Israel rejeitou um pedido do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, para visitar o país, ao também apelar mais uma vez por uma investigação sobre violações dos direitos humanos nos territórios palestinos no âmbito da ofensiva israelense.
“Israel não tem conhecimento de qualquer benefício adicional da visita do alto comissário neste momento”, declarou nesta quinta-feira (16) à AFP a missão do país junto à Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, na Suíça, quando questionada sobre o pedido de Turk.
A decisão de Tel Aviv ocorreu após a intervenção de Turk num briefing sobre a situação na Faixa de Gaza e na Cisjordânia perante os estados membros da ONU, realizado também nesta quinta. Um briefing na ONU é o espaço para que jornalistas e delegações possam ouvir e interagir entre 45 minutos e uma hora com um especialista ou Alto Comissário das Nações Unidas.
“As alegações gravíssimas de violações múltiplas e profundas do direito internacional humanitário, por quem as comete, exigem uma investigação rigorosa e total responsabilização”, defendeu Turk no briefing.
Ao mesmo tempo, o alto funcionário da ONU sublinhou que “as violações do direito humanitário internacional, incluindo crimes de guerra, cometidas por uma parte nunca isentam a outra do cumprimento dos princípios claros do direito da guerra”.
Israel pode negar visita e inspeção?
Em teoria, os países que são membros das Nações Unidas concordam em cumprir os princípios da Carta das Nações Unidas e podem ser sujeitos a inspeções ou investigações de órgãos da ONU, dependendo das circunstâncias. No entanto, a realidade prática pode ser mais complexa.
Em alguns casos, os países podem se recusar a permitir inspeções da ONU, desafiando as normas internacionais. Isso pode ocorrer por diversas razões, como questões de soberania, preocupações com segurança nacional, desconfiança em relação aos métodos de inspeção da ONU, entre outros motivos.
Por exemplo, houve casos em que países recusaram inspeções de instalações militares ou nucleares, citando razões de segurança nacional. Em situações como essas, a comunidade internacional muitas vezes enfrenta desafios para garantir o cumprimento das normas estabelecidas pela ONU.
A eficácia das ações da ONU muitas vezes depende da cooperação dos Estados membros.
A comunidade internacional pode pressionar diplomaticamente, impor sanções ou recorrer a outras medidas para tentar assegurar o cumprimento das obrigações internacionais. No entanto, a eficácia dessas abordagens pode variar significativamente de caso para caso.
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