Lula tivesse falado nela.

    21’43”: Pela primeira vez no depoimento Lula cita a mulher sem ser perguntado. Diz que soube durante os depoimentos dos depoentes que em 2012 dona Marisa tinha autorizado que a OAS vendesse o apartamento.

    23’12”: Moro pergunta se Lula tinha visto o apartamento do Guarujá. Lula diz que foi uma vez em 2014. Moro pergunta com quem, Lula diz que com dona Marisa e com Leo Pinheiro.

    24’08”: Moro cita dona Marisa: “: O senhor ou sua esposa solicitou uma reforma?”: Lula diz que não.

    24’25”: Moro cita dona Marisa querendo saber se ela, ou Lula ou algum familiar tinha ido outras vezes visitar o imóvel. Lula diz que achava que dona Marisa tinha ido mais uma vez. Diz que sabe disso porque Fabio, o filho, contou.

    25’02”: Moro quer saber o motivo da visita.

    25’33”: Moro cita dona Marisa, dizendo que essa visita teria sido em Agosto de 2014.

    25’50”: Moro pergunta se Lula ou dona Marisa orientou reformas no apartamento. Lula diz que não, mas que quando ele esteve no apartamento apontou muitos defeitos.

    26’50 Lula diz que dona Marisa não gostava de praia, respondendo a pergunta de Moro a respeito da decisão deles sobre ficar ou não com o apartamento. Lula explica que dona Marisa talvez tivesse interesse no apartamento como investimento.

    27’15”: Lula diz que não comunicou a OAS que não tinha interesse no imóvel porque dona Marisa estava em dúvida se o queria ou não.

    27’33”: Moro quer saber se depois da segunda visita dona Marisa resolveu ficar com o apartamento. Lula explica que só soube depois que dona Marisa tinha feito uma segunda visita ao imóvel.

    28’10”: Moro cita depoimento de Lula no primeiro inquérito (do da condução coercitiva) e fica claro que Lula dava as mesmas explicações a respeito do apartamento, inclusive com as citações a dona Marisa, estando ela viva na época.

    30’47”: Moro diz que Lula disse que decidiu não ficar com o apartamento depois da visita de dona Marisa. Lula explica que ele está falando as mesmas coisas em ambos os depoimentos (portanto, citando dona Marisa da mesma forma, quando ela era viva e agora)

    31’30”: Moro cita dona Marisa, querendo falar outra vez da segunda visita que ela fez ao apartamento. O advogado de Lula interrompe dizendo que Lula acabou de explicar exatamente isso. Lula volta a explicar e dessa vez diz: “: Lamentavelmente, ela [dona Marisa] não está mais viva para eu perguntar”:

    32’17”: Moro cita dona Marisa falando do primeiro depoimento de Lula, o da condução coercitiva, ocasião em que o delegado quis saber se dona Marisa esteve no apartamento para ver se cozinha e elevador tinha sido instalados. Moro então pergunta se dona Marisa contou a Lula sobre o estado do apartamento. Lula diz que não.

    34’25”: Lula, impaciente, cita dona Marisa, dizendo que vai repetir o que vem dizendo: “: O apartamento estava no nome da minha mulher , ela queria fazer negócio”: .

    34’36”: Moro quer saber se Lula sabe se dona Marisa comunicou formalmente a OAS que não queria mais o apartamento. Lula diz não saber.

    37’40”: Lula reclama da Lava Jato, dos métodos da operação, e Moro pede que Lula tenha paciência. Lula diz: “: É que perguntar coisas para mim de uma pessoa que já morreu é muito difícil”: . Moro, solidário, diz: “: Eu imagino”: .

    38’00”: Moro cita dona Marisa falando das visitas ao apartamento e ligando as reformas do Guarujá e de Atibaia. Lula explica que o sítio é um outro processo, o advogado de Lula pede que Moro se atenha ao processo do triplex.

    47’40”: Moro cita dona Marisa, supostamente mencionada como “: a dama”: em conversa entre executivos da OAS. Na conversa, “: a dama”: teria aprovado o projetos das reformas da cozinha do Guarujá e de Atibaia. Lula diz que não pode responder por mensagens trocadas entre terceiros.

    52’00”: Moro cita dona Marisa dizendo que os projetos das reformas das cozinhas do sítio e do Guarujá teriam sido submetidas a ela. Lula diz que não tomou conhecimento disso.

    1h06″: 30″: Moro cita dona Marisa.

    1p0’01”: Moro cita dona Marisa

    1p1’10”: Moro mostra documento com assinatura de dona Marisa feita em 2009 e pede explicação para as circunstâncias dessa assinatura. Lula analisa documento e diz ter a impressão que dona Marisa autorizou a venda do apartamento somente em 2012.

