Lula promete não tentar reeleição e fazer governo amplo, com ministros de fora do PT

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Semana final da eleição começa com burburinhos de Meirelles na equipe econômica e mais acenos de Lula ao centro democrático

Foto: Ricardo Stuckert
Foto: Ricardo Stuckert

Enquanto Jair Bolsonaro (PL) rebola para se desvencilhar dos fatos negativos para sua imagem que surgiram no decorrer do segundo turno das eleições 2022, Lula (PT) entra na reta final liderando as pesquisas e criando noticiário a favor de sua candidatura.

Nesta terça (25), a atenção de setores da grande mídia foi direcionada para os burburinhos de que Henrique Meirelles poderá integrar a equipe econômica de um eventual governo Lula 3.

Na página principal de seu site, o UOL destacou o artigo de Kennedy Alencar sobre ato com Lula na PUC-SP em que Meirelles recebeu elogios de petistas e fez discurso digno de “ministro da Fazenda”, ao defender Lula no plano econômico.

“Lula tem evitado adiantar nomes de ministros, sobretudo para comandar a área econômica. No entanto, Meirelles está, sim, no radar do presidente para comandar alguma posição importante no eventual futuro governo. Economistas de outros partidos, como os pais do Plano Real, também podem ser chamados a colaborar”, frisou Alencar.

No mesmo ato político na noite de segunda (24), Lula reafirmo que um eventual terceiro mandato será amplo, para fazer justiça à frente de aliados que está apoiando sua campanha contra Jair Bolsonaro. Lula sinalizou que levará ao primeiro escalão ministro para além do próprio partido, o PT.

“Nosso governo não será um governo do PT. É importante, Gleisi [Hoffmann], você que é presidente [do partido], saiba: nós precisamos fazer um governo além do PT. Não faremos um governo do PT, faremos um governo do povo brasileiro.”

Ja na manhã desta terça (25), durante entrevista a uma rádio, Lula reafirmou seu compromisso em não tentar a reeleição em 2026.

Para fontes ouvidas pelo UOL, a promessa dialoga com “pessoas que têm medo de qualquer ‘ameaça comunista’, de perpetuação de poder por parte do PT e até aos antipetistas.”

Na visão do analista Thomas Traumann, o compromisso de Lula é um gol na reta final não só porque “pode mudar um tantinho o ânimo de alguns a ajudá-lo a ganhar”, mas também “distensionar o ambiente na formação do governo, além de permitir que possíveis rivais de 2026 aceitem ser ministros.”

A não reeleição de Lula abre caminho para que Geraldo Alckmin, Simone Tebet, Marina Silva e outros aliados para além do PT façam parte do ministério. E Traumann acrescenta em sua coluna na Veja que até mesmo aliados de Bolsonaro podem olhar a decisão de Lula com outros olhos.

“O novo quadro também interessa para os candidatos a herdeiros do bolsonarismo, como Zema e Tarcísio de Freitas (Republicanos). No bolsonarismo raiz, a possível reeleição de Bolsonaro é dada como o início para uma mudança constitucional para um terceiro mandato ao presidente.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. Lula só entrou nessa porque foi obrigado. Fizeram tanta lambança para se vingar do seu sucesso que resultou o país acéfalo; sem ninguém promissor para o comandar com decência. E no entanto ele é o único que restou de pé, depois de terem vergonhosamente atentado conta ele; com reais capacidades, não só de redirecionar o país aos eixos como também contribuir com uma ansiada distensão no plano global. Mas Lula já sente o peso dos janeiros.Meio século de correrias, achincalhes sofridos, decepções… é muito num corpo de 80 anos, que terá ao fim de um eventual terceiro mandato. Talvez estejamos entrando no ciclo feminino… grandes nomes, como a Kátia Abreu, Simone Tebet pela direita e outros pela esquerda brilharão no próxima década.
    Isso mais acentua a magnitude da irresponsabilidade e pequenez do neto do grande Tancredo Neves em 2014: teria sido uma transição sem atropelos nem traumas. O resto é História.

  2. Sem novidade. Já nos anteriores governos Lula e Dilma prevaleceu o multipartidarismo. Foi o #golpe16 que pariu o atual desgoverno e nosso retrocesso de pelo menos meio século! A nova eleição será um resgate (inclusive de algum protagonismo popular)!

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