GGN Covid 4: o platô da pandemia está longe de mostrar o fim do caminho

60% da população estão em regiões com crescimento de mais de 20% nas notificações de Covid em apenas 10 dias.

Vamos entender melhor a história do platô da Covid no Brasil.

Chama-se platô quando a curva de crescimento da doença estaciona. Veja bem, não é que a doença estaciona, apenas a curva. O platô atual pode ser visto no gráfico abaixo, especialmente na linha referente à média dos últimos 7 dias – que parece se acomodar, mas em níveis muito altos ainda.

Aqui você tem o mapa do país com a indicação dos estados onde mais crescem e menos crescem os novos casos e novos óbitos. Cor mais escura, maior crescimento; cor mais clara, menor crescimento.

No caso do mapa de Óbitos, Minas Gerais aparece em branco por conta de um tilt no Excel: seus dados são semelhantes aos do Distrito Federal.

Os mapas permitem identificar a doença indo para o sul e centro-oeste.


Vamos a uma outra forma de análise, com os Estados que, até agora, registraram o maior número de notificações.  Em todos eles, a linha amarela (de aumento de casos nos últimos 10 dias) é negativo, significando que a doença ainda cresce, mas em ritmo menor do que o anterior.

Uma outra forma de ver, essa mais minuciosa, é levantar o comportamento da doença em cada uma das 440 Regiões de Saúde – que permitem melhor compreensão do que a análise por estados (muito abrangente) ou por municípios (muito pulverizada).

Repare que em 2% das Regiões, o aumento de casos, nos últimos 10 dias, superou 50%. Em 30% o aumento ficou entre 20% e 50%; e entre 43% o aumento ficou entre 10 e 20%. APenas entre 21 regiões o aumento foi inferior a 10%.

Quando se analisa por população afetada, o quadro fica assim.

  • há mais de 50% de aumento em regiões que cobrem 6% da população;
  • 20% da população estão em regiões com crescimento dos casos entre 20% a 50% em 10 dias;
  • 34% da população está em regiões com crescimento dos casos entre 10 e 20%;
  • 29% da população em regiões com crescimento de casos entre 5 e 10%;
  • e 11% da população em regiões com crescimento entre 0 e 5%.

Obviamente, a imagem de platô está longe de mostrar a estabilização da doença.

Luis Nassif

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