Guedes e Novaes defendem privatização do Banco do Brasil

Na gravação de 22 de abril, ministro da Economia considera banco “caso pronto de privatização”; Bolsonaro diz que assunto “só em vinte e três”

Paulo Guedes, ministro da Economia, e Rubem Novaes, presidente do Banco do Brasil. Foto: Reprodução/Sérgio Lima/PODER 360

Jornal GGN – A privatização do Banco do Brasil foi abertamente discutida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, durante a reunião ministerial de 22 de abril, e defendida tanto pelo presidente Jair Bolsonaro como pelo próprio presidente do banco, Rubem Novaes.

“O Banco do Brasil não é tatu nem cobra. O Banco do Brasil não é tatu nem cobra. Porque ele não é privado, nem público. Então se for apertar o Rubem (Rubem Novaes, presidente do Banco do Brasil), coitado. Ele é super liberal, mas se apertar ele e falar: “bota o juro baixo”, ele: “não posso, senão a turma, os privados, meus minoritários, me apertam.” . Aí se falar assim: “bota o juro alto”, ele: “não posso, porque senão o governo me aperta.”. O Banco do Brasil é um caso pronto de privatização”, disse Guedes na reunião de 22 de abril.

Segundo Guedes, a Caixa Econômica Federal e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) “são nossos, públicos, a gente faz o que quer. Banco do Brasil, a gente não”. O motivo é claro: o Banco do Brasil é uma empresa de capital misto, com ações negociadas na Bolsa de Valores no Brasil e nos Estados Unidos, e quaisquer ações tomadas pelo governo deveriam ser explicadas aos investidores.

Ao ter a palavra, Rubem Novaes diz que o Banco do Brasil não tem que se preocupar com a liquidez do banco. “Na nossa formação de … de … de resultado, as pessoas físicas tem um, um papel preponderante dentro do Banco do Brasil e nós temos a felicidade, nesse momento, de contar com folhas de pagamento de … de … de empresas públicas, das forças armadas, (balbuciando) que … que … em termos relativos estão numa situação mais segura do que o cidadão comum, que … que não participa de … de … de .. . de …de empresas públicas”.

Em meio ao seu pronunciamento, Guedes e Bolsonaro provocam Novaes para que ele “confesse seu sonho”: “Privati . .. em … em relação a privatização…”

Bolsonaro se diverte com o posicionamento de Novaes: “Faz assim: só em vinte e três cê confessa, agora não”, disse o presidente, insinuando que o assunto seria discutido em 2023, quando seria o início de um eventual segundo mandato bolsonarista.

“Em relação (risos) à privatização, eu acho que fica claro que com o BNDES cuidando do desenvolvimento e com a Caixa cuidando do fim soei … do … do … da área social, o Banco do Brasil estará … estaria pronto pa … para um programa de privatização, né?”, disse Novaes. “A gente pode fazer um dia um … um … um seminário aí e … e … possa estender aí. Porque o Banco do Brasil no passado a … teve muitos privilégios pelo fato de ser público, né? A … as folhas de pagamento vinham natmalmente pro Banco do Brasil ou pra Caixa. A administração do … a administração dos depósitos judiciais eram sempre do Banco do Brasil e da Caixa. Hoje, isso tudo é … é … processo de concorrência. Nós temos que pagar muito caro por esses antigos privilégios”

Para o presidente do BB, um lado ruim de ser estatal é que o banco “não tem a mesma facilidade de demissão de maus funcionários e … e … e vai … vai por diante. Quer dizer, tudo tem que su … submeter ao governo, tem o Tribunal de Contas travando tudo, não é? Tribunal de Contas é, hoje em dia, é um … é uma usina de terror. Quer dizer, se … se a gente faz … se a gente faz alguma coisa tá arriscado a ir pra cadeia. Se não faz, é … é processado por inação, não é? Porque você não tomou as providências que tinha que ter tomado, então … então é vi … virou … virou um terror isso”.

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Redação

4 Comentários

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  1. Dificuldade dedemitir maus funcionarios? Mas é mesmo um estrume.
    Afinal, mau funcionarios poderão ser demitidos sem problema algum em qualquer atividade, seja ou nao estatal. E também se demite quem tenta segurar o mau funcionario.
    Entao, outro argumento descartável.
    Na realidade, o que temos aí não passa de uma sucia composta por lesa-pátrias, como já identificados em comentarios acima.
    Como falou Cazuza: “Brasil, qual é o seu negócio? O nome do seu sócio??
    Cadeia!

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