“Há algo maior por trás e nós vamos descobrir”, diz professor de Direito sobre ação de Moro contra Venezuela

Para José Carlos Portela Junior, é possível que os interesses dos Estados Unidos tenham motivado Moro e os procuradores da Lava Jato

Foto: Reprodução/Telesur

Da Rede Brasil Atual

Os novos diálogos entre o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, e procuradores da operação Lava Jato revelados pelo The Intercept Brasil e o jornal Folha de S.Paulo neste domingo (7), mostram que houve a deliberada ação de vazar trechos de delação de executivos da Oderbrecht que estavam sob sigilo para atingir o governo da Venezuela. As conversas que ocorreram em agosto de 2017 revelam que o objetivo do grupo era político, deixam claro que os envolvidos sabiam da irregularidade que estavam cometendo e mais: reforçam a suspeita de atuação do governo dos Estados Unidos por trás da condução da Lava Jato.

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“Não é à toa que Sergio Moro e Deltan se reuniram nos Estados Unidos várias vezes, iam fazer cursos que ninguém sabe muito bem quais eram, e depois voltavam e a Lava Jato se desenvolvia de uma maneira muito estranha, bombardeando e atacando sempre forças progressistas”, disse em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, na Rádio Brasil Atual, o advogado criminalista José Carlos Portela Junior.

No dia 5 de agosto, às 14h35, Moro escreveu mensagem no aplicativo Telegram para Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. “Talvez seja o caso de tornar pública a delação dá Odebrecht sobre propinas na Venezuela. Isso está aqui ou na PGR?”, sugeriu o ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PSL).

Deltan respondeu: “Naõ dá para tornar público simplesmente porque violaria acordo, mas dá pra enviar informação espontãnea [à Venezuela] e isso torna provável que em algum lugar no caminho alguém possa tornar público” (oIntercept publicou os diálogos exatamente como foram escritos, incluindo erros de digitação). 

Sem querer fazer alguma acusação leviana,  o professor de Processo Penal na UniCuritiba e membro do coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia acredita que não levará muito tempo para que  as motivações de Moro e dos procuradores da Lava Jato em atingir o governo da Venezuela sejam sejam melhor compreendidas. “O que levou um juiz brasileiro a querer desestabilizar o regime da Venezuela? Isso é muito estranho, isso tem um projeto político muito maior por trás, que não é um mero projeto político de um juiz e procuradores do Paraná. Há algo muito maior por trás e nós vamos descobrir isso, acho, num futuro bem próximo”, acredita Portela, destacando ainda o projeto geopolítico por trás da Lava Jato, que se expandiu para o Equador e o Peru.

Entre os “resultados” decorrentes da Lava Jato, Portela Júnior destaca a influência nas eleições de 2018 e lembra que o escândalo do Wikileaks já havia revelado os interesses dos Estados Unidos no Brasil.

Redação

5 Comentários

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  1. Há um forte movimento para que os países defendam seus cidadãos contra abusos dos quais foram vítimas noutras terras. É o que acabou de acontecer na Itália, que condenou a prisão perpétua mais de 20 militares e políticos devido a abusos cometidos pela Operação Condor e, como sabemos, a Lava Jato é uma versão midiatico-penal da Condor….como se sabe, tal como a Condor, a Lava Jato tem jurisdição ilimitada e por isso tem cometido abusos, levado pessoas ao suicídio, à ruína de duas vidas etc….a lista é enorme : quero ver essas otoridades lavajeiras sendo procuradas pela Interpol….e vai demorar muito não, tenham certeza disso : ou acham que Tacla Duran, Rafael Correa, Allan Garcia, só pra citar alguns países, deixarão passar batido

    https://www.otempo.com.br/mundo/it%C3%A1lia-condena-%C3%A0-pris%C3%A3o-24-pol%C3%ADticos-e-militares-da-opera%C3%A7%C3%A3o-condor-1.2206699

  2. Estes caras tem que serem condenados a pena máxima já que o Brasil não tem pena de morte para traidores da pátria.
    Eu me sinto um idiota neste país perdido, Tendo uma Forças Armadas e um STF comungado com toda esta traição. Afinal a quem estes organismos representam? A nos brasileiros é que não é.

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