Magistrados recorrem contra PEC do Teto ter congelado o orçamento do Judiciário

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A PEC do Teto dos Gastos, que foi aprovada em definitivo no Senado e virou a Emenda Constitucional 95/2016, congelou o orçamento do Judiciário e isso é uma violação ao artigo 99 da Constituição Federal que versa sobre a autonomia administrativa e financeira dos tribunais. Esse é o argumento dos Juízes Federais (Ajufe), dos Magistrados Brasileiros (AMB) e Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), que recorreram ao Supremo Tribunal Federal contra esse trecho da Emenda.

Segundo reportagem do Conjur, as entidades alegam ainda que o orçamento do Judiciário é tão pequeno que não vai interferir no ajuste fiscal e, por isso, não deveria sofrer contingenciamento. Em 2016, ele representou 2,181% do orçamento da União. É um percentual a “(…) que tem se repetido ao longo dos anos, para não dizer de décadas.”

Entidades de magistrados querem excluir Judiciário da emenda do teto de gastos

Do Conjur

A Emenda Constitucional 95/2016, que limita os gastos públicos por 20 anos, viola a autonomia administrativa e financeira dos tribunais, ferindo o artigo 99 da Constituição Federal e a independência dos três Poderes (artigo 2º da Constituição).

Esse é o argumento da ação proposta conjuntamente pelas associações dos Juízes Federais (Ajufe), dos Magistrados Brasileiros (AMB) e Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) no Supremo Tribunal Federal.

A emenda passou a valer depois que a PEC 55/2016 foi aprovada pelos senadores na última terça-feira (13). Na peça, as entidades também pedem, liminarmente, que o Judiciário seja liberado da aplicação do regime fiscal imposto pela nova norma. No mérito, querem que seja declarada a inconstitucionalidade do inciso II, do artigo 102, além de seus parágrafos e incisos.

Também pedem a inconstitucionalidade dos artigos 103 e 104, inseridos pela Emenda Constitucional 95/2016. Segundo as entidades, o Judiciário não foi chamado em momento algum para debater as propostas de revisão dos limites orçamentários.

“[O Novo Regime Fiscal] Está limitando e restringindo a autonomia administrativa e financeira do Poder Judiciário de participar da elaboração do seu próprio orçamento, (a) seja porque o Novo Regime Fiscal já impôs limitações — que somente a “realidade orçamentária” poderia impor — sem a participação do Poder Judiciário pelo período de 20 anos, (b) seja porque atribuiu com exclusividade ao Chefe do Poder Executivo a possibilidade de promover a revisão das limitações, após o 10º ano de vigência do Novo Regime Fiscal, uma vez mais sem a participação do Poder Judiciário”, afirmam os autores da peça.

As entidades destacam que a limitação dos gastos, que já valerá em 2017, impedirá o Judiciário de criar cargos e varas, promover concursos e ampliar tribunais. “Pouco importando que venha a ocorrer uma grande ampliação do número de processos.”

Dizem ainda que o orçamento da Justiça brasileira é ínfimo se comparado a todo o aparato estatal. “Representou, por exemplo, 2,181% do orçamento da União de 2016, que vem a ser um percentual que tem se repetido ao longo dos anos, para não dizer de décadas.”

Fogo amigo

A Ajufe, a AMB e a Anamatra destacam na peça que a necessidade de investimentos no Judiciário se dá pelo estoque processual existente no Brasil (mais de 100 milhões de processos). Explicam que, em grande parte, essa alta litigância é culpa do próprio poder público.

As instituições, com base em dados do CNJ, mostram que o setor público é o responsável por 38% das ações em todo o país. Mas esse percentual aumenta quando o cálculo é individualizado por áreas da Justiça. Veja nas tabelas abaixo:

Continue lendo aqui.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

18 Comentários

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  1. Faz sentido…se faz justiça

    Faz sentido…se faz justiça é outros 500.

    O poder judiciário brasileiro vive em um universo paralelo.

    Para tudo fucar bonitinho, só falta o stf dar provimento a causa. 

  2. Temos a justiça das leis e a

    Temos a justiça das leis e a justiça do que é etico e moral, esta ultima esses senhores não tem a menor ideia de o que seja….as hienas(apesar da ma fama) tem mais solidaridade com os de sua especie que estes juizes com o restante do povo ao qual servem(em teoria….)Estão conseguindo sem muito esforço mais com muita boçalidade, criar um adendo a famosa frase popular:
    Todo politico é ladão.
    Nova versão:
    Todo politico é ladão e todo juiz é safado.
    Que respeito vão ter depois de todas essas presepadas?
    Que moral tem para condenar criminosos?
    Que patriotas são, quando em tempo de vacas magras para o pais,tem a cara de pau de defender publicamente,salarios imorais e ilegais sem nenhum pudor?
    O meu primeiro e fo.a-se o resto, eu espero esse tipo de atitude de um agiota,um ladrão,um bandido, não de um juiz….mas pelo jeito eles tem muito em comun com a “clientela” que julgam…não com os inocentes, mas sim com os culpados e reincidentes…..

    1. temos….

      AMÉM. Atiçamos o fogo e o Brasil verdadeiro, o Brasil das Elites, o Brasil da Casa Grande, o Brasil do Corporativismo, do Atraso e dos Feudos deu a sua cara. Cidadania é o escambau. Justiça é o escambau. Democracia é o escambau. Brasil que se dane. Eu quero é garantir a minha mamata. Sem controle algum. Eu quer é garantir o meu. “A  Verdade vos libertará”. Nada como um dia após o outro. 

      1. Pois é…

        Efeito colateral “positivo” da lava jato, tanto lavou, que ficou critalino o nivel das tais das elites, inclusive da propria lava jato….

        Gostaria muito de ver uma associação de juizes, um grupelho, um juizinho sozinho, que viesse a publico, mesmo de forma demagogica, se opor a essa medida…sinceramente,não tenho muitas ilusões….

  3. O único desdobramento defensável da emenda.

    Se o orçamento do judiciário fosse reduzido em 10% ao ano, o país melhoraria progressivamente até a extinção completa desse cancer que parasita o país há decadas. Não havendo condições políticas no cenário dominado pelo avanço chantagista do poder judiciário sobre o legislativo e o executivo, congelar o orçamento que alimenta o cancer é o único desdobramento positivo da aberração resultante da aprovação da PEC 55.

  4. É o resultado da ineficiência do Estado

    Tudo a que assistimos chama-se Ineficiência e morte do Estado, com o aval da Justiça!

    Agora que quiseram mostrar algum serviço, por conveniências outras, desmantelaram o Pais…

    São tantas a incoerências, ilegalidades, injustiças que não vai sobrar nada, nem para eles.

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