Jornal GGN – Em 30 de junho, o secretário de atenção especializada à saúde do Ministério da Saúde, Luiz Otávio Franco Duarte, enviou um ofício endereçado à presidência da Fiocruz e à direção dos institutos Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) e Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF), solicitando “a ampla divulgação” do tratamento contra coronavírus usando cloroquina, “considerando que ele integra a estratégia do Ministério da Saúde para reduzir o número de casos que cheguem a necessitar de internação hospitalar para tratamento de síndromes de pior prognóstico, inclusive com suporte ventilatório pulmonar e cuidados intensivos”.
Mesmo sabendo que não há nenhum estudo provando a eficácia do medicamento contra a covid19, o Ministério alegou que a cloroquina está entre as “medidas essenciais a tomar e divulgar: Considerar a prescrição de cloroquina ou hidroxicloroquina, mediante livre consentimento esclarecido do paciente com diagnóstico clínico de Covid-19, para tratamento medicamentoso precoce, ou seja, nos primeiros dias dos sintomas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)”.
A Fiocruz informou em nota que “está ciente das orientações do Ministério da Saúde sobre o uso ‘off label’ (indicação diferente daquela que foi autorizada pela Anvisa) da cloroquina e da hidroxicloroquina contra a covid-19”. Mas a Fiocruz “entende ser de competência dos médicos sua possível prescrição”.
A Fiocruz ainda lembrou que participa,”por designação do Ministério da Saude, e é responsável no Brasil pelo estudo clínico Solidariedade, que avalia a eficácia de medicamentos para a covid 19″. O estudo, da Organização Mundial de Saúde (OMS), foi suspenso em 17 de junho, antes do comunicado do Ministério à Fiocruz, porque todos os resultados obtidos apontavam que as drogas “não reduziam a mortalidade dos pacientes”.
O GGN entrevistou com exclusividade a presidente da Fiocruz, Nisia Trindade. Confira:
Com informações do Estadão
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Com todo o respeito, pediu, nada. Mandou.
Outro exercício nacional. O cara tá no poder, ele manda um ofício qualquer e joga nas costas de quem está abaixo dele – mas com toda a razão do mundo – dizendo até que a Terra é plana.
Só que tem questões técnicas, médicas, razões disponíveis que contrastam com a ordem dada.
Dilema do funcionário público: se obedece, está fazendo uma coisa imoral, ilegal, ilegítima. Se não fizer, toma um processo em que tem que explicar por A+B os motivos – o que leva ao primeiro caso.
E justamente contra a FioCruz! A FioCruz! Um desastre esse governo.
Maldito seja este governo. Mas – desculpem – quem votou nele. Malditos todos eles.