Luto no Carnaval, morre Niltinho Tristeza

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

 
Jornal GGN – O cantor e compositor Niltinho Tristeza morreu na tarde hoje, sábado, no Rio. Em pleno sábado de Carnaval se vai o autor de clássicos como “Tristeza / Por favor vá embora…” e “Liberdade! Liberdade! Abra as asas sobre nós”, samba-enredo campeão da Imperatriz Leopoldinense, em 1989.
Niltinho lutava contra um câncer no pulmão.
 
Em 2012, o Blog Luis Nassif replicava a matéria de Bete Silva e Vilma Homero, publicada em março de 2004 no site Viva Favela. A matéria não foi encontrada no site original, mas ainda resiste a réplica no GGN. Ela trata do cenário em que vivia Niltinho Tristeza na criação da sua mais conhecida canção, Tristeza. E que lhe rendeu o sobrenome. A matéria conta de sua enorme dor de cotovelo, curtida em dose de Fogo Paulista, que o então Nilton de Souza teve sua maior inspiração. A frase martelava na cabeça desde que a namorada lhe deu o fora. E a dor tornou-se o maior sucesso da música brasileira, tanto é que incorporou o título a seu nome artístico. Niltinho Tristeza.

 
Mas o samba nasceu em 1963. E lá nada aconteceu. Em 1966, a parceria com Haroldo Lobo iria estourar nas rádios. Foi a mais cantada naquele Carnaval na voz de Ari Cordovil. Depois disso o samba foi regravado em vozes sem fim, cerca de 210 regravações.
 
E ele dizia que tudo o que tinha era graças à música. Inclusive a mulher, que foi a que o inspirou, Neuza Maria. Casou-se com ela. Mas não ficou na ‘Tristeza’, tinha cerca de 150 sambas gravados, outro bom tanto guardado e alguns estavam em andamento. Fez parceria com João Nogueira, em 1971, o ‘Chinelo Novo’, feita para a Cacique de Ramos e que foi sucesso naquele Carnaval.
 
Outro grande sucesso foi o samba-enredo para a Imperatriz Leopoldinense. ‘Liberdade, Liberdade’, que teve seus versos cantados por todo o país, ‘liberdade, liberdade / abre as asas sobre nós / e que a voz da igualdade / seja sempre a nossa voz…’, que fez em parceria com Preto Jóia, Vicentinho e Jurandir. Virou um clássico e a escola foi campeã no Carnaval de 1989.
 
Mas ‘Tristeza’ segue firme como carro-chefe. E Niltinho Tristeza deixa um enorme buraco na nossa música e em nosso Carnaval.
 
Para ler a postagem feita em 2012, no GGN, clique aqui.
 
E agora ouça algumas pérolas separadas pelo garimpador da música Luciano Hortencio.
 
https://www.youtube.com/watch?v=iQShizOudLE]
 
https://www.youtube.com/watch?v=x6jwV_xEwlg]
 
[video:https://www.youtube.com/watch?v=dxIHlfnV7S0
 
[video:https://www.youtube.com/watch?v=GPhCgVV1FgU
 
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

3 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. A letra alternativa de “tristeza”

    O HD da memória registra uma letra alternativa da música Tristeza, que vigorou em certos lugares de São Paulo, após 1964, e que tive a honra de cantar, alta madrugada, para o filho do Jango, João Vicente Goulart, no ECLA, há cerca de um ano. Ele não relatou lembrança dessa versão, que lá vai: 

    Castelo, por favor vá embora // é o povo que implora, já chegou o seu fim 

    Fez de Brasília sua moradia, já é demais o nosso penar

    Quero voltar àquela vida de alegria // Quero de novo o Goulart

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador