Jornal GGN – As medidas tomadas pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), tem sido elogiadas por muitos, principalmente por ele aparentar ser um dos poucos minimamente coerentes no gerenciamento da pandemia de coronavírus.
Porém, seu tecnicismo não pode ser escondido por alguma pesquisa, onde é possível ver que ele é um político como vários outros.
O jornalista Breno Costa denunciou em suas redes sociais que Mandetta autorizou o investimento de R$ 700 mil na empresa Prosanis Indústria e Comércio, de Campo Grande (MS) – cidade onde fica a base política de Mandetta.
O dono da empresa é Aurélio Nogueira Costa, que já foi citado em investigações da Polícia Federal sobre fraudes em licitações envolvendo outra empresa de sua propriedade, a Cirumed Comércio Ltda – e que foi uma das doadoras de campanha de Mandetta nas disputas eleitorais de 2010 e 2014, quando foi eleito deputado federal pelo Mato Grosso do Sul.
Tenho passado dias de agonia vendo uma quase unanimidade em torno de Henrique Mandetta, ministro da Saúde. Hoje, num programa de rádio, ouvi que ele era "técnico". Mandetta é político e, como se verá neste fio com informações que verifiquei, tem práticas clássicas de político.
— Breno Costa (@_brenocosta_) March 18, 2020
Na campanha eleitoral de 2010, a Cirumed doou R$ 50 mil para a campanha de Mandetta, o que corresponde a 4,21% do total de R$ 1,164 milhão em doações recebidas no período – sendo que as três principais doadoras foram Bigolin Materiais de Construção (R$ 300 mil), Nautilus Engenharia (R$ 265 mil) e Pactual Construções (R$ 150 mil).
Em 2014, a Cirumed aumentou a participação ao doar R$ 93,980 para a campanha do hoje ministro da Saúde – embora relevante, o valor é inferior ao concedido pelos principais doadores do período: Digitho Brasil (R$ 319 mil), Buriti Comércio de Carne (R$ 154 mil), GPO – Gestão de Produtos e Obras, Amil e CRBS (R$ 100 mil cada), como mostra levantamento divulgado pela revista Piauí.
Além disso, Mandetta chegou a ser investigado por fraude em licitação, tráfico de influência e caixa dois na adoção de um sistema de prontuário eletrônico enquanto era Secretário de Saúde da capital sul mato-grossense no governo de Nelson Trad Filho (PTB) – que é seu primo.
Ao final de 2018, Bolsonaro chegou a declarar que essa denúncia não seria suficiente para impedir a nomeação do deputado, e que ele só sairia da pasta com uma acusação “robusta”, segundo declarações ao portal G1.
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