Hacker de Araraquara questiona Moro e Deltan por abusos na Lava Jato

Walter Delgatti Neto disse em entrevista à Folha que agiu em defesa da democracia ao vazar assuntos de interesse público. Como trata-se de hacking contra funcionários público, ele acredita que a invasão não está tipificada em lei e que será solto em breve

Jornal GGN – Walter Delgatti Neto, o hacker preso na Operação Spoofing por ter invadido o celular de autoridades e vazado informações da Lava Jato, disse em entrevista à Folha de S. Paulo que a operação é um tema de interesse nacional e que, por isso, tomou na decisão de tornar os documentos obtidos no Telegram públicos.

Ele ainda questionou os abusos praticados na operação e os interesses que teriam sido defendidos por Deltan Dallagnol e Sergio Moro, que não sofreram consequências pelos atos já revelados pelo Intercept Brasil em parceria com outros jornais.

“Lá na ponta, a quais grupos de interesses ele [Deltan] serve? Como funcionário público, parte do Ministério Público, quais deveres e limites deve respeitar? Quem é o seu senhor? Comprou o Brasil e tudo pode? A qual nação dr. D. Dallagnol e equipe servem? Por qual razão têm tanta dificuldade em explicar-se?”, disse.

Sobre Moro, Delgatti questionou se ele “tudo pode”, se “ser juiz é ser dono do Brasil? Quem controla e limita as suas ações e as consequências que impõem a indivíduos e à sociedade brasileira? O Brasil precisa conhecer sobre os métodos e condutas que praticam. A meu ver, ninguém deve estar acima da lei. Todos devem respeitar a lei e explicar-se.”

“À medida que acessei o conteúdo das mensagens, encontrei irregularidades… Após reflexões, considerei meu dever proteger tais informações, resguardá-las e torná-las públicas.”

Delgatti contou que foi por isso que procurou Manuela D’Ávila, para obter o contato do jornalista Glenn Greenwald e saber como resguardar os documentos e tornar, o que fosse necessário, público.

Na visão do hacker, ele não cometeu crime porque os vazamentos foram feitos a partir de conteúdo de interesse público, gerado por funcionários públicos. Ele defendeu que as conversas e atos dos procuradores deveriam ser transparentes.

“Adiante serei liberado. Em algum momento, a sociedade reconhecerá que a minha contribuição foi legal e defendeu valores importantes para a nossa democracia”, pontuou.

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Redação

5 Comentários

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  1. Segundo o ararahacker, ele procurou Manuela (apesar de filiado ao DEM) para que intermediasse contato com Glenn de forma que ele, Delgatti, “preocupado com o futuro do Brasil”, recebesse de Glenn orientações sobre proteção do conteudo e forma de divulgação.
    Ou seja, já informa que os documentos em poder de Glenn foram os hackeados por ele. Agora, com esta “confissão patriótica”, é só a pf obrigar o The Intercept a apresentar o material que teria sido obtido ilegalmente e fonte descoberta.
    Mas, não existe inocente nessa parada. Se moro foi impedido de destruir o material apreendido que, inclusive, já estaria em poder do STF, basta que a Corte Maior compare este material com o conteúdo vazado pelo The Intercept para confirmar ou não as declarações do ararahacker.

  2. Se esse cidadão é realmente a fonte de Glenn deveria ter atenuadas suas penas pelos serviços prestados ao País. Como diz o dito popular – “Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão”.

  3. Se esse cidadão é realmente a fonte de Glenn deveria ter suas penas atenuadas pelos serviços prestados. Como diz o dito popular, ladrão que rouba ladrão, tem cem anos de perdão.

  4. Papinho prá lá de estranho, um golpista repentinamente se vê tomado de profundos pruridos patrióticos e sentimento de justiça, o material que supostamente hackeou permanece desconhecido, não se faz comparação com o que já foi vazado para atestar se é o mesmo material e se foi adulterado pelo suposto hacker. Eu sinto uma suposta armação de uma suposta investigação feita por uma suposta polícia federal a mando de supostos procuradores supostamente vítimas de um suposto crime.

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