    1p4’04”: Lula diz: “: Senhor Moro, é muito difícil para mim toda a hora que o senhor cita minha mulher sem ela estar aqui para se defender”: . Moro diz que não está acusando dona Marisa, Lula diz que sabe, “: mas o senhor me pergunta se eu vi, se não vi… sabe? Uma das causas que ela morreu foi as pressões que sofreu então não quero mais discutir isso”:

    1p5’02”: Moro cita dona Marisa sobre pedido de restituição dos valores pagos até ali;

    1p7’50”: Moro cita nota do Instituto Lula que fala do ressarcimento do montante pago. Nota é de 2014, quando dona Marisa estava viva.

    1h 29′ 09″: Moro cita dona Marisa. Lula repete o que está dizendo desde o primeiro depoimento em relação a dona Marisa;

    3h01′: Lula cita Marisa dizendo que na época em que ela comprou a cota do apartamento o presidente da Bancop era João Vaccari Neto, em resposta à pergunta feita pelo representante do MP a respeito da relação entre Lula e Vaccari;

    3h01’50”: Representante do MP cita dona Marisa a respeito de nota divulgada pelo Instituto Lula sobre o apartamento no Guarujá, assunto que já havia sido tratado por Moro minutos antes. Lula responde usando o nome de dona Marisa, já que foi essa a pergunta;

    3h03’05”: Em nova resposta ao representante do MP, Lula diz que quem cuidava das coisas do apartamento era dona Marisa, e que por isso não tinha conhecimento de como a cota foi paga, e explica o que tem explicado há algum tempo: que foi dona Marisa que comprou a cota;

    3h08’55”: Lula explica ao representante do MP, respondendo pergunta sobre visita ao apartamento do Guarujá, que dona Marisa autorizou a cota do apartamento a ser vendida;

    3p2’04”: O representante do MP cita a visita que dona Marisa fez ao apartamento com o filho Fabio e quer saber de quem foi a iniciativa para essa visita. Lula diz que deve ter sido de dona Marisa, mas que ela não comentou com ele. Lula explica outra vez que a cota era de dona Marisa;

    3p2’27”: Lula volta a dizer que quem comprou a cota foi dona Marisa, repetindo o que disse no primeiro depoimento, quando ela estava viva.

    A partir daí, dona Marisa não é mais citada.

    Fica claro, portanto, que quem trouxe dona Marisa ao depoimento foram o juiz e o MP, que Lula usou o nome da ex-mulher em respostas, e que ele não disse nada diferente do que já havia dito no primeiro depoimento, quando dona Marisa ainda estava viva.

    A narrativa de que Lula culpou a ex-mulher diante de Moro é cínica e covarde, e usar uma mentira para criar capa de revista e campanha publicitária é moralmente indecente.

    Mas, mais do que isso, é apenas uma desesperada tentativa de alienar a opinião pública, sedenta por sentenças e, com isso, tentar fazer com que ela não enxergue a completa falta de provas para condenar Lula pelo triplex do Guarujá.

    Fica a impressão de que a tentativa de colar em Lula o selo de bandido não está sendo útil porque, primeiro, as provas para condená-lo são fracas e, enquanto isso, ele cresce nas pesquisas. O plano B parece ser tentar colar nele o selo de covarde e ver se, com o novo selo, Lula perde força política.

    É um jogo sórdido. É perseguição. É triste e nojento. Mas é o que estão nos oferecendo. O antídoto é perder tempo lendo e recorrendo à informações de qualidade e, com isso, tentar enxergar a verdade.

     

  3. Comunidade Luis Nassif, chegamos na metade, faltam mil X R$35

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    O silencio na blogoesfera, dos ditos blogueiros, do Bem, é de se lamentar .Ou a memória é curta demais.Hoje,leitores recentes, desconhecerem @NaMariaNews é perdoável, mas blogueiros que tiveram suas páginas abarrotadas de pesquisas dessa lutadora incansável contra a corrupção dos gestores da desEducação em nosso país, é imperdoável.

    A única resposta positiva nessa corrente do bem foi de @luisnassif ( inclusive pessoalmente) e sua comunidade, parece.Os outros nem retuítes deram.Pena.mas faltam 11 dias e 50%, ou 1000 contribuiçoes de R$ 35. Quero crer que nesses últimos dias, O Bem vencerá o Mal e o Mel  sobrepujará o Fel.

    Retuítem aos seus leitores e seguidores.Arigatou, né.

     

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