Independência do Banco Central sugerida por Guedes é “em relação a quem?”, questiona Haddad

Haddad usa o lobby para exemplificar as controvérsias da medida do ministro da economia de Bolsonaro

Reprodução

Jornal GGN – A mudança estrutural proposta pelo ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, a independência do Banco Central é questionada pelo político e professor, Fernando Haddad, em sua coluna desta sábado, 31, publicada na Folha de S. Paulo. 

Haddad aponta que a proposta de Guedes “vai justamente ao encontro do que deseja a honrada casa de lobby que ele ataca, a Febraban”. 

Guedes, durante uma audiência pública no Congresso, sugeriu que a casa de lobby dos bancos, a Febraban, estaria financiando estudos “para favorecer o ministro fura-teto-de-gastos, seu desafeto, Rogério Marinho”. 

No entanto, Haddad lembrou que uma apuração do UOL, o tal estudo “não aponta estouro de gastos e apoia a política liberal do governo”. Sendo assim, “como se vê, o ministro da Economia está perdido”, escreveu o professor. 

Para Haddad, “a ciência política já havia notado que o lobby no Brasil é, num certo sentido, impossível” e lembrou que a modalidade “pressupõe uma diferenciação entre a esfera pública e privada que aqui não existe. À indiferenciação dessas esferas dá-se o nome de patrimonialismo, grande entrave a qualquer projeto de desenvolvimento”. 

Sendo assim, questiona sobre o Banco Central: “ independência em relação a quem?”. 

Redação

3 Comentários

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  1. Haddad é um cara sério e preparado. Mas é muito “Cassia Eller”.
    Dilma foi impixada em uma festa circense por parlamentares alimentado$ pela$ “convicçõe$” confe$$a$ de pelo menos uma fonte declarada: Joesley Batista da JBS.
    Alguém acredita que tenha sido o único?
    Passar uma independência (“autonomia” ele já tem desde FHC) do BC é uma questão da Febraban fazer uma “vaquinha virtual” e municiar devidamente os parlamentares.
    Tem nada a ver com razões ou convicções, sejam elas quais forem.
    As únicas convicções pra valer são as da banca.
    E isso muito além da Febraban!

  2. Se aprovarem a independência do banco Central, o brazil terá excutado 11 (onze) das 10 (dez) recomendações do
    “Consenso de Washington”!!!
    Lembrando que embora não “subscrito” pelo Brasil de então, foi rapidamente assumido por FHC, o “employee of month” por 8 anos, que quebrou o Brasil 3 vezes e nos brindou com o Apagão.
    Agora, o “serviço esta sendo retomado e completado pela sequência Temer-Bozo e seu “bosto” Ipiranga.
    110%, com louvor!

  3. O BCE segue as regras dos estatutos da UE, a estabelecer entre múltiplas obrigações a defesa do emprego, da moeda e quanto mais.
    Mario Draghi presidente defendeu as prerrogativas mesmo no ataque serrado dos fundamentalistas do banco central Alemão e seus bichinhos de estimação Áustria Holanda e os das terras geladas do norte.
    Mostrou independência serenidade competência e defendeu o Euro do ataque com uma frase da manual: “whatever it takes.
    O estatuto do banco central pátrio faz…….

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