Maioria dos hospitais não têm condições de atender casos de AVC, diz CFM

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Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
 
Jornal GGN – Pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) com médicos afirma que 76% dos hospitais públicos não têm condições para atender adequadamente casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
 
Os médicos neurologistas e neurocirurgiões dizem que somente 3% dos serviços possuem estrutura considerada muito adequada, enquanto 21% são adequados. Foram entrevistados 501 médicos que atuam em serviços de urgência e emergência na saúde pública de todo o país. 
 
Os profissionais responderam um questionário que levava em consideração pontos como o acesso a exames de imagem em até 15 minutos, a disponibilidade de leitos e medicamentos específicos, triagem dos pacientes identificados com AVC de maneira imediata, a capacidade da equipe médica especializada e a qualidade das instalações disponíveis. 
 
Hideraldo Cabeça, neurologista responsável pela pesquisa, aponta que o AVC é a segunda principal causa de morte no Brasil, e a principal causa de incapacidade no país e no mundo. 

 
A pesquisa aponta que a infraestrutura de atendimento para estes casos é inadequada em 37% dos serviços e pouco adequada em 39%. No total, 76% dos serviços não se encaixam nos protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde. 
 
Além disso, os médicos afirma que, em 66,4% das unidades não há apoio adequada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), e, em 87,9% dos hospitais não há número suficiente de leitos para atender a demanda de AVC. 
 
Hideraldo aponta que o atendimento rápido é fundamental para a recuperação do paciente. “Quanto menor o tempo de atendimento, maior a chance de menor sequela. Se você atende em um curto tempo, você aumenta a chance de benefício e recuperação desse indivíduo e seu retorno à sociedade” afirma. 
 
Dados do Ministério da Saúde apontam que mais de 99 mil pessoas morreram no país em decorrência do ABC em 2014, último ano com dados disponíveis. No ano passado, quase 177 mil pessoas foram internadas para tratamento de AVC no SUS.
 
Os médicos entrevistados pelo CFM disseram que, em 69,6% dos serviços, não há equipes médicas em quantidade suficiente para atender os pacientes e que, em quase 50% dos serviços, não há oferta de treinamento para a equipe médica e multidisciplinar.
 
“É fundamental que neurologistas sejam capacitados para atender AVC. Existem no Brasil de 6 a 8 programas de especialização do neurologista em AVC, mas isso ainda é pouco diante do desafio que a doença requer. Outro ponto é a carência de recursos para pesquisa científica em AVC” , afirma Octávio Marques Pontes Neto, presidente da Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares (SBDCV).
 
Agora, o CFM pretende compartilhar os resultados da pesquisa com os conselhos regionais, para que sejam discutidas melhorias com as secretarias estaduais e municipais de saúde. 
 
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Redação

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  1. 1- Peça para o paciente
    1- Peça para o paciente sorrir.
    2- Peça para falar uma frase simples.
    3- Peça para levantar ambos os braços.

    SE HOUVER ALTERAÇÃO EM ALGUMA DAS RESPOSTAS,PROCURE HOSPITAL O MAIS RÁPIDO. O AVC TRATADO NAS PRIMEIRAS HORAS TEM GRANDES CHANCES DE SER TRATADO, INCLUSIVE SEM DEIXAR SEQUELAS.

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